It's too complicated!
Ao chegar no Pembrook, percebi que, em uma semana de aula, Veronica conseguiu se enturmar com as garotas mais populares da escola, e o time inteiro de futebol.
O imenso e sofisticado apartamento estava tomado por estudantes da Riverdale High, que consumiam bebidas alcoólicas em todos os centímetros do lugar. Veronica estava sentada no colo de Jughead, que encontrava-se em uma poltrona vinho de couro, com um cigarro em uma mão e uma garrafa de cerveja na outra. Kevin e Joaquin estavam ao lado de uma cristaleira em Mogno, se agarrando de tal maneira, que nada daquilo ali parecia ser o teatro que Kevin dizia que ser. Para minha surpresa, Cheryl estava sentada sobre a mesa de jantar, com a garota de cabelos cor-de-rosa no meio de suas pernas.
Normalmente, eu pegaria uma garrafa de vodka e me juntaria com as pessoas que estavam dançando no meio da sala de estar, mas eu não podia beber. Então, apenas entrelacei meus dedos com os de Archie e o segui pela festa.
Não demorou muito para que eu me perdesse de Archie. Caminhei até a luxuosa cozinha da casa de Veronica, e dentro de uma das geladeiras, peguei uma lata de refrigerante. Fiquei ali, tomando o líquido gasoso enquanto observava a festa que acontecia na sala, pela divisão de vidro.
- Eu preciso falar com você. - a voz de Kevin soa esganiçada quando ele chega a cozinha. - Em particular. - diz autoritário, como se houvesse alguém ao meu redor, e então, me arrasta para fora da cozinha.
O sigo até a varanda e me abraço ao que o vento gelado se choca com a minha pele.
- O que aconteceu? - levo a lata de refrigerante até meus lábios, e tomo um pequeno gole.
Kevin parecia sóbrio, mas sua feição era de quem havia acabado de ver um fantasma.
- Eu estou apaixonado pelo Joaquin.
- O que? - um grito corta minha garganta. - Como assim? Mas e o Archie, Kevin? - gaguejo.
- Eu... Eu não sei, Betty. Eu o amo, entende? Sempre vou amá-lo, por que ele é o primeiro cara que eu gostei, com quem eu fui pra cama pela primeira vez, mas, o Joaquin... Eu não consigo tirá-lo da minha cabeça, e a ideia de ir embora para Nova York em poucos meses e deixá-lo para trás está me matando. - despeja em cima de mim e eu respiro fundo.
Eu não queria ser egoísta, mas aquilo mudava tudo. Não só para Kevin e Archie, mas para mim também.
- Você precisa fazer o que te faz feliz, Kevin. - finalmente me pronuncio. - Você precisa pensar, colocar tudo que sente em uma balança, e ver o que tem que fazer. Lembre-se que não são só os seus sentimentos em jogo, mas o do Joaquin e o do Archie também. Ok? - seguro suas mãos com cuidado, depois de deixar a latinha de refrigerante sobre o vidro da varanda. - Mas não agora, você já ingeriu álcool. Vai se divertir, e amanhã nós pensamos nisso, ok? Eu vou para sua casa depois daqui, prometo.
Kevin me abraça apertado em silêncio, e antes de deixar a varanda, sussurra um "obrigado".
As coisas que Kevin me conheça, deixam-me desconcertada. Não consigo raciocinar muito bem, afinal, aquela decisão não era minha a ser tomada. Mas, uma coisa, no conselho que eu mesma dei ao meu melhor amigo, me fez pensar no que eu estava fazendo, mas minhas próprias escolhas, nas decisões que eu havia tomado sem pensar nos sentimentos das outras pessoas.
Talvez, eu não estivesse tão certa assim.
- O que você está fazendo aqui sozinha? - a voz de Jughead me faz dar um pulo. Ouço-o rir baixo e reviro os olhos, virando-me em sua direção.
- Quando você vai parar de me seguir? - questiono num tom debochado e termino meu refrigerante.
- Quando você parar de me tratar mal e ficar na defensiva por razão nenhuma.
- Por que ainda insiste em ficar por perto depois de tudo o que eu já deixei claro, Jones? - estreito os olhos e Jughead enche o peito para falar, mas logo desiste, negando com a cabeça. Tal ato desperta minha curiosidade, então, quando ele se atreve a tentar a sair, seguro sua mão. - Eu realmente gostaria de saber. - insisto.
- Pra que, Cooper? Você tem me tratado da pior maneira possível, desde que nos reencontramos. E eu, imbecil, continuo vindo atrás de você. - a voz dele soa amarga, e triste. Eu me sinto culpada.
- Me desculpe. - respiro fundo, ainda segurando-o pela mão. - Eu não sou assim, não trato as pessoas dessa maneira, por favor, me desculpe. - confesso.
Jughead entrelaçou seus dedos nos meus, e aproximou nossos corpos, levando seus dedos longos ao alcance de minha bochecha, que corou em resposta ao seu toque.
- Então, por que está me tratando dessa maneira? Como se quisesse, não sei, me afastar a qualquer custo, como se eu tivesse algum problema.
Suspiro, e estranhamente, não me afasto dele. Os olhos azuis esverdeados de Jughead, penetram os meus com uma intensidade, que me passava a sensação de que ele estava tentando ler meus pensamentos.
Num ato de encorajamento, Jughead aperta suavemente o dorso de minha mão, logo acariciando o local com seu polegar.
- É muito complicado para eu tentar explicar. - a frustração emana em minha voz. - Te proponho uma trégua. - estendo para ele, minha outra mão. Jughead sorri a pegando, e eu espelho seu ato.
- Assim? Tão fácil? Depois de todas aquelas cenas? - arqueou suas sobrancelhas, desconfiado. Maneio a cabeça em afirmação, e o encaro. - Tudo bem, Cooper. Mas não pense que essa trégua vai saciar minha curiosidade sobre suas atitudes. - impõe.
Quando dou por mim, estou mais próxima de Jughead do que deveria. Seus olhos penetrantes estão fixos em meus lábios, e eu consigo sentir o aroma de cerveja misturado com morango vindo de sua boca. Aperto as mãos dele de maneira suave, e solto um pequeno suspiro, me afastando ao notar o que estava prestes a fazer. Jughead sorri.
- Consegue perceber que existe quase que uma força invisível que te faz querer estar comigo, ou só eu sinto isso? - sussurrou.
Não respondo.
Ele leva os dedos longos e frios a uma mecha de meu cabelo, que com o vento, voa sobre meu rosto, e a coloca para trás de minha orelha. No caminho de volta, ele acaricia minha bochecha e repousa sua mão em meu pescoço, fazendo os pelos de minha nuca se eriçarem instantaneamente. Um arfar sôfrego sai de minha boca quando sinto os lábios macios de Jughead tocarem os meus. Não demora muito para que eu sinta sua língua quente invadindo minha boca de maneira avassaladora.
Num ato desesperado para tê-lo mais perto de mim, o puxo pela nuca. Sinto-o sorrir contra meus lábios, e minhas bochechas coram no mesmo instante.
Alguns segundos depois, nos separamos pela falta de ar. Meus olhos estão fixos nos lábios entreabertos dele, que sorriam discretamente para mim.
- Não é só você quem sente isso. - confesso, afastando-me minimamente.
- O que estão fazendo sozinhos aqui? - ouço a voz de Veronica, antes mesmo de sua imagem ser progetada a minha frente.
Jughead fica tenso. Os músculos tensionados e a mandíbula contraída denunciam isso. Estreito os olhos em confusão, e apenas nego com a cabeça. Não dava para entender a relação que eles dois tinham. Mas de uma coisa eu estava certa, precisava parar de me meter em situações como essa.
- Viemos tomar um pouco de ar, está calor lá dentro. - Jughead, finalmente, se explica.
- Não seja por isso, meu amor. - ela o toma pelo pescoço, incentivando-o a sair da varanda, mas ele não se mexe. - Eu diminuo o ar da sala. - insiste.
- Pode ir. Estou terminando de conversar com a Betty sobre o Blue & Gold.
Veronica fica visivelmente irritada com o posicionamento de seu namorado, e eu continuo em total e completo silêncio.
- Não demore. - exige, e posso jurar que Jughead revira os olhos.
- Você não parece gostar dela. - sussurro sem pensar, logo que Veronica nos deixa a sós novamente.
Jughead ri, sem ânimo.
- E eu não gosto. Mesmo. - cruza os braços na altura de seu peito, e recosta-se no parapeito da varanda.
O encarei incrédula, mas não estava surpresa.
- Então, o que faz com ela? - deito a cabeça levemente para o lado, deixando clara a minha confusão.
- Longa história. - diz simples.
- Tenho tempo. - meu instinto de jornalista investigativo aflora, me fazendo insistir no assunto.
- Não quero falar disso, não agora que você baixou a guarda pra mim. - ele enfia as mãos nos bolsos. - Quem sabe um dia eu te conte?!
Jughead aproxima-se novamente, e deixa um beijo molhado no canto de meus lábios, antes de me deixar sozinha na varanda e seguir sabe-se lá para onde, deixando-me afogada em minha curiosidade.
Decido então procurar Kevin, que já havia passado do seu limite de bebidas, para ir embora. Chamo um táxi e levo meu amigo bêbado para casa. Por mais embriagado que Kevin estivesse, passou horas, desabafando coisas até que coerentes comigo. Colocando os prós e contras em voz alta, sobre seu relacionamento com Joaquin e com Archie.
Enquanto meu melhor amigo desabafa, lembro-me de quando o alertei sobre as decisões dele afetarem ambos os garotos e suas vidas, e como aquela frase me fez sentir hipócrita, uma vez que eu havia tomado uma decisão sem me preocupar com as outras partes. Decidir por manter Jughead completamente alheio a minha gravidez não afetava só a mim e a ele, mas também, ao bebê que estava crescendo dentro de mim. Eu não tinha o direito de decidir que ele ou ela nascesse sem pai. Jughead poderia escolher fazer ou não parte da vida da criança, não eu.
Pondero por alguns instantes, enquanto encaro o teto do quarto de Kevin. Eu precisava urgentemente pensar e rever todas as decisões que havia tomado.
A vida de Jughead e seu passado continuam me amedrontando de certa forma, e me deixando alarmada, mas, não era algo que eu poderia mudar ou controlar. Não podia julgá-lo pelo lugar e maneira como vivia, e nem muito menos pelo passado de sua família. Mas, também, ainda não me sentia pronta para envolvê-lo na gravidez.
- Talvez eu precise me aproximar de Jughead e ver se eu realmente quero mantê-lo longe da vida do bebê. - indago, virando meu rosto para encarar Kevin do outro lado da cama de casal que ocupava metade de seu quarto, mas tudo o que recebo em resposta é um ronco alto.
✅ Finalmente a Betty tá caindo em si, né?
✅ Jellybean e FP aparecem no próximo capítulo pelo ponto de vista do Jug.
🆘 Gostaria muito que vocês interagissem mais comigo, comentando o que estão achando e respondendo minhas perguntas aqui, se não for pedir muito!
🆘 Não esqueçam de dar uma passada no meu perfil e olhar minha adaptação de Sprousehart!
🆘 Gostaria de me desculpar pela ausência de gif no capítulo e pelos gifs dois dois capítulos anteriores não estarem funcionando. Eu estou sem internet em casa, então estou postando pelo celular. Prometo que quando estiver postando pelo computador novamente concretarei isso.
💟 Enfim, espero que tenham gostado do capítulo! Não esqueçam de comentar e deixar a estrelinha no capítulo! Bom fim de semana!
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