Como assim Lili não está aqui?
Capítulo 33.
Como assim Lili não está aqui?
LIZZIE REINHART
Graças a briga que tive com a minha mãe no dia anterior, tomei a decisão que viria até Los Angeles para conversar com Cole e contar para ele tudo o que minha mãe pretendia. Assim, ele poderia contar para minha irmã, e proibi-la de ficar com ela.
O problema é que, por mais fácil que seja encontrar o endereço de uma pessoa famosa, é praticamente impossível entrar no condomínio. E tocar a campainha ou dizer que é algum parente não vai resolver de nada, e, exatamente por isso, Alex e eu estamos parados, dentro do carro, esperando que por um milagre divino Cole resolva sair para caminhar.
- Liz, já tem mais de duas horas que nós estamos enfiados nesse carro. - resmungou Alex, visivelmente exausto. - Estamos parecendo dois loucos, daqui a pouco o segurança do condomínio chama a polícia.
Eu ri.
- Não fala besteira... - sussurrei, esticando-me para dar-lhe um beijo suave nos lábios.
- Ali, o portão está abrindo de novo. - Alex apontou em direção a minha janela assim que nos separamos e eu vi o portão abrindo.
- Ah, ótimo... Outra pessoa de carro. - revirei os olhos. - Nós nem conhecemos os carros deles, é burrice ficar aqui. - lembrei-me desse pequeno detalhe, ficando totalmente irritada comigo mesma.
- Relaxa, amor, logo ele aparece. Não dirigimos de SanFran até aqui atoa, fica tranquila. - Alex afagou meu cabelo, me oferecendo um sorriso solidário.
- Quer saber? - falei de repente, abrindo a porta do carro. - Vou lá tentar pedir para chamarem ele. Não saia daqui.
Antes que Alex pudesse contestar, eu já havia corrido até a porta do condomínio luxuoso.
- Olá, boa tarde. - murmurei num tom alto o suficiente para chamar atenção do segurança engravatado. Ele me encarou com desdém e aproximou-se um pouco mais da grade. - Gostaria de saber se pode chamar o Cole pra mim? Preciso falar com ele, urgente.
O segurança arqueia a sobrancelha e logo solta uma gargalhada sonora.
- Você não é a única, todas as garotas da sua idade tem coisas "urgentes" - ele faz aspas com os dedos no ar. - para falar com ele. - Sinto muito, mocinha, mas não é permitido fãs nesta área residencial. Se você insistir, vou chamar a polícia.
- Mas eu não sou fã dele, caramba! Sou parente da irmã adotiva dele. - grunhi furiosa.
- Da irmã adotiva de quem? - uma voz soou atrás de mim, fazendo-me pular sobressaltada. - Senhor! Você é irmã da Lili? - a morena de olhos grandes questionou assim que me virei em sua direção.
Assenti com a cabeça, num tremendo alívio. Talvez minha mãe tivesse razão e minha irmã e eu fossemos realmente parecidas.
- Sim, sou... Eu queria falar com Cole sobre ela, é um pouco urgente. Você poderia me ajudar?
- Claro, me acompanhe. - ela me dá um pequeno sorriso e passa a minha frente. - E você, seu brutamontes, saiba que quando uma reclamação de você chegar em meu nome, lembre-se que é Camila Mendes.
Oh. Essa é Camila Mendes.
O homem engravatado não diz absolutamente nada, apenas aperta o botão que abre o portão automático e abre passagem para que entremos.
- Você é o que da Lili? - Camila questiona enquanto entramos num daqueles carrinhos de golfe. Devia estar tão baratinada com a situação que nem se deu conta de que estava me perguntando aquilo pela segunda vez. - Boa tarde. Casa do Sprouse. - ela dita para o homem que guiava o carrinho.
- Irmã.
Ela sorri, mas logo sua expressão se torna confusa. Ela não diz nada durante todo o caminho até a enorme e luxuosa mansão em que nos deixam em frente.
- Chegamos. - ela avisa, caminhando escadaria acima.
A expressão na face do rapaz que me fora apresentado como Cole, assim que entramos na casa do mesmo, foi de pura surpresa e confusão, me dando ainda mais certeza de que realmente tinha algo em mim que lembrava minha irmã.
- O que aconteceu...? - ele indagou, depois de oferecer um espaço na enorme sala para que eu me sentasse, e pedisse a uma de suas empregadas para que nos servisse algo para beliscar e beber.
- Vou deixar vocês a sós. - avisa a morena. Ela beija o rosto de Cole e sobe escada à cima.
- E então? - questiona ele, encorajando-me a finalmente começar a falar.
- Bom... Eu sou a irmã da Lili... E bom, eu vim aqui pela segurança dela. Eu não acho que minha mãe esteja num bom lugar mentalmente, e estou com medo de que ela possa tentar algo contra a Lili. - falo de uma vez e Cole fica pálido. - Minha mãe é uma pessoa bastante agressiva, principalmente quando não tem o que quer e imaginar que ela possa se aproximar de Lili me deixa um pouco apavorada, duvido muito que essa história de encontrá-la seja com boas intenções e queria muito que você me ajudasse para que isso não acontecesse com as duas a sós.
- Você tem certeza de que estamos falando da mesma Lili? Como você sabe que vocês são realmente irmãs? - Cole coloca o corpo para frente no sofá e corre os dedos por seus fios loiros, visivelmente perturbado.
- Eu tive uma briga com a minha mãe ontem, uma das piores, diga-se de passagem, e durante a mesma, ela me disse que fez um exame de DNA, pedido pela sua mãe, aparentemente, quando ela entrou em contato por e-mail.
Cole engole em seco, e dessa vez sou eu quem começa a ficar perturbada.
- Lizzie. Lizzie não é? - eu assinto com a cabeça. - A Lili não está aqui. Ela foi embora com a sua mãe há quase três semanas.
- O que? Como assim a Lili não está aqui? - coloco-me de pé de supetão e sinto meu corpo inteiro estremecer. - Eu estive na casa da minha mãe ontem, não tinha nenhum sinal de alguém lá além dela. - lembro a mim mesma e passo as mãos por meu rosto. - Meu Deus do céu, o que diabos minha mãe fez?
Cole aproximou-se de mim e segurou minhas mãos, chamando minha atenção para o seu rosto.
- Nós vamos encontrá-la, ok? - ele diz decidido, tentando visivelmente esconder seu nervosismo. - Você vai para casa agora mesmo, e tenta sondar sua mãe onde diabos está a Lili, e assim que tiver uma ideia, me manda mensagem. - ele pede, entregando-me seu celular para que eu anotasse meu número. - Não é uma boa ideia entrarmos em contato com a polícia de cara porque não sabemos o que sua mãe pretende, mas, assim que soubermos, a gente os envolve.
- Tudo bem. - digo, assentindo a cabeça várias vezes seguidas. - Eu vou te enviando tudo o que descobrir por mensagem. - Volto a falar assim que meu celular toca com o número de Cole, e logo salvo o mesmo.
- Obrigado por ter vindo até aqui, Lizzie. A Lili é a coisa mais importante da mi-nossas vidas e eu não sei o que faria se algo ruim acontecer com ela.
- Nós vamos encontrá-la sã e salva. - dito, tentando convencer mais a mim que a Cole. - Eu preciso ir, quero chegar em SF o quanto antes e meu noivo está me esperando lá fora. Caso a Lili entre em contato com vocês me avise também, por favor.
Quando saí do condomínio, Alex estava parado do outro lado das grades me esperando com um olhar preocupado.
- A mamãe está com a Lili, precisamos chegar em San Francisco o quanto antes.
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É agora, amigos... É agora.
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