✦CAPÍTULO 9✦
Rayssa Sidney
— ONDE ESTÁ Edmundo? — questionou Lúcia, ao sentir a ausência do irmão.
Olhamos ao redor, procurando.
— Ele estava sentado aqui do meu lado — comentou Bella com a testa franzida.
De repente, um desespero me tomou.
Sai correndo do dique. Precisava encontrá-lo.
— Rayssa! — Me chamaram, mas eu já estava longe, correndo em meio à neve.
Estava escuro e isso me impossibilitou de enxergar bem, quando senti alguém me segurar.
— Me solta! — gritei me debatendo. — Eu preciso salvá-lo!
— Rayssa, se acalma! — pediu Pedro.
— Não! Eu preciso salvá-lo. EDMUNDO! — gritei seu nome tão alto que minha voz ficou rouca, mas era tarde demais.
— Eu vou — disse Pedro, dando um passo à frente.
— Não vai adiantar, Filho de Adão e Filha de Eva — disse o sr. Castor. — Ela está usando Edmundo como isca para matar todos vocês. Precisamos voltar e partir o mais rápido possível. A Feiticeira estará aqui logo.
— Mas eu não sou tão importante. — Soltei.
— Está enganada querida. Você é mais importante do que imagina — respondeu a Sra. Castor.
Vendo que não havia saída me ajoelhei na neve e comecei a chorar.
— Isso tudo é culpa sua! — começou Susana, acusando Pedro. — Se tivéssemos voltado, Edmundo não estaria lá.
— Não se engane Filha de Eva — pronunciou o sr. Castor. — Edmundo já esteve em Nárnia antes.
Me lembrei do dia em que Lúcia nos contou sobre a ida de Edmundo a Nárnia e como aquilo se encaixava.
Voltamos para a casa dos Castores em silêncio. Enquanto os outros arrumavam apressadamente as coisas para a nossa partida, a sra. Castor me trouxe um chá.
— Pegue querida — falou me entregando um copo esfumando, um sinal de que o chá estava quente.
— Obrigada! — agradeci com um sorriso fraco. Provei da bebida. Eu nunca gostei de chá, mas aquele ali tinha um gosto muito bom.
— Como se sente? — perguntou Lúcia se sentando ao meu lado.
— Melhor. — Respondi dando um sorriso de lado.
— Por que você ficou daquele jeito? — perguntou ela, curiosa.
Deixei o copo de chá no colo, me perguntando a mesma coisa.
— Eu não sei — admiti, concordando que minha atitude havia sido bastante imprevista. — Fiquei com medo de algo acontecer com ele.
— Vai ficar tudo bem.
Lúcia me abraçou de lado e coloquei minha cabeça sobre a sua, agradecida por sua ajuda.
— Vamos ajudar os outros. — Lúcia sorriu, balançando a cabeça.
Bella Sidney
CORREMOS DE UM lado para o outro, pegando os mantimentos necessários para a viagem — comida, água, chá e entre outras coisas que sra. Castor achou necessário levar.
— Vamos! — Nos apressou o sr. Castor.
Estávamos prestes a passar pela porta quando ouvimos barulhos do lado de fora do dique.
— A polícia secreta da bruxa! — exclamou a sra. Castor, assustada.
— Entrem! — exclamou o Sr. Castor, apontando em direção a um buraco na parede.
Obedecemos.
Atravessamos uma espécie de túnel, escuro e gelado, porém não muito longo.
Ao sairmos, fomos surpreendidos por dezenas de estátuas de texugos caídos no chão. Observei o sr. Castor se aproximar de um deles.
— Ele era meu amigo. — Lamentou ele abraçando a estátua.
Era uma pena o que havia acontecido, não só com o amigo do sr. Castor, mas com todos os outros. Como poderiam existir pessoas tão maldosas a ponto de fazerem aquilo?
— Sr. Castor, vai ficar tudo bem. Não vamos perder a fé. Aslam irá nos ajudar. — Motivei-o.
— Você tem razão Filha de Eva — disse se recompondo. — Admiro muito a sua fé.
— Também estou começando a admirar — disse uma raposa se aproximando.
— Saia daqui seu traidor! — exclamou o Sr. Castor com raiva.
Me levantei, ficando ao lado de Pedro.
— Bom, tenho parentesco com lobos, mas não sou um inimigo — respondeu a raposa com tranquilidade.
— Você pode nos ajudar? — perguntou Rayssa se aproximando da raposa.
— Não confie nele! — alertou o sr. Castor. — Ele é um traidor.
Analisei a raposa e apesar de saber que o sr. Castor poderia estar certo, senti que podia confiar nele.
— Acho que... deveríamos dar uma chance a ele — me pronunciei, chamando a atenção dos outros, principalmente de Pedro que sorriu com o meu posicionamento. Retribui o sorriso.
— Não acho que ele mereça — disse o Sr. Castor.
— Todos nós merecemos uma segunda chance — insisti.
O sr. Castor me olhou e depois olhou para a raposa, soltando um suspiro.
— Está bem, mas nada de truques. — Alertou o sr. Castor a raposa.
— Obrigado! Farei o meu melhor Altezas — disse a raposa, fazendo uma pequena reverência e ouvimos ruivos próximos. — Agora subam na árvore.
E assim fizemos. Eu não era muito boa com escaladas, por isso acabei demorando mais do que os outros, recebendo a ajuda de Susana e Pedro. Uma alcateia inteira de lobos apareceu indo em direção a raposa.
Eu esperava que o seu plano desse certo.
— Primos! O que fazem aqui? — perguntou a raposa, fingindo surpresa.
— Você viu os humanos? — perguntou um deles. Este parecia ser o líder, então imaginei que talvez fosse Maugrim, o chefe de polícia da feiticeira.
— Acho que não. Não me recordo muito bem, vi tantos amigos hoje...
— Seu imbecil! — esbravejou Maugrim, jogando a raposa no chão. — Você acha mesmo que Aslam aparecerá e derrotará a Feiticeira?
— Eu tenho esperança — afirmou a raposa, jogada no chão.
— Por mim, você será o primeiro a morrer! — disse Maugrim e outro lobo abocanhou a pequena raposa que deu um urro de dor. — Vai nos dizer onde estão os humanos ou não?
— Tudo bem, eles foram por ali — disse a raposa e meu coração acelerou ao pensar que ele havia contado a nossa posição, porém ele havia indicado o caminho atrás da árvore com o focinho.
Após dar nossa suposta localização, a raposa foi jogada contra uma árvore fazendo o mesmo gritar novamente. Os lobos foram embora.
Descemos da árvore e...
Continua...
Olá! Está aí mais um capítulo para vocês. Espero que tenham gostado.
Não esqueçam de deixar a estrelinha e de comentarem o que estão achando.
Até o próximo capítulo.
Deus os abençoe.
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