2

Cole Sprouse

— Nossa, cara. Você tá um lixo.

Kj disse assim que entrou em meu apartamento.

— Estou me sentido melhor agora, valeu.

minha voz era de puro sarcasmo.

Fechei a porta em que ele estava e me voltei até sofá, me jogando sobre o mesmo.

Ouvi Kj suspirar e se arrumar em minha poltrona.

— Cadê o meu remédio?

falei com os olhos fechados.

Ele me ignorou e começou com uma de suas várias palestras.

— Eu sei que deve ser difícil para você  lidar com a perda de seu pai, mas você só está se afundado, faz uma semana que você não vai para a faculdade e não sai desse apartamento, que aliás, também está um verdadeiro lixão.

Ele faz uma pausa antes de continuar.

— Você não pode continuar trazendo garotas para cá e as mandando embora no dia seguinte. Você acha que ele iria querer isso?

afundei meus dedos na almofada atrás de minha cabeça. Kj não poderia saber o que ele queria. Kj não poderia ler a porra de sua mente. Aliás, ele estava morto.

— Que você se isolasse do mundo? Acho que nós dois sabemos a resposta, você só tem que parar de agir feito um garotinho assustado. Você já é
um homem, porra. Aja como um.

Kj era o tipo de melhor amigo protetor, eu admirava pra caralho essa característica nele, mas isso me irritava profundamente algumas vezes.

— Eu sei.

É tudo o que eu falo.

Não quero começar uma discussão, sei que Kj está certo, mas não foi ele que perdeu seu melhor amigo, eu e meu pai éramos muito, mas muito próximos, se havia algum vestígio de bondade em mim, era por causa da forma que ele me criou, completamente pacífica.

Não me lembro dele ter me batido, ou gritado comigo. Ao contrário da mulher que eu insistia em chamar de mãe, ela era o verdadeiro Satanás, em sua forma mais esnobe e fútil possível.

Ouvi ele estalar a língua e se levantar.

— Você tem alguma tipo de bebida por aqui?

Ele perguntou e eu quis dar risada.

— Esquece. É claro que você tem, é de Cole Sprouse que estamos falando.

Abri os olhos e observei enquanto ele ia até a cozinha e voltava com um garrafa de cerveja em suas mãos.

— Vai rolar uma festa hoje de noite.

cometou casualmente. Eu fiquei em silêncio, o ignorando. Eu não estava no clima se barulhos e movimentação hoje.

—Da Tiffany, cara.

comentou com um sorriso malicioso em seus lábios.

— E daí?

— E daí que ela é a garota mais gostosa da faculdade.

seu tom de voz era como se isso fosse a coisa mais óbvia do universo, e eu um idiota.

— Eu não costumo ficar com a mesma garota por mais de uma vez.

Liguei a tva e Kj praticamente de engasgou com a sua cerveja e me fitou com os olhos arregalados.

— Que inferno.

ele passou a mão pelo queixo, limpando o líquido.

— Como assim não repete?

— É isso ai, cara.

respondi observando o programa de culinária que estava passando pela tv, e até que não era não ruim assim.

— Só um maluco que rejeita a Tiffany Evans.

ele exclamou indignado.

Sorri torto.

— Então devo ser um maluco

respondi dando de ombros e observando a mulher do  programa cortando alguns legumes e jogando em uma enorme panela com água quente.

— Preciso de cafeína, vamos a cafeteria do Dimmy. As garçonetes de lá são quentes como o inferno e eles ainda servem o melhor café da cidade.

♡♡♡♡

— Cara, essa Loira é sexy.

Kj disse observando alguém por cima de meu ombro, enquanto levava sua caneca de café até a boca.

— Você acha todo mundo sexy, cara.

respondi sem interesse algum em olhar para quem ele se referia.

— Acho mesmo, mas essa é diferente.

ele inclinou a cabeça para o lado ainda analisando a garota.

— Ela parece doce e inocente.

Dei um gole em meu café.

— Ela se levantou.

Kj engasgou com o próprio café e começou a tossir igual a um louco.

Eu revirei os olhos e me virei para encara-la.

Ela tinha os olhos verdes mais bonitos que já tinha visto em toda a minha
miserável vida e realmente tinha essa coisa doce sobre ela. Seus cabelos loiros eram curtos, batiam em seus ombros, pareciam macios e bem cuidados. Ela estava usando um vestido florido e ele parecia a porra do verão inteiro nele, ela era o sol, e eu queria, desesperadamente, me queimar com os raios que ela transmitia.

Não sei que droga estava acontecendo comigo, mas não fui capaz de deixar meus olhos se moverem para longe dela. Eu acompanhava cada movimento seu.

Ela estava andando cabisbaixa, encarando o livro que segurava a todo momento. O fato de ela não ter me notado me deixou completamente frustrado.

Nunca me ignoravam.

Ela tinha um cappuccino em sua mão livre, enquanto ia até a porta, mas no
caminho, tombou com uma garota morena e acabou derrubado todo o conteúdo do copo em suas roupas. 

O livro deslizou pelo chão até para aos meus pés.

Kj sufocou um riso em sua garganta que disfarçou com tosses falsas.

— Me desculpe.

A Loira disse, parecendo horrorizada enquanto levava as mãos até sua boca.

A outra garota estava literalmente soltando fogo por sua cabeça. 

— Você fez de propósito!

ela exclamou observando os estragos nas próprias roupas.

— Sua invejosa. — ela choramingou.

— Eu nunca faria isso com alguém, deixe-me ajudá-la.

a garota disse, pegando alguns
guardanapos e se aproximando da outra que rosnou:

—Não. Me. Toque.

ela disse pausadamente.

A Loira recuou alguns passos para trás, ela parecia assustada.

— Você vai pagar por minhas roupas

ela falou, seus olhos eram de puro gelo.

— Agora!

gritou, batendo o pé no chão como se fosse uma criança idiota.

O rosto Loira ficou completamente em chamas e se encolheu.

— Eu não tenho dinheiro aqui. Sinto muito.

ela desviou seu olhar para a porta e então a morena levantou seu braço em um movimento rápido e brusco.

Antes que a palma de sua mão se choque contra o rosto da garota,
me ouço dizer:

Nem pense nisso.

rosnei alto o suficiente para que a morena me escutasse.

Os três me encararam surpresos: 

Kj, loira e a morena.

A garota deixou seu braço cair ao lado de seu corpo enquanto o reconhecimento se passava em seu rosto. Ergui uma sobrancelha e retirei um cigarro de meu bolso, acendendo
o mesmo em meus lábios.

— Cole?

ela perguntou, em um tom quase inaudível e eu revirei os olhos.

— Acho que sou eu.

respondi com um sorriso torto em meus lábios.

Dou uma tragada em meu cigarro e solto a fumaça lentamente. Kj tocou
levemente o meu braço.

— Você não pode fumar aqui, cara. Estamos em um local fechado.

ele me alertou e eu o ignorei.

A morena deu um sorriso forçado para a garota.

— Me desculpe, entendo que você não me sujou de propósito.

Então ela se virou e foi embora pela mesma porta em que passou.

A loira me encarou com um misto de surpresa e gratidão. Ela andou até nós e eu peguei seu livro que estava caído sobre o chão. Eu limpei algumas sujeiras que haviam se acumulado sobre a capa e o coloquei em suas mãos.

— Obrigada por isso.

ela falou, encarando a capa de seu livro.

Kj a observava atentamente com um brilho diferente em seu olhar.

— Sabe, você poderia passar seu número para mim. Assim nós não esqueceríamos do pequeno favor que meu amigo fez para você.

ela franziu a testa e ergueu os olhos para ele.

— Cala essa boca, cara. Você não precisa passar o seu número para ele.

falei e dei mais uma tragada em meu cigarro.

Kj me chutou por baixo da mesa e eu lancei um olhar mortal em sua direção.

— Hum, está bem. Estou indo embora.

ela disse se virando e andando até a porta.

Observei suas curvas conforme ela tava seus passos. Os vestido florido se avistava perfeitamente em seu corpo.

Preciso tê-la.

De preferência nua e em baixo de mim, na minha cama.

— Mas que porra foi essa, Cole?

Kj perguntou indignado, me fazendo sair de meu transe.

— Você nunca me interferiu antes com uma garota. Por que agora?

ele disse me encarando com raiva e curiosidade.

— Ela é minha.

eu disse me levantado e jogando meu cigarro pela janela.

Segui até a porta na esperança que Loira ainda estivesse por aí.

Mas ela já havia ido embora.

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