Chegada.
Capítulo 1:
Chegada.
O ambiente daquele lugar parecia sempre frio e nublado. As paredes escuras, assim como os pisos, davam a Lili a impressão de que estava em uma prisão, mesmo sem nunca ter colocado os pés em uma. Mas para a sorte dela, hoje era seu último dia naquele lugar, por mais estranho que fosse.
Difícil acreditar, que depois de quase dezessete anos, no limite de seu prazo para ser adotada, ela deixaria o orfanato para trás, finalmente. Mas ainda assim, a situação a causava arrepios. Ela estava deixando tudo o que conheceu a vida inteira para trás, as pessoas que tinha como família, o lugar que tinha como casa... Tudo aquilo seria passado dali a algumas horas.
A adoção fora toda trata em segredo e ela não via a hora de saber quem foi a pessoa que havia lhe escolhido. No fundo, o medo a consumia, pois qualquer tipo de pessoa, boa ou ruim, poderia levar-lhe embora dali algumas horas.
Lili vive aqui desde sempre. Na realidade, não tem nenhuma memória de antes de estar aqui. Havia chegado no orfanato com poucos anos de idade, e não tinha a menor ideia de sua história de vida, nem de sua família biológica. Mas aquele assunto não era algo que lhe aguçava a curiosidade. Ela sempre acreditou que se seus pais a deixaram para trás, eles tiveram um motivo, e ela também tinha os dela para não querer saber.
A vida de Lili, obviamente, não é nenhum mar de rosas. Muito cedo, a garota desenvolveu o hábito de usar cocaína. Uma maneira grotesca e errônea de tentar amenizar dor e sofrimento. Ela não era usuária assídua, pois, se fosse, a essa altura estaria morta. Cocaína. Aquela droga tão pesada, destrutiva e altamente viciante, fora apresentada a Lili a alguns anos atrás, pelas mãos de Chace. O rapaz de cabelos loiros e um sorriso encantador, arrastou Lili para o pior de seus pesadelos, e infelizmente, a própria nem havia se dado conta.
Constantemente a adolescente tentava ficar sóbria. Lutava diariamente contra os instintos do vício, e estava limpa a algumas semanas. Aquilo era um grande passo. Mais um passo para que ela deixasse a vida miserável para trás, e entrasse de pé direito em uma nova vida, repleta de novas chances e possibilidades.
Recaídas eram normais, infelizmente. E por isso, Lili estava numa constante batalha de pavor e preocupação, tentando entender como lidaria caso alguma recaída acontecesse na casa de sua nova família. Eles poderiam revogar a adoção caso ela se comportasse mal, afinal, aquele era apenas um período de experiência e adaptação.
Hoje era meu último de Lili no orfanato. As poucas coisas que ela tinha estavam amassadas na mochila, que ela usava para ir a escola. Lili estava com o coração na mão. Por mais que quisesse desesperadamente deixar o orfanato para trás, também deixaria sua melhor amiga ali. Madelaine. A jovem ruiva e esguia, que estava do seu lado desde sua memória mais antiga. E Chace Korchie. O maldito Chace que Lili tanto amava.
Lili largou o corpo na cama e ficou encarando o teto. Ela dormia na parte de cima de um dos beliches do dormitório. Podia ouvir nitidamente Madelaine fungando na cama de baixo, ela estava chorando. Lili também deveria estar, mas já tinha chorado tanto nas últimas horas, que nem tinha mais lágrimas pra isso.
Madelaine era sua única amiga ali. Ela era a única pessoa que a garota tinha no mundo, e separar-se dela seria definitivamente a coisa mais difícil que Lili teria de fazer.
No outro dia, a assistente social do orfanato guiou Lili para a direção do local, enquanto ela carregava sua mochila nas costas e respirava fundo para não ter um ataque de ansiedade.
Paige, a assistente social, lançou-lhe um sorriso cúmplice ao que percebeu Madelaine a esperando na porta da direção, para se despedir. A mulher se afastou, dizendo que daria cinco minutos para que as garotas falassem "adeus".
- Minha família adotiva chegou.
A voz de Lili soou triste, por mais animada que tentasse parecer, e os olhos de Madelaine já estavam cheios de lágrimas.
- Eu estou feliz por você, tenho certeza que sua família vai te amar muito. - esforçou-se para sorrir em meio as lágrimas e respirou fundo, puxando-a para um abraço apertado e caloroso de despedida.
- Eu prometo que assim que eu chegar na casa nova dou um jeito de ligar para você, ok? E eu juro, juradinho que em breve você vai sair daqui. - prometeu, soltando-a e forçando um sorriso.
- Tudo bem. Eu estou muito feliz por você, - se repetiu. - e espero que sua nova família cuide bem de você. Eu te amo, está bem? - Lili assentiu, abraçando-a novamente.
- Obrigada, também amo você. - beijou-a no rosto, e foi de encontro a Paige.
Paige repousou a mão no centro das costas de Lili, guiando-a para dentro da sala da direção. O local era como o resto do orfanato, paredes e pisos escuros, móveis de madeira e estofados azuis. Tudo muito frio, triste, sem esperança.
A diretora do orfanato, - uma mulher que estava em torno de seus cinquenta anos, cabelos pintados de loiro e olhos escuros, com uma feição amigável. - levantou-se e sorriu em direção a jovem, movendo sua mão, num pedido silencioso para que eu me aproximasse.
- Lili, quero te apresentar Rachel, sua mãe adotiva.
Agora seria definitivo, ela estava sendo adotada. Adotada.
Assim que tais palavras são proferidas pela diretora do orfanato, a mulher se vira para Lili. Ela tinha os cabelos loiros reluzentes lisos, cortado pouco acima dos ombros, os olhos azuis brilhantes e um belo sorriso no rosto. Rachel era alta, magra e aparentava não ter mais que quarenta e cinco anos de idade.
- Você tinha razão, ela realmente poderia ter meu sangue. - a mulher brinca com a diretora, e logo aproxima-se de Lili. - Posso lhe dar um abraço? - questiona de maneira amigável, e a garota cede ao seu abraço.
- É um prazer conhecer você.
Algo na face de Rachel fazia Lili acreditar que ela não lhe era estranha, que já havia a visto em algum lugar.
A diretora do orfanato interrompe os pensamentos da garota, com algumas instruções obrigatórias, e pedidos para que ela assinasse alguns documentos, assim como Rachel.
Os olhos verdes de Lili percorrem os papéis de maneira atenta antes de assinar qualquer coisa. Mas, em algum ponto daquela folha branca, cheia de termos jurídicos, um nome chama sua atenção. O nome completo de sua mãe adotiva.
Rachel Adams Sprouse.
Sprouse.
Rachel Sprouse, a mulher a sua frente era progenitora da febre adolescente em pessoa: Cole Sprouse. O garoto, poucos meses mais velho que Lili, era a sensação adolescente da atualidade. A beleza que remanescia ao tão aclamado Leonardo DiCaprio, fazia o rapaz de dezoito anos recém-completados enlouquecer até as mães de suas pequenas fãs. Mas como nada na vida é um mar de rosas, Cole além de sua beleza monumental, tinha um histórico nada agradável de problemas. Ele poderia facilmente ser comparado ao Justin Bieber de 2014 em algum ponto de seus dezoito anos.
A ficha de Lili ainda não havia caído completamente. Mas ela já tinha compreendido que estava sendo adotada por uma mulher com um filho de sua idade, que já estava criado, morando sozinho e ganhando seu próprio dinheiro. O que a fez questionar profundamente qual a razão de Rachel ter escolhido alguém de sua idade.
A notícia boa era que, como estava sendo acolhida por uma família rica, poderia facilmente ajudar sua melhor amiga, quando ela completasse os dezoito anos e saísse finalmente do orfanato.
Elas ficaram trinta minutos dentro da sala, com Rachel assinando papéis, a diretora e Paige dando instruções a ela, começando por, o que ela devia fazer se quisesse me devolver.
"Imbecis." - Lili resmungou internamente.
- Vamos embora, Pauline? - Rachel aproximou-se da jovem, oferecendo-lhe um olhar reconfortante.
- Me chame de Lili. - pede, oferecendo com um sorriso. - Sim, vamos! - pega a mão da mulher de bom grado. - Adeus gente, e obrigada.
O orfanato onde Lili morava ficava em Ventura, e a casa de Rachel era em Los Angeles, o que fez a viagem não ser muito longa. Lili manteve-se em silêncio durante todo o caminho, enquanto sua mãe adotiva respondia e-mails e ligações em seu celular. A loira a olhava admirada e agradecida. Sabia que lhe devia gratidão, mas não sabia muito bem como demonstrar.
Quando o carro foi perdendo velocidade e logo estacionou dentro de um condomínio fechado de casas, Lili congelou. Diante de seus olhos tinham uma casa tão grande quanto o orfanato que viveu anos de sua vida. As paredes eram amarelo-claro e um lindo jardim coberto por flores decorava a entrada.
Quando saiu do carro, seguindo Rachel, sua boca formou a letra "o" com tamanha perfeição que fez a mulher soltar uma gargalhada sonora. As íris de Lili vagavam pelo local, tentando absorver que agora aquela era sua nova realidade.
- Bem-vinda a sua nova casa!
O interior da casa de Rachel era tão lindo quanto por fora, tinha um jeito jovem, móveis coloridos, paredes claras, tapetes felpudos. Parecia um cenário de cinema. Boquiaberta, Lili ficou parada no batente da porta, admirando cada detalhe do local, que era tão grandioso e bem decorado.
- Entre, querida! Vem, vamos conhecer seu quarto!
Quando Lili finalmente saiu de seus devaneios e deslumbramentos, Rachel já estava subindo as escadas, então, ela tratou de correr para alcançá-la.
- Esse é seu quarto Lili, espero que você goste. Se quiser mudar qualquer coisa, nós podemos fazer amanhã, ou quando você quiser. - Rachel abriu a porta de um quarto no fim do corredor.
O cômodo era todo decorado em branco, cinza e rosa-blush, e, além disso, era muito grande. Tinha uma cama larga e janelas enormes, uma penteadeira, uma mesa com um computador, e mais diversas outras coisas.
Lili ficou, literalmente, de boca aberta.
- Nossa! Obrigada! - agradeceu quase gritando. - Não precisa mudar nada, está perfeito! É lindo!
- Ótimo! Agora descanse, e aproveite seu quarto. Mais tarde temos que ver os assuntos sobre sua educação domiciliar. Se precisar comer algo é só descer e pedir a empregada, e o banheiro é ali. - apontou em direção a porta que ficava ao lado do enorme espelho que havia posicionado no chão do quarto.
- Ok, obrigada. De verdade, Rachel, obrigada por tudo.
- Não precisa agradecer, querida. Agora eu já vou indo. Preciso ligar para o meu filho, que eu deduzo pela sua idade que talvez você conheça. Qualquer coisa é só me chamar.
Era claro que Lili, assim como noventa por cento da população mundial, sabia quem era o filho de Rachel. E o mais estranho e engraçado para a jovem, é que Rachel falava do garoto como se fosse normal ter um filho que é uma super-estrela.
Rachel saiu do quarto e Lili jogou sua mochila no chão, ficando ali, admirando o lugar.
Quando desceu para fazer um lanche, conseguiu ouvir por alto Rachel conversando no celular, e supôs que ela conversasse com seu filho, pela maneira que falava. No fim da ligação, ela avisou que o rapaz viria para o jantar, para que Lili lhe fosse apresentada. Afinal, era sua nova irmã caçula.
_____
•••
CAST
•••
Aqui segue imagens dos personagens que não tem o mesmo nome na história e na vida real:
Jennifer Aniston and Leonardo DiCaprio as
Rachel Adams and Matthew Sprouse.
Sunny Suljic and Mckenna Grace as
The Sprouse twins: Mason and Maia.
Brittany Murphy and Melissa Benoist as
Daisy and Lizzie Reinhart.
Jordan Barret and Justine Skye as
Chace Korchie and Celine Rudolph.
_____
Vocês já sabem qual é o esquema, certo? Comentem o máximo possível e nunca esqueçam de favoritar o capítulo. Espero que gostem dessa história tanto quanto eu! Até o próximo capítulo, meus amores.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top