꧁ঔৣ 𝕺𝖓𝖉𝖊 𝖙𝖚𝖉𝖔 𝖈𝖔𝖒𝖊ç𝖆 ঔৣ꧂
Ola amorinhas, muito obrigada por todos os comentários e carinho de vocês.
Boa leitura meus amores
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꧁✞ Jimin ✞꧂
Passei a noite em claro, esperei até que o moreno pegasse no sono, acariciei seus cabelos até ele adormecer, depois de me afastar com dificuldade me sentei na beira da cama observando dormir.
Sua aparência angelical ao dormir é encantadora, sua bochecha esmagada no travesseiro, seus olhos grandes, sobrancelhas grossas e até o rasto fino de saliva que saia de sua boca eram encantadores.
Eu nem vi as horas passarem, me perdi em meus pensamentos e na imagem inocente de Jungkook, que só percebi a hora quando o despertador da cafeteira tocou.
Entrei no banho rapidamente, aproveitei a água fria para pôr a cabeça no lugar, a atitude dele ontem e todo o resto me fizeram ter tanta raiva, não dele, mas da situação.
-Droga.
Percebi que tinha esquecido de pegar uma camisa, voltei ao quarto para pegar uma e me deparei com a imagem de mais novo parcialmente descoberto. - Quando ele dormiu só de cueca e blusa? - Eu estava tão preocupado com tudo e com ele que nem me dei conta de que tinha dormido assim.
-Lindo.
Ele estava abraçado em meu travesseiro, seu corpo estava de lado e sua perna esquerda estava dobrada, a blusa que por ser minha era maior em seu corpo estava erguida, me dando a visão do pecado que sua pele é, suas nádegas estavam a mostra. Tudo aquilo era um grito para que eu mordesse a pele bronzeada, me aproximei pegando o lençol e o cobrindo novamente.
Não posso, mas quero tanto.
-Não, não Jimin.
Joguei a camisa em meu ombro e fui para cozinha, só tive tempo de servir uma xícara de café e bateram em minha porta.
-Pisss, vão derrubar a porta?
-Bom dia pra você também, Jimin.
Namjoon entrou e eu tive meu pescoço agarrado por Hoseok.
-Bom dia, mas dá pra falar maia baixo?
-Por quê?
Suspirei fundo segurando meus cabelos.
-Tem alguém aqui, você trouxe alguém pra tanza na tua casa?
-Não, nunca. Vamos pra cozinha que eu conto.
No outro cômodo contei o ocorrido, ou pelo menos o que eu sabia, já que não quis perguntar ao mais novo sobre. Hobi ficou tão nervoso e cheio de raiva que tive que dar um copo de água com açúcar enquanto Namjoon o mantinha calmo em seu colo.
-Aquele desgraçado, ele passou dos limites dessa vez.
-Dessa vez, isso já aconteceu antes?
-Sim, mas não a esse nível de fraturar uma costela. A primeira vez que eu vi ele machucado foi no primeiro ano de ensino médio.
-Sabe porquê?
-Não, mas tenho uma ideia. Kook sempre foi mais, como vou dizer? Mais delicado, mais sensível, ele não tinha muitos amigos na escola, fora eu me lembro apenas de mais duas meninas da sala que andavam com ele. Mas tudo mudou quando um aluno novo chegou na escola, Jun não falava nada, mas passava o tempo todo olhando o garoto. Quando perguntei a ele o porque ele apenas falou que achava o tal novato legal. Mas era claro que que não era só aquilo e ficou ainda mais nítido quando o novato se aproximou dele, Jungkook mudou em semanas, ria por tudo vivia sorrindo ele era outra pessoa e eu amava aquele ser. Algumas semanas depois tivemos um trabalho em dupla e a professora pós Jungkook com o aluno novo juntos, Min Yoongi era o nome dele. Ele estava tão feliz, mas aí ele sumiu durante uma semana e quando voltou ele trocou de sala quando fui atrás dele vi o rosto dele machucado, ele me contou que o pai dele não gostou do "tipo" que o Yoongi era e acabaram brigando.
-Ele bateu só por isso?
-Isso foi o que o Kook me contou, mas não parou por ai, na escola Min se recusava a ficar longe do Jungkook, vivia atrás dele falando que ele não precisava ficar com medo nem nada do tipo, eu nunca entendi sobre o que eles falavam, pareciam ter um segredo. Vez ou outra os dois sumiam pelos corredores mas eu nunca me importei já que eles não podiam ser vistos juntos, mas um dia o pai do Kook chegou no meio do intervalo e viu nos três Juntos e surto, Ele estava com a cabeça nas pernas de Yoongi e o pai dele arrancou ele pelos cabelos, gritava tantas coisas que mal dava pra entender. Chamava ele de aberração, de desperdício e um monte de coisas desagradáveis , sobrou até pra mim, fui chamado de bixa miserável...
As coisas que Hobi me contava eram cada vez mais horrendas.
-... Três meses depois, Yoongi mudou com Jungkook, ficou distante e ignorante, eles brigaram algumas vezes até o dia que o Yoongi foi embora. Ele foi até a escola e pediu desculpas por Kook, disse que ele devia ser ele mesmo e amar quem quisesse, que deveria ser livre e antes de ir deu um selinhos demorado nele. E foi depois disso, depois que o Min foi embora que ele mudou completamente, em um ano vi Jungkook ir de um garoto quieto e sem amigos pra um sorridente e comunicativo e o vi ser pior do que o começo, frio sem sentimentos e triste, completamente fechado pras pessoas, e nesse meio todo as crises dele apareceram.
Não sei se consigo sentir mais raiva do que já sinto, tudo isso me traz tantas lembranças, tantas dores.
-JIMINNNNN, JIMINNNN.
Hoseok me olhou apavorado
-O que foi isso?
-Jungkook.
Corri o mais rápido que pude, a voz do mais novo parecia assustada, quando entrei no quarto seguido por Nam e Hobi me deparei com Jeon abraçado em seus joelhos e arranhando seus braços.
-Kook, olha pra mim..
Jung tentou se aproximar mas o moreno se sacudia e ficava repetindo incansavelmente, não, não, não….
-Não me toca, não me toca.
Era visível o desespero em seus olhos assim como nos olhos de Hoseok que chorava em silêncio. Jungkook olhava para todos os lados, como se procurasse algo, e quando ele olhou para o amontoado de roupas da noite passada no chão ficou claro.
-Uma crise.
Ele pulou da cama com os olhos cheios de lágrimas, recolheu todas as roupas e as dobrou e desdobrou umas três vezes. Sua voz era tão baixa e chorosa que tive que me abaixar e me aproximar para ouvir.
-Ele vai voltar… dor.. Eu devia ter morrido com ela?... Amor… não posso… não.. Sujo.. Errado… não é natural… vai doer…
Infernos, ver ele assim desperta um desejo de cuidar de proteger.
-Jungkook, por favor pare…
Nada, ele continuava a dobrar e desdobrar as roupas, separava por tamanho, cor e até peça, o chamei algumas vezes e nada, sei que a situação é delicada mas aquilo estava me irritando profundamente.
-OLHE PRA MIM AGORA.
Aqueles olhos, malditos olhos negros que por alguma razão me fazem desabar e me perder em quem sou. Me aproximei segurando suas mãos com firmeza.
-Me escuta, está tudo bem agora, você não precisa ter medo.
-Tá doendo, elas estão queimando, preciso me lavar.
-Não, você não precisa, elas não estão aí.
-Jimin-shi olha estão aqui olha.
Ele tentava se livrar a todo custo do aperto das minhas mãos, olhei para Namjoon que abraçava Hobi o acalmando, ele sabia que eu queria um conselho, uma palavra que o que eu faria era certo, e mesmo que fosse contra os princípios dele, ele concordou.
-Olhe pra mim meu anjo.
Segurei suas mãos ainda mais firmes, tendo suas atenção sobre mim, aqueles olhos vermelhos de lágrimas eram tão excitantes, queria que estivessem chorando por outro motivo, qualquer motivo, menos esse.
-Fica de joelhos de frente pro espelho.
Obediente, como sempre e ele obedece, e mesmo com toda sua dor e tristeza ele continua a me olhar.
-Lembra como te ensinei a respirar.
-Sim.
-Bom garoto, feche seus olhos e só abra quando eu mandar.
Me aproximei dele encaixando nossos corpos, senti o calor do corpo alheio me envolver assim como o cheiro de sono que ainda estava nele, massageei seus ombros e pude ouvir ele arfar. Olhei pelo reflexo do espelho e vi Hoseok e Namjoon me olhando surpresos, os soluços ainda eram ouvidos.
-Mantenha a calma, anjo, eu estou aqui com você.
Desci minhas mãos pelos braços do moreno, sentindo ele se arrepiar pelos meus toques, apertei sua cintura e encaixei meu nariz em sua nuca.
-Se concentre apenas na minha voz, obedeça apenas aos meus comandos, eu vou te ajudar.
Peguei suas mãos e as pus para trás segurando seus pulsos com apenas uma de minhas mãos.
-Haawww, Ji...
-Pisss, não mandei falar...
Cravei minhas unhas em sua coxa direita.
-... Entendeu.
Ele afirmou com a cabeça contendo um gemido pelo aperto em sua pele que eu mantinha, me aproximei mais de seu ouvido, para que só ele ouvisse o que eu diria.
-Muito bem, respire mais fundo, lembra daquela noite, lembra como você ficou bem e de como seu corpo relaxou nos meus braços. De como tudo se apagou quando te beijei? Pode falar agora.
-Sim.
-Abra os olhos.
Ele me olhou direto pelo reflexo, minha mão subiu de sua coxa por dentro de sua blusa até chegar em seu abdômen quente.
-Olhe, quero que você entenda que não tem nada de errado com você, você é perfeito, lindo, o que sente não é sujo ou errado, tudo isso é natural, não importa por quem ou com quem sinta.
Minhas mão soltou seus pulsos e se juntou a outra sobre sua pele, nossos olhos se conectaram quando ele apoiou sua cabeça em meus ombro e me olhou, sua respiração estava mais calma mas continuava pesada, mas agora eu sabia que era por conta do meu toque e não pela crise.
-Está melhor, anjo?
-Graças a você, senhor.
-Suas mãos estão doendo, te machuquei?
-Um pouco, mas essa dor eu gosto.
-Vem levanta.
Ele olhou para o lado e mudou a fase assim que olhou para Namjoon, tentou se cobrir o melhor que pode, peguei uma camisa do chão e pus sobre suas pernas.
-Você?
-Olha só se não é o espião.
-Vocês se conhecem?
Perguntei para Nam, mas ele deu de ombros.
-Quero saber sobre isso depois, se me derem licença vou cuidar dele e ajudar com os curativos, esperem na sala, por favor.
Hoseok se aproximou ainda com os olhos inchados.
-Kook quer que eu te ajude? Eu pós…
-Não, quer dizer, Jimin pode me ajudar, depois conversamos.
-Tudo bem.
Assim que ficamos sozinhos ele se ergueu com minha ajuda, troquei seus curativos e massageei seus pulsos.
-Levanta os braços.
Troquei sua blusa e coloquei uma calça de moletom nele que por sinal ficou grande, em ajoelhei em sua frente dobrando as barras da calça, me apoiei em seus joelhos fazendo um carinho no local.
-Como se sente agora, o que quer fazer?
-Ainda me sinto estranho por tudo, eu não sei o que fazer, o que eu deveria fazer?
-Isso é você que tem que decidir Jungkook, é a sua vida, você tem liberdade e direito de fazer com ela o que bem entender.
-Eu estou confuso, eu sei que sou maior de idade e dono da minha vida, mas ele é meu pai eu na…
-Jungkook, nenhum pai ou mãe deveria fazer o que ele fez, educar e instruir é bem diferente do que ele fez com você. Por sempre a culpa na religião é errado, dizer que se não for como eles querem você vai pro inferno é errado, é arcaico.
-Eu sei … ou não.. Eu estou confuso ainda, eu só não quero mais passar por isso.
-Então, comece não voltando para aquela casa.
-E pra onde eu vou, eu não tenho patentes aqui.
-Calma, vamos descer pra você comer algo e depois pensamos nisso.
-Você pode pedir pro Hobi vim aqui, preciso falar com ele.
-Tá bom, mas depois desça pra comer.
Na sala pedi pra que meu amigo fosse até o quarto enquanto eu arrumava algo para Jungkook comer de café da manhã, eu sentia o peso do olhar de Kim em minhas costas.
-Fala o que quer, eu não sei ler mentes ainda.
-O que foi aquilo ?
-Acalmei ele ue.
-Não, água com açúcar acalma, um vai ficar tudo bem acalma, um calmante, um abraço essas coisas acalmam, aquilo não foi acalmar foi dominar, você falou e ele ouviu, você mandou e ele obedeceu.
-Ta e dai?
-E dai, e dai Jimin? E dai que eu conheço essa história, e dai que eu conheci um garoto com um problema parecido, um garoto que sofreu o abandono da mãe e se apegou a uma pessoa de uma maneira tão forte que causou dependência emocional. Vi esse mesmo garoto chorar, gritar e se machucar a cada sessão com o psicólogo quando se lembrava das surras que o pai dava nele ou de como seu primeiro "amor" tinha o deixado. Me lembrou de como o BDSM o destruiu e o salvou, preciso contar essa história a você ou ela é familiar?
-Namjoon, por favor.
-Por favor o que Jimin, quer acabar com a vida desse garoto? É visível o transtorno psicológico que ele tem o que vai fazer se ele se tornar dependente de você? É legal que ele se acalme com você ou com sua voz, legal que você queria ajudar ele mas ajude do modo certo. Deixe ele se entender por a cabeça no lugar e se ajustar a realidade, aí depois se você quiser você fode ele até de cabeça pra baixo.
-Que, não, não quero isso, não posso me envolver com ele assim.
-Tsk, para de mentir ainda mais pra mim, tá nos seus olhos como ele te despertou o bom e velho, daddy dom*. A anos não vejo esse brilho no seu olhar, você é agressivo, bruto, já assisti várias das suas cenas, já participei de algumas com você, e o que vi lá dentro não é o Mr. Park que eu conheço, lá era o daddy dom cuidando de um little boy*. Jimin, não sei como ou porque ele te atrai, mas tome cuidado por favor, não só por aquele garoto, mas por você também, eu não quero te ver caindo num abismo de emoções mais uma vez.
-Eu amadureci depois de tudo aquilo Nam, eu sei o que dói em mim ou não, sei que Jungkook está sensível, e não está nos meus planos magoar ele mas é que desde que o vi algo me prende, com ele não consigo ser firme. Não vou mentir que não fico duro pensando nele, ou que tenho vontade de amarrar ele em uma cadeira e o fazer implorar pelo meu pau. Mas ao mesmo tempo me bate uma necessidade imensa de proteger, acalentar, cuidar dele, apenas pra que ele sorria e fique bem. Nunca fui minha ideia usar o bdsm pra controlar as crises dele, mas acabou funcionando, foi a única coisa que funcionou.
-Como foi com você, Jimin, eu sei que ele é tentador, quem não gostaria daquele pequeno anjo em suas mãos? Mas lembre, controle sua mente e seu corpo obedecerá, domine sua cabeça e vai dominar a você mesmo, domine você e seu corpo para depois dominar outros.
-Eu sei, por isso preciso da sua ajuda e do hobi, Jungkook não tem onde ficar agora e ele não pode voltar para aquela casa…. Então será que ele não pode ficar com vocês ou na casa do Hoseok já que ele está morando com você por contrato?
-Jimin, tu se mete nos problemas e quer que eu ajude a resolver?
-Você acabou de falar pra mim não piorar as coisas, vai por mim não sei quanto tempo posso me segurar ficando tão perto dele.
Namjoon cruzou os braços me olhando, eu nao tenho outras opções, se Jungkook ficar aqui posso acabar tendo outro deslize e eu não posso, Kim tem razão, eu posso estar atraído por ele o desejar, mas não posso simplesmente o puxar pra tudo isso, nossas vidas já são complicadas o suficientes.
-Nam, por favor, pelo menos até o Taehyung chegar, aí conto tudo ele nos ajuda.
-Tá, tá vou falar com o Hobi, me de alguns dias, mesmo que o muleque seja amigo dele acho que tenho que conversar com ele antes.
-Valeu, e falando nisso, como você conhece ele?
Ele riu coçando a nuca e se ajeitando na poltrona.
-A isso, bem é uma longa história.
꧁✞ Jungkook ✞꧂
-Santos das pikas grossas, que vergonha era você no banheiro.
Eu estava vermelho, acabei contando como conhecia o tal Namjoon que por por ironia era o namorado do meu melhor amigo, contei a ele tudo, como fiquei excitado com o modo que Jimin me trata, de como a voz dele me acalma, e o porque do meu pai ter me agredido dessa forma, mes.o que eu ainda não entendia.
-Ainda não acredito que não conheci sua voz, se bem que vocês estavam … bem.. A você sabe.
-Tranzando, trepando, fazendo sexo, fudendo.
-Hobi…
-Qual é Kook, é assim que eu sou é isso que eu faso.
-Eu sei, mas na igreja.
-E dai, eu tinha um sonho de fazer la, na verdade eu queria fazer naquela salinha que seu pai recebe os crentes,mas ela tava fechada então teve que ser no banheiro mesmo.
Estávamos sentados um de frente pro outro, Hobi sempre foi meu sol, meu ponto de salvação e de um certo ponto eu sentia inveja dele, queria poder ser livre como ele ter a coragem que ele teve de sair da casa dos pais dele e viver como quer.
-Kook, você está bem mesmo?
-De verdade?
-Claro.
-Não, acho que ouvir o que ele me disse doeu mais que os chutes e socos que ele me deu, ouvir que ele preferia que eu estivesse morto, que sou sujo, imundo doeu muito mais que qualquer outra coisa.
-Meu coelhinho.
Ele me abraçou tão forte que eu pude ouvir seus batimentos, ele era como um irmão, um.porto onde eu podia ficar seguro, minha esperança.
-Eu estou aqui, ele não vai mais te fazer mal algum, vou te ajudar, agora temos que ir até sua casa, melhor, temos que ir até a casa do desgraçado e pegar suas coisas e…
Ele me olhou por alguns segundos em silêncio.
-O que foi?
-Onde você vai ficar?
-Não sei.
-Que droga, minha casa tá ocupada, você pode ficar comigo e com o Nam, mas vou ter que falar como ele antes.
-Vocês moram juntos?
-Longa história depois te conto, mas agora vamos lá, você tem que comer, Jimin pode nos matar se demorarmos mais.
-Ele não é assim.
-Hahaha! Só se for com você.
Antes de chegarmos na cozinha pode ouvir uma conversa estranha entre os outros dois, quase gritei quando Hobi tocou meu ombro.
-Se eles te pegam ouvindo vai ser pior pra você, Jimin odeia essas coisas.
-Como você sabe?
-Você se assustaria se soubesse.
-Seu namorado não parece gostar de mim.
-Fica tranquilo, ele é assim com todo mundo, depois que você conhece ele até parece gente normal.
Começamos a rir e fomos pegos pelo namorado do meu amigo.
-O que você disse Hoseok?
Segurei uma risada o máximo que pude mas não deu muito certo e acabei gargalhando muito alto o que chamou a atenção de Jimin.
-O que foi, porque esta rindo?
-Porque o Hoseok falou que não sou normal.
-E ele mentiu?
Todos caímos na risada, exceto por Namjoon que se aproximou do meu amigo com um semblante nada feliz.
-Aqui ou em casa?
Olhei pra Jimin ele parou de rir na hora colocando uma das mãos no bolso de sua calça e a outra na minha cintura.
-O que foi?
-Piss, quieto anjo.
Me virei olhando para meu amigo que agora tinha suas mãos na frente de seu corpo e cabeça baixa.
-Vamos meu bem, escolha, aqui será rápido e fácil já que seu amigo está por perto, em casa serei o de sempre, agora escolha.
Hobi me olhou como se quisesse algo, Jimin apertou minha cintura aproximando sua boca até meu ouvido o que me fez arrepiar.
-Apenas concorde.
Não entendi, apenas afirmei com a cabeça vendo um sorriso no rosto de Jimin, meu amigo ergueu a cabeça para olhar para o namorado.
-Aqui senhor, quero ajudar Jungkook ainda.
-Muito bem, Jimin?
-Vou levar Jungkook pra comer na cozinha e buscar as coisas dele, podem usar o quarto da Mirhay.
Vi os outros dois se afastarem, Namjoon na frente e meu amigo logo atrás.
-Senta, vou te servir.
Na cozinha o loiro me serviu uma xícara de chá branco com torradas e frutas.
-Eles estão bem, vão brigar?
-Eles estão bem sim, Namjoon só quer lembrar pra ele que não deve falar assim.
-Então eles vão brigar.
-Anj… Jungkook é complicado, uma hora Jung te conta tudo, ta? Agora coma.
-Ok.
Já estávamos na minha casa pegando algumas coisas, Jimin pediu pra pegar apenas o básico, cada canto daquela casa me fez lembrar momentos de dor e ensinos forçados que me foram impostos. Olhei tudo, cada canto, imagens religiosas, bíblias, uma ou duas fotos minhas com meu progenitor, pensando bem acho que nunca tive um momento bom dentro dessa casa.
No escritório uma única foto de minha mãe estava sobre a mesa, meu pai só tinha essa, dizia que lembrar de mortos era perda de tempo e que apenas uma foto era o suficiente. Com a foto em minha mão percebo algumas semelhanças, os olhos redondos, sobrancelhas grosa e expressivas, a pintinha perto da boca e os cabelos negros.
Por algum motivo acabei deixando uma lágrima solitária cair.
-Leve ela.
-Que susto.
-Me desculpe.
-Tudo bem, essa é a única foto que temos dela.
-Então leve com você, acho que você mais que ninguém merece ter essa foto.
Sorri, afinal quando eu sair dessa casa pretendo nunca mais voltar.
-Vai pegar mais alguma coisa?
-Sim, vou até o atelier pegar alguns materiais.
Eu amava aquele lugar, mesmo que ele fosse controlado por meu pai, assim que entrei senti o peso da câmera em minhas costas mas o pior de tudo foi ver todos os meus quadros quebrados e rasgados, meus pincéis e tintas destruídos e espalhados pelo chão.
-Meu Deus.
Cai de joelhos chorando, aquilo era tudo que eu tinha de bom na vida, aquilo era uma espécie de terapia que me acalmava, isso antes de conhecer Jimin.
-Jungkook, sinto muito.
Raiva, era a primeira vez que esse sentimento me consumia dessa forma, até quando vai ser assim, até quando vou permitir que toda essa merda me atinja? De que mais maneira esse homem pode me ferir?
-Jungkook?
Jimin, a voz dele me acalma tanto, me dá paz, me cura, olhei pra ele e como toda raiva que sentia, ele estava abaixado apoiado em seus calcanhares. Minha conivência gritava. - Ele é casado. Mas minha raiva era tanta que a única coisa que pensava era que em deixar um presente para meu pai. - Ele vai sentir a mesma raiva que eu.
-Jimin-shii, me desculpe.
-Desculpar o q…?
O puxei pela nuca juntando nossas bocas, nossos olhos estavam abertos em plena surpresa, nunca imaginei que faria isso, mas aqui estou eu pela segunda vez.
Uma lágrima escapou de meus olhos e acho que isso fez ele querer aprofundar o beijo, ele ficou de joelhos e me puxou pra mais perto dele, suas mãos em minha lombar faziam uma carícia bruta. Nossos olhos se fecharam aos mesmo tempo, a língua dele pediu passagem sobre meus lábios e eu permiti, ali tudo se apagou na minha mente, meus problemas estavam em outro plano.
Não tinha um pai agressivo e religioso, não tinha crises e nem a esposa dele, havia apenas eu, minha raiva, Jimin, e minha vontade incontrolável de não parar aquele beijo. Senti minha bunda ser apertada pelas mãos fortes do loiro, o que me fez soltar um pequeno arfar entre nosso beijo, segundos depois ele se afastou me olhando e analisando, como se quisesse ter certeza que eu estava bem.
-Estou bem.
-Eu sei, isso não devia ter acontecido.
-Foi culpa minha me desculpar, eu estou com raiva e …
-Não, a culpa foi minha por me deixar levar, se apegou tudo vamos.
Com as malas no banco de trás do carro seguimos para casa dele, nunca me importei com o silêncio, sempre gostei , mas agora isso estava me deixando louco. A imagem do mais velhos era ameaçadora, uma mão no volante e outra no câmbio, a mandíbula travada e o peito subindo e descendo rápido mostrava que ele estava pensando em algo.
-Sei que ficou bravo, me desculpe, prometi que não faria algo assim de novo e fiz, eu agi por impulso, com raiva…
-Não estou bravo com você, entendo sua situação, mas não aja movidos por impulso, nem por sentimentos fortes assim. Eles são perigosos, quanto mais forte a raiva, o desejo e até mesmo a felicidade, maior são as chances de fazermos merda e nos arrepender mais tarde. Aprenda a se controlar, sei que pode ser difícil já que pelo que entendi você tem dificuldades em separar eles, mas se aprender a controlar sua mente vai poder controlar todo o resto.
Não falarei mais nada, talvez ele tenha razão, talvez nessa nova fase da minha minha vida eu deva me conhecer melhor.
Já na garagem da casa ele me ajudava a retirar as coisas do carro.
-Você precisa se organizar, essa semana vou te ajudar com algumas coisas, falei com Namjoon sobre você ficar com ele ou na casa do Hobi, até eles darem uma resposta até o fim de semana você pode ficar comigo.
-Obrigado, senhor Jimin.
Ele me olhou negando com a cabeça e dando um sorriso diferente do normal.
-Vamos entrar, espero que eles tenham acabado.
Foi aí que lembrei, tínhamos deixado nossos amigos sozinhos para conversar, fiquei preocupado, não imaginava que uma simples brincadeira iria deixar o altão bravo.
'- Hawww, mais forte senhor.'
Jimin entrou rindo na sala colocando minhas malas sobre o sofá.
-O Namjoon me fide assim, que falta de consideração.
-Eles… eles estão…
-É estão.
Eu estava travado, minhas mãos estavam sobre meus joelhos e meus dedos batucavam sobre minha pele, os gemidos eram muito altos sem falar dos outros barulhos estranhos que vinham do corredor. Jimin me olhava com um sorriso nos lábios, sua cabeça estava tombada para o lado apoiada em seu punho.
-Ta rindo?
-Não, imagina, só apreciando.
-Eles não param não?
- Devem ter esquecido que não estão em casa.
-A casa é sua, não dá pra você ir la e…
-Nunca.
-Porque?
-Porque não se interrompe uma disciplina, eu não gostaria que me atrapalhassem.
-Disciplina?
Antes que minha pergunta fosse respondida, Namjoon apareceu na sala sem camisa e com meu amigo em seus braços, ele parecia um gatinho assustado, estava encolhido segurando o pescoço do outro, suas roupas estavam mal colocadas e seus olhos inchados. - Acho que chorou.
-Solzinho, você está bem?
Ele olhou para o namorando como se pedisse permissão para falar.
-Responda.
-Estou sim Kook, melhor impossível.
-Jimin, vou terminar de cuidar dele em casa, me mande a conta dos lençóis.
-Pode ter certeza que mandarei.
Namjoon me olhou por alguns segundos logo voltando a olhar pro loiro.
-Não esqueça da nossa conversa, não seja tolo, aprenda a esperar.
-Não me pressione Namjoon, sei o que estou fazendo.
-Espero que sim, até mais.
Assim que eles se foram, Jimin bufou, parecia estressado com as palavras do amigo.
-Isso foi sobre mim?
-Não, esqueça ele so ta querendo ajudar, eu acho.
-Humm.
-Bem agora temos que começar a cuidar de você, o que acha de falar com uma amiga minha, ela é psicóloga e pode te ajudar.
-Você já me ajudou demais, está me deixando ficar aqui de graça, acho que eu deveria achar um emprego primeiro.
-Isso você pensa depois, sua saúde mental é o que mais importa no momento, o resto resolvemos depois. Vou ligar pra ela e marcar uma hora essa semana, tudo bem?
-Ok.
-Ótimo.
Ele veio até mim e se abaixou tocando em minhas mãos com carinho.
-Não se preocupe com nada, você vai ficar bem, nada mais vai te machucar nem mesmo sei pai. Vamos te ajudar a ficar bem.
⋆ ❀:ཻུ۪۪⸙•. ⋆ ❀:ཻུ۪۪⸙•. ⋆ ❀:ཻུ۪۪⸙•
Amorinhas, estou tão feliz com os comentários de vocês aqui e no tik tok muito obrigada mesmo por todo esse carinho que vocês tem dado não só a essa mas a todas as outras histórias.
Poder ter um contato mais direto com algumas de vocês no grupo de Whatsapp e ver o surtos depois que leram me faz mais animada.
Mais uma vez obrigada.
Beijinhos de arco-íris nos corações e até a próxima 💋 🌈 💙
*Daddy Dom : No mundo BDSM, daddy é o dominante que assume o papel de uma figura paterna. Embora os daddies sejam bastante autoritários e dominantes, eles também são bastante protetores, como um pai na vida real. O Daddy pode ou não ser ageplay, dependendo da relação entre os pares.
Ao contrário do que muitos acreditam, o personagem Daddy não tem nada a ver com pedofilia ou incesto. Ele simplesmente imita o relacionamento entre pai e filho, da forma de disciplina.
*Little boy : É sobre ser capaz de abandonar as responsabilidades se deixar cuidar pelo TOP. Se deixa ser cuidado desde o banho até a troca de roupas.
PS: Esse tipo de relação envolve na maioria das vezes o ageplay, que o dominador sob determinados cuidados ou intérprete o papel de pai: dando banho, fazendo cócegas, alimentando etc...
Outros já não utilizam o artifício do ageplay, contudo, a forma de tratamento do Daddy com seu submisso é sempre mais cuidadosa do que uma simples d/s.
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