𝓬 ⋮ i. echoes of the beginning
⚯ ͛ HARRY POTTER AND
THE PHILOSOPHER'S STONE
chapter one ( 🧙🏻♂️ )
O sol nascia preguiçoso sobre a colina onde a excêntrica casa dos Lovegood se erguia. Lá dentro, a mesa da cozinha estava coberta de mapas antigos, edições antigas do O Pasquim e um prato de biscoitos que Luna, com apenas nove anos, mordiscava enquanto brincava com uma pequena réplica de um Diricawl.
Seus cabelos loiros caiam soltos sobre os olhos enquanto ela fazia o pássaro desaparecer e reaparecer com um movimento de sua varinha de brinquedo.
Yvaine, agora com onze anos, estava sentada perto da janela, desenhando no caderno que sempre carregava consigo. Ela rabiscava formas que não entendia completamente, mas que pareciam surgir de sua mente como se fossem memórias ou visões.
No fundo, sentia-se inquieta. Fazia dias que ela esperava sua carta de Hogwarts. Enquanto todas as crianças bruxas recebiam a sua no dia de seus aniversários, a dela parecia atrasada.
⸻ Talvez eles tenham mudado de ideia. ⸺ Yvaine sussurrou para si mesma depois de um longo suspiro.
Luna, com sua curiosidade, largou o Diricawl e olhou para a irmã com seus grandes olhos azul-acinzentados.
⸻ É claro que vão te chamar. ⸺ Luna dissera confiante, tentando levantar o animo de sua irmã ⸺ Hogwarts é cheia de criaturas incríveis, e você é a pessoa mais incrível que conheço.
Yvaine sorriu levemente. Luna tinha o dom de iluminar qualquer momento sombrio com sua inocência.
De repente, o silêncio foi quebrado por um som estranho, não o bater comum de asas de coruja, mas um grito baixo, melancólico, como o lamento de algo esquecido. Ambas levantaram os olhos para a janela no instante em que uma criatura negra e esguia, com penas brilhantes como veludo molhado, pousava no parapeito.
⸻ É um Augurey! ⸺ Luna afirmou após se aproximar com cuidado e deduzir aquilo de acordo com seu conhecimento ⸺ Papai disse que eles só aparecem quando algo importante vai acontecer... ou quando vai chover!
Yvaine sentiu um arrepio ao olhar para o pássaro. Ele não parecia ameaçador, mas havia algo em seu olhar que a incomodava. Em sua perna fina estava amarrada uma carta de pergaminho, com um selo de cera vermelha que brilhava à luz do sol. Era sua carta.
Ela abriu a janela lentamente, e o Augurey inclinou a cabeça, observando-a com um olhar quase humano. Assim que Yvaine pegou a carta, o pássaro soltou um grito curto, bicou de leve o amuleto que ela usava no pescoço — o amuleto que fora de sua mãe — e então alçou voo, desaparecendo no céu cinzento.
⸻ Ele estava te desejando boa sorte, Yvaine. É um bom presságio. ⸺ Luna demonstrava o quanto estava encantada.
Yvaine não respondeu imediatamente. A rachadura no amuleto de sua mãe, que até então parecia estática, brilhou brevemente com uma luz prateada. Ela tocou o objeto com cuidado, sentindo um calor pulsar de dentro dele.
⸻ Não sei se isso foi um presságio de sorte... ⸺ Yvaine finalmente a respondeu
Ela abriu a carta com dedos trêmulos. As palavras familiares saltaram da página: Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Era real. Ela tinha sido convidada assim como os outros bruxos de sua idade.
Nesse momento, Xenofílio entrou na cozinha, quando viu a carta nas mãos da filha, um sorriso orgulhoso iluminou seu rosto.
⸻ Ah, sabia que minha estrela mais brilhante estava destinada a grandes coisas! ⸺ Ele disse esboçando um sorriso alegre ⸺ Mas... um Augurey como mensageiro? Isso é... incomum.
Yvaine mostrou o amuleto ao pai, ainda intrigada com o que havia acontecido. Ele franziu a testa, tocando-o levemente.
⸻ Pandora sempre disse que este amuleto guardava um segredo... ⸺ Ele explicou tentando assimilar as coisas ⸺ Parece que ele está começando a despertar.
Luna, distraída, começou a correr pela cozinha, imitando o grito do Augurey enquanto segurava seu Diricawl.
⸻ Yvaine vai para Hogwarts! Yvaine vai para Hogwarts! ⸺ A mais nova cantarolou, feliz por sua irmã.
Mas Yvaine mal ouviu. Seu olhar estava fixo na carta, na menção do castelo, nas promessas de um novo mundo. Ela sentia-se feliz, claro, mas também... nervosa. Algo mudara naquele dia. Algo que ia muito além da carta.
Xenofílio colocou uma mão no ombro da filha, sua expressão de orgulho agora mesclada com uma sombra de preocupação.
⸻ Lembre-se, minha estrela, Hogwarts não é só um lugar de aprendizado. É um lugar onde segredos antigos se revelam. E parece que seus segredos estão mais perto de serem descobertos do que imaginamos. ⸺ Xenofílio disse baixinho ⸺ Vamos dar um jeito e comprar tudo que você precisa. E finalmente, sua varinha vai escolher você.
Yvaine olhou pela janela, onde o céu começava a escurecer com nuvens carregadas. Ela não sabia explicar, mas tinha a sensação de que sua jornada em Hogwarts seria muito mais do que ela havia imaginado.
Yvaine segurava o amuleto com delicadeza, o brilho prateado da pequena peça refletindo a luz pálida que invadia seu quarto. A textura fria do objeto era familiar, quase reconfortante, como um eco da voz de sua mãe que ainda vivia em suas memórias. Pandora sempre dizia que o amuleto era mais do que um enfeite — era um lembrete de força.
"Você será sempre mais forte do que imagina, minha pequena estrela", Pandora havia sussurrado certa vez, enquanto afivelava o colar ao redor do pescoço de Yvaine. Elas estavam no jardim, cercadas pelas flores que Pandora cultivava com tanto carinho. O cheiro de jasmim misturava-se à risada suave de sua mãe.
Agora, sozinha, Yvaine sentia o peso simbólico do amuleto em suas mãos. Era como se o objeto guardasse pedaços do amor de sua mãe, protegendo-a mesmo na ausência. Ela colocou o colar no pescoço e fechou os olhos, tentando evocar o conforto daquela lembrança.
⸻ Você estaria orgulhosa de mim, mãe? ⸺ murmurou, sua voz baixa e quase inaudível no quarto silencioso.
Quando abriu os olhos, viu Luna entrando no quarto, os olhos sonhadores fixos em um ponto distante.
⸻ Está pronta, Yvaine? ⸺ A mais nova perguntou notando cada detalhe de sua irmã, incluindo o medalhão ⸺ Papai disse que precisamos ir antes que os bufadores de chifre enrugado bloqueiem a estação.
Yvaine sorriu, limpando uma lágrima teimosa antes que Luna a visse.
⸻ Estou pronta.
O sol estava baixo no céu quando Yvaine Lovegood e seu pai, Xenofílio, deixaram a pequena casa em Ottery St. Catchpole em direção ao Beco Diagonal. Era um dia importante, o início de uma nova etapa para Yvaine, mas a viagem também trazia um misto de empolgação e melancolia. Desde a morte de Pandora, a casa dos Lovegood parecia mais silenciosa, quase vazia, e Yvaine sentia o peso daquela ausência em momentos como esse. Ainda assim, ela tinha um brilho no olhar ao segurar a carta de Hogwarts em suas mãos pequenas.
⸻ Vamos primeiro à loja de varinhas ⸺ disse Xenofílio, sua voz calma, mas com um tom de entusiasmo. Ele vestia sua habitual túnica amarelada, um pouco desgastada, e segurava uma bolsa de couro, cujo peso denunciava o esforço que havia feito para garantir que Yvaine tivesse o essencial para seu primeiro ano.
O Beco Diagonal era um lugar fascinante, repleto de lojas mágicas, bruxos apressados e um burburinho constante que deixava Yvaine encantada. Ela nunca tinha visto tantos bruxos e bruxas reunidos em um só lugar. Seus olhos azuis brilhavam a cada nova descoberta, mas ela sabia que precisava conter o entusiasmo. A bolsa de dinheiro de Xenofílio não estava exatamente cheia, e ela entendia a importância de priorizar o essencial.
Quando entraram na loja de Ollivander, um sino suave anunciou sua chegada. O interior era apertado e silencioso, com pilhas de caixas de varinhas espalhadas por todos os cantos. Um homem idoso, com olhos pálidos e curiosos, apareceu por trás de uma das estantes.
⸻ Ah, senhor Lovegood. E esta deve ser sua filha. ⸺ Ollivander falou com um sorriso leve, inclinando a cabeça para Yvaine. Ele sabia que era época de conhecer novas crianças que estavam se preparando para sua primeira jornada em Hogwarts ⸺ Pronta para encontrar sua varinha, senhorita Lovegood?
Yvaine assentiu, sentindo um misto de nervosismo e expectativa. Ela estendeu a mão, como se já esperasse que ele colocasse uma varinha ali. Ollivander desapareceu entre as estantes e voltou com uma primeira tentativa.
⸻ Aqui está. Salgueiro, 22 centímetros, flexível, cerne de pelo de unicórnio.
Ela segurou a varinha, mas antes que pudesse dar qualquer movimento, Ollivander balançou a cabeça e a retirou rapidamente.
⸻ Não, não, definitivamente não. Tente esta: nogueira, 24 centímetros, pena de fênix.
O processo continuou por quase meia hora. Yvaine tentou várias varinhas, mas nenhuma parecia adequada. Algumas faiscaram de maneira errada, outras não fizeram absolutamente nada. Por um momento, ela temeu que talvez não houvesse uma varinha para ela. Então, Ollivander trouxe uma última opção.
⸻ Esta é especial ⸺ disse ele. ⸺ Álamo, 21 centímetros, flexível, com um núcleo de cabelo de Veela. Não muito comum, mas... talvez...
Assim que Yvaine segurou a varinha, um calor suave percorreu sua mão, como se ela estivesse apertando a mão de um velho amigo. Pequenas faíscas douradas dançaram no ar, e Ollivander sorriu satisfeito.
⸻ Ah, sim. Esta será leal a você, senhorita Lovegood.
Xenofílio pagou pela varinha, embora Yvaine pudesse ver a expressão preocupada em seus olhos ao entregar o dinheiro. Eles ainda precisavam comprar os outros materiais, mas ele não deixou transparecer qualquer desânimo.
⸻ Agora para os livros ⸺ disse ele, conduzindo-a até a Floreios e Borrões.
A livraria estava cheia de outros bruxos, muitos deles com crianças da idade de Yvaine, todos comprando os mesmos livros que ela. Ao longo das estantes, títulos como "Mil Ervas e Fungos Mágicos" e "História da Magia" chamaram sua atenção. Yvaine adorava ler, e sua curiosidade natural a fazia querer levar todos os livros, mesmo aqueles que não estavam na lista.
⸻ Podemos levar este também? ⸺ ela perguntou, segurando um exemplar de "Os Mistérios do Mundo Mágico".
⸻ Talvez outro dia, minha querida. Precisamos focar no necessário. ⸺ Xenofílio hesitou
Yvaine assentiu, embora sentisse uma pontada de desapontamento. Com os livros certos escolhidos, eles seguiram para a loja de caldeirões, onde compraram um modelo simples de estanho, e depois para Madame Malkin, onde Yvaine foi medida para suas vestes escolares.
Enquanto Madame Malkin ajustava as bainhas, Yvaine olhava para seu reflexo no espelho. As vestes pretas lhe davam um ar mais sério, quase adulto, mas ela ainda se sentia uma criança. Era difícil imaginar que em poucos dias estaria em um castelo mágico, aprendendo feitiços e fazendo parte de um mundo que até então parecia distante.
O último item na lista era uma gaiola para sua coruja, uma vez que Xenofílio já havia garantido uma pequena coruja parda para ela semanas antes, como presente de despedida.
⸻ Eu pensei em chamá-la de Íris ⸺ disse Yvaine, acariciando a cabeça da coruja.
⸻ Um belo nome ⸺ respondeu Xenofílio com um sorriso, enquanto pagava pela gaiola.
Com todos os materiais necessários em mãos, os dois fizeram o caminho de volta para casa. Durante a viagem, Yvaine não conseguia parar de pensar no que estava por vir. Hogwarts parecia um sonho distante, e agora estava tão perto. Apesar de sua empolgação, ela sabia que a partida seria difícil. Deixar Xenofílio sozinho com Luna não era algo que ela desejava, mas ele parecia determinado a encorajá-la a abraçar essa nova aventura.
⸻ Você será brilhante, Yvaine ⸺ disse ele enquanto caminhavam pela estrada em direção à casa. ⸺ Sua mãe estaria muito orgulhosa de você.
As palavras aqueceram o coração de Yvaine, embora ela sentisse um nó na garganta. Naquela noite, enquanto organizava seus livros e materiais, ela olhou para a varinha sobre a mesa. Passou os dedos pelo cabo suave e sentiu uma pontada de ansiedade e animação.
Era o início de uma nova jornada. E embora ainda não soubesse o que encontraria em Hogwarts, Yvaine estava pronta para descobrir.
O sol ainda estava nascendo sobre a colina onde a casa dos Lovegood se erguia. A manhã estava silenciosa, com o som ocasional do vento balançando as árvores ao redor. Dentro da casa, o ambiente era um pouco mais agitado do que o habitual.
Yvaine Lovegood estava de pé ao lado de sua mala, revisando mentalmente a lista de itens que já havia conferido três vezes. Íris, sua coruja parda, observava tudo de sua gaiola, enquanto Xenofílio Lovegood, seu pai, estava parado perto da mesa de jantar, lendo a última edição do Pasquim.
⸻ Papai, temos que ir ⸺ insistiu Yvaine, olhando para o relógio antigo pendurado na parede.
⸻ Ah, sim, claro ⸺ respondeu Xenofílio, dobrando o jornal de maneira distraída. ⸺ Mas é importante lembrar, minha querida, que o tempo é uma construção muito relativa.
Luna, que estava em pé perto da janela, virou-se para a irmã com um sorriso sonhador.
⸻ Você não vai se atrasar. O Expresso de Hogwarts nunca sai sem todos os alunos. Talvez os narguilés o atrasem, quem sabe?
Yvaine riu baixinho, sentindo-se um pouco menos ansiosa com o comentário de Luna. Ainda assim, ela sabia que era hora de ir. Xenofílio pegou a mala com uma das mãos e a gaiola com a outra, enquanto indicava que todos se aproximassem da porta.
⸻ Vamos, minhas queridas. Temos um trem para pegar.
A viagem até a estação foi feita de forma peculiar, como tudo na vida dos Lovegood. Sem um carro, Xenofílio os levou a um local isolado na base da colina e, segurando firmemente as mãos das filhas, Aparatou diretamente para a entrada da estação King's Cross.
A sensação de Aparatação ainda era desconfortável para Yvaine, como se fosse puxada por um anzol invisível. Quando finalmente chegaram à estação, ela respirou fundo, tentando se estabilizar.
⸻ Viu? Nenhum osso deslocado! ⸺ exclamou Xenofílio com satisfação, ajeitando sua túnica impecavelmente limpa mesmo que desgastada.
A movimentada estação estava cheia de pessoas indo e vindo. Entre malas sendo arrastadas e crianças gritando, os Lovegood chamavam atenção por sua aparência excêntrica. Luna caminhava descalça, segurando um par de sapatos na mão, enquanto Xenofílio parecia completamente alheio ao burburinho ao seu redor.
⸻ Agora, Yvaine ⸺ disse Xenofílio, parando em frente à barreira entre as plataformas 9 e 10. ⸺ Você só precisa acreditar que pode atravessar. E não tenha medo de ir em frente.
Yvaine segurou firme o carrinho com sua mala e a gaiola de Íris. Olhou para a barreira de tijolos, respirou fundo e avançou. Por um momento, achou que bateria de frente, mas, antes que percebesse, estava do outro lado.
A plataforma 9 ¾ estava lotada de bruxos e bruxas, com estudantes empurrando malas e dizendo despedidas apressadas. O Expresso de Hogwarts, um trem vermelho brilhante, estava parado, soltando vapor e criando um ar de mistério e magia.
Xenofílio e Luna apareceram logo atrás dela, e Yvaine sentiu o coração disparar ao olhar para o trem.
⸻ Bem, minha querida, aqui está o começo da sua grande jornada ⸺ disse Xenofílio, abaixando-se para abraçá-la. ⸺ Lembre-se de que o inesperado é sempre bem-vindo.
Luna sorriu, estendendo a mão para ajeitar uma mecha de cabelo da irmã.
⸻ Escreva para nós. Quero saber se os testrálios são tão amigáveis quanto parecem.
⸻ Eu vou escrever, prometo ⸺ disse Yvaine, abraçando ambas com força.
O apito do trem ecoou pela plataforma, indicando que era hora de embarcar. Yvaine subiu os degraus com cuidado, olhando para trás uma última vez para ver seu pai e sua irmã acenando. Luna parecia estar perdida em pensamentos, mas sorriu para ela, enquanto Xenofílio agitava as mãos de forma exagerada, como se fosse lançar um feitiço de despedida.
Dentro do trem, o corredor estava cheio de estudantes animados, rindo e conversando. Yvaine não conseguia encontrar um compartimento vazio, tudo estava tão cheio.
Quando o trem começou a se mover, ela percebeu que estava deixando para trás algumas coisas das mais importantes que tinha e tentou se contentar que aquilo era para um bem, e não seria por muito tempo, apenas o suficiente.
Hogwarts estava mais perto do que nunca, e Yvaine sabia que sua vida estava prestes a mudar para sempre.
Yvaine andou muito pelo corredor do trem até achar uma cabine que havia somente dois garotos, para a sorte dela. Um deles estava mostrando alguma coisa em sua testa para o outro, que parecia maravilhado em ver aquilo e ela sabia quem era. Harry Potter. O garoto de quem todos falavam.
Yvaine limpou a garganta chamando a atenção dos meninos para ela e antes que pudesse falar alguma coisa, colocou sua coruja para dentro e ofereceu um sorriso gentil.
⸻ Posso... ficar nesta cabine também? ⸺ Ela perguntou um pouco tímida ⸺ As outras estão...
⸻ Muito cheias ⸺ O garoto ruivo completou sua frase como se tivesse lido sua mente, mas a verdade é que ele tinha dado o mesmo motivo.
Ambos concordaram quando Yvaine se sentou ao lado do ruivo, acomodando a gaiola de Isis a seu lado sem nenhuma preocupação.
⸻ Eu sou o Harry ⸺ O garoto da cicatriz se apresentou primeiro ⸺ Ele é o Ron.
⸻ Meu nome é Yvaine ⸺ Ela se apresentou também
⸻ Y o que? ⸺ Ron perguntou parecendo demonstrar dificuldade em pronunciar o nome da garota a seu lado
Mas antes que pudesse responder alguma coisa, uma senhora passou pelo corredor oferecendo doces para eles. Ron negou, mesmo tendo seus olhos brilhando por aquilo, ele mostrou um pacote bem embalado e dissera que trouxera de casa, um sorriso sem graça se formou em seus lábios logo em seguida.
Yvaine teve praticamente a mesma reação, mas ela não disse nada, apenas observou quando Harry pediu tudo que a senhora tinha, mostrando a quantidade de dinheiro que, era o suficiente para paga-la.
A senhora não hesitou de deixar tudo naquele vagão e as crianças não pensaram duas vezes antes de atacar cada doce com um belo sorriso no rosto.
⸻ Tem feijãozinhos de todos os sabores ⸺ Harry indicou para ele
⸻ Todos mesmo ⸺ Ron disse de boca cheia enquanto observava alguns deles.
Ron fez questão de citar cada um dos sabores para os novos amigos que fizera naquele vagão. Harry por sua vez instalou sua curiosidade sobre os sapos de chocolate.
Yvaine começou a explicar sobre o feitiço deles e Ron completou com a coleção de figurinhas que ele tinha, ou quase, devido aos Dumbledore repetidos que tomavam conta de sua coleção.
Harry estava impressionado com o sumiço daquele bruxo de sua figurinha até se distrair com o gritinho que Yvaine soltou ao observar um rato em uma das caixinhas de doce
⸻ Não se assuste assim, é patético ⸺ Ron falou para a garota ⸺ Esse é o Perebas. O Fred me deu um feitiço para ele ficar amarelo, querem ver?
⸻ Quero ⸺ Foi Harry quem respondeu todo empolgado
Quando Ron pegou sua varinha para conseguir lançar o feitiço que o irmão havia ensinado a ele, uma garota apareceu na porta os fazendo desviar a atenção totalmente para ela.
⸻ Alguém viu um sapo? ⸺ Ela perguntou ⸺ Um menino chamado Neville perdeu o dele.
Os três presentes naquela cabine negaram, tirando o sapo de chocolate que Harry deixou fugir, nenhum outro sapo apareceu por ali, mesmo que eles não tivessem prestando muita atenção.
⸻ Ah, está fazendo magia? ⸺ A garota perguntou com um ar um pouco superior, desviando a atenção de sua busca para intromissão ali ⸺ Essa eu quero ver.
⸻ Sol, margaridas, amarelo maduro ⸺ Ron recitou como se precisasse provar alguma coisa ⸺ Torne amarelo esse rato burro.
Nada aconteceu. O rato resmungou e uma faisca saiu dele, mas nenhum sinal da cor amarela pelos seus pelos.
⸻ Tem certeza de que isso é mesmo um feitiço? ⸺ A garota ainda parada na porta tornou a perguntar, um risinho sarcástico saiu dela ⸺ Parece que não é muito bom não é? É claro que eu só tentei fazer algum simples sozinha. E não tive problema.
A garota entrou no vagão com sua varinha preparada e Yvaine só conseguia encara-la, ela estava incomodada com o ar superior da garota que parecia ter sua idade, nem menos, nem mais. No entanto, Yvaine também sabia alguns feitiços simples, diferente da garota, ela não pensara em se mostrar daquela forma.
A garota lançou um feitiço nos óculos de Harry, os concertando, para provar que realmente conseguia lançar um feitiço mesmo que simples, e que, ele realmente alcançava um resultado bom.
⸻ Bem melhor, não acha? ⸺ Ela perguntou
⸻ Reparo é um feitiço fácil de se aprender ⸺ Yvaine resmungou para si mesma, não era difícil notar que ela queria cortar aquele momento mesquinho.
⸻ Nossa, você é Harry Potter ⸺ a garota falou desviando a conversa quando notou quem era o garoto sentado a sua frente. ⸺ Sou Hermione Granger. E... vocês dois?
⸻ Ron Weasley ⸺ O ruivo respondeu comendo um doce
⸻ Yvaine Lovegood ⸺ Yvaine respondeu mais baixo, dessa vez olhando fixamente para Hermione
⸻ Ah... Prazer ⸺ A garota expressou surpresa quando a Lovegood terminou de se apresentar ⸺ Vão colocar logo suas vestes. Eu acho que já estamos chegando.
Ela se preparou para sair mas ao passar a porta voltou como se estivesse esquecido alguma coisa, ela olhou para Ron logo em seguida. Ela alertou o ruivo dizendo que havia algo estranho em seu nariz mas não era nada alem de sardinhas.
Yvaine olhou para os garotos assim que Hermione deixou a cabine, mas apenas respirou fundo e desviou o olhar para a janela, ela queria se certificar de que realmente estavam chegando.
Yvaine olhou pela janela do trem novamente, as paisagens verdes passando rapidamente, mas sua mente estava longe dali. Estava indo para Hogwarts, mas não sabia o que esperar. Sua mãe, Pandora, sempre falava sobre o castelo com tanto carinho, mas agora ela não estava lá para segurar sua mão e dizer que tudo ficaria bem.
⸻ Yvaine, você está bem? ⸺ Harry perguntou, olhando para ela com um olhar curioso, que de alguma forma parecia mais compreensivo do que ela imaginava para alguém tão jovem.
Ela desviou o olhar da janela e forçou um sorriso.
⸻ Sim, só... um pouco nervosa. É muito diferente de tudo o que eu já vi. ⸺ Ela se sentiu meio boba por ter dito aquilo. Era apenas uma escola, certo? Mas não era qualquer escola. Era Hogwarts.
Ron, que ainda estava mastigando seu sapo de chocolate, levantou os ombros.
⸻ Eu fico nervoso também. Mas Fred e George disseram que a comida é incrível lá. Acho que vai valer a pena. ⸺ Ele riu um pouco, e Yvaine sorriu com ele. Ela sabia que isso era algo que a maioria das crianças de sua idade pensaria em primeiro lugar.
Yvaine voltou a observar pela janela, ainda com todos os seus sentimentos se misturando dentro de si, para uma criança de onze anos ela já havia passado por tanto e sentia ainda mais depois de tudo.
⌞ NOTES ⌝
⸻ A Yvaine tendo uma impressão ruim da Mione de primeira mão mas eu juro que não vai ficar assim e nem vai ser ruim, gente. Bom, não tenho muito o que dizer sobre esse capitulo, pretendia fazer um pouco maior mas com a divisão que organizei percebi que não vai ser tão necessário assim capítulos enormes. Enfim, espero que gostem, bebam agua e até o próximo.
メ𝟶メ𝟶
⸝⸝ words: 3,8k
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