✦CAPÍTULO 6✦

De noite...

Rayssa Sidney

DEPOIS DO JANTAR fomos todos para o quarto dos meninos.

— O que estão achando de ficar aqui? — perguntou Pedro, sentado perto da janela.

— Aqui é bom, mas... sinto falta da mamãe — disse Lúcia com um olhar triste.

— Também sinto falta da minha — revelei.

— Acho que todos nós sentimos — concluiu Susana e concordamos.

Tive uma ideia e saí correndo até o meu quarto, deixando todos cheios de dúvidas.

— Onde está você? — perguntei para mim mesma, enquanto procurava na cômoda ao lado da minha cama.

Após revirar tudo e procurar embaixo da cama, a encontrei na prateleira perto da porta e voltei correndo para o outro quarto.

— Aonde você foi? — perguntou Bella com a testa franzida.

— Fui buscar isto — lhes mostrei o livro de capa preta com as letras em dourado: "Bíblia Sagrada."

— Pra que isso? — perguntou Edmundo.

— Vou contar uma história — respondi, sentando no chão. — Venham!

Eles sentaram no chão fazendo um círculo.

— A Bíblia não é um livro chato como muitos pensam. Na verdade ela é cheia de histórias de heróis, reis e rainhas, batalhas e muito mais — comecei.

— Como assim? Tipo de contos de fadas? — perguntou Lúcia, curiosa.

— Não exatamente. Diferente de outros livros, a Bíblia é um livro que conta histórias que já aconteceram a milhões de anos atrás — respondi, fazendo gesto no "milhões de anos atrás".

— Ah tá! Conta mais — pediu a caçula.

— Pois bem, vou contar a história de uma pessoa que é muito especial pra mim — eu disse, abraçando a Bíblia.

— Quem? — perguntou Susana com interesse.

— Seu nome é Jesus Cristo. Conhecem? — perguntei, esperando suas respostas.

— É claro que sim, todos conhecem — respondeu Pedro.

— É aquele homem que as pessoas dizem ser filho de Deus — disse Edmundo. Sua cabeça estava apoiada na mão que estava em cima de sua perna cruzada.

— É ele mesmo — respondeu Bella, sorrindo.

— Mas não é só isso — acrescentei. — Agora vou contar um pouco sobre a história dele.

Todos permaneceram calados. Abri a Bíblia em uma página específica.

— Lá em João 3:16 diz assim: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira, Ele deu seu filho unigênito para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna."

Levantei a cabeça e comecei.

— Esse versículo fala do amor de Deus por nós. Quando Adão e Eva pecaram e foram expulsos do jardim do Éden, o homem ficou separado de Deus, nos restando apenas a condenação. Porém Deus não queria que sua melhor criação morresse, por isso enviou Jesus para nos livrar do sofrimento. Então Jesus se fez carne e veio para a terra, onde nasceu, viveu e morreu em uma cruz. Neste tempo em que esteve aqui na terra, Ele realizou muitos milagres e maravilhas.

— Como o que por exemplo? — perguntou Edmundo com os braços cruzados, como quem não acredita que tenha sido tão maravilhoso.

— Como por exemplo curar enfermos, ressuscitar mortos, transformar água em vinho — respondi. — Quando chegou o dia de Jesus morrer, ele foi traído, bateram nele, cuspiram no seu rosto. Colocaram uma coroa de espinhos em sua cabeça e zombaram dele. Suas mãos e pés foram feridos quando foi pregado na cruz.

— Que horrível! — exclamou Lúcia, colocando as mãos sobre a boca.

— Sim, foi horrível. Tudo isso sendo inocente, e mais, em nenhum momento reclamou ou desistiu.

— Tudo isso para nos livrar da morte e do sofrimento. Jesus pagou o alto preço que nós tínhamos que pagar, mas Ele nos amou — complementou Bella.

— E hoje tudo o que Ele pede é que sejamos seus seguidores e que sejamos gratos pelas suas bênçãos. E o melhor de tudo é que fez a promessa que um dia voltará para buscar a sua igreja. Ninguém sabe o dia e nem a hora, mas estamos esperando e vamos continuar até o dia de nossa morte. — Terminei.

O quarto ficou silencioso, enquanto todos processavam tudo o que havia sido dito. Não sei se haviam entendido, mas meu coração estava alegre e em paz ter a chance de compartilhar algo tão importante para mim com os Pevensie.

— Foi linda a história — disse Lúcia.

Pedro e Susana concordaram balançando a cabeça. Edmundo tentava não demonstrar nada como sempre.

Eu tinha feito o certo e mais que isso, eles haviam entendido.

Nos despedimos e fomos dormir

No dia seguinte

Bella Sidney

APÓS O CAFÉ DA MANHÃ fomos para o jardim brincar de beisebol. Rayssa e Lúcia eram as únicas embaixo de uma árvore lendo um livro.

— Pode mandar — disse Pedro para Edmundo. Edmundo lançou a bola e Pedro acertou. Porém a bola foi longe demais e acabou acertando uma das janelas da casa, quebrando-a.

A tensão pairou sobre nós.

Foi questão de segundos até sairmos correndo para ver qual parte da casa a bola tinha acertado. A da sala das armaduras.

— E agora? — perguntei sem ver solução para aquilo.

Ninguém soube o que responder.

Ouvimos os gritos da dona Marta.

O que é que estão fazendo?

— Corram! — mandei.

Entramos em um corredor com duas portas, porém uma estava fechada, então entramos na outra que — por coincidência — era a sala do guarda roupa.

Edmundo passou por nós, indo em direção ao guarda-roupa.

Paramos hesitantes até ouvirmos os passos de dona Marta se aproximando.

— Vamos, entrem! — exclamou Pedro, baixinho.

Era uma sensação ao mesmo tempo esquisita e divertida, mas não sei se esse último descreveria bem a situação em que nos encontrávamos. Ficamos desconfortáveis, um pisando no pé do outro, até que caímos em algo macio e frio.

A primeira coisa que senti foi uma coisa gelada embaixo de mim, macio e branco.

Neve?

Ergui a cabeça vendo pinheiros cobertos de neve.

— Não pode ser — falei, levantando.

Era um bosque! Dentro do guarda-roupa?

O bosque era rodeado de pinheiros cobertos de neve, assim como o chão.

— Acho que te devemos desculpas — disse Pedro se virando para Lúcia.

Olhamos todos para ela.

— Não sei... — ficou pensativa. Então sem aviso pegou uma bola de neve e jogou em Pedro.

O Pevensie riu e revidou, iniciando uma guerra de bola de neve. Peguei uma, joguei em Susana e recebi uma de Pedro. Estava divertido até que alguém acertou Edmundo.

— Aí! — exclamou, segurando o braço. — Parem.

— Peça desculpas a Lúcia — mandou Pedro, sério.

— Não! — respondeu o Pevensie caçula.

— Peça, agora! — esbravejou Pedro, avançando em Edmundo. Por um momento pensei que fosse bater nele.

— Tá bom! Desculpas — disse.

— Tudo bem — disse Lúcia. — Essas crianças não sabem quando parar de brincar. — Imitou o irmão, o fazendo revirar os olhos.

— Está frio aqui — disse Susana se escolhendo.

Pedro foi em direção ao guarda roupa e...

Continua...

Mais um capítulo feito com muito amor e carinho. O que estão achando? A aventura está apenas começando. Espero de coração que tenham gostado. 

Não deixem de comentar e de deixar a estrelinha. 

Até o próximo capítulo.

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