✦CAPÍTULO 29✦
Bella Sidney
PEDRO FOI O PRIMEIRO a atacar. Miraz o bloqueou e começou a desferir golpes com o seu escudo. Pedro bateu em uma pedra e caiu no chão.
— Ai meu Deus! — Coloquei as duas mãos na boca.
— Fique calma — pediu Caspian.
Olhei para ele, seus olhos revelavam que também estava tenso, mas diferente de mim, conseguia disfarçar.
Miraz tentou atacar Pedro, porém o grande rei o bloqueou com a espada. Pedro deu um golpe com as pernas e fez Miraz cair no chão. Ele se recompôs e chocou sua lâmina contra a do rei de Telmar.
Pedro conseguiu tomar a espada de Miraz, deixando-o apenas com o escudo. Em seguida, avançou e bateu várias vezes no escudo. Miraz conseguiu desarmá-lo, atacando-o até que Pedro deu um murro no corte em seu joelho.
Miraz caiu de joelhos no chão.
— Uma pausa, uma pausa, por favor! — pediu Miraz, tentando se recuperar da dor. Pedro cedeu.
— Pedro, não é hora pra cavalheirismo. — Edmundo gritou, mas Pedro não deu ouvidos.
Sem que Pedro percebesse, Miraz se levantou, pronto para matá-lo.
— Pedro! — Gritei.
Ele se virou no mesmo instante, bloqueando o golpe e o acertou no peito.
Miraz caiu de joelhos bem à frente de Pedro, com uma das mãos sobre o local atingido. Pedro se preparou para dar fim àquilo, porém ficou alguns segundos o observando.
—O que foi, jovem Rei? É covarde demais para tirar uma vida? — Miraz zombou, mesmo estando prestes a morrer.
— Não cabe a mim tirar.
O grande rei estendeu sua espada para Caspian. Mesmo surpreso, o príncipe se aproximou e pegou a espada. Pedro andou até mim e o abracei. Era um alívio saber que ele estava bem.
Caspian levantou a espada, se preparando para o golpe final.
— Acho que me enganei, talvez você tenha as qualidades de um rei telmarino, afinal — escutei Miraz dizer, antes de abaixar a cabeça.
Caspian deu um grito e enfiou sua espada no chão. Miraz sem entender, levantou a cabeça.
— Não igual a você — disse Caspian. — Fique vivo, mas vou devolver aos narnianos o reino deles.
Por fim, se recompôs e veio até nós. Todos os narnianos gritaram com a vitória. Abri um sorriso para Caspian, feliz que tudo havia terminado.
Me assustei quando vi Miraz caindo no chão morto, com uma flecha nas costas.
— Traição! Assassinaram o rei! — gritou o Lorde que ainda pouco segurava Miraz.
— Essa não! — reclamei baixinho.
— Preparem-se! — Gritei.
Caspian montou em seu cavalo e correu para a tumba. Hora de colocar o plano em ação.
— Pedro! — Chamei sua atenção para o telmarino próximo a ele.
Pedro desviou e cortou sua cabeça.
— Vou lá pra cima. — Avisei.
— Tome cuidado — pediu.
— Você também. — Lhe dei um último sorriso e corri para me juntar aos arqueiros.
Rayssa Sidney
O DUELO HAVIA dado errado, agora tudo que nos restava era seguir com o plano contra os telmarinos. Bella se juntou a nós, se posicionando ao meu lado e de Susana.
Lá em baixo os telmarinos jogavam enormes pedras com as catapultas na tumba e suas tropas começaram a se aproximar.
— Arqueiros preparados! — Ordenei.
Todos pegaram suas flechas e posicionaram nos arcos.
— Um, dois, três... — Comecei a contagem baixinho.
Os telmarinos estavam cada vez mais perto.
— Mirem nos alvos — mandou Susana. Levantamos os arcos.
— Mirem neles — repetiu Trumplink.
— Oito, nove, dez. — Terminei de contar.
O chão começou a rachar e a ceder, fazendo os soldados telmarinos caírem nele.
— Já! — Bella gritou, dando a ordem para soltar as flechas.
Soltamos e elas caíram nos telmarinos caídos na armadilha.
Os narnianos lá embaixo correram para a luta. Outra parte da terra se abriu, desta vez uma passagem para os narnianos que estavam no subsolo saírem. Avistei Edmundo acertando os telmarinos com um arco automático.
— Rayssa — Bella chamou. — Vamos lá para baixo. Susana você fica aqui em cima.
— Certo!
Eu e Bella descemos e fui atirando nos telmarinos. Olhei para frente e vi mais tropas se aproximando.
— Senhor nos ajude — orei.
Olhei para o céu e vi vários grifos voando sobre nós com arqueiros. Sorri ao ver aquilo, porém meu sorriso se desmanchou quando eles começaram a ser atingidos. "Cadê a Lúcia?"
Me abaixei quando um telmarino tentou me acertar. Consegui desviar, mas acabei caindo no chão e ficando sem o meu arco. Me arrastei para trás com medo do soldado. Me preparei para o pior, mas fui surpreendida quando o vi cair no chão. Fiquei mais surpresa ainda, assim que vi quem me salvou.
— Você? — perguntei sem acreditar.
— Ótimo reencontro não acha? — ele disse. Era um dos meus sequestradores, o moreno. Will. Ele me estendeu a mão para me levantar. Aceitei e a segurei.
— Por quê?
— Tem coisas que não há explicação — respondeu.
Ele piscou para mim e voltou a lutar. Fiquei sem me mover por uns segundos. Quando finalmente voltei à realidade vi outra parte do exército telmarino bem perto de nós.
— Recuar — escutei Pedro dizer.
As pedras aumentaram, acertando a tumba. Uma fez com que algumas partes caíssem no chão, o que nos impediu de continuar. Outra parte cedeu fazendo Susana cair, porém Trumplink conseguiu segurá-la. Me aproximei mais, ficando ao lado de Pedro e de Caspian.
Graças a Deus, Trumplink conseguiu fazer com que Susana caísse em cima de uma pedra. Respirei aliviada. Me virei para frente, assim como Pedro e Caspian. Logo, Susana, Edmundo e Bella se juntaram a nós. Nos preparamos para voltar a batalha.
Desta vez peguei minha espada. Nos entre olhamos e corremos em direção aos telmarinos.
Pulei em cima de um, fazendo-o cair. Logo vieram outros, os quais consegui desviar. Vi muitos telmarinos se aproximando, foi então que percebi que estávamos perdendo, de novo. Respirei fundo desejando que um milagre acontecesse.
Então, para a minha surpresa, o chão começou a tremer e raízes de árvores saíram do chão com vida. Eu sabia exatamente o que aquilo significava.
— Lúcia. — Falei para mim mesma e sorri.
Vi as árvores se aproximarem de nós — não para nos atingir —, e sim os telmarinos.
Uma delas esmagou suas catapultas. Todos os narnianos, inclusive eu gritamos de alegria. Bella chegou do meu lado e me abraçou.
— Conseguimos! — comemorou.
— É, conseguimos.
— Por Aslan! — Pedro gritou.
— Por Aslan! — Repetimos e corremos atrás dos telmarinos.
Os telmarinos recuaram para o rio.
Chegando lá, vimos todos parados. Sorri vendo a Lúcia em cima da ponte. Ela desembainhou sua adaga e Aslam se posicionou ao seu lado.
— Atacar! — ordenou o Lorde telmarino. Os soldados avançaram, uns pela ponte, outros pelo rio.
Aslam deu um rugido forte, fazendo os telmarinos pararem.
De repente, alguma coisa começou a se formar na água. Não identifiquei de primeira o que era, mas logo uma grande corrente de água correu pelo rio, até se formar em um homem feito de água.
Para fugir, alguns soldados telmarinos pularam. O homem de água quebrou a ponte ao meio, deixando apenas o Lorde em cima dela. O mesmo foi engolido pela água e o rio voltou ao normal.
Atravessamos até chegar do outro lado. Nos ajoelhamos quando vimos Aslam.
— Levantem-se Reis, Rainhas e Princesas de Nárnia. — pediu o Grande Leão.
Obedecemos. Apenas Caspian ficou ajoelhado.
—Todos. — Enfatizou Aslam.
Caspian levantou a cabeça.
— Acho que não estou pronto. — Foi sincero.
— É por esse motivo que eu sei que está. — Disse Aslam.
Caspian levantou. Sorri orgulhosa dele.
Escutei um som tocado em uma corneta. Vi Reepicheep ferido sendo carregado em cima de uma maca por alguns ratinhos. Os mesmos o colocaram no chão. Lúcia correu até seu amiguinho e pegou seu elixir de cura. Ela deixou uma gota cair na boca do ratinho, que depois de alguns melhorou.
— Obrigado — agradeceu, recebendo um sorriso de Lúcia. — Ah, Aslam! É uma grande honra de...— Antes de terminar a frase, Reepicheep percebeu que havia perdido sua cauda. Ele colocou suas mãos para tentar tampar e única ponta de cauda que restava. — Estou absolutamente perplexo, peço desculpas por me apresentar de maneira tão imprópria.
Ele voltou sua atenção para Lúcia.
— Que tal mais uma gotinha? — perguntou.
— Desculpa, acho que não funciona pra isso. — A pequena lamentou.
— Podia tentar. — Reepicheep insistiu. Podia ver a esperança em sua voz.
— Ele fica muito bem curto. — Aslam elogiou.
— Mesmo assim, Rei Poderoso, vou ter que me retirar, pois a cauda sempre foi a honra e a glória de um rato. — O ratinho estendeu sua espada para Aslam.
— Parece que se preocupa demais com sua honra — observou Aslam.
Reepicheep se recompôs.
— Não, é que...a calda também serve para várias coisas, como se equilibrar, escalar e segurar objetos — falou meio atrapalhado.
— Com licença Majestade. Não queremos ostentar uma honra que é negada ao Grande Rato — pronunciou um dos ratinhos. Assim como ele, todos os outros pegaram suas espadas e colocaram em suas caudas, em sinal de que iriam cortá-las. Achei bonito os seus gestos. Aslam deu uma risada calma.
— Não pela sua dignidade, mas pelo amor do seu povo. — Assim que Aslam disse isso, a cauda de Reepicheep cresceu de novo.
— Muito obrigado Majestade! De hoje em diante ela servirá para me lembrar da minha humildade. — Fez uma reverência.
— Lúcia, onde está o seu caro amiguinho que você me falou? — perguntou Aslam.
Ela olhou para Trumplink, o qual estava recolhendo as armas dos telmarinos. Ele se ajoelhou na frente de Aslam. O mesmo deu um rugido bem forte.
— Acredita agora? — Lú perguntou. Ele sorriu.
— Bella e Rayssa. — Aslam nos chamou. — Mesmo em meio às dificuldades, vocês não perderam a fé. Muito pelo contrário, vocês confiaram e continuaram. Estou orgulhoso de vocês.
— Obrigado Aslam. — O abracei.
— Não há de que, minha querida — respondeu. — Acho que vocês têm um grande trabalho pela frente.
CONTINUA...
Quantas emoções neste capítulo, não é mesmo? Nosso querido Aslam sempre chegando para nos salvar.
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