𝟬𝟬. EM BUSCA DO MEDIUM
A DAEBAK REAL ESTATE, ou também chamada de imobiliária Daebak, não era uma imobiliária qualquer. Apesar das habilidades da família de Oh Ye-sol estarem presentes desde 1500, foi apenas com a tataravó de Yesol que a imobiliária foi criada. Antes, a antiga Hong morava em uma cidadezinha do interior da província de Jeollanam-do, chamada Naju. Quando ela morreu, Hong Mi-jin, avó de Yesol se mudou para um dos bairros de Incheon, cidade vizinha se Seul, que é onde a imobiliária se mantém até hoje.
O negócio da família é simples: elas são corretoras de imóveis, que exorcizam e limpam prédios onde pessoas morreram e os espíritos ainda estão frequentando. Por serem cidades muito populosas e existirem muitas pessoas crentes de que espíritos possam existir ─ independentemente de religião ou não, muitos coreanos costumam buscar ajudar com xamãs ou nesse caso, um exorcista. Como os boatos correm muito rápido e as pessoas facilmente ficam sabendo sobre os assuntos alheios, é normal que prédios e casas que tenham espíritos sejam vendidos, antes de serem limpos.
E esse é o trabalho.
Limpar os prédios, vende-los e ganhar uma comissão que seja favorável para ambos os lados.
─ Eu não acredito que você fez isso! ─ Yesol gritou, batendo na bancada de madeira do escritório. ─ Você não podia esperar mais um pouco até acharmos nossos pais? ─ Seus olhos arregalaram de raiva. Ela se jogou na cadeira, colocando as mãos no rosto e querendo arrancar os próprios olhos só de raiva. ─ Eu vou te matar!
Ye-sol se levantou da cadeira bruscamente, indo para cima do irmão que era seis anos mais novo. Por mais que as olhos das pessoas que nunca entraram em contato com ela, Oh Ye-sol parecesse quase perfeita, com um beleza e inteligência estonteante, ela era, na verdade, uma garota com um temperamento explosivo, cujo os punhos vinham antes de suas palavras e sua força era posta a prova.
─ Espera noona! ─ Ye-seok gritou, correndo para trás da mesa de centro que eles usavam para as reuniões e também para comer juntos quando queriam. ─ Eu posso explicar!
Mas Oh Ye-sol não queria saber de explicações, porque nenhuma delas faria Ye-seok ser virgem ou ser um medium novamente. A questão é que ela não estava nem ai se ele perdesse a virgindade dele em outro momento, pois seria uma escolha dele de não queria fazer parte disso, o problema era que eles precisavam a todo custo se ajudar para achar os pais e ao mesmo tempo conseguir resolver os casos da imobiliária.
─ Ye-seok, você já pensou se for um fantasma-ovo como já aconteceu? ─ Ela perguntou ao irmãos, o segurando pela gola do moletom branco. ─ Ou um outro tipo de fantasma pior? Em?
Hong Ji-a e Oh In-beom já tiveram que lidar com um fantasma-ovo há 25 anos atrás e não foi nenhum pouco fácil. Ye-sol confiava nela e nas suas habilidades, chegando às vezes até mesmo a ser impulsiva como a mãe de achar que poderia resolver as coisas sozinha se não quisessem ajudá-la. Mas, Ye-seok também era filho deles e estava contribuindo com a irmã para achar os pais. Era um médium forte, mas que agora, havia deixado de ser.
─ Sinto muito. ─ Disse em um tom de voz desesperador. O mais novo abaixou a cabeça, como os coreanos normalmente faziam, pedindo desculpas. ─ Só... aconteceu.
Yeseok lamentava por ter decepcionado sua irmã e não conseguir ajudar seus pais, mas não conseguia dizer que se arrependia da noite que teve. Para sua irmã era muito mais fácil falar, do que sentir. Ela poderia fazer o que quisesse que isso não afetaria em suas habilidades, mas era muito mais complicado quando se tratava de um jovem no último ano ensino médio como ele.
─ Eu não pedi para você ser virgem pelo resto da vida, só queria que me ajudasse. ─ Yesol olhou mais um pouco para seu irmão mais novo e soltou a gola do moletom. ─ Você sabe como é difícil achar um bom médium? ─ Indagou, ainda furiosa. ─ Ultimamente está cada vez mais complicado!
─ Noona, me desculpa. ─ Pediu mais uma vez, agora, se curvando no chão. Yeseok provocava muito mais do que agia como um irmão bondoso, mas naquele momento ele estava com medo de ser morto. ─ Para me redimir eu vou te ajudar a achar outro médium!
Isso não seria o mínimo?
─ Uau, que grande ajuda. ─ Ela resmungou, sentando-se na cadeira de rodinhas da sua mesa e suspirou. ─ Agora nem podemos achar nossos pais, nem mesmo trabalhar graças a você!
Eles precisavam de um médium para ambos. Não tinha como Yesol ser possuída, pois a possessão em um exorcista só deveria ser realizada quando o mesmo estivesse sem opções. É um caso raro e perigoso.
O som do desespero foi interrompido momentaneamente quando a secretária Won Ja-kyu chegou. Ela abriu a porta e se separou com os dois irmãos olhando para ela. Ye-sol com uma cara de poucos amigos e Ye-seok de alguém que pedia socorro.
─ O que você fez dessa vez, Ye-seok? ─ Ela perguntou, jogando a bolsa preta que usava para trabalhar, de lado e o encarando. ─ Eu sei que sua irmã não é a pessoa mais simpática do mundo, mas a sua cara tá girando "me ajuda".
─ Nada demais. ─ O garoto deu de ombros, fingindo que nada aconteceu.
─ Ele não é mais virgem. ─ A Oh respondeu por ele.
A senhorita Won fechou os olhos por alguns segundos e permitiu-se xingar mentalmente. Ela não atacaria o jovem Oh Ye-seok como a irmã mais velha, já que Jakyu era muito mais paciente e controlada, mas ainda sim, aquela situação em que eles estavam era complicada.
─ Espero que pelo menos tenha sido bom. ─ A secretária falou, colocando algumas mechas de cabelo para trás da orelha.
Ye-seok deu um sorrisinho travesso e concordou, dando um sinal de positivo.
─ Temos que achar outro médium o mais rápido possível. ─ Won Jakyu andou até Oh Yesol e passou a mão nas suas costas, a confortando. ─ Vai ficar tudo bem, senhorita Oh.
Ye-sol poderia parecer uma figura feminina sem nenhum traço de sentimento com os outros, mas era muito diferente quando se tratava da sua família.
─ Não precisam, eu já coloquei na internet! ─ Agora que tudo ficou mais calmo, Ye-seok aproximou-se das duas.
Ele olhou para sua irmã mais velha algumas vezes antes de perceber que estava tudo bem e que ele poderia continuar falando. O garoto inclinou-se para frente do computador de mesa e abriu as páginas que havia feito no Facebook, Instagram e Cyworld.
─ Fiz hoje de manhã. ─ Disse, deixando o anúncio no Facebook aberto para que elas pudessem ver. ─ Sei que não compensa, mas ajuda.
Ye-sol olhou para ele como se desconfiasse que ele já havia planejado aquilo muito antes de acontecer. Yeseok deu um sorriso desesperador, esperando que ela acreditasse e que só aceitasse que ele ao menos havia tentado ajudar.
─ Olha, já tem um candidato. ─ A secretária apontou para a tela. ─ Você pode ficar vendo e anotando os nomes e números para mim, Ye-seok? ─ Won pediu e ele concordou imediatamente. ─ Eu entro em contato com eles e marcamos um dia para todos virem e testarmos.
Won Jakyu sorriu para os dois garotos e andou até sua mesa. Ela teria que fazer muitas ligações, reagendar limpezas de casas e entre outras coisas até acharem outro médium. Implorava mentalmente para que tudo desse certo e eles conseguissem achar o melhor médium possível.
─ Olha, Yesol, achei isso aqui também. ─ O irmão falou, mostrando um anúncio em outra das redes que estava mexendo. ─ Você acha que é verdade? Isso seria ótimo!
Oh Ye-sol endireitou-se na cadeira e empurrou o irmão um pouco para o lado. Ela segurou o mouse do computador e rolou a tela, focando e lendo cada palavra daquele anúncio. A página era roxa e azul, com detalhes e colunas brancas. Um texto indicando a oferta e logo abaixo, o número e e-mail para contato.
O XAMÃ E MEDIUM ESPIRITUAL
Guiado pelos bons espíritos, o Xamã pode conversar com espíritos, ver seu futuro, exorcizar demônios que rondam sua alma e se comunicar com os mortos.
─ Ele parece ser mesmo um. ─ Yeseok falou, quebrando o silêncio ensurdecedor. ─ Deveríamos falar com ele. Muitas pessoas vão nele para se consultar e dizem que ele é ótimo!
A mais velha encostou as costas na cadeira e cruzou os braços. Um sorriso ladino saiu de seus lábios e ela pôs a cabeça para trás, rindo. Yeseok e a secretária Jakyu, que não entenderam, se entre olharam ─ pensando se isso era um bom ou um péssimo sinal. Aquele sorriso não parecia ser muito de felicidade.
─ Você acha mesmo que esse cara é um médium? ─ Ela riu novamente, descruzando os braços e olhando para o irmão. ─ Ele é um charlatão. Da pra vê só nessa página ridícula e esses olhos de mentiroso.
Ela riu mais uma vez. Agora, com raiva. A exorcista odiava charlatões, principalmente aqueles que mexiam com a vida espiritual. Era como brincar com a fé e a dor de outras pessoas.
─ Não pode dar uma chance? ─ O irmão pediu. Talvez fosse por pura inocência ou espiritualidade, mas ele acreditava que esse tal xamã ajudaria. ─ Você é muito desconfiada.
Won Jakyu caminhou de volta até onde os dois irmãos estavam e olhou para o site. Com uma expressão confusa, ela pôs a mãos na linha da mandíbula, esfregando o local. Entendia o que eles queriam dizer.
─ Ok, ele não parece ser mesmo muito sério. ─ Disse, interpretando que aquela foto do garoto fazendo um coração fosse muito informal. ─ Mas se ele for bom e as pessoas gostem, pode ter feito o site assim para parecer ser mais amigável.
─ É ridículo, você quis dizer. ─ Ye-sol revirou os olhos.
─ Meio brega. ─ Tentou sem mais complacente possível. ─ Mas seu irmão tem razão, podemos tentar. ─ Deu de ombros. ─ Não temos muitas opções. Temos seus pais e a imobiliária para cuidar. Somos os únicos aqui que fazemos isso.
Ela tinha razão, não custava tentar. Mas assim como sua mãe, Yesol odiava perder tempo com mentirosos. Então ela respirou, fechou os olhos momentaneamente e acordou de seus pensamentos segundos depois.
─ Ok, vamos mandar um e-mail. ─ Ela concordou, discordando. Teve que largar sua desconfiança um pouco de lado.
─ Ligar é melhor e mais rápido. ─ Yeseok disse, agindo rapidamente e pegando seu celular no bolso.
A irmã bufou. Ele digitou os números rapidamente no aparelho e levou a orelha, implorando para que desde tudo certo. Quando o bip chamou sua atenção e alguém atendeu, ele passou rapidamente para a irmã.
─ Aqui é o secretário do Xamã, com quem eu falo? ─ Uma voz masculina do outro lado da linha falou, simpático.
Yesol lançou um olhar de falcão para o irmão quando ele largou o celular para ela atender e correu para o outro lado. A secretária já havia voltado a sua mesa antes da ligação, portanto não tinha como recorrer a nenhum deles.
Se vira, Yesol.
─ Oi, tudo bem? ─ O homem perguntou novamente, se perguntando se havia alguém do outro lado da linha. ─ Com quem eu falo?
Esse idiota tem até secretário, pensou.
─ Olá, gostaria de falar com o xamã. ─ Falou segundos depois, finalmente respondendo o rapaz.
─ Ah, me desculpe, mas só poderá falar com ele depois que marcar uma sessão. ─ Respondeu ainda gentilmente.
─ Não quero uma sessão, é outro assunto particular. ─ Respondeu diretamente. Não gastaria dinheiro com ele. ─ Por isso preciso falar direitamente com ele.
─ Mas você não pod... ─ Antes que a frase fosse concluída, ele foi interrompido.
─ É uma proposta. ─ Disse, pensando rapidamente em como fazê-lo aceitar falar com ela. ─ Tenho uma proposta. ─ Se ela estava certa e ele era um charlatão, eles iriam visar o dinheiro junto com a palavra 'proposta'. ─ Soube que ele é muito bom, então queria falar com ele pessoalmente.
Yesol estava a dois passos de gritar no celular e mandar eles irem a merda se não queriam falar. Mas se segurou, tentando seguir o que Jakyu e Ye-seok falaram.
─ Oi, aqui é o Xamã. ─ Outra voz masculina, mas diferente, falou do outro lado da linha. ─ Meu secretário disse que você queria falar particularmente comigo.
Eles haviam caído.
─ Sim. ─ Respondeu. ─ Como disse a ele, soube que você é um ótimo xamã e talvez precise dos seus serviços. ─ Nem ela acreditava que ele era um 'ótimo xamã', parecia piada. ─ Mas preciso me encontrar com... você? Para oferecer a proposta. ─ Concluiu. ─ Posso te chamar de você? ─ Perguntou a garota. ─ Acredito que somos quase da mesma idade, então me sinto desconfortável em te chamando de senhor.
─ Claro. ─ Ele concordou. ─ Como é seu nome, senhorita...
─ Yesol. Oh Ye-sol. ─ Falou em seguida. Até que ele parecia educado... Como a maioria dos charlatões. ─ Podemos marcar um dia para nós encontrarmos? Irei eu e minha secretária.
─ Tudo bem. ─ A voz desse rapaz, o xamã, também demonstrava simpatia. ─ Pode me mandar seu contato?
─ É só entrar no site 'Daebak Real Estate', lá têm o contato e o e-mail do meu negócio. ─ Ye-sol falou, batucando a ponta dos dedos na mesa. ─ Já sei seu endereço. Posso ir ai amanhã de tarde?
─ Sim, às 14 horas. ─ Ele concordou.
─ Ótimo, até amanhã. ─ Disse desligando o celular antes que ele falasse mais alguma coisa.
Ye-seok pôs a cabeça para fora da cozinha e olhou para irmã com um sorriso amarelo no rosto. Ele caminhou até lá e colocou uma lata de café gelado, oferecendo a bebida. Sem falar nada, a Oh mais velha pegou a lata, abriu e tomou um pouco.
─ Então? Vamos vê-lo amanhã? ─ Ele puxou uma cadeira de rodinha de outra mesa e se sentou na frente da irmã.
─ Você vai para o colégio. ─ Corrigiu, fazendo seu irmão bufar. ─ Vou com a senhorita Won.
A Oh inclinou-se para frente, apoiando seus cotovelos na bancada do computador e encarando os olhos daquele dito xamã e médium. Suas mãos cruzaram um pouco abaixo do seu rosto e outro sorriso ladino surgiu naqueles lábios.
─ Vamos ver quem você realmente é, senhor xamã.
JÁ NA CAPITAL SUL COREANA, cidade vizinha de Incheon, em uma casa alugada, os irmãos e vigaristas Ha Moon-jae e Ha Do-jae, pareciam comemorar mais uma vitória depois da última sessão do dia. O mais velho, Dojae, foi até a frente da casa e fechou o portão, colocando a plaquinha de que estavam fechados.
Moonjae tirou o hanbok ─ roupa tradicional coreana usada é usado em celebrações tradicionais, festas, datas especiais e também por xamãs, e se jogou no sofá da sala. Claro, não antes de colocar sua calça moletom e seu casaco quentinho favorito de ficar em casa. Depois de guardar as coisas, Dojae voltou para a sala com dias garrafas de cerveja abertas, uma para cada um e ofereceu ao irmão. O rapaz de 25 anos, que havia tido um dia muito cheio enganando pessoas, segurou a garrafa e brincou com seu irmão.
─ Acho que finalmente poderemos pagar nossa dívida. ─ Moonjae falou depois de tomar um gole da bebida. ─ Depois podemos pensar no que faremos.
─ É, finalmente aqueles otários vão nos deixar em paz. ─ Dojae, de 28 anos, respondeu.
Pode parecer que pelas suas falas, eles começaram aquela vigarice por pura e espontânea vontade, mas nada verdade foi no desespero.
Depois da morte da mãe, quando Moonjae tinha apenas 10 anos, os filhos ficaram com o pai... que criou uma imensa dívida na conta da família. Ha Bo-hyun se afundou de vez quando sua querida esposa, Nam Yoo-na, se foi. Ele tinha dois filhos para criar, sozinho e com um emprego que não dava nem mesmo para comprar a feira da semana. Então qual era a solução? Desesperado, fez o pacto com o diabo. Quer dizer, com a criminosos locais.
O final dessa história é bem óbvia agora: ficou na mão deles, criou uma dívida de mais de 30 milhões de wons, que dá por volta de 23 mil dólares ou 110 mil reais ─ em um valor bruto.
O pior de tudo é que já não bastava a dívida, os criminosos mataram seu pai. Então, Dojae precisou cuidar de seu irmão mais novo até que ele fosse grandinho. Até um certo momento os dois acabaram se virando por ai, trabalho dignamente em empregos de meio período que, apesar de pagarem pouco, era a única renda que eles tinham.
No entando, a conta chegou.
Os criminosos dessa vez passaram a procurar Moonjae e Dojae e cobraram o dinheiro. Inicialmente, sem juros, mas com diversas ameças.
Um bom salário médio sul-coreano era por volta de 9.700 wons por hora, em torno de 1.539.200 wons por mês. E relembrando, eles trabalhavam de meio período, então ganhavam pouco mais que a metade. Ou seja: nunca pagariam a dívida nesse ritmo.
Foi aí que eles decidiram ir pelo método mais rápido ─ e também traiçoeiro.
─ Hyung, e a garota do telefone? ─ Moonjae perguntou, se lembrando de mais cedo. ─ Você disse que encontrou o contato dela... Ye-sol? ─ Lembrou-se do nome dela.
─ Ah, verdade!
Dojae largou a cerveja encima da mesinha de centro por alguns segundos e correu para pegar o notebook. Quando voltou, o eletrônico estava aberto em uma página toda preta com detalhes brancos. Era o site que Ye-sol havia indicado.
DAEBAK REAL ESTATE
Imobiliária que funcionando há muitas gerações. Voltada para limpeza de prédios e casas que possuem presença de espíritos (mal-assombradas). Conseguimos limpar seu espaço e depois vendê-lo.
─ Parece que sua admiradora secreta também mexe com essas coisas. ─ O mais velho riu. Assim como Moonjae, também não acreditava na presença de espíritos.
Ha Moon-jae colocou o notebook encima das pernas e encarou o visor. Um sorriso sugestivo surgiu nos lábios avermelhados do coreano e ele passou a mão pelos cabelos um pouco longos. Pensativo, rolava seus olhos por todo site, mas sempre parava na frente da foto de apresentação da garota com quem havia falado no telefone mais cedo.
─ Agora faz sentido ela querer fazer uma proposta. ─ Soltou uma gargalhada, tomando mais um gole de cerveja. ─ Parece que a maioria dos charlatões são todos bonitos.
Um comentário bem específico sobre a beleza de Yesol, mas que também servia para ele e seu irmão mais velho. O rapaz desceu a página até os comentários e viu que haviam muitos. Todos elogiando o trabalho e agradecendo pela limpeza e venda das casas.
─ Ela também é famosa em Incheon. ─ Disse enquanto lia os comentários. ─ Não sei qual o teatro que ela faz, mas funciona muito bem.
─ Talvez se ouvirmos a proposta, pode ser uma boa ideia. ─ Indagou Dojae, dando de ombros com a ideia. ─ Quem sabe a gente ganha mais dinheiro?
─ Não sei... ─ O Moon coçou o lado esquerdo do pescoço, um pouco pensativo. ─ Mas achei a conversa meio estranha.
─ Bom, ela parecia mesmo ser estranha... ─ Dojae concordou com isso. Quando falou com Yesol, percebeu que ela era muito séria e falou um pouco esquisito. ─ Mas a gente pode só ir, escutamos o que ela tem pra dizer e se não for bom, acabamos com isso.
Moonjae olhou para a foto na tela do notebook novamente e para o irmão, balançando a cabeça ao concordar.
─ Vou tentar achar mais alguma coisa sobre ela na internet. ─ O Ha mais velho disse acabando de tomar sua cerveja e pegando o notebook de volta. ─ Se ela tentar algo ruim pra o nosso lado, podemos ameaçar denunciar ela ou algo assim.
Dojae se levantou, indo até o quarto que eles dividiam para fazer as buscas. Ele era ótimo em hackear, então esperava encontrar informações mais profundas sobre a exorcista misteriosa. Enquanto isso, Moonjae continuou ali, naquela mesma posição, pensando mais do que o necessário sobre esse assunto. Porque, por algum motivo, ele sentia que algo diferente estava prestes a acontecer.
─ Espero que você não seja uma maluca, Oh Ye-sol. ─ Disse em voz alta, soltando uma risada abafada.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top