O adeus. - Parte 2
Depois de me virar várias e várias vezes na cama, me levanto. Enquanto ando pelo corredor, as lembranças começam a invadir meus pensamentos. E a falta do meu pai, se faz meu presente.
Desço as escadas vagarosamente, até ver minha tia na cozinha.
Ao me ver, minha tia me abraça.
- Conseguiu descansar um pouco?
- Um pouco. Minha cabeça não está doendo tanto mais. Obrigada pelo chá de ontem. Obrigada por ficarem aqui é cuidarem de mim.
- Que bom meu amor, se precisar de qualquer coisa você sabe que pode me dizer né? Tem café aqui e eu sei que você ama e fiz aquela panqueca que você adora também.
- Obrigada, mas eu não estou com fome.
- Você precisa comer.
- Mais tarde tia, prometo. É só que agora eu não consigo, meu estômago está um pouco embrulhado. Onde o tio Carlo está? Pergunto já mudando de assunto.
- Ele saiu, precisou resolver algumas coisas.
- Resolver o que exatamente?
- Nada com que você tenha que se preocupar. Oli, você sabe que ficaremos o tempo que precisar aqui com você não é?
Balanço a cabeça, concordando.
- Você não precisa ficar aqui sozinha, por isso, seu tio e eu achamos que você deveria ir morar conosco em Boston.
Lá você teria a gente, teria novas oportunidades e conseguiria um novo começo.
- O quê?
- É o melhor pra você Oli. Com certeza é o que seu pai ia querer.
- Meu pai ia querer que eu ficasse aqui, na nossa casa.
- Você sabe que não Oli. Ele sempre me disse que se algo acontecesse com ele, eu deveria cuidar de você. Eu prometi isso a ele. Ele só queria que você ficasse bem.
- Nós não vamos ter essa conversa agora. Não aqui, nem agora.
- Você pode levar o tempo que precisar, mas você sabe que será o melhor pra você. Lembre-se que é o que ele iria querer.
- Eu não vou deixar a nossa casa e tudo o que temos. Não vou. Digo já impaciente e incomodada com a situação.
- Me desculpe, eu não quis estressar você com isso. Minha tia se aproxima de mim. - Eu só quero o que for melhor pra você. Eu e seu tio não queremos que você fique aqui sozinha. E eu prometi pro seu pai Oli, prometi que cuidaria de você.
- Me desculpe. Tudo que têm acontecido é tão difícil. Eu estou tão exausta. Exausta de perder as pessoas que eu amo. Exausta de lutar. Eu simplesmente não consigo mais.
- Oli, você não precisa passar por tudo sozinha, estamos aqui por você e com você.
Balanço a cabeça mais uma vez, concordando.
Olívia P.O.V on*
Subo as escadas e as lágrimas que eu estava segurando, agora rolam pelo meu rosto descontroladamemte, embaçando a minha visão.
Eu não quero ficar sozinha, mas não quero deixar tudo que meu Pai construiu pra trás. Não sei o que fazer.
Morar com os meus tios seria uma nova chance, sei que meu pai ficaria feliz com isso, mas não sei se consigo abandonar nossa casa, nossos amigos.
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Naquela noite, depois de uma longa conversa com meus tios, decidimos que o melhro seria que eu realmente fosse morar com eles. Por enquanto manteríamos a nossa casa fechada, já que não queria vendê-la ou alugá-la.
3 dias se passam e tanta coisa precisava ser resolvida, malas a fazer, a demissão que eu teria que pedir, a despedida dos amigos que fiz e mantive por tantos anos.
Tudo precisava acontecer muito rápido, pois meus tios sabiam que ficar na casa sozinha, prolongaria o meu sofrimento.
O primeiro passo era falar com Jimmy, afinal eu devia isso a ele. Ele era incrível, sempre foi meu amigo e amigo do meu pai. E um chefe extremamente gentil. Conversamos um pouco por telefone e por fim eu deveria passar lanchonete mais tarde e assinar alguns papéis.
Ao chegar lá me deparo com uma pequena confraternização de despedida, já que o momento não pedia festa. Jimmy e Abi haviam preparado tudo.
- Você achou mesmo que iria embora sem se despedir de mim Azeitona?
- Claro que não Abi. Vocês sabem que jamais faria isso.
- Nós sentiremos sua falta Liv. Espero que você consiga se recuperar logo de tudo isso. Te desejo o melhor. Diz Matt.
- Você é com certeza muito especial pra cada um de nós, diz Alicia.
- Gente eu sou tão grata por ter tido a oportunidade de trabalhar com cada um de vocês. Grata pelos momentos. Sou grata a você Jimmy por ter me ajudado tanto e me dado essa oportunidade. Sou grata a você Abi e a sua amizade. Muito obrigada pelo carinho gente, por tudo. Vocês são incríveis, sempre levarei comigo um pedacinho de cada um de vocês. Amo vocês.
Palmas e sorrisos são vistos dentro da lanchonete, seguidos de longos abraços.
Entrego meu uniforme a Jimmy e mais uma vez o agradeço por tudo.
Abigail se aproxima, já em puxando para o canto.
- E aí minha amiga, como você tá ein? Sei que não tem sido fácil.
- Estou tentando me recompor aos poucos. Talvez a mudança me ajude com isso, talvez ela realmente me faça bem.
- Sei que está tudo meio confuso agora, mas tudo dará certo. E eu sei que você vai ficar bem, você sempre fica. As coisas vão se encaixar, você vai ver.
- Eu sei que vão, eu só preciso de um tempinho.
- Você é forte boboca. Eu sei que é. Vamos superar isso juntas. Promete me ligar sempre que precisar e me contar todas as novidades da sua vida?
- Prometo amiga. Eu amo você, obrigada por tudo, por sempre ter estado ao meu lado.
- Também amo você azeitona. Sentirei muito sua falta. Promete nos visitar quando puder?
- Prometo!
- Nossa isso muito meloso, meloso demais até pra você. Tô até um pouco enjoada. Diz caindo na gargalhada
- Haha sim, foi muito meloso até pra mim. Mas você devia ver sua cara, estava tão fofinha hahaha.
- Se você contar isso pra alguém eu nego.
- Vou sentir falta disso.
Mais uma vez, abraço todos antes de ir embora, agradecendo por tê-los conhecido e por encerrar um ciclo.
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