LILI REINHART.

A semana havia passado muito mais rápido do que eu esperava. Talvez, tenha sido porque passei a maior parte do tempo no estúdio com os meninos, não tinha tempo para praticamente nada. Passávamos quase vinte e quatro horas dentro daquela sala, comíamos e bebíamos ali, e as vezes, até dormíamos. Estava super apertado pra mim, ir pra faculdade e depois voltar direto para casa de Johnson pra ver as coisas da música e ensaiar a letra de Best Mistake com Nate, mas no fundo aquilo estava me fazendo bem e mantendo a minha cabeça ocupada.

Eu e Justin passamos a nos falar com mais frequência desde o dia em que ficamos na boate, porém, não nos vimos desde então, por conta dele estar cheio de coisas para fazer, e eu também. Era estranho pra mim ter tal intimidade com ele, já que a poucos meses atrás ele era apenas o meu ídolo/amigo, era como se ele fosse muita coisa pra mim e aquilo me incomodava.

A quem eu estou querendo enganar? Eu não conseguia me sentir bem e acomodada porque eu ainda amava Cole, mesmo sabendo que a gente não daria certo, mesmo sabendo que eu não conseguiria mais confiar nele.

Meu telefone gritava descontroladamente enquanto eu corria pelos corredores da faculdade tentando encontrá-lo dentro da minha enorme bolsa. Assim que o encontrei vi que era um número privado. Atendi ao celular com certo receio, mas com esperança de que fosse a resposta de algum dos trabalhos para o qual eu havia me inscrito a algumas semanas atrás.

- Sim? - Falei assim que atendi ao telefone.

- Senhorita Reinhart? - Uma voz masculina soou do outro lado da linha com um sotaque engraçado ao pronunciar meu nome.

- Sim, sou, o que deseja? - Falei formalmente.

- Eu sou Robert McCartney, da produtora Hollywood Session, nós recebemos um e-mail de sua faculdade, indicando-a para o papel de uma das personagens do filme que estamos fazendo com uma produção independente. - Eu parei no meio de um dos corredores da faculdade, tentando não surtar. - Você foi indicada por conta das suas notas, rendimento, e por ter feito teatro por tantos anos. Gostaríamos de saber se você está disposta a passar por um teste, para sabermos se você se encaixa no papel. E, se você se encaixar, conversarmos sobre as condições do contrato, cachê, e tudo mais.. O que a senhorita me diz?

- Mas é claro, claro que eu aceito! - Falei sem conseguir contar a animação.

- Isso é ótimo. Nós estamos com o seu e-mail aqui e lhe passaremos todos os dados do local, data e hora que você precisa comparecer aqui. Até breve e tenha um bom dia.

- Ok, obrigada! Bom dia, tchau! - Desliguei o telefone e comecei a pular feito louca pelos corredores da faculdade enquanto praticamente corria em direção ao estacionamento.

Não tinha como eu estar mais feliz, mesmo que eu não passasse, ser indicada pela faculdade para uma coisas dessas era ótimo, era sinal de que, mesmo que eu estivesse toda atrapalhada com o tempo e conciliar a faculdade com a música e ensaios, eu estava conseguindo fazer isso bem. As coisas finalmente estavam se acertando pra mim, finalmente eu iria conseguir ocupar minha cabeça de verdade com coisas que amo.

Eu estava saindo do estacionamento da faculdade já no carro quando meu celular tocou novamente, era Duan. Eu, provavelmente, estava atrasada para a consulta dela. Ela havia pedido que eu fosse com ela ao médico, pra saber como estava o bebê dela. Que por sinal, eu só descobri no dia seguinte do sermão dos meninos, e descobri também que ela e Creig casariam em breve. Duan e eu nos apegamos demais em muito pouco tempo, talvez, porque nós estávamos passando muito tempo juntas dentro da casa dos meninos, talvez por que nós fôssemos muito parecidas, ou talvez porque simplesmente nos demos bem.

- Oi, Duan, eu já estou chegando. - Atendi o telefone enquanto saia da faculdade.

- Não, está tudo bem, você não está atrasada. - Ela falou rindo. - Só estou ligando para avisar que a música está pronta, o Johnson pediu pra avisar, e pediu pra você passar lá assim que sairmos do consultório. - Falou animada.

- Sério?! - Gritei ao telefone e quase bati em um carro. - Isso é o máximo! Nossa, graças a Deus! - Falei com a empolgação gritando no viva voz. - Eu chego no consultório em vinte minutos! - Me despedi de Duan e desliguei o celular o jogando no banco de meu mini cooper.

COLE SPROUSE:

Eu estava saindo do meu quarto quando ouvi a voz de Lili no corredor, parei onde estava e fiquei o mais quieto que pude na intenção de escutar a conversa.

- Ele te ligou? Mandou mensagem? - Era a voz de Duan.

- Sim, nós temos nos falado quase todos os dias, não te falei? - Lili respondeu.

De quem elas estavam falando?

- Meu Deus! Não, você não falou! Será que vai dar em algo sério? - A animação era nítida na voz de Duan.

- Eu não sei, Duan, mas sinceramente, acho que não... Você já viu o quanto ele é ocupado, e eu também? E afinal, foi só um beijo...

Pera aí, quem a Lili beijou?

Senti um nó se formando em minha garganta.

- Lili! Pelo amor de Deus, é o Justin, não um melequento qualquer que você conheceu na faculdade! Um beijo de um homem daquele é como ganhar na mega cena! - Duan falou perplexa.

- Como é que é? - Falei saindo do quarto e Lili me olhou com os olhos arregalados.

- Sério, Cole? Ouvindo atrás da porta? - Lili falou revirando os olhos e virou para sair.

- Isso é verdade? - Falei segurando o pulso dela de leve, a impedindo de sair.

- É nessa hora que eu saio. - Duan falou e saiu quase correndo.

- Cole, me solta, por favor, eu não te devo satisfações. - Lili falou encarando minha mão.

- Então é verdade? - Falei sentindo como se meu peito estivesse sendo massacrado e engoli em seco.

- Sim, é, mas você não tem nada com isso, e não quero que ninguém saiba. - Ela falou seria e saiu, me deixando ali sozinho, encarando o nada.

Voltei pra dentro do quarto completamente desnorteado, sem saber o que pensar ou fazer. Me joguei em minha cama e fiquei encarando o teto enquanto as lágrimas escorriam involuntariamente pelo meu rosto. Era difícil demais pra mim imaginar outro homem tocando nela, ainda mais um que dizia ser meu amigo. Lili era minha garota, e eu não ia permitir que isso mudasse. Independente de todas as merdas que eu fiz, eu a amo, e sei que ela sente o mesmo.

- Posso entrar? - Ouvi uma voz conhecida e logo a porta se abriu revelando Sarah, virei o rosto na direção da porta e a encarei. Cada dia que passava eu me sentia mais perdido e confuso com relação a ela e Lili. - Ei, porque você está chorando? - questionou sentando-se na minha cama.

- Nada. - voltei a encarar o teto.

- Foi a Lili, de novo né? - Sarah perguntou como se fosse óbvio e eu bufei. - O que ela fez agora? Foi porque ela ficou com o Justin que você está assim?

- Como você sabe disso? - Perguntei sentando-me na cama de supetão.

- Ué, todo mundo sabe.. Você acha que ela ficaria com o Justin Bieber em uma boate e ninguém saberia? Impossível. - Falou revirando os olhos e eu senti meu coração apertar em meu peito. - Quando eu falei para você que ela não prestava você não acreditou... Ela te usa como escada Cole, ela só voltou pra se aproveitar... E quando viu a oportunidade no Justin, não pensou em você...

- Sarah, chega! Eu não quero você falando assim dela, parou! - ditei irritado, quase gritando.

- Ok, Cole, me desculpa. - pediu segurando a minha mão. - Eu vou descer, as meninas estão me esperando lá em baixo... Espero que os meninos tenham te avisado da festinha que vamos fazer na piscina pra conversar sobre o aniversário do KJ. - Falou e se levantou de minha cama.

- Sim, eu já estou sabendo, eu já desço. - murmurei, me deitando novamente e logo Sarah saiu do quarto.

Eu acho que nem quando eu e Lili nos separamos a primeira vez eu havia ficado tão na merda como estou agora. Não por ela estar com outro cara, nem nada do tipo, não era bem isso. Mas da primeira vez, quando ela disse que não queria mais nada comigo, eu não havia a tido realmente comigo, pessoalmente.

Mas agora... agora eu conheço o cheiro dela, a pele dela, agora que ela já foi minha de verdade, parecia doer em dobro. E tudo isso por culpa da minha idiotice, por eu me deixar levar pela atração na Sarah. E só de imaginar que outro cara estava tocando-a, ouvindo a risada dela, sentindo o cheiro dela, isso me matava aos poucos.

Mas no fundo eu sabia que já não adiantava mais, que o melhor a fazer era me afastar e deixar que alguém melhor que eu a fizesse feliz. Porém, eu nunca vou conseguir cumprir isso, e enquanto eu ver que mesmo lá no fundo, ela ainda sente algo por mim, eu vou fazer de tudo para tê-la de volta.

Me levantei da cama e troquei a bermuda, tirei a camisa e peguei o celular, logo saindo do quarto e indo para área da piscina. A tal festinha que era apenas para organizar as coisas do aniversário do KJ, havia virado uma puta pool party e ninguém estava fazendo nada além de se divertir, beber e comer. Nada de organizar o aniversário do KJ.

As garotas estavam divididas de forma engraçada, pareciam duas gangues daqueles filmes escolares. Lili, Haley, Duan, Camila e mais duas meninas que eu não conhecia, estavam paradas em uma roda meio aberta conversando, e rindo. Sarah, Maggie, Bree e Acácia, estavam em outro circulo, do outro lado da piscina fazendo o mesmo, e vez ou outra rolavam umas encaradas entre os dois grupos que chegava a ser engraçado de ver. Até Hailey estava na festa. Ela e KJ estavam cheio de coisa um com o outro, que iam de risadas até uns beijos que eu estava quase mandando os dois pra um motel. Acho que finalmente os dois haviam se acertado, ou estavam começando a se acertar.

Os garotos estavam todos acumulados numa rodinha dentro da piscina. Creig e Charles conversando sobre casar, morar junto, filhos, etc. Sammy, babava descaradamente por Acácia, e Nate encarava Lili da mesma forma. Johnson não tirava os olhos de uma menina branquinha, de olhos azuis e cabelo preto que estava junto com Lili. Dylan estava debruçado na borda da piscina mexendo no celular. Kenny estava deitado na espreguiçadeira, acho que dormindo. Gilinsky estava trocando olhares com a Sarah de forma estranha, o que me deixou um tanto quanto desconfiado.

{•••}

A festa já estava rolando à umas boas três horas. A maioria do pessoal já estava meio alcoolizado, assim como eu, e estavam dançando e jogando uns aos outros dentro da piscina. Uma música da Demi Lovato tocava alta, e eu podia jurar que aquilo era coisa da Lili. Johnson finalmente havia ficado com a garota que ele estava encarando, que eu descobrir se chamar Elly, era uma das amigas de faculdade da Lili. Sammy estava aos beijos com Acácia. Enquanto eu, estava encarando Nate e Lili, com todo o ódio do meu corpo, que estavam de conversinha, perto demais pro meu gosto.

- Cole, para de encarar a Lili e o Nate, até um cego veria isso. - Charles sussurrou em meu ouvindo chamado minha atenção e eu desvencilhei o olhar dos dois.

- E ai baby? - Ouvi uma voz feminina e me virei. Era Bree. Sorri e a abracei beijando seu rosto em seguida.

- E ai? A festa começou a trinta horas e você só veio falar comigo agora? - Fingi estar chateado.

- Ah para, as meninas só desgrudaram agora. - Ela riu e eu a acompanhei.

Eu ia abrir a boca pra responder quando vi Nate puxar Lili pela nuca e beijá-la, respirei fundo tentando controlar a raiva e vi que Lili não fez absolutamente nada pra afastá-lo. Olhei pra Bree que estava a minha frente e a puxei pra mim de supetão, a beijando de surpresa. De inicio ela se assustou um pouco, e acredito que tenha ficado sem entender, mas aos poucos foi cedendo ao beijo e correspondendo.

{•••}

Acordei com a cabeça explodindo por conta da bebida. Me revirei na cama e acabei batendo o braço em alguém, abri um dos olhos e me deparei com Bree dormindo ao meu lado, aparentemente apenas com a minha camisa. Puta que pariu.

- Cole! - Ouvi a voz de Johnson, seguida de duas batidas na porta. Quando fui me levantar da cama percebi que estava sem nenhuma roupa. Puta que pariu!

- Já vou, Johnson! - Falei quase num sussurro. Pulei da cama e procurei a minha cueca, a achei jogada na mesinha de cabeceira e a vesti. Corri para a porta e a abri, logo saindo do quarto. - O que houve? - Perguntei esfregando o rosto tentando acordar.

- Você não tem jeito mesmo. - Johnson falou rindo e sacudiu a cabeça negativamente. - Enfim, fiz o que você pediu, falei com seu pai, e ele falou com o pessoal da Digi, está tudo certo pra Lili se apresentar, sozinha e com o Nate também.

- Pera aí, com o Nate? - Falei sem entender.

- É ué, ou você achou que eles estavam aqui ensaiando porque? Eles vão gravar hoje, pra no fim de semana já estar tudo pronto. Mas a Lili ainda não sabe, vou falar com ela quando acordar. - Johnson falou rápido demais, como era de costume dele e eu fiquei um tempo tentando processar a informação.

- Ok, o que importa é ela estar feliz, já que eu só faço merda. - Larguei os ombros.

- As coisas vão se acertar, mesmo vocês dois sendo idiotas, até um cego vê que vocês se amam. - Falou dando dois tapinhas no meu ombro e riu.

- Ah, valeu. - Ri.

- E boa sorte. - Johnson falou apontando pro quarto e eu sacudi a cabeça negativamente entrando no mesmo.

Coloquei as mãos atrás da cabeça e fiquei encarando Bree ali deitada, dormindo. Eu não podia fazer com ela o que eu havia feito com a Sarah, e muito menos o que eu havia feito com a Lili. O que eu ia fazer agora? Puta que pariu!

_____

é........

viram que agora estou colocando gifs nos capítulos??? estão gostando??