Fica comigo.

LILI REINHART:

Fui para casa contra minha vontade, mas eu sabia que não adiantaria nada eu ficar sentada na sala de espera do hospital.

Quando cheguei em casa me deparei com uma enorme confusão na cozinha, e imaginei o motivo só pelo cheiro. Minha mãe havia feito minha comida preferida para o almoço, arroz, feijão, bife, batata frita e farofa. Como ela tinha feito aquilo, só Deus sabe.

KJ, Dylan e Charles estavam em fila na cozinha, com pratos nas mãos, e minha mãe tentava não rir da cara dos três meninos. A comunicação entre os quatro era tão engraçada quanto à comunicação de minha mãe com Cole quando estávamos no Brasil.

Tentei passar de fininho pela cozinha, e ir direto para meu quarto, afinal, a vontade de comer, mesmo que fosse minha comida preferida, era mínima, mas fui interrompida por um grito esganiçado de KJ.

- Ei, volta aqui, vem comer! - Gritou me fazendo dar um pulo.

- Eu não estou com fome. - Sorri sem mostrar os dentes e minha mãe parou de servir Dylan para me encarar.

- Mas você vai comer, filha. - Minha mãe ditou em português. - Vai tomar um banho, e vem almoçar. - Bufei e assenti, logo caminhando em direção ao meu quarto.

- Isso aí que ela disse. - KJ apontou na direção da minha mãe, concordando, mesmo sem entender o que ela havia falado.

Tomei, provavelmente, o banho mais longo de toda minha vida. Vesti uma roupa confortável, penteei meus cabelos e fiz minhas higienes. Arrumei umas coisas dentro de uma bolsa pequena e voltei para a sala/cozinha, me deparando com minha mãe e os meninos sentados à mesa, enquanto ela tentava os ensinar algumas palavras em português.

Troquei algumas poucas palavras com os quatro enquanto eu me forçava a comer o que minha mãe havia colocado em meu prato.

Assim que terminei de comer me joguei no sofá e olhei as horas em meu celular, ainda eram duas da tarde, e eu só poderia voltar para o hospital quando estivesse anoitecendo, como eu havia prometido. Coloquei meu celular para despertar as seis da tarde e o coloquei para carregar. Voltei para o sofá maior da sala, e me deitei ali, logo pegando no sono.

COLE SPROUSE:

- Controle, seu deboche. - Meu pai ditou sério e eu revirei os olhos. - Do que você está falando?

- Pai, a Sarah não é nada do que você pensa. - Suspirei. - Na verdade, ela não é nada nem do que eu pensava. - Confessei dando ênfase no "eu" e meu pai franziu o cenho. - Ela é ruim, ou no mínimo, doente.

- Ela é sua melhor amiga. Sempre foi, desde que vocês eram crianças. O que ela fez de tão errado pra você dizer essas coisas? - Questionou confuso.

- Pai, eu não teria paciência pra te contar todos os detalhes. - Ri sem animo. - Mas, ela me separou da Lili quando nós ainda só nos conhecíamos pela internet. Ela tentou virar o Charles contra mim, pra ela não espalhar um segredo dele. Fora o fato dela ter colocado aranhas na mala da Lili, coisa que a garota tem fobia. - Falei calmamente.

A cada palavra que eu proferia, Matthew ia arregalando ainda mais seus olhos azuis.

- Ela não seria capaz disso. - Disse desacreditado.

- Seria. Na verdade, foi. - Disse firme. - Mas acredite no que quiser. Agora, me deixa sozinho um pouco. - Pedi e meu pai assentiu.

Matthew parecia desnorteado quando saiu do quarto. E sinceramente, eu o entendia perfeitamente. Sarah foi a maior decepção da minha vida. Eu confiava naquela garota de olhos fechados, eu tinha carinho por ela, e ela me apunhalou pelas costas da pior forma.

É óbvio que eu não sou nenhum santo, eu errei com ela, errei com Lili. Mas Sarah foi além de todos os limites, foi suja, egoísta, . Mas agora ela era meu último problema. Eu não conseguia sentir nada por Sarah, a não ser desprezo. E eu nunca imaginei que um dia isso aconteceria, eu gostava tanto dela.

Suspirei diversas vezes tentando afastar esses pensamentos de minha cabeça. A única coisa que eu realmente precisava naquele momento era me recuperar, me reconciliar com Lili e dar algum sinal de vida para meus fãs, que provavelmente estavam extremamente preocupados.

Voltei a atenção pro celular em minhas mãos e a primeira coisa que fiz foi tirar uma foto para postar no Twitter e dizer que estava vivo, mas quando vi o estado do meu rosto, resolvi não o fazer. Aqueles talhos, inchaços e pequenos pontos roxos só deixariam todos mais assustados. Decidi por ficar respondendo algumas pessoas, e noventa por cento das perguntas eram sobre o que havia acontecido. Respondi o máximo que pude, tentando não expor tanto toda a situação.

Não demorou muito para que meu café da manhã chegasse e eu fosse obrigado a comer. Por sorte a comida não era ruim, porém, era verde demais, saudável demais.

O dia se arrastou. Médicos e enfermeiros entravam e saíam do meu quarto de uma em uma hora, para checar se eu estava bem, ou precisando de alguma coisa.

KJ, Dylan e Charles mandaram mensagem por meu pai, perguntando se poderiam ir me ver, mas eu neguei. Eu não estava bem. E se não fosse pra ficar com Lili, preferia ficar sozinho.

Depois que me obrigaram a comer o almoço e algumas horas depois o lanche da tarde, resolvi por largar meu celular de lado e tentar dormir um pouco. Não demorou muito para que o sono viesse e eu apagasse completamente.

Acordei e já estava tudo escuro, provavelmente por conta do tempo ruim. Meu jantar estava em cima de uma espécie de bandeja ao lado da minha cama, e meu pai dormia na poltrona, que mais parecia uma cama, que tinha no quarto. Encarei o relógio que havia pendurado no quarto, eram sete da noite.

- Ei, que cara amassada! - Lili adentrou o quarto e sorriu ao me ver. Sorri de volta e me sentei na cama com certo esforço.

- Acabei de acordar. - Digo rindo nasalado.

- Percebi. - Lili passa por meu pai com cuidado para não acordá-lo, deixa sua bolsa no chão e para ao lado de minha cama, logo depositando um beijo em minha testa. - Não vai jantar? - Questiona, provavelmente por conta da bandeja de comida ao lado da cama.

- Não, to sem fome. - Dou de ombros e apoio a mão na cintura dela, que sorri pra mim sem mostrar os dentes.

- Mas você precisa comer, amor. - Sorrio ao notar como Lili me chamou. Ela me olha com as bochechas avermelhadas, provavelmente por ter dito sem querer. - Se eu fizer aviãozinho você come? - Questiona como se estivesse falando com Trinity e eu reviro os olhos, logo começando a rir e ela me acompanha.

- Já pedi pra parar de me tratar como criança. - Digo sério.

- Eu não estou te tratando como criança, só estou tentando cuidar de você. - Ela fecha a cara e cruza os braços.

- Ok, desculpa. - A puxo pra mais perto. - Você descansou? E as suas aulas? - Questiono visivelmente preocupado.

- Descansei, dormi bastante. - Lili apoia a mão em meu cabelo e acaricia o mesmo. Franzo o cenho ao perceber que ela está mentindo. Eu duvido que ela realmente tivesse descansado. - Eu dei uma pausa nas aulas com o Alex. - Deu de ombros. - Dois ou três dias não farão diferença. E a faculdade pela internet é mais fácil. - Finalizou.

- Me desculpa estar te dando esse trabalho todo. - Digo sincero. - E ainda estar atrapalhando suas aulas. - Respiro fundo. Lili nega com a cabeça.

- Você não está atrapalhando nada. - Sorriu de canto e beija a ponta do meu nariz.

Sorrio com o sorriso dela, e beijo seu queixo.

- Já voltou, Lili? - A voz de meu pai soa cansada. Nossos olhares se viram para ele, que está levantando da poltrona. Lili assente e eu o encaro, esperando que ele não seja grosseiro com ela outra vez. - Então eu já vou indo. - Ele sorri forçado e se aproxima de nós dois, deposita um beijo na minha cabeça e logo fazer um carinho rápido no ombro de Lili. - Obrigada por cuidar dele. - Me surpreendo ao ouvir, e Lili também, ela sorri sem mostrar os dentes e apenas assente com a cabeça.

Meu pai deixa o quarto, e eu e Lili nos encaramos em total confusão. Eu rio e ela olha por cima do ombro em direção a porta.

- O que será que deu nele? - Franziu o cenho.

- Descobriu que você não é a bruxa que ele pensa. - Brinquei e Lili fingiu que ia me bater. - Olha a agressividade, eu sou um homem debilitado. - Brinquei.

- Sonso. - Ela ri e se senta na beira de minha cama.

- Eu preciso te pedir uma coisa. Já vou avisando que é abuso da minha parte, mas é por uma boa causa. - Sorrio mostrando todos os dentes e Lili me olha desconfiada.

- Espero que você não esteja pensando em fugir do hospital. - Ditou séria.

- Não. - Ri sacudindo a cabeça em negação e apoiei a mão na coxa dela. - O médico disse que a possibilidade de me darem alta amanhã é grande. Mas tem um problema. - A olho de rabo de olho.

- Que problema? - Ela se levanta e para em minha frente. - Fala Cole, você tá me deixando nervosa. - Rio e ela me encara sem entender.

- Não é nada de grave, fica tranquila. - A puxo pra perto e envolvo meus braços em sua cintura. - Eu não posso fazer esforço, preciso ficar de repouso e toda aquela merda chata. - Reviro os olhos e ela assente. - O médico disse que eu não posso fazer uma viagem de seis horas de carro, e nem muito menos pegar um avião, por conta da pressão, a pancada na cabeça e etc. - Explico e ela continua assentindo. - Meu pai sugeriu ficarmos em um hotel até que o médico me dê alta e... - Ela me corta.

- De forma alguma. - Diz séria e eu a encaro preocupado. - O hotel é totalmente desconfortável, ainda mais por conta das dores, e tem os horários dos remédios. - Suspirou sacudindo a cabeça em negação. - Você fica comigo. Na minha casa, ok? - Arregalei os olhos surpreso.

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cole concertando as coisas aos poucos pq ele tem que fazer algo certo pelo menos uma vez na vida né mores

podem dizer que eu sou a escritora favorita de vocês pq olha eu postando de novo hoje rsrsrs

eu mudei o gif do capítulo 54 🥺

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