Quando tudo começou

Sexta-feira, como sempre começando mais agitada que todos os outros seis dias da semana juntos. E lá estava eu, trabalhando o dobro e dobrando o expediente pra ajudar a Abigail.
Todas as sextas-feiras por aqui são assim: exaustivas e malucas.

Mas sabe como é, não posso reclamar muito, afinal nós precisamos do dinheiro, o papai precisa do dinheiro e o trabalho é perto de casa, o que me deixa sempre perto do meu pai, caso ele precise de algo. - É o que eu repito pra mim mesma toda vez que penso em desistir e jogar tudo pro alto.

O Jimmy também precisa de ajuda, a lanchonete precisa disso, então tá tudo bem, vai dar tudo certo, respira, respira e fica calma.

- Olá, você poderia me ajudar? Preciso de 2 cafés e 2 sanduíches pra viagem, por favor. -Diz um dos clientes.

- Sim, é claro, só um instante por favor.

- Pelo menos esse é educadinho vai. -Diz Abigail, colocando o avental.

- Quem bom que você conseguiu chegar, achei que não veria você hoje Abi.

- Se eu não viesse quem te ajudaria com tudo isso aqui azeitona? Você não sobreviveria aqui sem mim. Olha como esse lugar tá pegando fogo hoje.

- Haha toda engraçadinha e como foi a consulta?

- Deu tudo certo, nunca estive melhor segundo o médico. Ele só disse que preciso me estressar menos e relaxar mais. Então, pode ficar tranquila que vou ficar muito tempo na sua vida ainda. -Abigail diz aos risos.

- Devo agradecer aos Céus por essa dádiva? Voce é muito convencida, mas fico feliz em saber que você está bem.

- As mesas 3, 4 e 7 estão chamando meninas, diz Jimmy, chamando nossa atenção.

- Estamos indo, digo de volta pra ele enquanto olho pra Abi. - Quer que eu atenda a mesa 4 enquanto você come alguma coisa???

- Não, tudo bem, é a minha mesa mesmo, depois como algo.

- Aquele cara lá é super grosso, ele gritou com o Jimmy outro dia.

- Deixa ele comigo.
E lá vamos nóssss, mais um dia absolutamente maravilhoso. Depois o médico ainda quer que eu não me estresse.

- Vai com calma, olha o coração, digo rindo e entrando para atender aos clientes.

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- Oi pai, tudo bem por aqui?

- Oi filha, tudo sim. Como foi seu dia?

- Cansativo, mas bem. respondo enquanto tiro meu casaco. - Você jantou?

- Não, estava esperando você chegar pra comermos.

- Papai, digo me virando pra ele, eu agradeço por me esperar, mas o senhor sabe que não pode ficar tanto tempo sem se alimentar por conta dos remédios.

- Esse é aqui é o 'bagulho bom'? Ele pergunta, enquanto dou o remédio pra ele.

- É sim, o melhor bagulho da cidade. Já já você vai dormir como um nenê.

(Bagulho bom sempre foi nossa piada interna, sobre os remédios que amenizam as dores que ele sentia.)

- Te amo muito tá?!

- Amo você minha filha, eu não sei o que faria se não fosse você aqui comigo, obrigado por cuidar de mim, se esforçar tanto pra manter a gente e por manter tudo em ordem por aqui.

- Você sabe que não tem nada pra agradecer né, e que você é tudo pra mim. Amo você daqui até o outro lado do mundo, pra sempre.

- Você é o maior presente que eu já recebi, se sua mãe estivesse aqui, ela estaria tão orgulhosa. Você é o meu maior orgulho. Amo você.

- Amo você também papai. Agora descansa um pouco, nos vemos amanhã, ok? Boa noite!

- Boa noite!

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