a primeira briga


...

Só o que se revela no horizonte é a luz do luar,
Numa noite fria,
Capaz de congelar os pensamentos..
Ele dizia que as últimas palavras não se foram
E ele não se abriria tão fácil como um sorriso;
Só o que eu pude fazer foi dizer-lhe que
Estava frio demais para uma madrugada tão comum,
E que descalçasse os sapatos antes de subir mais um degrau.

O horizonte então se cobre de tensa neve;
Nossos olhos e lábios imóveis,
Me pego a cutucar as pontas dos dedos..
Ele só estava ali porque a tempestade o carregará,
Como o chapéu de uma donzela perdido ao vento;
Nossos olhos se perdiam toda vez que se encontravam
Queria tocá-lo; sua pele gélida e pálida como a tempestade lá fora,
O semblante transparecia pensamentos congelados..

Minha mente via aquelas duas tempestade e desejava escapar,
Porém.. Meu corpo só ansiava tocá-lo.
Ansiava lembrar a sensação de se encaixar
Ali dentro de suas cortinas, abri-las;
Dobrar-me debaixo do travesseiro, e ver o céu se clarear por suas janelas..
Janelas de um céu esverdeado como a poesia.

Porém, só o que via era o céu nublado, trovejante, tão cinzento
Flamejante como se anunciasse o apocalipse.
Queria tocá-lo, de perto, e queimar a ponta dos dedos,
Sentir os lábios se renderem como a primeira vez.
Mas eles sequer podiam sorrir..
Como lábios costumam fazer;
Pois nós já havíamos decorado todas as mentiras,
Até mesmo aquelas não ditas em voz alta.

Apenas tocá-lo seria o suficiente, e nada mais iria dizer.
Suas mãos me afastariam,
E eu me acenderia;
Mesmo sabendo o quanto ele tinha medo
De me queimar demais.
Porém.. Bastaria um toque
Para acalmar a Tempestade.

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