I've learned my lesson.
Os dois meses seguintes foram miseráveis. Eu havia perdido minha noiva, só via minha filha nos fins de semana e a cereja do bolo foi ter perdido o contrato com a Pierce Company.
A única notícia boa, pelo menos para Betty, era que ela parecia mais feliz e realizada que nunca. Eu estava feliz por ela, pelo sucesso que ela estava tendo no trabalho e pelo jeito como ela agora, longe de mim, conseguia administrar melhor sua vida acadêmica, profissional e materna. Mas, ao mesmo tempo, aquilo fazia-me questionar se talvez o problema todo não fosse eu. Talvez eu tivesse puxando Betty para trás esse tempo todo e não houvesse percebido.
Eu não queria puxá-la para trás, nem muito menos para baixo. Queria que ela realizasse todos os sonhos que ela pudesse ter e cumprisse todos os seus objetivos, mas parecia que estar ao meu lado a impedia de fazer isso.
Toda vez que vou visitar Evie, Betty está ocupada demais para me atender e sempre fico na sala acompanhado de Alice ou Polly. Mesmo que não fosse a intenção dela, Betty estava me fazendo sentir na pele o que a minha ausência a causou.
Eu já havia aprendido minha lição, só a queria de volta, mas tal coisa parecia cada dia mais impossível.
- Bebendo antes de meio dia de novo, Jones? - questiona Veronica ao irromper pela porta do escritório de Jughead como um furacão. - Estou começando a ficar preocupada.
- É sexta-feira. - dou de ombros e repouso o copo de whiskey sobre o mármore negro da mesa do meu escritório e volto minha atenção para o computador.
- Como se isso fosse desculpa para começar beber às dez da manhã. - ela revira os olhos e puxa a cadeira estofada em frente a minha mesa, longo sentando-se nela. - Pode me dizer, o que está rolando?
Respiro fundo, com os olhos ainda fixos no computador e largo as mãos sobre a mesa.
- Está assim por causa do jantar da Betty com o cara do jornal?
- O que?
Viro meu rosto com tanta força na direção de Veronica que sinto meu pescoço estalar, fazendo-me retesar o corpo contra a cadeira.
- Ei, calma! É uma brincadeira. - avisa ela com a expressão assustada.
- Ronnie, eu estou num inferno emocional desde que a Betty saiu de casa e você acha que esse é o momento apropriado para fazer esse tipo de brincadeira? - questiono entredentes.
- Desculpe, só queria ter certeza que você estava assim por causa dela mesmo. - ela suspira e passa as mãos pelos fios negros. - Olhe, eu vou te ajudar... Preciso estar com você e Betty juntos de qualquer maneira, pois Reggie e eu queremos convidá-los para uma coisa, então, vou marcar com ela um jantar hoje à noite em minha casa, e espero você lá. - dispara ela, mal deixando que eu conseguisse absorver suas palavras. - Espero você às oito. - dita, colocando-se de pé e afastando-se da mesa.
- O que eu supostamente tenho que fazer, Ronnie?
- Conquiste sua garota de volta, Jones. Não me pergunte como, você é o único que sabe fazer isso. - ela me lança um sorrisinho antes de fechar a porta.
Perco em torno de cinco minutos encarando a porta de meu escritório. Precisava colocar minha merda toda junta antes desse jantar, e isso incluía parar de beber, ir para casa cedo e escolher um bom vinho, de preferência o favorito de Betty, para levar para esse jantar.
Decido sair mais cedo da empresa, e por isso, peço que minha secretária cancele todos os meus compromissos do dia.
Antes de ir embora, passo pela sala do meu pai, que me recebe com um sorriso largo.
- Quando foi que você virou esse homem? - questiona ele retoricamente. - Por favor, você e Jellybean precisam parar de crescer. - resmunga ele, afastando a papelada para o canto de sua mesa.
- O que deu em você? - uma risada baixa escapa de meus lábios enquanto me aproximo. Largo meu corpo na poltrona no canto da imensa e luminosa sala e suspiro. - Jellybean levou algum namorado para casa e isso o fez se dar conta de que estamos crescendo? - estreito os olhos.
- Não. - ele ri e toma um gole de seu café. - Betty acabou de me enviar fotos de Evie, ela está crescendo tão rápido, e isso me fez notar o quanto você e sua irmã estão crescidos e independentes. - ele suspira com um sorriso por trás da caneca de café.
Sinto meu estômago revirar.
Minha filha está realmente crescendo rápido. Toda vez que eu a via algo havia mudado em seu rostinho, ou ela havia aprendido algo novo, e eu estava perdendo tudo isso.
Forço um sorriso para que meu pai não note como aquele pequeno comentário havia me entristecido e aceno com a cabeça, concordando com suas palavras.
- É, ela está incrível, e sim, eu e Jelly estamos ficando velhos. - murmuro, forçando uma risada. - Enfim, pai, só passei para dizer que estou tirando o resto do dia... - aviso, levantando-me. - Nós vemos na segunda.
No caminho para casa, passei na Wine & Spirits para comprar quatro garrafas de Azur Rosé, o vinho favorito de Betty, e por cavalheirismo passei em uma floricultura e comprei algumas flores para presentear Veronica.
As quatro horas que faltavam para o jantar se arrastaram por quatro meses. Tive tempo para tomar banho, escolher as roupas que eu sabia que Betty gostava, procurar pelo perfume favorito dela em mim, e ainda assistir alguns episódios de um desenho aleatório que passava na televisão.
As oito da noite em ponto eu estava plantado em frente a porta do apartamento que Veronica dividia com Reggie, com um buquê de girassóis em uma mão e uma sacola de papel com quatro garrafas de Azur na outra.
O nervosismo que me consumia enquanto esperávamos por Betty era semelhante ao que um pré-adolescente sente quando está indo levar a garota de quem gostou a vida inteira ao baile. Era difícil prestar atenção nas coisas que Reggie e Veronica falavam, e até mesmo no bebê deles. Minha cabeça girava em torno de Betty, de quando ela chegaria, se realmente iria, e qual seria sua reação ao me ver ali. Meia hora mais tarde tive minha resposta, e não fora nada como eu imaginei.
Betty passou pela porta que dava acesso a sala de estar com um sorriso pairando em seus olhos. Ela estava vestindo uma saia justa rosa clara e um blusão de seda pérola, parecia estar saindo do trabalho, estava mais linda que nunca.
O ar me faltou quando ela se aproximou e seu olhar cruzou-se com o meu. Diferente do que eu esperava, Betty não ficou aborrecida ou decepcionada ao me ver ali, ela sorriu, não só com os lábios, mas com os olhos também, e me deu um abraço apertado depois de cumprimentar nossos outros dois amigos.
A noite correu melhor que eu esperava. Nós jantamos, conversamos, e recebemos a grande notícia que seríamos padrinhos do casamento de Reggie e Ronnie.
Na hora de ir embora, me surpreendi quando Betty aceitou minha oferta para levá-la para casa e conversar mais um pouco. Quando nos acomodamos em meu carro, me atrevi a tocar sua mão, e sorri aliviado quando ela não recuou.
- Betty? - a chamei, observando-a pelo canto dos olhos, encarando as ruas de Manhattan atentamente. Ela virou o rosto em minha direção e esperou que eu continuasse a falar. - Podemos... É.... - respirei fundo, e apertei as mãos no volante. - Você está pronta para nos vermos de novo...? Queria... te levar para jantar. Eu sinto sua falta.
Consigo terminar de falar ao estacionar o carro em frente a casa de Alice. Betty me observa por alguns instantes e umedece os lábios. Ela solta o cinto de segura e vira-se para mim, impelindo-me a espelhar seu ato.
- Eu também sinto sua falta. - murmurou baixo e repousou a mão sobre a minha. - Mas... Eu tenho medo que se voltarmos a nos envolver as coisas voltem a ser como antes, Jug, e eu não quero isso pra mim de novo.
- Eu aprendi minha lição, Betty. Não vou deixar que nada daquilo aconteça de novo, eu posso te provar isso. - digo com dificuldade, o desespero de não conseguir tê-la de volta emanando em minha voz. - Não aguento mais ficar sem você, sem a nossa filha... Já faz tempo demais. - digo olhando-a nos olhos e guio minha mão até sua bochecha para acariciá-la. Betty repousa a bochecha na palma de minha mão e solta um suspiro baixo.
- Eu também não aguento mais ficar sem você... - Betty confessa em um sussurro e aperta meu pulso com delicadeza. - Te evitei por esse tempo todo por que sabia que a hora que eu o visse de novo me jogaria em seus braços. - ela ri fraco.
Aproximo mais meu corpo do de Betty, nossos rostos ficam a pouquíssimos centímetros de distância. Respiro fundo, controlando-me para não avançar nenhum sinal errado e a olho nos olhos.
- Então me dá uma chance... Vamos recomeçar.
Betty fecha os olhos e roça nossos lábios num toque suave. Sem conseguir me contar, eu sorrio e a beijo com tamanha intensidade que o ar nos falta em poucos segundos.
- Senti tanto a sua falta. - sussurro contra os lábios dela. - Eu te prometo que daqui pra frente vou ser tudo o que eu deveria ter sido desde o início.
- Eu te amo. - sussurra Betty, me fazendo ter certeza que todas as mudanças que eu havia feito em mim mesmo e o tempo que eu havia esperado por ela valeriam a pena, por que ela voltaria para mim.
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Segunda temporada está chegando ao fim amores. Espero que estejam gostando! Bughead vai se acertar e daqui para frente serão só flores, hihi <3
Espero que ainda estejam acompanhando depois dos meus sumiços, tá complicado ter tempo e criatividade para escrever. Espero que entendam.
Me seguiam aqui, pois tenho mantido bastante contado com as leitoras pelos anúncios.
Até o próximo!
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