𝙘𝙖𝙥𝙞𝙩𝙪𝙡𝙤 𝙫𝙞𝙣𝙩𝙚 𝙚 𝙣𝙤𝙫𝙚


Mesmo que tivesse dito que não voltaria para o karatê tão cedo, Sarah não conseguiu resistir ao convite do namorado. Mesmo que toda essa rixa entre os dojôs tenha sido a causa do acidente que aconteceu com Miguel, a loira achou que seria uma boa ideia voltar a treinar depois de Falcão dizer que se Miguel estivesse acordado com certeza iria querer que ela não deixasse de fazer o que tanto gostava.

Agora ela conversava com Falcão e Bert depois de ter chegado ao dojô e estavam esperando o sensei Kresse começar o treinamento daquele dia.

— Sei lá, esse lugar me parece diferente. — Sarah contou enquanto observava o dojô que tanto conhecia.

— É porque a gente pega mais pesado agora com o sensei Kresse. Ele quer nos deixar preparados para qualquer coisa. — Falcão explicou para a namorada.

— Todos em posição. — eles escutaram Kresse pedir e foram para seus devidos lugares. — Olha só quem está de volta. Sabia que não aceitaria o meu convite senhorita Clark.

O homem disse aquilo enquanto olhava para a loira que apenas deu um sorriso de lado.

— Vamos a aula de hoje. — Kresse começou a dizer novamente. — A vida nem sempre é justa. As vezes o mundo pode ser cruel. E por isso você tem que aprender a ser cruel também. A fraqueza é inaceitável, a briga na escola foi uma vergonha. Vocês perderam soldados, e perderam a batalha. Mas vocês não vão perder de novo. O Diaz era um dos nossos, o que fizeram com ele, fizeram com todos nós. E isso não vai ficar sem resposta. Não vamos mostrar compaixão, não vamos mostrar fraqueza. Vamos atacar de volta e vamos acertar firme. Ficou claro?

— Sim sensei! — os alunos responderam.

— Eu não tô ouvindo.

— Sim sensei! — dessa vez os alunos responderam mais alto, fazendo o mais velho dar um sorriso de lado.

Assim que o treino começou Sarah conseguiu ver a diferença entre a forma de ensinar de Johnny Lawrence para a de John Kresse. Seu namorado realmente não tinha mentido ao dizer que o novo sensei pegava mais firme, e seus treinamentos eram mais fortes. Ela até que tinha gostado, porque fazia com os alunos ficassem cada vez mais fortes e prontos para qualquer batalha que ousasse aparecer em suas vidas.

Depois de terem terminado os exercícios os alunos aproveitavam para conversar um pouco enquanto ainda estavam no tatame, Clark observava seu namorado treinar alguns golpes com Bert e dava risada pelo jeito meio desengonçado do menor. Até que viu Kresse saindo do seu escritório com as mãos para trás.

— Turma, hoje treinaram muito. Antes de despensá-los tenho um presente para vocês. — o sensei contou e mostrou o pequeno hamster que escondia atrás de si. — Quero que conheçam um amigo.

— Maneiro. — Falcão disse.

— Que fofo. — Sarah também opinou olhando para o animal.

— Qual o nome dele? — Bert perguntou.

— Eu não sei. Qual deveria ser? — Kresse perguntou.

— Falcão Junior. — o garoto de moicano sugeriu e algumas pessoas ali riram.

— Bert, o que você acha? — o mais velho quis saber do garoto.

— Clawrence? — Bert sugeriu depois de pensar por alguns segundos.

— Clawrence. Boa. Tô, pega ele. — Kresse entregou o hamster para o garoto.

— Ele é tão bonitinho gente. — Bert disse enquanto olhava para o hamster em suas mãos.

— Bom, é quase hora do almoço. — Kresse comentou.

— Eu posso alimentar ele? — Bert indagou.

— Não. — Kresse respondeu e caminhou até um pano preto que estava um pouco mais a frente deles e o segurou puxando para cima. — Mas pode alimentar ele.

Só aí que os alunos se deram conta da cobra que tinha dentro de um vidro. Todos se olharam assustados porque não esperavam ver um animal tão perigoso como aquele bem ali.

— E o que ele gosta de comer? — Bert perguntou meio receoso.

— Ele gosta de comer Clawrence. — John contou ao garoto que engoliu seco. — Tudo bem, vem cá. Vem!

Bert caminhou até mais perto do sensei devagar.

— Anda. Anda logo.

O garoto claramente estava assustado com a ideia de ter que dar o pequeno hamster para que a cobra comesse por isso parecia meio paralisado diante daquela situação.

— Não dá. — Bert contou.

— Tá tudo bem, eu entendo. Clawrence é seu amigo, não tem problema se opor. Alguém mais se opõe? — o sensei perguntou para a turma.

Alguns alunos levantaram o braço, Sarah só ficou parada observando e pensando o que o homem a sua frente deveria estar planejando fazer diante daquela situação toda.

— Estão fora da equipe. Saiam! — Kresse pediu em meio a um grito, e Bert até tentou entender aquela situação toda mas foi interrompido pelo homem. — Eu falei saiam! Vai!

Depois dos alunos terem saído o sensei colocou o hamster dentro do vidro onde a cobra estava e os alunos assistiram ao animal sendo devorado. Não entenderam muito bem aquela situação, mas ali perceberam de vez que as coisas seriam totalmente diferente com o Kresse. O Cobra kai dele nem se comparava com o de Johnny Lawrence.

O homem se retirou e foi até o seu escritório e Clark aproveitou para conversar com seu namorado.

— Nós temos que tentar fazer o sensei mudar de ideia. O Bert não pode ficar de fora da equipe. O Cobra Kai não pode perder alunos desse jeito. — Sarah começou dizendo.

— Você acha uma boa ideia ir lá falar com ele? — Falcão perguntou.

— Eu acho que a gente deveria pelo menos tentar. — a loira respondeu.

— Vem, então vamos lá. — Falcão chamou a namorada.

O casal caminhou até o escritório de Kresse, o encontrando segurando um charuto enquanto estava sentado.

— Ficaram tristes pelo amiguinho de vocês? — Kresse perguntou assim que notou a presença dos dois.

— Não sensei. — os dois responderam juntos.

— Podem falar francamente. — Kresse contou.

— Essa é a hora certa de fazer cortes? — Falcão perguntou.

— É, nosso dojô não pode ficar com essa desvantagem de alunos. — Sarah complementou a fala do garoto de moicano.

— Essa é uma adição por subtração. — o sensei explicou. — Uma cobra de verdade não tem pena da refeição. Vocês tem algum problema com isso?

— nenhum sensei. — Clark respondeu pelos dois.

— Ótimo.

— Eu só não entendo o plano. Com o Miyagi-do fechando a gente pode conseguir novos alunos. — Falcão sugeriu.

— E vamos conseguir. Na bora certa. Mas antes temos que fortalecer a nossa base. Com o Diaz fora precisaremos de um novo campeão, alguém sem medo, e sem compaixão. O mesmo se aplica a você, Senhorita Clark. Sem Miyagi-do temos que ter uma lutadora de respeito para o Torneio. — Kresse explicou parte de sua ideia para o dojô.

— Pode contar comigo sensei. — Sarah disse.

— Eu também estou pronto para enfrentar qualquer babaca que apareça na minha frente. — Falcão também concordou com a ideia.

O homem só deu um sorriso de lado e o casal saiu do escritório.

— Tô feliz que tá de volta pro Cobra Kai. Isso aqui fica tão sem graça sem você. — Falcão contou e a loira abriu um sorriso.

— Eu sei que você sentou saudades dos socos que eu dava em você, lindinho. — Sarah brincou e ele riu baixo.

— Lógico. Nós temos que ser os dois principais lutadores desse dojô. Os melhores em tudo. — Falcão disse abraçando a mesma pela cintura.

— Na verdade já somos. — a loira respondeu e deixou um selinho nos lábios dele.


No dia seguinte Sarah também tinha retornado ao dojô, e todos se arrumavam em seus lugares enquanto o sensei andava de um lado para o outro esperando que todos os alunos ficassem em posição.

— Somos tão fortes quanto nossos elos mais fracos. Quando removemos esses elos. Isso é o que resta. Somos todos uma unidade e todos temos um propósito unificado. — Kresse iria dizendo mas foi interrompido pelo barulho da porta do dojô se abrindo e todos olharam aquela mesma direção.

Tory entrou no dojô fazendo todos ali ficarem surpresos. Clark abriu um sorriso por ter a amiga de volta no dojô também. Sabia dos momentos difíceis que ela estava enfrentando depois de ter sido expulsa da escola, também com os problemas que ela tinha por sua mãe estar doente. Então foi realmente uma surpresa ver a amiga ali no dojô.

— Nichols. Bem-vinda de volta. — Kresse a recebeu.

— Valeu. — a garota respondeu. — O problema que eu tinha, foi resolvido.

— É mesmo? — o homem quis saber e a garota só balançou a cabeça em sinal de positivo. — Então vem cá, vamos trabalhar.

Tory subiu no tatam e parou bem ao lado de Sarah, que deu um sorriso na direção da amiga.

— Tô feliz por ter voltado. — Sarah contou baixo para que só ela escutasse.

— Agora vai ter que lutar se quiser ser a melhor lutadora desso Cobra Kai. — Tory brincou com a amiga que deu uma risada.

— Ataque frontal. Prontos? — Kresse pediu e os alunos o obedeceram executando o golpe diversas vezes. — A vida toda aprendemos a ser bons. Mas o bom é só uma questão de perspectiva. Lembre-se inimigo sempre acha que está fazendo o certo. Eles acham que são os heróis, e vocês os vilões. Agora vocês sabem a verdade, não existe o bem, não existe o mal. Só o forte ou o fraco. E agora que mostramos nossa fraqueza, é hora de mostrar nossa força. Se fizerem isso, eu prometo que vocês serão invencíveis.


NOTAS.

E temos a volta da Sarah pro Cobra Kai. Os próximos momentos depois disse prometem demaissssss.

Espero que tenham gostado, não se esqueçam de votar e deixar pelo menos um comentário. Isso me motiva muito a continuar com a história!

Até o próximo capítulo...

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