Capítulo 19

🥀𝙻𝚊́𝚐𝚛𝚒𝚖𝚊𝚜 𝚒𝚗𝚝𝚎𝚛𝚒𝚘𝚛

Estava a esperar uma expressão deles exurberada, me chamando de louco ou achando que eu estava a falar a melhor piada do mundo. Mas pelo contrário, seus olhos estavam em espanto, e parecia que as peças de muitas dúvidas estava encaixando na mente deles. Para não deixar tudo num silêncio mortal que estava, dei partida para a próxima parte.

— eu não lembro bem. Meus olhos foram incomodados por uma luz que brilhou entre eu e ele, quando senti ele ser arrastado de mim. Meus olhos ao abrir viu cinco vampiros vestidos de roupas do tempo antigo, ambos sedentos de sangue. Um deles mordia o canalha e um deles me mordeu. Até hoje me morde. Esse abutre. Enfim — respiro fundo — esse que salvou a gente era o Giwook, ele foi o vampiro destinado pelo mais velho deles para me proteger de tudo e qualquer coisa.

Assim que eu terminei, o vampiro aparece no quarto dando um susto nos dois, não pude segurar o riso ao ver suas expressões. Claro, que eu mesmo ainda me assusto com a chegada dele do nada, porém ele ainda estava se mantendo presente comigo devido a sua presença que podia sentir até dois metros de distância.

— ah, o garoto da escola!— expressou Dongmyeong gritando.

— cala boca seu cabeça de girico!— Dongju difere um tapa sobre a nuca de seu irmão, fazendo o mesmo olhar com uma expressão de dor. Neguei rindo, eles podiam chamar a atenção, mas a gente tem sempre uma boa desculpa para abafar a situação. Acho que é por isso que somos amigos.

— esse é o Giwook, o vampiro que me protege e fica de olho em mim depois daquele dia.

— prazer humanos— jeito lindo de se comprimento alguém — vocês vão ver a casa dos meninos? Keonhee precisa de você hoje Seoho.

— precisa?— fiquei meio receoso se devia ir, na realidade é minha promessa com ele, porém, de fato não queria deixar eles assumirem mais uma broca do meu desaparecimento.

— nós vamos!— encaro Dongju — não confio ainda nesses caras. Vá que vocês machuquem ele.

Se ele soubesse o que o Leedo já fez comigo ele nem diria isso, ele teria grudado no Giwook. Mas na realidade estou temendo levar eles e Leedo achar que são refeição.

— eu acho melhor...

— você não acha nada.

— está bem. Vamos depois do almoço.

— está bem. Até breve meninos— desapareceu em nossa frente, fiquei a olhar para onde ele estava e logo desviei meus olhos para as minhas mãos, minha cabeça está rodando de tantos turbilhões de pensamentos e contradições que já estou beirando a loucura. Soltei um suspiro que chamou a atenção dos dois que até então estavam num silêncio constrangido.

— ei, está tudo bem Seoho — tocou em minha perna, meus olhos subiram para os de Dongju, que sorria. — estamos juntos nessa, foi por nossa culpa que você conheceu eles. Então estamos na chuva juntos.

Queria poder dizer que não, que eles não podiam se misturar, que a minha vida já era uma merda e isso eu podia afundar sozinho, sem levar ninguém comigo, mas algo me impede, algo me impedia de poder dizer isso, apenas sorri, porém fraco.

— se eu disse que não tenho medo. Estou sendo um idiota. Por que eu estou assustado com vocês afundando na lama comigo. Eu sou uma desgraça ambulante. Meu pai me trocou por 17 anos, minha mãe por 17 anos, eu não possui amigos a não ser dois. E agora que a minha vida está mais na merda eu estou levando os dois únicos amigos comigo.

— eu, sua vida não está na merda. Só aconteceram coisas para lhe ferir, porém mesmo nessa barca furada, você ainda tem dois amigos para lhe dar a mão, e quem sabe os vampiros. Se não fosse eles pela segunda vez estaria agora na pior das piores.

— tenho que concordar, mesmo que ainda estou me arrependendo de ter enfiado vocês nessa. — resmungo, quem sabe para abafar o choro que estava querendo surgir.

— deixa de ser jumento uma vez em sua vida. — olhei a Dongmyeong — estamos nessa por escolha nossa, queira você ou não.

Na pior das hipóteses, aceita que dói menos Lee Seoho. Respirei fundo quando me levanto, nem tanto o grito do senhor Yunho deu para ouvir do andar de baixo, nos erguemos e como bando de criança sem nada para fazer mesmo, disparamos correndo para a cozinha. E eu não vou mentir estava com muita fome. Assim que pisei na sala de jantar senti aquele cheiro maravilhoso de um prato que sempre sonhei em provar, sentamos nas cadeira, eu de frente a o senhor Mingi, e ficamos a conversar sobre coisas da escola, mas nenhum momento sobre o caso que aconteceu comigo, eles são uns ótimos responsáveis, agem diferente de meu pai, estão me dando espaço para enfim eu poder seguir a minha vida. Mesmo que eu aqui esteja me fazendo de minino sorridente, a dor está me consumindo por dentro.

Claro que eu preciso me recompor, e não desistir de tudo, mas está acontecendo coisas na minha vida que dentro desse mês já me deu vontade de pular da ponte que tem aqui perto. Quem sabe o rio gelado fazeria as dores do passado simplesmente sumir. Mas pensar em uma bobagem dessa sendo que eu sou a bolsa de sangue de vampiros seria meio burrice. Era mais fácil pedir a Keonhee que me mordesse até não sobrar vida nesse corpo fraco e ridículo. E mesmo que digas a mim que não sou feio, eu já me sinto uma aberração. Não é fácil lidar com os cabelos laranjas sobre humanos.

— Lee? Lee!— voltei a minha atenção a quem me chamava.

— desculpa. Disse algo?

— estava pensando no que? — abaixei a minha visão, era tantas coisas que eu pensava que já nem tinha algo nítido.

— em nada de interessante. Apenas imaginando — em uma família feliz quem sabe, eu tinha esse desejo até o dia que vim para a casa do meu pai, quem sabe pensei que poderia a nossa história mudar. Porém, nada foi como eu pensei, e ainda está afundando mais.

— sabe meu menino, que não precisa guardar as suas dores. Pode contar a nós — queria me sentir assim, confiável a sair gritando o que sentia.

— eu não sei, por que me sinto num beco escuro e sem nenhuma ajuda. Ou luz. — suspirei ao dizer, estou segurando como um nó na garganta.

— Seoho, o que tanto te aflinge a esse nível. De pensar estar nesse beco escuro?— olhei o senhor Mingi, mordi meus lábios, e respirei fundo. Quem sabe eu precisava daquilo.

— não é nada fácil ser eu. — já vou direto ao ponto, se não eu desmaio com falta de ar— não é fácil você não possuir amor de mãe, de pai, de ninguém! Todos te acharem uma aberração por que seu cabelo é de outra cor. Isso ainda piora. — giro a mão com meu indicador erguido— a pessoa acha que vai vir tentar uma segunda chance, acha que tudo vai ser diferente. Eu sou estuprado, e trocado por dinheiro. Acha que tudo isso não vai me fazer ficar triste ou até querer me matar. Quantas bilhões de vezes pensei em arrancar a minha vida. E não era se cortando. Isso eu faço pra me distrair da dor do coração. Eu queria era levar ao ponto vital da minha garganta e morrer, naquele hospital de pernas abertas para saberem que ele mesmo me tocou, eu senti ódio e nojo de mim mesmo. Eu não tive forças senhor Mingi. Eu ainda perdoei meu pai, para no fim, o dinheiro ser a raiz do amor dele. — senti a minha bochecha molhar, estava chorando sem forçar as lágrimas a cair, falar isso não era nada do que sentir carregar na pele cada sentimento desse, o peso da minha vida me faz querer ficar no pó e não erguer mais.— é isso que minha mente máquina. É isso que passa sobre a minha cabeça durante 17 anos. E ainda minha doce alma envenenada na esperança de um amanhã — cujo ela sabe seu final — que não vai existir. Eu sonhei no melhor, porém o destino sabe ser mais cruel que o próprio inimigo, reservou para mim uma desgraça atrás da outra. Esse é o meu destino por ter os cabelos laranjas de natureza, ser feio aos olhos normais e ser nada para seus pais.

Senti um pouco desse peso aliviar sobre meus ombros, falar sobre aquilo me fez libertar o que tanto me afligia, porém não vai mudar nada, eu sabia que meu pai estava em casa praguejando a até a alma dos vizinhos por que tudo deu errado. Por que eu estou na vida dele, sendo que ele fez de tudo para se livrar de mim, nem a pensão ele pagou, eu devia ter percebido isso no momento que ele deu seu sorriso falso e sua promessa para boi dormir. Abaixei a cabeça chorando mais sobre aquela mesa, a dor que tinha em minha vida me fez pensar o quão desprezível eu era, um choro que gritava da alma ferida, senti sobre meus ombros braços me puxando para me erguer. Subi o tronco do meu corpo e vi senhor Yunho chorando a minha frente, ele me abraçou. Um abraço que pai nenhum me deu. Que mãe nenhuma pode me dar, aquele abraço quente e verdadeiro que te aperta e esconde o rosto em seu pescoço. Como podia um pai ou um omma de seu amigo se tornar seu refúgio em menos de um mês.

— sei meu anjo, que nada, nada nesse mundo vai conseguir libertar essa sua dor. Porém, você não está mais só. Não somos nada de você, e bem entendemos. Mas Lee Seoho, eu estou aqui para você entender que pode sim possuir alguém que te ame mesmo não sendo da família. Eu não vou deixar e nem permitir que as mágoas de seus pais afligem seu coração. Darei meu melhor viu meu menino? Eu farei o meu melhor por vocês.

— obrigado senhor Yunho, senhor Mingi. A vocês também meninos.

Todos saíram de seus lugares e vieram me abraçar, sabe, não é ruim. Ser abraçado por alguém é algo tão bom, tão quente. Eu me sinto tão bem. Sentindo o amor deles verdadeiro por mim. Enfim, estava recebendo o amor de alguém de verdade, e não era apenas um fingimento para não me deixar triste.

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