✦CAPÍTULO 21✦
Rayssa Sidney
SEGUIMOS O SOM até encontrarmos Pedro cruzando lâminas com um rapaz desconhecido de cabelos compridos e pele bronzeada. Suas espadas cortavam o ar com velocidade, querendo desesperadamente acertar algum ponto vulnerável.
Em certo momento, a espada de Pedro prendeu em uma árvore e este abaixou para pegar algo que lhe pudesse ser último como defesa.
— Parem! — Gritou Lúcia, fazendo-os parar.
Foi então que várias criaturas surgiram de todos os lugares. Faunos, minotauros, centauros, fadas, ninfas e muitos outros animais. Eram narnianos.
— Príncipe Caspian? — perguntou Pedro.
— Sim, mas quem são vocês? — perguntou de volta.
— Pedro — chamou Bella, vindo até nós.
O príncipe observou a espada em sua mão.
— Grande Rei Pedro?
— Eu creio que nos chamou.
— Chamei mas...pensei que fosse mais velho — soltou, analisando Pedro de cima a baixo.
— Se quiser podemos voltar daqui uns anos — disse Pedro, se virando para ir embora, um tanto aborrecido.
— Não! Não é necessário. É que não são bem o que eu imaginava — explicou.
Seu olhar pousou em mim por alguns segundos e logo passou para Susana, que ficou sem jeito.
— E nem vocês — observou Edmundo, olhando ao nosso redor.
— O inimigo comum une até os mais antigos — disse um texugo.
— Aguardávamos ansiosamente, seu retorno, Soberano! — disse um ratinho, com uma espada na cintura. — Nossos corações e espadas estão ao seu dispor. — Fez uma reverência.
— Olha só, ele é tão fofinho — comentou Lúcia baixinho.
— Quem disse isso? — Se sobressaltou, desembainhando sua espada.
— Desculpa — pediu sem jeito.
— Majestade! Com todo respeito, eu acredito que glorioso, charmoso, galante sejam adjetivos melhores para um cavalheiro de Nárnia — sugeriu o ratinho, guardando sua espada.
— Pelo menos alguns sabem empunhar uma espada — disse Pedro.
— Certamente. E a pouco tempo consegui juntar algumas armas para seu exército, senhor.
— Ótimo! Porque precisaremos de todas as armas — disse Pedro, se virando para Caspian.
— Sendo assim, é provável que queira a sua de volta — Caspian estendeu a espada de Pedro.
Pedro guardou-a e começou a caminhar, guiando todos com ele.
Bella Sidney
— OLÁ, NOBRE RATO — cumprimentei o ratinho que andava ao lado de Lucia. — Como se chama?
— Reepicheep, Alteza! — respondeu, fazendo uma breve reverência.
— Pode me chamar apenas de Bella — sorri. — Creio que seremos grandes amigos.
— Como desejar Alt... quero dizer, Bella. Também creio que seremos grandes amigos — retribuiu meu sorriso.
— Então, como eles são? — Escutei caça-trufas um pouco mais a nossa frente, perguntar ao anão Trumplink.
— Descontentes, resmungões, teimosos feito mulas! — respondeu.
— Então gostou deles — afirmou outro anão de barba e cabelos longos grisalhos.
— Bastante — afirmou.
Abri um sorriso.
— Ouvi muitas histórias sobre vocês duas — disse o ratinho, Reepicheep a minha e a Rayssa. — Vocês duas são muito corajosas.
— Obrigada! — dissemos juntas.
— Pelo que pude ver, você também é muito corajoso — elogiei.
— Obrigado! Minha lealdade é totalmente a Nárnia e a Aslam e agora a vossas Majestades também — fez uma reverência.
Continuamos conversando até chegarmos a um acampamento. Ao longe era possível ver uma espécie de tumba.
— Não me lembro de ter visto essa tumba em Nárnia — comentei, vendo Pedro parar ao meu lado.
— Se passaram mil e quinhentos anos, não esperava que tudo ficasse, não é? — disse Trumplink, rabugento como sempre.
Fizemos uma fila e entramos no acampamento. Bem na entrada da tumba havia vários centauros posicionados, um do lado do outro. Todos desembainharam suas espadas e fizeram um arco com elas. Lado a lado, adentramos a tumba.
Lá dentro havia muitos outros soldados narnianos, fabricando armas para a batalha.
— Pode não ser o que imaginavam, mas é necessário — explicou Caspian.
— Pedro — chamou Susana. — Precisa ver isso.
Fomos até o local.
Susana apontou para as paredes, repletas de desenhos. Aproximei o rosto para ver melhor.
— Somos nós — conclui surpresa.
— Que lugar é esse? — perguntou Lúcia, olhando para Caspian.
Todos olhamos para ele também, querendo respostas.
— Vocês não sabem?
Ficamos calados.
Caspian pegou uma tocha e nos guiou até uma sala escura. Depois foi até um cinzeiro e colocou fogo, deixando a sala mais clara. Então, pude ver a mesa de pedra, a mesma em que Aslam havia sido morto. Foram tantas memórias ao mesmo tempo que tive vontade de chorar.
Andei até a mesa e pousei minha mão sobre ela.
— Aslam deve saber o que faz — pronunciou Lúcia.
Me virei para encará-los.
— Acho que cabe a nós agora — respondeu Pedro.
Olhei novamente para a imagem de Aslam, esculpida na parede.
Suspirei.
— Vou tomar um pouco de ar — avisei, saindo da sala.
Passei por alguns narnianos que me cumprimentaram até sair da tumba e me sentei em uma pedra. Um suspiro cansado saiu da minha boca, e me perguntei quanto tempo mais aguentaria fingir que estava tudo bem.
— Bella! — Virei a tempo de ver Rayssa se aproximando. — Tudo bem? — Se sentou ao meu lado.
— Só um pouco cansada — forcei um sorriso.
Minha irmã me analisou por um segundo.
— Mentir é pecado, sabia?
Soltei uma risada. Era impossível esconder os sentimentos dela.
— Você não me engana. O que está acontecendo?
— É o Pedro. Desde de que chegamos aqui ele tem estado...estranho. Tem sido ignorante e não aceita ser contrariado. Isso tem afetado o nosso relacionamento — expliquei, olhando para o chão. — Será que o problema é comigo?
— O que? É claro que não! Pedro te ama, posso ver nos olhos dele. Ele só deve ter ficado afetado quando voltamos, e agora quer compensar o tempo que ficou fora — disse abraçando-me de lado.
— Mas então, o que eu faço? — Minha garganta se fechou.
— Dê um tempo a ele. Deixe-o pensar um pouco. E quando perceber que está mais calmo, converse com ele. E não esqueça de orar pela situação — aconselhou.
— Obrigada! — A abracei de lado. —Você é a melhor irmã que eu tenho.
— Sou a única — rimos.
Era incrível ter uma irmã que me apoiava e que me entendia.
— O que é aquilo?
— O que? — perguntei, querendo saber do se tratava.
— Ali — disse apontando para algo na floresta.
Segui seu olhar e avistei um homem de armadura, montado em um cavalo.
— Um soldado. — disse Rayssa.
— Telmarino! — Afirmei.
Levantamos. Assim que o soldado percebeu que havia sido descoberto, foi embora.
— Temos que avisar os outros!
Entramos na tumba...
CONTINUA...
Olá!!!! Voltei com mais um capítulo para vocês. Que tensão, não é? Espero que tenham gostado. Não esqueçam da estrelinha e dos comentários. Até a próxima. Tchau!
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