⛦ ρɾóꙆoɠo ⛦
22 anos atrás
Em uma pequena cabana, na beira de um lago, no meio de uma floresta, no Norte do Alabama nos EUA, um casal residia.
O homem de cabelos e olhos escuros, com seus 25 anos, olhava pela janela a noite fria de inverno. Ele estava bastante nervoso nos últimos dias, ele também sentia medo pelo que poderia acontecer com sua esposa por causa da situação em que os dois se encontravam, mas nunca diria isso em voz alta, não por ter vergonha de se sentir assim, e sim para demonstrar um pouco de esperança para sua esposa. Theo, como o rapaz era chamado, mesmo sendo muito novo, já tinha visto muitas coisas na vida, coisas essas que deixariam os outros desacreditados caso ele verbalizasse em voz alta. Pelo menos, sua esposa Claire o entendia e era igual a ele neste quesito.
Claire tinha cabelos curtos, castanhos, olhos verdes e para quem via de primeira, ela seria descrita como alguém de aparência frágil, ainda mais por causa dos seus 1,55 de altura. Contudo, Theo sabia que de frágil sua esposa não tinha nada. Ele poderia descrevê-la como uma pessoa de garra, teimosa, justa e destemida. Que mesmo diante de situações como a que o casal se encontrava agora, ela era forte, sempre com a esperança de que algo bom fosse acontecer. No fundo, Claire sentia medo, mas não aceitava perder uma batalha, não com tanto a perder.
O casal estava naquela cabana há dois dias. Eles sabiam que não podiam ficar se deslocando de lugar o tempo todo, não com Claire em seu estado. Porém eles sabiam que se ficassem parados por muito tempo, as pessoas que estavam atrás deles, iriam achá-los e eles seriam mortos por elas. Claire e Theo não temiam a morte em si, eles temiam perder o bem mais precioso deles, seu pequeno bebê que ainda não tinha nascido, mas que já era usado por mera vingança contra os pais.
Claire estava com um pouco mais de oito meses de gestação e as únicas coisas que ela queria era que seu bebê nascesse bem, ela queria que a cabeça deles não estivessem a prêmio, que tanto ela quanto seu bebê e marido tivessem uma vida calma e serena. Mas ela sabia que isso era impossível, pois vida normal não servia para uma bruxa e um caçador de seres sobrenaturais, nem mesmo para seu bebê ainda não nascido. Ela queria todas essas coisas, mas não alimentava esperança quanto aquilo, ela não era iludida de tal forma.
Já passava da meia noite quando Theo acordou sobressaltado da cadeira onde estava sentado fazendo a vigia. Ele se punia mentalmente por não ter ficado acordado e cuidado da sua esposa e de seu filho. Ele olhou ao redor e percebeu que caia uma grande tempestade do lado de fora, porém não tinha sido o barulho dos trovões que o tinha despertado e sim os gemidos de dor que vinham de sua esposa que estava deitada na cama.
Theo foi até Claire rapidamente e percebeu um pouco tarde demais o que estava acontecendo. Sua esposa estava para dar a luz ao filho deles e o pior é que ambos não poderiam ir até o hospital pois o mais próximo dali ficava a 6 horas de carro e na situação em que sua esposa estava, ela não conseguiria levá-los até o hospital com magia.
— Claire, querida… — Theo a chama enquanto tenta secar o suor que escorria da testa de sua esposa.
— Estamos bem… — Claire sussurra enquanto abre os olhos vagarosamente.
— Querida, você continua mentindo muito mal. — ele murmura e Claire acaba soltando um breve sorriso. Ela sabia que nunca conseguiria mentir para ele, nem se quisesse. — O que eu faço?
— Eu deixei… — Claire para de falar enquanto soltava um grunhido de dor por alguns segundos, logo em seguida respira fundo e continua. — Tem toalhas limpas em cima da cadeira, junto com uma tesoura. Você só tem que preparar a água quente. — ela grunhiu de dor novamente e Theo já estava ficando desesperado com aquilo e começava a se punir por concordar em se esconder na droga daquela cabana afastada. Se algo acontecesse com sua esposa e filho, ele jamais se perdoaria. Vendo o desespero do marido, Claire logo diz. — Ei querido, eu vou fazer todo o trabalho, você só tem que amparar o bebê quando nascer, tudo bem? Amor, eu… nós precisamos de você.
Theo olhou para sua esposa, engoliu o desespero que sentia e concordou silenciosamente com Claire. Logo em seguida, ele fez o que ela pediu. Enquanto a água estava no pequeno fogão velho, ele pegava as toalhas, a tesoura e uma garrafa de conhaque e levava para a cama onde sua esposa já se encontrava deitada, com o vestido que usava pela cintura e sem calcinha. Claire, depois de fazer uma careta por causa da grande dor que sentia, olhou estranho da garrafa pro marido em uma pergunta muda. Theo percebendo o olhar da esposa, logo explicou enquanto colocava a pequena bacia de água quente numa mesinha próxima da cama.
— Preciso tomar pelo menos um gole para criar coragem, seria bom um belo Bourbon, mas não temos. Então isso aqui serve. — ele tomou um grande gole e logo em seguida se ajustou em frente as pernas abertas da esposa para auxiliá-la no parto. — Certo querida, respire fundo e faça força, nós podemos fazer isso. — Claire concordou com um aceno de cabeça e quando sentiu outra contração, fez força para trazer seu filho ao mundo.
Theo perdeu a noção de tempo enquanto via sua esposa sofrer enquanto dava luz ao filho deles. Ele queria poder tirar a dor dela, queria poder tornar aquilo mais fácil para ela e para seu bebê. Porém a única coisa que podia fazer era dizer palavras para tentar confortá-la o máximo possível. Ele tinha perdido as contas de quantos "você está indo bem", "só mais um pouco", "você é a mulher mais forte que eu conheço, vai conseguir", que ele disse naquele longo tempo. Ele queria poder fazer mais, porém sabia que só podia fazer aquilo para ajudar pois a natureza seguiria seu próprio rumo.
— Vamos docinho, eu já estou vendo nosso bebê. — Theo diz quando ver o bebê quase saído de sua esposa e já coloca as mãos para ampará-lo assim que for o momento. — Vamos lá amor, sei que está cansada, mas nosso bebê está quase aqui conosco, faça força querida.
Com aquelas palavras, Claire conseguiu reunir as últimas forças que ainda tinha. Ela respirou fundo e deu um grito quando fez força para que seu bebê pudesse enfim vim ao mundo. Ela só parou quando ouviu um leve choro que não pertencia a ela e nem ao seu marido e sentiu uma leveza que não sentia a horas. Olhando para Theo, ela percebeu que ele embrulhava algo em uma das toalhas limpas dali. Ela percebeu que era seu bebê e pôde soltar um leve sorriso enquanto via o olhar emocionado de seu marido e respirava fundo para se acalmar.
Depois de um momento, Claire segurava sua pequena menininha nos braços. Apesar de se sentir cansada e com leves dores, ela se sentia realizada e feliz por ter sua menina enfim nos seus braços. Os dois se sentiam felizes enquanto encaravam o rostinho de seu pequeno anjinho.
— Já sabe que nome vamos dar a esse pequeno serzinho? — Theo quebrou o silêncio enquanto pegava na mãozinha da sua bebê.
— Sim, ela irá se chamar Hazel. Como sua mãe, amor. — disse Claire e ela e Theo se olharam rapidamente. Claire percebeu o olhar emocionado de Theo que selou os lábios da esposa com um breve beijo apaixonado.
— Eu te amo querida. — Theo sussurra para Claire sem se afastar do rosto dela. Ele encosta a testa na da esposa, contudo ainda mantendo seus olhos conectados. — Amo vocês duas e não vou deixar nada machucá-las.
— Eu sei amor, eu também te amo. — Claire diz e recebe um leve beijo na testa antes do casal ali olhar para o pequeno embrulho que estava nos braços da jovem mulher. — Vocês dois são minha vida e…
Claire parou de falar depois de ter percebido algo em sua bebê. Ela levou a mão trêmula para o pequeno braço direito de sua filha, sem machucar a bebê, ela moveu o braço para a frente, para ver melhor. Olhando por de trás do ombro daquele braço, ela levou um susto e ali ela sabia que eles nunca teriam uma vida calma.
— Docinho, o que houve? — Theo perguntou após ver o semblante alarmado de sua esposa. Ele levou seu olhar para o mesmo local que a esposa encarava e viu ali uma marca de nascença por trás do ombro de sua filha recém nascida. Ali ele compreendeu o que estava acontecendo, aquela marca na sua filha esclareceu o semblante estranho de sua esposa pois também se alarmou com o que aquilo significava.
Ali, silenciosamente, ele prometeu a si mesmo proteger sua filha de tudo. Ele só tinha medo de não poder protegê-la do inevitável.
Notas da autota
⛦Olá amorecos, como vão?
Aqui está o prólogo da história e como pudemos perceber, Hazel acabou de nascer.
⛦Peço que votem e comentem o que acharam desse capítulo. É bom saber se vocês gostaram ou não desse início e o que esperam que aconteça.
⛦Bom, é isso, beijos e até o próximo.
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