Acabou!

LILI REINHART.

- Lili? - ouvi Cole me chamar de longe assim que pisei no píer.

- Cole, agora não. Eu quero ficar sozinha. - avisei e continuei andando.

- Você está com raiva do que? - A voz dele agora estava muito mais próxima.

- Você ainda me pergunta? - Me virei pra encará-lo e ri sem humor.

- Lili, por favor, você não está com ciúmes porque o meu primeiro beijo foi a Sarah né?

- Ciúmes? - Revirei os olhos e caminhei até o fim do píer. - Não é ciúme. - Realmente não era, era raiva e não era por causa do beijo.

- Então o que é? - Ele falou segurando a minha mão e me virou para ele.

- Você não vê o que ela faz? - Ri sem ânimo. - Ela fez questão de esfregar na minha cara que ela dormiu com você! E você nunca me contou que teve algo amoroso com ela, Cole! Isso é sujeira! - Falei com a voz alterada, já sentindo meus olhos arderem.

- Lili calma, não significou nada. Nós éramos amigos, somos amigos, desde sempre e achávamos que aquilo era o certo. E aliás, quando ela te disse isso? - Cole perguntou unindo as sobrancelhas.

- No momento em que vocês falaram a idade de vocês quando perderam a virgindade. - Falei rápido e soltei nossas mãos. - Não significou nada? Cole, pelo amor de Deus! Essa garota é doente por você! Isso é nítido! E mais, como você acha que eu me senti? Você dormiu com a garota pela qual eu mais tenho desprezo nesse mundo!

- Lili, calma! Você está fazendo uma tempestade em um copo d'água. - Cole passou as mãos pelo cabelo.

- Não, eu não estou. Você escondeu isso de mim. Você não me contou que já tinha se envolvido amorosamente com a Sarah! Isso é ridículo! Sinceramente essa história de começar do zero não vai dar certo. - Falei com raiva e meus olhos já estavam marejados.

- O que você tá querendo dizer com isso? As coisas vão se acertar, eu converso com ela, Lili. Só não toma nenhuma decisão precipitada, pelo amor de Deus, eu não quero ficar sem você de novo. - Ele falou segurando meu rosto entre as mãos e me olhou nos olhos.

- Cole, as coisas só vão se acertar quando você for sincero comigo, e com ela também! O mínimo que você pode fazer é me contar absolutamente tudo! - Ditei e segurei seus pulsos.

- Mas pra que Lili? É passado, cara! - Cole falou se soltando de mim e girou o corpo nervosamente.

- Cole, você vai ter que resolver a sua vida. Eu não confio na Sarah, eu não gosto da Sarah, e eu não quero e nem vou dividir você com ela. Olha dentro dos meus olhos e diz que você está comigo porque confia em mim e sabe que eu não faria nada daquilo que a Sarah inventou. - Falei quase num grito e Cole se manteve em silêncio.

Foi nesse momento que eu percebi que o maior erro que cometi foi ter me envolvido com ele sem ter a certeza de que ele confiava de verdade em mim. Ele ainda acreditava nela. Meu coração se partiu em pedaços, e o choro invadiu a minha garganta. Numa fração de segundos meu rosto estava completamente molhado.

- Eu já obtive minha resposta. - murmurei num rosnado e empurrei Cole do meu caminho, fazendo-o, sem querer, cair na água. - Eu odeio você!

- Lili, para com isso! - Cole gritou da água. - Você entendeu tudo errado!

Sacudi a cabeça negativamente e saí dali quase correndo. Entrei na casa de Cole tentando disfarçar, e por sorte ninguém me questionou com nada. Subi as escadas o mais rápido que consegui e entrei no quarto de Cole fechando a porta. Me joguei na cama já chorando novamente e afundei o rosto no travesseiro. Odeio o jeito como ele me faz agir como uma garotinha apaixonada de treze anos.

- Lili? - Ouvi a voz de Cole seguida de duas batidas na porta.

- Vai embora. - Choraminguei secando o rosto enquanto sentava na cama.

- Lili, por favor. - Ele falou em tom de súplica. - Além de nós termos que conversar, eu preciso me trocar. Eu estou todo ensopado!

- Entra. - Falei de má vontade e terminei de secar o rosto.

- Eu vou me trocar, não sai daqui, a gente tem que conversar. - Cole falou firme assim que adentrou o quarto.

Apenas assenti e ele foi em direção ao armário, pegou duas peças de roupa e foi para o banheiro.

Pouco menos de cinco minutos depois ele saiu do banheiro, apenas de bermuda secando o cabelo na toalha.

- Você vai me ouvir? - questionou, sentando-se na cama a minha frente e colocou a toalha ao redor do pescoço.

- Vou, na condição de você me contar a verdade. - exigi. - E saiba que não vai mudar absolutamente nada, pois eu já entendi que você não confia em mim. Já entendi que você acredita no que a Sarah inventou.

- Eu vou te contar a verdade. - Ele falou segurando minha mão. - E por favor, tenta entender meu lado, com toda aquela situação, com tudo o que aconteceu, se você estivesse no meu lugar, o que faria? Como se sentiria? A Sarah nunca mentiu pra mim, eu sempre confiei nela de olhos fechados.

- Desde o início, sem poupar nenhum detalhe! - Ditei ignorando o assunto da Sarah. - Pode começar. - Recolhi minha mão e cruzei os braços.

- Eu estou com medo de você ficar ainda com mais raiva de mim. - Ele falou passando as mãos espalmadas no rosto.

- Eu vou ficar com raiva se você não for sincero comigo. - Respirei fundo.

- Tudo bem. - Cole suspirou. - Quando eu tinha por volta dos oito anos, rolou o negócio do beijo com ela, e dali pra frente as coisas começaram a mudar. A Sarah passou a agir como se fosse minha namorada, e como pra mim não fazia diferença, eu retribuía. Afinal, ela era minha melhor amiga, nós tínhamos intimidade, e eu não via problema naquilo. - O encarei esperando que ele continuasse, sem saber o que ele expressava, sem saber o que eu estava sentindo. - Isso ficou rolando até os meus dez anos, mas pra gente sempre foi namorico de criança, só beijo e andar de mãos dadas. - Eu ri sem humor. - Quando a Sarah fez treze anos, ela foi morar em Nova Iorque, e só voltou dois anos depois. Nós mantínhamos contato, eu sentia uma falta do caralho dela, afinal, a gente cresceu juntos, eu já estava acostumado a estar sempre com ela. Quando ela voltou, com quinze anos, foi quando rolou, foi no dia que ela voltou de viajem.

Meus olhos estavam cheios de lágrima e meu estômago estava revirando. Era exatamente o que eu havia pensado, a outra sou eu.

Cole me olhou e eu assenti para que ele continuasse.

- E dali pra frente a gente estava sempre junto, como casal. - Cole falou aparentando estar desconfortável e passou a mão pelos cabelos.

Sequei meu rosto e suspirei.

- Então quer dizer que você manteve um relacionamento de anos com ela? Porque, por mais que o namoro de criança não fosse levado a sério, bom, quando vocês cresceram isso continuou. - Falei com a voz rouca e falhada por causa do choro preso em minha garganta. - Porque quando nós começamos a nos envolver você não me contou isso? - Funguei secando o rosto.

- Eu não sei, talvez por medo. Eu me apaixonei por você rápido demais, e fiquei com medo de que se eu te contasse que eu tinha uma pessoa, que estava próxima de mim, você não ia querer mais nada comigo. - Cole explicou e eu sacudi a cabeça negativamente.

- Continua Cole. - pedi, sem ânimo.

- Nós ficamos nessa por um ano, mas eu nunca a pedi em namoro, ou me referi a ela como minha namorada. - deu de ombros. - Era estranho, porque eu gostava dela, tinha atração, mas não a ponto de assumir uma coisa dessas. - Meu estômago embrulhou mais uma vez e Cole estava com a expressão triste. - Aí eu conheci você - Ele sorriu me olhando nos olhos. - e nós começamos a conversar, e eu acabei me afastando um pouco dela, porque eu tentava ficar o máximo de tempo que podia contigo.

- Você ficou com ela depois que nós começamos a namorar Cole? - Perguntei e ele abaixou a cabeça. - Cole, me responde. - Falei já começando a chorar.

- Sim, eu fiquei com ela. - Senti uma enorme pontada no peito e desabei em lágrimas. - Mesmo quando você já estava aqui... Eu ainda ficava com ela. Eu queria tirar você da cabeça. Eu sei que eu tô errado, Lili, mas tenta me entender, por favor. - Agora era ele quem chorava.

- Não, não vou tentar te entender, Cole. - Falei secando minhas lágrimas. - Quando nós começamos a namorar a primeira vez, eu nem saia de casa direito, porque não queria que você se sentisse trocado, e você estava dormindo com outra garota. E além de tudo, você não consegue acreditar em mim. Você não consegue ver que eu não fiz nada daquilo com você.

- Lili - Cole falou segurando meu rosto entre as mãos e colou nossas testas. - Me perdoa, por favor. - Ele falou em meio as lágrimas.

- Não, Cole, acabou. - Falei me soltando dele. - Eu vou embora amanhã de manhã, e peço que por favor você não alarme isso pro resto da casa. - Sequei meu rosto. - Agora, sai, por favor.

- Não, Lili, pelo amor de Deus, não faz isso comigo. - Cole falou desesperado em meio as lágrimas. - Por favor, Lili, me perdoa, eu juro que eu me afasto da Sarah, eu dou um jeito Lili, por favor!

Meu coração se partiu em milhões de pedaços em vê-lo daquele jeito. Mas eu não podia continuar com aquilo. Não existe você ficar com alguém que não confia em você, e alguém que está perdendo a sua confiança.

- Agora não adianta mais, Cole. - Engoli em seco e caminhei até a porta do quarto abrindo-a pra que ele saísse.

- Lili? - Ele falou vindo na minha direção.

- Vai embora, por favor. - Falei me afastando dele.

Fechei a porta assim que Cole passou por ela.

Dor. Era só o que eu sentia. Meu rosto estava completamente molhado, meus olhos e garganta ardiam. Meu coração estava completamente quebrado, e meu estômago revirava-se dentro de mim em sinal de desconforto.

COLE SPROUSE:

- Lili, por favor, me perdoa. - Falei com a voz quase inaudível em meio as lágrimas com o rosto contra a porta do quarto. - Me perdoa.

- Cole? O que foi, meu filho? - Ouvi a voz da minha mãe e logo depois sua mão em meu ombro.

- O que foi, é que eu sou um animal, um idiota. - Falei chorando e a abracei.

- O que houve? Você e a Lili brigaram? - Ela perguntou passando a mão em minhas costas.

- Sim. - Endireitei meu corpo para encará-la. - Eu tive que contar pra ela umas coisas, que ninguém além de mim e da Sarah sabia. - Funguei secando meu rosto. - E eu simplesmente estraguei tudo. - Falei largando os ombros.

- Meu filho, dá um tempo pra ela, vai dormir, descansa, amanhã vocês conversam melhor. - Ela falou acariciando meu rosto. - Vai, eu vou colocar a Trinity pra dormir comigo hoje, assim você pode dormir sozinho no quarto dela, descansar, e aproveita pra pensar.

- Obrigado, mãe. - Falei a abraçando e beijei o topo de sua cabeça.

Me soltei de minha mãe e caminhei até o quarto de Trinity. Fechei a porta do quarto e me joguei na cama.

Minha cabeça era invadida por lembranças, e eu já estava novamente chorando igual a uma criança. Respirei fundo diversas vezes, tentando controlar a raiva que eu sentia de mim mesmo, já que eu sabia que podia ter evitado tudo isso, e tentando controlar a dor que massacrava meu peito. Não demorou muito pra que eu fosse invadido pelo sono e ficasse completamente inconsciente.

_____

apesar de sabermos que a sarah é uma boa fdp e só vai aprontar cada vez mais, temos que combinar que o cole deu foi corda pra ela...

e a coitada da lili achando que ela quem tinha estragado tudo, tadinha):

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