𝟬𝟮. NOITE DAS MENINAS . . . E JOHNNY
QUANDO JOHNNY LAWRENCE RESOLVEU criar uma noite das garotas, só para fazer Samantha LaRusso e Tory Nichols brigarem de novo e pararem de ter medo uma da outra, Kwon Hasashi Bo-ra desaprovou. Assim como Devo Lee, a outra uma garota próxima do Soja que ela era, as duas achavam que tudo iria dar errado porquê: um, era o Johnny planejando e todos os planos dele davam errado e dois, fazê-las brigas de novo era o pior plano possível. As duas finalmente tinham virado amigas, resolvido com seus namorados e estavam felizes em um Dojo, porque teriam que brigar de novo? Isso parecia um péssimo plano.
Mas Johnny jurava que, por ser pai de menina e ter pegado várias mulheres na adolescência, sabia lidar com elas.
─ Bem-vindas ao Miyagi-do da intimidade! ─ Johnny levantou as mãos, recepcionando Bo-ra, Samantha e Tory.
─ Acho melhor você não chamar assim. ─ Samantha logo falou, achando esquisito.
─ Noite do Miyagi-do? Noite das trevas? ─ O Lawrence continuou tentando inventando nomes, mas todos, ruins.
─ Perai, isso é uma festa do pijama? ─ Indagou ao ver Johnny e Devon. Ela olhou para o lado, vendo Scar sem sua bolsa de treino e finalmente entendeu. ─ Então por isso você não trouxe suas coisas pra treinar?
─ Meus braços e pernas? ─ Ela levantou os braços e olhou para as próprias pernas, debochando. ─ Quem precisa de mais alguma coisa?
─ Eu nunca fiz uma festa do pijama. ─ Devon aproximou-se das três carregando um objeto de madeira cheio de esmaltes. ─ Como não sabia que cor vocês gostavam, eu trouxe todas.
─ Parece legal. ─ A Kwon concordou. ─ É a primeira vez que faço festa do pijama.
─ Sério? ─ LaRusso arqueou a sobrancelha, achando que a mesma já tinha feito. Ela era tão comunicativa, que com certeza deveria ter tido vários amigos na Coreia do Sul.
─ Eu também não. ─ Tory falou.
─ Sim, não tínhamos tempo para isso.
Além do mais, não tinham muitas garotas no Dojo e as que tinham, seguida a risca o método de ensinamento de Kim Sun-yung. Sem distrações. Eles tinham amigos entre si, mas Bo-ra sempre foi mais próxima de garotos, do que de garotas. Ela sempre quis ter amigas, mas nunca conseguiu um grupo de amigas como aquele que desenvolveu em Los Angeles. Por mais que já tivessem entrado em conflito algumas vezes, com excessão de Devon, acabaram tornando-se próximas. Scar acabou virando amiga das três e, mesmos que elas brigassem entre si, faria de tudo para que ficassem bem de novo. Elas não precisavam ser inimigas.
─ Já que são amigas agora, a gente faz a noite das garotas! ─ Lawrence sorriu, levantou um copo de bebida sem álcool para cada uma delas. Mesmo querendo dá com álcool, achou que mostraria ser uma pai mais legal assim.
─ Com você junto? ─ Retrucou Nichols.
─ Com certeza, eu sou pai de duas meninas agora. ─ Respondeu rapidamente, se achando o tal. Carmen estava grávida de uma garota, então agora ele teria Miguel, Robby, Bo-ra e a nova garota para cuidar. ─ Eu trouxe biscoitos, absorventes e tudo mais! Vamos nos divertir.
Enquanto Sam e Tory iam se arrumando em um canto da sala, Bo-ra se aproximou de Johnny e Devon. Os dois entreolharam-se, provavelmente tentando planejar algumas coisa diabólica para fazer as duas ex inimigas se odiarem de novo.
─ Eu não sei como uma festa do pijama vai fazer elas ficarem casca-grossa. ─ Disse Devon Lee.
─ Essa nova amizade delas acabou com o olho de tigre delas, elas precisam de conflito. ─ Johnny mordeu um pedaço de carne seca, a partindo com o dente enquanto observava Sam e Tory conversarem. ─ Eu ficava sabendo das festinhas da Ali e era um dramalhão horroroso. Coloca garotas do ensino médio num porão, mistura um pouco de fofoca e em pouco tempo o Scarface vai parecer o Bambi.
Devon riu, saindo para pegar algo na cozinha de cima.
─ Pelo visto seu tempo tá bem livre. ─ Scar pegou alguns salgadinhos no pote e enfiou na boca. Quando terminou de mastigar, continuou. ─ Elas não precisam se odiar, só precisam parar de ficar com medo de iniciar uma "briga". Só estão assim por não querem mostrar a todo custo que não se odeiam.
─ Esse é o problema! ─ Disse Johnny. ─ Por isso elas precisam se odiar... não muito, só pra voltar a lutar. ─ O homem suspirou, encostando as costas no banco do pequeno "bar" improvisado no porão. ─ Escuta, pra mim você é a melhor e com certeza vai ser a capitã, mas precisamos delas também!
─ Eu sei, elas são ótimas e somos uma equipe. ─ Bo-ra não era muito de se achar superior, mas ela acreditava em si mesma e em seu potencial. No entanto, eles precisavam de uma equipe unida e treinamento ao máximo. ─ Mas tenta não fazer as duas se odiarem... só faz elas perderem esse medo de lutar.
Johnny concordou, com certeza colocando em mente que continuaria com as ideias extravagantes de fazê-las brigar.
A noite foi basicamente voltada para Johnny Lawrence tentando fazer as duas outras lutadoras principais do Dojo voltarem a treinar com vontade. Ele tentou fazê-las brigar em uma guerra de travesseiros, que no final virou nada mais do que uma brincadeira entre as garotas. Ou até ficou inventando perguntas enquanto jogavam Ouija, como "Tori quer que a Samantha caia escada abaixo e quebre todos os ossos do corpo?", provocando entre as mesmas. Mas nada disso funcionou. As garotas sempre fugiam das brigas e acabavam se divertindo de alguma maneira.
Quando elas finalmente estavam juntas relaxando no sofá do porão, com máscara as verdes no rosto e pepinos nos olhos, tiveram tempo para conversar entre garotas. Johnny não sabia mais o que fazer, então tirou um tempo para pensar em qual seria o próximo plano e as deixou sozinhas por um momento.
─ Então, e seu irmão, Scar? ─ Samantha perguntou, curiosa após ter escutado Bo-ra falar. ─ Você disse que ele vai para o Sekai Taikai também. Isso é incrível! Vocês vão poder se encontrar.
─ É, qual Dojo ele representa? ─ Indagou Tory.
─ Provavelmente o Dohk Sa entrou no torneio... ─ Ela ou seus amigos nunca participaram do Sekai Taikai, então era uma novidade até para ela imaginar que eles estariam lá e sem ela. ─ Nosso Dojo é muito tradicional no estilo Sul Coreano, mas faz um tempo que não participa do torneio.
─ Legal, vamos conhecer seu irmão! ─ Lee explanou, verdadeiramente feliz com isso. ─ Ele deve tá com saudades de você.
─ Também sinto muita falta dele... ─ Bo-ra relatou, um pouco cabisbaixa de lembrar do tempo que os dois não se abraçavam. ─ Só não acho que os outros vão sentir o mesmo.
Ela já imaginava que os membros do Dohk Sa, a maioria, no qual havia crescido junto, iriam chamá-lo de traidora e desconsiderar sua existência. Desde que fugiu para os Estados Unidos ela não falou com mais ninguém. Até tentou entrar em contato com alguns de seus amigos, mas eles não responderam de volta. Provavelmente, a achando egoísta e traidora para ir embora assim e ter entrado em outro Dojo. Infelizmente, sem falta dos mesmo não parecia ser o suficiente, porque, quando se cresce em um regime rígido como aquele, algumas pessoas acreditam que a única palavra verdadeira e considerava é a de quem lhe ensinou.
─ Eles são idiotas, todo mundo tem o direito de fugir. ─ Tory Nichols sabia bem o que era isso e apoiava a decisão de Kwon Bo-ra de sair de onde não se sentia bem.
─ E aquele garoto? Como é o nome dele? Yoon Do-jin? ─ Devon, que tinha uma ótima memória, facilmente se lembrou. ─ Vocês eram melhores amigos? Namorados? A gente ouviu você falando com seu irmão.
─ Pois é, conta mais dele! ─ Samantha também insistiu, ansiosa por mais respostas. ─ Pela foto que vimos no Instagram dele, ele é um gatinho!
Assim que elas escutaram o nome do rapaz foram procurar no Instagram e, com pouco tempo, acharam. O irmão dela não tinha conta na rede social, então foi mais difícil, mas as três acharam o perfil de Do-jin, felizmente aberto e ficaram fuxicando para ter saber mais sobre o, quem sabe, interesse da amiga.
─ Yoo Do-jin é passado. ─ As palavras foram ditas de maneira dura e séria, como nenhuma delas havia visto antes. Claramente, os dois tinham uma história e Scar não parecia gostar nenhum pouco dela. ─ Se eu ver esse garoto na minha frente novamente, pode ter certeza que vou fingir que não existe.
Lhe doía dizer isso, porquê seu coração não havia esquecido totalmente a relação que eles tinham, mas o que poderia fazer? Kwon Hasashi Bo-ra não tinha mais uma boa relação com ele e a história por trás da falta de comunicação era aparentemente trágica. Ela queria poder falar com ele de novo, mas seu orgulho e suas desconfianças não deixavam. Kwon Jae-sung também não ajudava muito. Sendo a única pessoa que os dois ex amigos conheciam, ele nunca gostou muito de ninguém naquele Dojo. E sendo Yoon Do-jin considerado o melhor aluno por muito tempo, o achava arrogante ─ como os demais que o seguia.
─ Meninos só são trabalho. ─ Disso Tory, pois o que quer que havia acontecido, ela colocaria a culpa de Yoon.
─ Mas vocês vão se ver no Sekai Taikai, não é? ─ Devon questionou.
Quebrando o gelo do clima tenso e curioso que havia ficado, o celular de Samantha tocou, recebendo uma mensagem estranha de Robby. Tory olhou para a mesma, achando estranho. Pouquíssimo tempo depois a Nichols também recebeu uma mensagem, mas de Miguel Diaz. As duas garotas olharam uma para a outra e depois para Johnny, atrás da bancada. Elas se levantaram, indo até o home.
─ Você tá trolando a gente? ─ Tory cruzou os braços.
─ Não sei nem o que isso significa. ─ Respondeu Johnny. ─ Aconteceu alguma coisa?
Tory mandou uma mensagem para Robby e Samantha, para Miguel. Dois telefones tocaram, um primeiro, e o outro, em seguida. Johnny Lawrence havia roubado os celulares de seus filho e fingido mandar mensagens quentes para a namorada um do outro. Coisa que, com certeza, eles não fariam.
─ Tá zoando a gente a noite toda e quer que a gente brigue? ─ Tory esbravejou.
─ A gente só queria que vocês recuperem a casca grossa pra as coisas voltarem a ser como era antes! ─ Falou Devon na defensiva.
─ Achei que você era Miyagi-do agora! ─ Disse Samantha LaRusso.
─ Eu sou Miyagi-do. A gente tem travesseiros, chocolate e ar condicionado.
─ Eu não queria dizer nada não, mas é que vocês nesse lenga lenga sem treinar direito não ajuda em nada. ─ Bo-ra complementou, após tomar um gole de refrigerante. ─ Não dou a favor do método dele, mas a gente já tá em cima e vocês precisam parar com esse medo.
─ Só quero que se odeiem de um jeito amigável. ─ O Lawrence coçou a cabeça, falando aquelas palavras na maior cara de pau.
Samantha LaRusso e Tory Nichols bufaram, virando os calcanhares e indo diretamente para fora com suas bolsas. Bo-ra colocou alguma mexas de cabelo para trás, dizendo um eu disse que não daria certo e comeu um pedaço de bolo de chocolate que estava exposto. Johnny segurou na mão da Kwon, sem deixá-la terminar de comer. O Lawrence, a Lee e a Kwon foram até a porta principal, vendo as duas garotas aparente bem.
─ Eu não acredito que não deu certo! ─ Johnny quase mordeu o próprio punho, bravo.
─ Sério? Você só tem boas ideias. ─ A garota respondeu, encostando na pilastra da porta.
De repente, Samantha e Tory começaram a discutir por algo que ela havia escutado ser o começo dessa briga delas. As duas apontaram o dedo uma para a outra, tentando achar apenas uma culpada. Johnny olhou para Scar e Devon, comemorando. As garotas balançaram a cabeça negativamente, discordando com a briga. No entanto, a discussão delas felizmente não durou tanto, já que uma se desculpou com a outra e finalizaram tudo com um abraço.
─ Merda.
─ Bom, talvez você tenha resolvido. ─ Bo-ra deu de ombros. ─ Elas finalmente falaram o que ainda não tinham conversado... e se entenderam. ─ Scar deu duas batidinhas no ombro do sensei, desacreditada. ─ Olha, pelo visto você mandou bem, sensei.
─ Eu sou seu pai, já pensou em me chamar assim? ─ Johnny parecia irritado todas as vezes que ela não falava ao menos uma vez a palavra pai. Até mesmo os garotos já havia superado tudo e já haviam chamado o Lawrence de pai. A única que ainda não tinha falado isso, apesar de já ter chamado Miguel e Robby de irmãos, foi a Kwon.
─ Você anda muito estressado... deve ser a idade! ─ Disse Bo-ra, ignorando o grito.
( . . . )
Na tarde seguinte, no Dojo, tudo parecia ter voltado ao normal. Todos treinando no mesmo Dojo, os três senseis trabalhando juntos, Samantha e Tory que havia voltado a treinar de verdade e sem medo. Tudo parecia perfeito. O Sekai Taikai estava próximo e eles teriam que decidir como seria a partir dali. O anúncio para dizer onde seria o torneio seria dentro de alguns minutos e todos ficaram ansiosos.
─ O anúncio acabou de sair! ─ Eli Moskowitz gritou para os colegas, carregando um tablet em uma mão. ─ Quem quer descobrir onde é que vai ser o Sekai Taikai?
Os alunos e senseis aglomeram-se atrás de Eli, ficando em uma posição que desse para ver ou ao menos escutar o pronunciamento do homem.
Parabéns a todos por terem entrado no Sekai Taikai. Estamos animados para finalmente anunciar a sede para a competição deste ano!
As artes marciais sempre tiveram uma rica história no Oriente e o Sekai Taikai já realizou muitos torneios em toda a Ásia. No entanto, nos últimos anos, equipes europeias abalaram o cenário competitivo, trazendo um estilo totalmente novo ao evento. Dentro desta região, há uma nação que continuou se destacando entre as demais por seu crescimento e dominação, tanto nas competições infantis, quanto adultas.
É com grande prazer que anúncio, que o Sekai Taikai deste ano será realizado em Barcelona, Espanha!
Enquanto se preparam para jornada, também apresentaremos as regras para o registro. Queremos testar a qualidade do Dojo de vocês e não a quantidade. E cada Dojo deverá selecionar seis lutadores para competir. Esses seus lutadores participarão de eventos em equipe, com um menino e uma menina servindo como capitães para entrar nas competições individuais, que serão televisionada ao redor do mundo.
Desejamos um caloroso Buena Suerte a todos os competidores e esperamos vê-los em Barcelona.
─ O que isso significa? ─ Robby perguntou, referindo-se a equipe.
─ Que nem todos vão entrar. ─ Bo-ra respondeu, sabendo que essa seria uma decisão complicada. ─ Apenas seis de nós.
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