Pesadelo.

Aviso: Esse capítulo pode ser gatilho de assédio e abuso sexual, caso seja sensível a isso, pule a parte em itálico.

Capítulo 9.
Pesadelo.

- Você vai adorar os gêmeos! - assegurou Matthew a Lili enquanto passavam pelo corredor do avião.

Ela sorri na direção dele e assente com a cabeça sem dizer nada. Matthew fora super acolhedor e entusiasmado com Lili, fazendo-a sentir tão bem vinda quanto Rachel, Cole e todos os outros, mas algo na expressão de Cole quando descobriu que os pais haviam voltado a deixou intrigada, e com um pé atrás com o pai de seu irmão adotivo.

Aos poucos, Matthew, Rachel, Cole e Lili já haviam se acomodado nas poltronas luxuosas da primeira classe do avião em que estavam. Os pais de Cole na antepenúltima dupla de cadeiras, e ele e Lili na última.

- Agora que estamos numa distância considerável dos seus pais... - Lili sussurrou para Cole, chamando a atenção dele. - Por que você pareceu mais decepcionado que feliz quando descobriu que seus pais haviam voltado?

Cole respirou fundo, e observou Lili por alguns segundos. A cabeça dele estava uma completa confusão. Tudo estava acontecendo ao mesmo tempo para ele. O término desastroso e doloroso com Celine, a tensão sexual totalmente absurda e proibida em relação a Lili, e a cereja do bolo: seus pais haviam reatado um relacionamento que até onde ele se lembrava não era nem de longe saudável.

- Digamos que eu ache que seja mais saudável que eles fiquem separados. - Cole simplificou.

Lili decide por não invadir o espaço pessoal de Cole e apenas assente em afirmação, mesmo que não tenha entendido muito bem sua justificativa.

O caminho até Denver no Colorado não é tão demorado, mas fora tempo suficiente para Cole e Lili assistirem dois filmes e jogar conversa fora.

No caminho para o acampamento nas montanhas onde eles ficariam, Cole fora parado diversas vezes por fãs, e até perseguido por um breve período de tempo. Para ele aquilo era normal, o seu dia a dia, para Lili era de longe a coisa mais assustadora que achava já ter vivenciado.

Ao chegar no acampamento, Angelina, a mãe dos gêmeos, irmãos mais novos de Cole, encontrou-se com a família dele para deixar as crianças. Havia sido tenso, tendo em vista que ela era a mulher com quem Matthew havia traído Rachel diversas vezes.

Assim que Maia e Mason chegaram, Cole tornara-se apenas dos gêmeos. Os dos pré-adolescentes literalmente adoravam o irmão mais velho, e como não tinham oportunidade de estar com ele diariamente, quando podiam passar um tempinho com ele o consumiam.

O resto do dia fora divertido e aconchegante. Matthew e Cole fizeram uma fogueira no centro onde as três barracas enormes barracas estavam montadas para assar marshmallows. Tocaram um pouco de violão e contaram histórias de terror até uma da manhã, como se fossem seis adolescentes em um acampamento escolar.

Como Camila havia deduzido, eles se dividiram em três barracas: Matthew e Rachel na maior, Mason e Maia na do meio, e Cole e Lili na da outra ponta. De maneira estratégica para que se os gêmeos tentassem aprontar de madrugada, as quatro pessoas mais velhas os estavam cercando. Mas Camila não havia acertado sobre a neve, apenas sobre o frio e a divisão das barracas.

Lili estava a mais de dez minutos com uma mensagem de texto aberta. Ela sorria feito idiota sem entender muito o motivo. O "Estou com saudades. -C." que ela acreditava ter sido enviado por Cole como uma brincadeira boba, a havia deixado com uma sensação boa e estranha no estômago. Lili trocou algumas mensagens de texto com Madelaine, e aconchegou-se em seu saco de dormir na barraca que dividira com Cole.

Cole estava estranhamente quieto e pensativo. Quando deitou-se em seu saco de dormir, ao lado de Lili, ficou com a cara enfiada no celular, diferente dela que apagou de imediato. Ele estava quase dormindo quando Lili começou a se mexer, inquieta, e aparentemente perturbada.

Ela estava tendo um pesadelo. Uma lembrança que sempre vinha assombrá-la, e que ela nem sequer sabia que era de fato uma lembrança e não apenas um sonho ruim.

A pouca luz que entrava pelas frestas da janela do porão do orfanato misturada com a onda da droga que começava a fazer efeito, não permitia que Lili enxergasse muito bem. Mas ela sabia que os olhos de Chace haviam tornado-se famintos e assustadores. Podia sentir o olhar dele queimando-a.

As mãos de Chace passaram a tomar conta do corpo fraco de Lili, apertando-a e puxando-a de maneira bruta para despí-la.

- Chace, não. Eu não quero. - ela pede baixinho, a voz baixa e arrastada.

- O que foi? Você não me ama o suficiente para isso? - ele questiona, enquanto abre sua calça jeans.

- Não, não é isso. - ela tem os olhos marejados e a respiração ofegante e cansada. - Você sabe que eu amo você, mas, eu não me sinto pronta.

- Mas não é uma decisão sua, Lili. - ela força-a a deitar-se no chão sujo do porão, puxando sua calcinha para baixo com tamanha força que rasga o tecido frágil e velho. - Você é minha.

Antes que ele pudesse terminar sua frase, o grito gutural irrompeu da garganta de Lili quando a dor aguda entre as suas pernas se fez presente, junto ao desespero.

Cole sentou-se bruscamente ao ouvir o grito de Lili e puxou-a para seus braços com dificuldade por os dois estarem em sacos de dormir diferentes.

O grito que a jovem havia dado no sonho, havia sido emitido fora dele também.

- Lili... - Cole sussurrou, apertando-a contra seu peito. - Lili acorda. - ele pede baixinho, deixando um beijo suave na bochecha da garota. - Foi só um pesadelo. - afirma com o tom de voz um pouquinho mais alto.

- Cole...? - Lili sussurra em meio a um soluço e abre os olhos vagarosamente. - Me desculpe, não queria te acordar.

- Está tudo bem. - assegura ele, olhando-a nos olhos enquanto segura seu rosto entre as mãos. - Eu estou aqui, foi só um pesadelo.

Cole observa cada mísero centímetro do rosto de Lili. A vontade que ele sente de protegê-la é quase do tamanho da vontade de beijá-la.

Involuntariamente, Cole aproxima mais o rosto do de Lili, e seus lábios quase se roçam. Ele só se dá conta do quão próximo está de beijá-la quando a escuta arfar e emitir um som baixinho muito semelhante a um gemido.

Numa tentativa de disfarçar, Cole deixa um beijo na ponta do nariz de Lili e outro na testa, tornando a abraçá-la.

Ele a mantém em seus braços, colada em seu peito até que ela volte a dormir.

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Oi, amorzinhos, perdoem a demora para atualizar. Como sabem, primeiro fiquei sem internet, depois sem computador... E fora os pequenos bloqueios criativos. Espero que entendam, logo estarei de volta a ativa.

Espero que tenham gostado. Amo vocês, até o próximo! <3

Essas mensagens assinadas em "-C" são bem suspeitas, né rs

Me mandem perguntas para o Cole responder no fim do próximo capítulo, ele vai responder algumas fãs e eu queria que fosse perguntas das leitoras. lembrem de perguntar coisas que não envolvam coisas que ele não sabe e que não tem como as fãs saber para ficar mais realístico, ok?

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