Capítulo 03


🥀𝙽𝚘𝚟𝚊 𝚎𝚜𝚌𝚘𝚕𝚊 𝙽𝚘𝚟𝚊 𝚊𝚖𝚒𝚣𝚊𝚍𝚎.

Sabe quando novamente o dia de ontem vem a ser o dia de hoje, como um círculo vicioso. Como pensei, já era notável que ele agiria como sempre, manter o emprego era tudo. Havia acordado cedo, tomei o meu banho, escovei os meus dentes e me vesti novamente com meu moletom prato de capuz. Eu gostava de outras cores, mas naquele momento monótono de minha vida o preto era a única cor que me chamava atenção. Porém, o sorriso que eu tentavam manter sobre meu rosto havia sumido quando pisei no sexto degrau das escadas de madeira e vi ele correndo para pegar as chaves da camionete.

— Seoho? Filho, desculpa. Eu preciso sair, aconteceu uma emergência.

— está bem.

Nada mais que isso eu consegui dizer, apenas o vi sumir pela porta da rua já subindo no veículo e saindo às pressas pela estrada. Mas já era de se imaginar, ele era o xerife, era chamado para qualquer momento e não podia dizer não ao chamado. Como minha mãe sempre disse. Seu pai preza muito pela vida dos outros mas não pela da família. Porém, não sou nem um pouco digno de reclamar, onde que eu ganharia atenção sabendo que fazem dezessete anos que eu sou excluído da vida dele. Dei de ombros para os meus próprios pensamentos, segui a passos tão lentos a cozinha tentando agora digerir como eu iria a escola se eu nem sabia o nome da mesma ou o endereço dela.

— não, tá de brincadeira. Estou no dia de sorte pro azar. Que ódio.

Exclamei desesperado, levemente passando as mãos sobre meus fios laranjas, tentando pensar com calma, a fome até sumiu depois de tudo que minha mente passava.

— ok, se acalme Seoho, vamos devagar. Primeiro pegue qualquer coisa para ir comendo, o café nem vai dar tempo, já que eu perdi pensando. E segundo procurar uma lista telefônica e número de táxis.

Se vocês querem saber o tempo que eu perdi procurando a maldita lista. É, levei uma hora e já tinha perdido a primeira aula. Quando eu digo que a sorte não anda comigo vocês me criticam. Assim que achei, dei um berro de felicidade que se meu pai tivesse uma esposa ou sei lá, eu teria sido chamado de louco. Peguei meu rico telefone, se falarem mal dele vocês apanham. Não tenho culpa dele ser um tijolinho de mexer na tela, e ainda com botões.

— bom dia, Han taxista o que deseja?

— olá, bom dia. Eu preciso de um táxi. Esse é o endereço.

Dei rapidamente e o mesmo confirmou desligando a chamada e dando um prazo de quinze minutos para chegar em frente a casa de meu pai. Peguei a minha mochila que até eu fiquei surpreso por ele ter comprado pra mim, tinha tudo que eu precisaria para a escola, novamente estava surpreso com algo. Porém não mudava o fato de eu ainda querer chamar ele de pai. Abri a porta da casa e fechei a mesma pondo as chaves dentro do bolso. Senti a brisa do inverno bater contra a minha pele e de meus lábios um suspiro acompanhado de um gemido ecoou.

— cruzes, não era tão frio na cidade grande.

Comento me encolhendo na manta que estava por dentro de meu casaco, logo o carro branco de faixa amarela apareceu ali, abri a porta do mesmo e entrei.

— você é algum tipo de ladrão? Ou você é parente do senhor Lee Junseo?

Com tanta coisa para me compararem foram me chamar de ladrão, depois daquilo eu não me ofendia com mais nada.

— sou o filho do Lee Junseo.

— hahaha, filho? Ele nunca teve esposa!

— bom, ele teve. Mas nunca falou a ninguém.

— ele não faria isso.

— pois é. Ele fez.

Cortei o assunto, já estava começando a me sentir com raiva, não suporto gente metida, ainda mais que estava procurando saber quem eu era e nem acreditando em minhas palavras. Segui o caminho todo em silêncio até a escola. Agradecendo por ser em um período curto de tempo. Dei o dinheiro que eu tinha ainda, e desci do veículo. Não posso ser sustentado por meu pai nesse lugar. Acho melhor eu dar uma volta hoje e procurar um emprego.

Assim que meus olhos viram a escola, me senti um adolescente perdido, era cheia de jovens, crianças correndo, até parecia uma faculdade. Engoli em seco, e segui para a minha sala de aula. Porém eu nem sabia qual era, voltei até a diretoria e procurei pela mesma.

— bom dia. Licença. Eu sou novo na escola.

— bom dia. Seu nome.

— Lee Seoho.

Ela olhava um papel, acho que era a agenda dela e sorriu vendo meu nome.

— oh, você é o filho do xerife. Seja bem vindo. Mas já ponha em sua mente que não toleramos atraso.

— oh, sim. Desculpa.

Lá fiquei eu, com uma cara de cão abandonado sem o que dizer. A única vontade era de matar meu pai, que nem o endereço da minha escola havia deixado. Ainda mais o telefone de um táxi. O meu sangue fervia de raiva, porém sou puro de coração, vou descontar minha frustrações no meu lindo livro de romance. Depois de sei la quanto tempo andei pela escola ouvindo ela me apresentar, a única parte que gostei fora a biblioteca, ela me levou a minha sala, me fez entrar e ficar na frente de todos os alunos. E mais uma vez eu passei vergonha.

— senhor Seoho, retire o capuz.

Olhei para ela na tentativa desesperada de ela deixar como estava, porém perdi a luta e abaixei o capuz fazendo os olhos de todos vir diretamente para mim.

— bom dia alunos. Esse é o coleguinha de vocês Lee Seoho. Se apresente meu jovem.

Olhei para ela novamente, a vergonha de milhões me possuindo, e a minha bendita vontade de esconder a cara me fez começar a tremer até na voz.

— b-bom dia, eu me c-chamo Seoho. É um prazer c-conhecelos.

Odiava quando acontecia isso, eu não era nada bom com o público, e até meus trabalhos eu quase morria para apresentar, sempre pedia para ser apenas a professora que já era um ponto de deixar eu entrar em Pânico. Mas a frente da turma eu entrava numa crise de choro e não parava mais. E era um motivo de virar chacota dos alunos com apelidos ofensivos. Ela me faz um gesto para me sentar em uma cadeira vazia, avisto uma entre dois jovens que era muito semelhantes. Acho que eram gêmeos, já que suas aparências eram iguais. Me sentei em silêncio para começar a aula, essa que não fora tão chata e que por quanto ainda estava sendo eu mesmo.

Mas o sinal do intervalo veio dar seu barulho mortal, eu gelei, porque era sempre naquele curto período de tempo que os jovens vinham para cima de mim. Senti a mão de alguém pousar em meu ombro, fechei meus olhos com um certo desespero.

— ei, calma. Não vamos te fazer nada não. Queremos apenas ser amigos.

Olhei o gêmeos que estava na minha direita, fiquei confuso. Na realidade nunca se quer pediram para serem meus amigos e agora tinha dois parado ao meu lado esperando minha resposta.

— ah, está bem.

— sério? Beleza! Me chamo Son Dongmyeong.

Estendeu a mão para mim apertar, sorri apertando a mesma retribuindo seu gesto amigável.

— eu sou o gêmeo dele Son Dongju.

Apertei a mão do outro, os dois eram dos cabelos castanhos, porém um possuía os cabelos longos e o outro possuía apenas um corte simples que tampava a franja.

— eu sou o Seoho.

Digo o óbvio, eles ri da minha cara, a minha felicidade é expressa sobre minha cara de confusão.

— nós sabemos Seoho. Seu cabelo é laranja mesmo?

— é, ele é natural.

— eu amei. Você acabou se tornando um ruivo bem bonito. Tem que cuidar para não chamar atenção.

— não sei de onde tiraram isso. Eu vou ser fantoche. Isso sim.

— normal. Tem sempre os palhaços de circo. Mas fica tranquilo. Para nós você é lindo assim.

Me senti constrangido ouvindo aquilo, mas de uma certa forma me senti bem. Então seguimos a conversar durante aquele período de tempo. Quando a aula voltou, nos concentramos, eu até que me senti mais seguro, estar sendo amigo dos dois era algo que não tinha se quer passado em minha mente. O que ainda mais me deixou feliz, coisa mais rara de se ver foi o fato de eles não me acharem estranho e sim me aceitarem do jeito que eu sou.

— Lee Seoho!

— desculpa.

Olhei Dongju que me olhava, nem eu sabia que tinha me distraído na conversa.

— vamos almoçar?

— vamos sim.

Me ergo da cadeira pegando a minha mochila para seguir os dois ao refeitório da escola, nossas aulas já tinham chegado ao fim, agora era só comer e seguir o caminho pela cidade até onde meu pai trabalha. Suspirei pesado só em pensar que eu tinha que ir lá, nem tanto estava sem dinheiro para nada.

— vocês ouviram o rádio hoje de manhã?

— que rádio?

Eu nem sei por que eu fiz essa pergunta besta, nem tanto eu vivo em que mundo que todos num lugar sem muito sinal para a internet, não vão usar os rádios para ouvir notícias.

— eu juro. Você só pode ser alienígena.

— não, só não me liguei muito nisso. Nem tanto estava desligado de mais essa manhã. Mas o que ouviu Myeong?

— parece que o senhor Jang, foi encontrado morto essa manhã no barco dele. O corpo dele estava todo estraçalhado.

— meu senhor. Ataque de que?

— eu pra mim foi um vampiro.

Acabei gargalhando, depois de ouvir aquela teoria de Dongmyeong, acabei não me segurando. O fato de que eu já tinha visto muitos romances vampíricos. Nunca se que vi eles fazerem tamanha atrocidade como um animal.

— está rindo de que em Seoho.

— desculpa. Mas eu conheço bem as histórias dos vampiros e eles não fazem isso com suas vítimas. Ele foi com certeza atacado por algum lobo.

— lobo? Não é de duvidar dessa sua lógica. Nem tanto uma floresta, imensa e de muitas árvores grossas, não teria lobos? Óbvio que sim. Você é muito bom nas teorias Seoho.

— obrigado Ju. Mas devemos aguardar o que a polícia vai dizer.

Eles concordaram, e assim sentamos na mesa já com outro assunto e comendo a comida da escola. Que era saborosa, nunca tinha comido algo assim numa escola, ou a merendeira fazia com total amor, ou era boa mesmo.  De repente comecei a me sentir aloprado, com pessoa a me olhar com olhos estranhos, levantei meu olhar e percebi que tinha muitos olhos me encarando. Só que não era um olhar comum de que vão me julgar pela minha aparência onde relaxei. Mas por conta de algo sinistro, algo que  mandassem elas me olharem daquela forma. Engoli em seco, quando senti uma dor na nuca e levei a mão ao local gemendo num suspiro.

— Seoho, você está bem?

— estou, só me deu uma fisgada na cabeça.

— oxi, devia examinar para ver. Vai que seja enxaqueca.

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