Arrepios.

COLE SPROUSE:

- Hailee, você pode por favor parar de flertar com o Samuel e me dar atenção por um segundo? - suspirei pesadamente e ri com o olhar que a morena me lançou.

- Eu não estou flertando com ninguém. Só estava pensando e calhou dele estar na direção em que eu estava olhando, ué. - ditou dando de ombros e eu revirei os olhos.

Hailee era a encarregada de me ajudar com as cenas do filme, como se fosse uma professora, ou qualquer coisa do gênero. Era um tipo de oficina de atores, que os iniciantes eram obrigados a participar. Eu já havia finalizado um filme, porém, ainda me encaixava nos iniciantes, e por esse motivo, Hailee vinha me dando "aulas" á algumas semanas, três vezes na semana.

- Tá, Hailee. Foco aqui! - estalei os dedos na frente do rosto dela e ela me encarou. - Você disse mais cedo que sabe quem está treinando a protagonista, certo? - Hailee assentiu e eu senti uma ponta de esperança. - Se ela já está sendo treinada, quer dizer que ela está no país, certo? - assentiu novamente. - E tem alguma possibilidade de você descobrir em que lugar do país ela está? - Hailee suspirou.

- Olha, Cole, eu só vou te ajudar com isso, colocar meu emprego em risco, porque eu sinceramente sei o que você está passando, e você também, está conseguindo tirar minha paciência. - rimos. - O Nash, que é quem está dando as instruções a sua amada, saiu de Los Angeles hoje pela manhã, um dia antes do normal, porque as aulas dela são segunda, quarta e sexta... Eu vou dar uma de "João sem braço" e vou ligar para ele, e ver se consigo descobrir onde ele está ok? Afinal, sua namorada pediu sigilo de onde ela está e acho que vai ser difícil de descobrirmos, mas não custa tentar. - pegou o celular em seu bolso. Eu sorria feito um idiota por ter uma mínima possibilidade de encontrar a Lili. - Mas você vai ficar me devendo uma. - Lançou um olhar disfarçado na direção de Sammy por cima do ombro.

- Pode deixar comigo, se depender de mim, vocês estão casados no fim desse mês. - ri e recebi um tapa no braço como agradecimento.

- Fica quieto, tá chamando. - Hailee informou, e logo colocou o celular no viva voz. - Nash! - Hailee falou com uma voz falsamente animada assim que atenderam o celular.

- E aí, Haiz! O que manda? - A voz masculina soou do outro lado da linha e Hailee revirou os olhos.

- O que acha de pegarmos um cinema ou fazer alguma coisa? - me controlei para não rir das caras e bocas que ela fazia.

- Ih, Hailee, terei que te desapontar. - ela falou um "graças a Deus" sem emitir som. - Eu já estou em San Franciso. - bingo! - Tive um problema com a minha... Hm... Namorada? Nós brigamos, e eu resolvi dar um tempo antes que desse em uma briga maior. - explicou.

- Ah, então quer dizer que você já está em San Francisco? - questionou, aparentemente para ter certeza.

- Estou sim. Olha Hailee, nos falamos numa outra hora, o serviço de quarto acabou de chegar com meu café da manhã.

- Tudo bem, até mais, Nash. - finalizou a ligação e me encarou. - Satisfeito? Sua fugitiva está em San Francisco. - sorriu e eu me levantei abruptamente da mesa. - Ei, onde você vai?

- Eu vou atrás dela, ué. Um viagem daqui pra San Franciso de carro leva pouco mais de cinco horas. - Expliquei caminhando em direção ao meu quarto e Hailee vinha logo atrás de mim.

- Você está dizendo pra mim que vai dirigir por mais de cinco horas por causa de uma garota? - parou na soleira da porta. - E fora que estamos em estado de alerta, já deu em todos os jornais que vai cair uma tempestade daquelas que só caem uma vez a cada dez séculos na Califórnia.

- Hailee, se eu tivesse que ir até o Brasil, andando, nadando, sei lá, por causa dela, pra concertar as merdas que eu fiz, eu faria tranquilamente. - disse pegando umas mudas de roupa e jogando em cima da cama. - E eu já demorei tempo demais pra tentar resolver as coisas com ela.

- Ok, isso é um homem apaixonado falando. - riu. - Eu vou facilitar sua vida, porque sou uma amiga muito boa, e também, pra você ficar me devendo mais uma. Já venho. - saiu correndo e eu encarei a porta vazia sem entender.

Arrumei uma mochila com umas três mudas de roupa, meu notebook e coisas do gênero. Vesti uma roupa confortável e calcei um par de tênis. Peguei os documentos do carro, minha carteira e enfiei nos bolsos.

Havia acabado de colocar a mochila nas costas e sair do quarto quando dei de cara com uma Hailee esbaforida, com um papel na mão e um sorriso exagerado nos lábios.

- Não precisa me agradecer. - entregou o papel em minha mão e eu o encarei sem entender.

- O que é isso? - franzi o cenho e a fitei.

- O endereço da Lili. - sorriu e eu arregalei os olhos.

- Como você conseguiu isso? - questionei boquiaberto.

- Eu inventei uma mentira mirabolante. Disse que o Nash esqueceu um documento importante comigo, que precisava dele nas mãos da Lili ainda hoje, e que eu precisava do endereço dela para enviar pelo correio, e bom, me deram o endereço. - sorrinabismado com a inteligência da garota a minha frente e a abracei em um impulso.

- Você é foda! E se um dia eu casar com ela, você vai ser madrinha. - disse rindo e a soltei.

- Não precisa de tudo isso, fico satisfeita com um convite para conhecer o Justin Bieber e o maior pedaço do bolo do casamento. - deu um sorriso exagerado.

LILI REINHART:

- Lili, você não acha que foi um pouco rude da sua parte ter faltado o casamento da sua amiga? - minha mãe questionou, chamando minha atenção.

Eu estava sentada na mesa da sala, com o violão debruçado no colo e um amontoado de papéis e canetas a minha frente. Franzi o cenho e suspirei.

- Foi rude, foi egoísta, foi tudo o que uma melhor amiga não deveria ser. - suspirei e encolhi os ombros. - Mas a Duan me entende, ela sabe que eu preciso de um tempo sozinha. E além do mais, ela está de armação com o Cole, eu tenho certeza! - suspirei e minha mãe riu, provavelmente sem entender. - Lembra na semana passada, quando ela ligou para falar comigo e nós ouvimos a voz de Cole? Então. Posso apostar que qualquer coisa que eu disser á ela, Cole vai saber. - dei de ombros.

- Bem, como queira. - desligou a televisão e levantou-se do sofá. - Eu só acho que você deveria sair um pouco, sei lá, talvez arrumar um outro namorado. - franzi o cenho. - Sabe, você parece triste. Talvez se arrumar um namoradinho o seu astral melhore. - a encarei incrédula.

- Mãe, me desculpa a franqueza, mas eu não preciso de homem para ser feliz. - bufei. - Minha felicidade não está baseada em um par de bolas qualquer. A útlima coisa que eu preciso nesse momento é me envolver com alguém, amando outra pessoa. - voltei minha atenção para meu violão, voltando a dedilhá-lo e ouvi minha mãe suspirar.

- Me desculpa, Lipa. Não foi isso que eu quis dizer, minha filha. - ouvi seus passos e deduzi que ela estava se aproximando. E para provar que eu estava certa, senti suas mãos pousando em meus ombros delicadamente. - É que eu não gosto de ver você enfurnada dentro de casa.

- Mãe... - coloquei o violão em cima da mesa e virei para olhá-la. - Eu estou sem tempo agora. Eu tenho os trabalhos da faculdade, preciso decorar o fim do script pro filme, e ainda tem as aulas com o Nash. - Suspirei e ela assentiu. - Fora que eu quero terminar de compor a música pro papai. Eu realmente estou muito ocupada agora para "me divertir".

- Tudo bem, Lili. Faz o que achar melhor. Só não se prive de se divertir porque está magoada com seu namorado. - deu dois tapinhas em meus ombros e se afastou, indo em direção a cozinha, acho.

Revirei os olhos e voltei a dar atenção ao meu violão. Revirei o amontoado de papeis e encontrei meu caderninho de sempre, um lápis e uma borracha e me ajeitei na cadeira. Além da música do meu pai, havia outra música em minha mente, que eu só precisava do refrão para terminá-la, e eu tentaria fazer isso naquele momento.

Comecei a tocar uma melodia calma, mas levemente rápida como de costume, e cantarolei tudo o que já havia escrito. Deixei minha imaginação me levar, formando o refrão que eu esperava conseguir à semanas.

[Deveria haver um GIF ou vídeo aqui. Atualize a aplicação agora para ver.]

- I just wanna tell you - estendi a última palavra. - It takes everything in me not to call you... And I wish I could run to you and i hope you know that everytime I don't I almost do - Fechei os olhos e a imagem de Cole surgiu em meus pensamentos, me fazendo dar um sorriso contido - I bet you think i either moved on or hate you, 'cause each time you reach out there's no reply - Suspirei e fui diminuindo o ritmo da melodia. - I bet it never ever occurred to you that I can't say hello to you and risk another goodbye... - Abaixei o violão e puxei o caderninho para perto, começando a escrever tudo o que havia acabado de cantar e adaptando algumas partes que faltavam.

Terminei tudo o que precisava relacionado aquela música, que eu ainda não havia escolhido um nome e comecei a juntar os papéis em cima da mesa, fazendo com que uma folha caísse no chão. Me separei de meu violão e peguei o papel do chão o abrindo, e comecei a lê-lo.

- "So get used to me checking you all day, get used to me falling through just to see your face" - Aquilo era a letra de uma música que eu havia escrito no Brasil, a música que eu havia escrito pra dar para Justin.

Larguei a folha em cima da cama e fui atrás de meu celular, na intenção de ligar para Justin e ver se talvez ele não quisesse comprar a música, afinal, eu precisava de dinheiro para quando voltasse para Los Angeles, e eu sabia que era uma boa "compositora", tinha chances dele gostar. Talvez.

Procurei pelo nome de Justin na agenda do celular e quanto ia ligar, fui interrompida por uma chamada de Nash.

- Alô? - Franzi o cenho. Nash nunca ligava, ele sempre aparecia na hora combinada, três vezes na semana. - Aconteceu alguma coisa, Nash?

- Não, não aconteceu nada. Fique tranquila. - Riu do outro lado da linha. - Eu apenas cheguei mais cedo em San Francisco, e queria saber se você está afim de acompanhar em uma aventura em um parque de diversões por aqui, o que me diz? - Nash estava super animado, o que me fez rir e sacudir a cabeça em negação.

- Parece que você lê os pensamentos da minha mãe. - Revirei os olhos rindo. - Agora mesmo ela estava me atormentando para sair de casa. Eu topo, Nash.

- Então eu te busco ás cinco da tarde. Esteja pronta para voltar a ser criança, e use uma roupa confortável.

- Sim, senhor capitão. - Disse rindo. - Até mais tarde, Nash. - Finalizei a ligação.

•••

- Agora me conta. - Chamei a atenção de Nash enquanto acompanhávamos a fila para a montanha russa. - O que te trouxe um dia mais cedo para San Francisco? Pelo que me consta você só deveria vir para cá as segundas, quartas e sextas, e bom, hoje é quinta. - Ri.

- Eu briguei com a garota que fico. - Deu de ombros. - Na verdade, ela brigou comigo.

- Brigas acontecem. - Repousei a mão no ombro dele, na intenção de confortá-lo. - Vocês vão se acertar.

- Acho difícil. - Suspirou. - Eu já estou de saco cheio, sabe? Ela acha que porque terminou com o ex namorado para ficar comigo, eu preciso ser o namorado perfeito. Mas a verdade é que eu nem namorado dela sou. - Riu e eu o acompanhei sacudindo a cabeça em negação. - E agora, para piorar a situação, ela está com ciúmes do meu trabalho, por saber que eu estou dando aulas a uma garota, que agora ela deu pra xingar, sem nem saber quem é.

- Ok, eu juro que vou tentar não pegar as ofensas para mim. - Brinquei. - Isso é normal, Nash. Quando gostamos de alguém, queremos proteger essa pessoa a todo custo, sabe? E isso as vezes no cega, ainda mais se nos sentirmos ameaçadas, sentirmos que podemos perder a pessoa que gostamos. - Dei alguns passos acompanhando a fila, e Nash me acompanhou.

- Você parece entender muito bem disso. - Riu e apoiou o braço por cima de meu ombro. - Você é muito experiente para uma garota de dezoito anos, Lili.

- É que eu tive meu primeiro amor cedo demais. - Ri e logo dei um sorriso triste. - E ele foi bem complicado, bem complicado mesmo. Daria um filme.

- Talvez tenha sido só uma paixão, você ainda é nova demais. - Deu de ombros e eu franzi o cenho.

- Falou o idoso de vinte e três anos. - Revirei os olhos e Nash riu. - Grier, se tem uma coisa que eu não tenho dúvida é que isso que eu sinto por aquele garoto é amor. Não me leve a mal, se fosse só paixão, eu teria ficado com você na primeira vez que tentou me beijar. - Sorri debochada e Nash me encarou sem reação. - Olha, chegou a nossa vez. - Apontei para frente e logo saí em passos largos, acompanhando a pequena fila que se posicionava nos pequenos carrinhos do brinquedo.

Apesar das brincadeiras e comentários idiotas de Nash, eu até que me diverti. Ele era engraçado e na maioria das vezes agradável.

Nós andamos em todos os brinquedos do parque, inclusive nos que não eram para nossa idade e sim para crianças com menos de dez anos. Comemos pipoca, algodão doce, tomamos sorvete e até brincamos nas barracas onde ganhávamos ursos de pelúcia, mas como éramos muito azarados, não ganhamos absolutamente nada.

Eram por volta das dez da noite quando o tempo começou a fechar de maneira absurda. Nós já sabíamos que a Califórnia receberia uma tempestade daquelas, porém, ainda assim nos assustamos com a quantidade de trovões.

- É melhor nós irmos embora. Daqui a pouco começa a chover. - Nash observou o céu e eu concordei com a cabeça.

Começamos a caminhar com calma em direção ao estacionamento do parque, e logo a chuva desabou, sem nem nos dar chance de chegarmos até o carro secos.

- Ótimo, meu carro vai virar uma banheira. - Nash resmungou assim que adentramos seu corvette preto. E realmente ia, nós estávamos extremamente ensopados. - A chuva nem pra cair aos poucos, caiu tudo de uma vez como um balde d'água. - Ri alto da indignação dele.

- Para de reclamar e vamos para casa, Nash. Amanhã cedo eu tenho aula. - Me joguei no banco do carro e recebi um olhar de reprovação do loiro ao meu lado.

Nós demoramos o dobro do tempo esperado para chegar em casa por conta da chuva. Nash teve que dirigir com mais calma e atenção que o normal.

Chegamos em meu condomínio e Nash começou a fazer inúmeras palhaçadas por conta de seu cabelo e roupa encharcados, e eu só conseguia rir escandalosamente. Abri a porta do apartamento aos risos e quase caindo por cima de Nash, mas parei no momento em que percebi um movimento no sofá, e logo meus olhos encontraram aquele par de olhos azuis, me trazendo inúmeros arrepios, que definitivamente não eram por conta do frio.

_____

é agora, gente.......

queria dar o link da playlist de tsb e pra vocês mas não tem como por aqui):

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