76 | 𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐂𝐑𝐄𝐒𝐂𝐄.

08 𝖽𝖾 𝗆𝖺𝗋𝖼𝗁 𝖽𝖾 2012.

HANNAH DIXON.

Vi meu marido, ele matou o último zumbi de pé dentro dos muros de Alexandria e correu para os meus braços. Isso mesmo, Daryl Dixon correu para os braços de sua esposa como se fosse um bebêzinho e eu o acolhi, beijando seus lábios com ternura. Ele me abraça com paixão, sussurrou em meu ouvido que me ama e beijou o topo de minha cabeça após um suspiro de alívio.

— Tudo bem com você? Algum machucado, teve problemas por aqui? –  Se inclina para um sussurro. — O bebê está bem?

Eu sorri, acariciei seu rosto com ternura. Amo o meu marido.

— Estamos bem, eu prometo. – O respondi, recebendo um beijo carinhoso como recompensa por não ter morrido. Noto o sangue em seu colete, nas costas.  — Você é quem parece ter tido problemas, foi esfaqueado? Aí meu Deus, vem, vamos cuidar disso agora mesmo.

— Sasha estancou o sangramento para mim, eu não vou morrer por conta disso. – Ele tenta, parece tão calmo. Mas muda de ideia ao receber meu olhar torto sobre si. — A menos que eu pegue uma infecção, não é? Tudo bem, a gente vai lá cuidar disso agora mesmo.

Daryl entrelaçou sua mão na minha e juntos nos dirigimos para a enfermaria. Com os zumbis mortos e as ruas sem perigo, pessoas feridas começaram a aparecer por aqui com machucados de todos os tamanhos. Quer um risco feito com papel? Camila tem um. Prefere um pé torcido? Nós temos. Fraturas, torção, rompimento de nervos, cortes profundos e rasos é o que não falta. Tiro no olho? É, nós também temos isso.

Esse lugar está um caos tremendo, mas Denise parece controlar tudo com sabedoria. Agora ela está no quarto onde deixou Carl, mas os pacientes esperam com muita paciência. Deixei que meu marido ocupasse um leito vazio no canto da sala de atendimento, a qual carinhosamente apelidei de trauma. Gosto de pensar que trabalho em um hospital de verdade.

— Tire o colete e a blusa, eu vou buscar o material de limpeza e sutura. – Pedi, me afastando dele por um pequeno segundo. Era tudo muito organizado aqui dentro, tudo devidamente separado e pronto para ser utilizado por nós, atendentes. Pego a bandeja de alumínio após vestir as luvas, indo de volta até meu homem. O corte era profundo, mas com poucos centímetros de largura. — Como isso aconteceu? Não vai me dizer que um zumbi te atacou no caminho até aqui.

Ele ri entre as narinas, suspirando logo em seguida.

— Onde está o seu irmão? Precisamos conversar sobre isso, uns caras nos pararam na estrada, disseram coisas loucas e apontaram armas 'pra gente. – Contou ele, gemendo de dor quando joguei a água oxigenada para limpar. — Sorte a nossa que encontramos umas armas, matei eles com a bazuca.

Bazuca, meu marido chegou aqui com uma bazuca enorme e fez do nosso lago uma enorme chama atrativa para os zumbis que invadiam ou passavam perto de Alexandria. É uma pena, eu adorava aquele lago, estava a espera de um dia quente para ensinar Judith a nadar nele, ou ao menos mergulhar.

— Ele está com o Carl, não acho que esteja apto a solucionar algo por agora. – Suspiro, retirando a poeira do ferimento. — Carl levou um tiro, Daryl, bem no olho. – Meu marido se virou para mim abrupto, assustado. Mas eu o viro outra vez, voltando para o ferimento e o tranquilizando. — Denise fez o melhor, mas o meu sobrinho não vai ter a visão do olho esquerdo, nem mesmo o olho. Estou preocupada com o impacto que isso irá causar nele ou em sua vida.

— Carl é um bom garoto, vai ficar tudo bem. – Ele diz, mas aquilo não me tranquiliza em nada. — Meu amor, sei que é importante pra você que seus garotos estejam bem em todos os aspectos, mas precisa se apegar ao fato dele ainda estar aqui com a gente. Espera ele acordar, façam sessões de terapia, ensine ele a lidar com o novo rosto e o lembrete da sobrevivência dele... por que Annie e Leo estão carregando um Jeremy enfaixado até aqui?

Me virei tão rápido para a porte que tive vertigem, os garotos auxiliavam Jeremy em uma caminhada entre os corpos mortos. Não hesitei em deixar Daryl para trás e ir ao encontro deles, mas meu marido chegou ainda mais rápido e ele mesmo ajudou meu sobrinho primogênito a andar com maior suporte. Annie, assim que deixou de apoiar o corpo de Jeremy, agarrou minha cintura em um abraço apertado e caloroso.

— Ah, graças a Deus você está bem! – Ela sussurra, chorosa, o rosto afundado em minha cintura. — Não suportaria perder você também, não suma assim de novo.

Sorri para a garotinha, acariciando seu ombro com carinho.

— Hey, amor, está tudo bem. – Afirmo para ela, secando a pequena lágrima que escorreu de seu olho. Leonardo estava logo ali, me deu um sorriso torto e ainda entristecido. — Ficou com eles durante a queda?

— Foi o primeiro lugar onde procurei abrigo. A loirinha aqui quase correu para fora e procurou por você por conta própria, mas eu a segurei dessa vez. – Sua voz era descontraída, mas eu ainda sentia sua dor. — Estão todos bem?

Estava prestes a afirmar quando vi a família Rhee e Enid se aproximar com rapidez, parando conosco na porta da enfermaria. Seguro o rosto de Annie entre as mãos, suspirando pesadamente antes de transmitir uma notícia tão ruim quanto aquela.

— A família Anderson não resistiu. Sam se assustou, os zumbis o pegaram e foi um grande esquema de pirâmide. Meninas, o Carl está no quarto dois, Ron atirou nele.

Não precisou de mais, de repente tinha três adolescentes correndo dentro da enfermaria e adentrando o quarto do garoto. Mas era muita coisa para se processar naquele momento, tanta que eu não daria conta se precisasse explicar tudo toda vez que alguém perguntasse.

— Ele vai ficar bem. – Afirmo para eles. — Se precisam de atendimento médico, por favor, se acomodem em leitos e esperem o atendimento. Eu estou cuidando do Daryl agora, mas assim que terminar posso cuidar desse seu pé torcido. – apontou para Maggie, lhe dando um pequeno sorriso.

E assim um novo dia raiou. Zumbis mortos espalhados por nossas ruas, sobreviventes reunidos ao redor da enfermaria e choros de desespero ao serem notificados sobre a morte daqueles que um dia amaram. Deanna foi uma das vítimas da queda, precisei assistir a maneira como o mundo de meu amigo, Peter, desabou ao descobrirem que ela havia sido mordida.

Mas a vida é assim, e mesmo que seja, nunca vou me acostumar a ela.

[. . .]

10 𝖽𝖾 𝗆𝖺𝗋𝖼𝗁 𝖽𝖾 2012

No dia anterior eu apenas dormi, Daryl e eu dormimos desde às cinco da tarde até às seis da manhã  do dia seguinte. Bem, na verdade eu acordei, meu marido continua dormindo. Acho engraçado como ele insiste em manter o contato físico entre nós, tocando nem que seja a ponta do meu pé enquanto dorme. Agora, por exemplo, está com a mão estendida sobre minha barriga e roncando feito um trator em obras.

Tomei um banho quente, vesti uma calça moletom azul e camiseta branca. As vitaminas para o enjoo vem dando bastante resultado, não o tenho tanto quanto antes, mas ele ainda existe. Me impressiono ao descer as escadas e encontrar Merle dormindo no meu sofá caro, não lembro de tê-lo recebido em casa ontem, nem em dia nenhum. Merle nunca veio em nossa casa, essa é a primeira vez.

Usava uma roupa que não era sua, e sim de seu irmão mais novo, e também tinha um olho perfeitamente roxo. Suspiro, indo direto para a cozinha a fim de fazer meu café da manhã, mas Leonardo já estava lá e com o café prontinho.

— Oi, bom dia! – Digo em surpresa. Leo não mora comigo, não é comum o encontrar aqui tão cedo. — Sabia que Merle está desmaiado na minha sala? E provavelmente se envolveu em uma briga.

— Bom dia. – Respondeu ele, balançando a cabeça após me oferecer o lugar vazio em sua frente. — Eu o trouxe, bebeu demais e socou a cara de um morador da rua sete depois de o ouvir falando coisas que eu não irei repetir sobre a Lara. Não entendi muito bem, mas parece que ela não ficou contente em saber que ele estava bebendo de novo e brigaram feio, sua irmã o expulsou de casa. 

Ficaria embasbacada com aquilo se Lara não fosse minha irmã, mas sei o nojo que ela sente de álcool e bêbados jogados em sofás. Negan pensava que podia aparecer na casa dela todas as vezes que brigava feio com a esposa, sempre embriagado demais para recordar do dia anterior e as barbaridades que falou em frente a filha pequena. É um trauma, eu sei.

— Onde ele conseguiu bebida? – Questiono, ocupando minha xícara com café preto e quentinho.

— Ah, qual é, não vai me dizer que não sabe sobre o bar secreto do Andy. – Ele diz, distraído, mas se volta sério para mim ao perceber minha expressão. — Oh, você realmente não sabe?

— Andy tem um bar secreto? – Indago com rapidez, mas uma situação não tão impossível passou por minha cabeça. — Daryl já esteve lá? Mulheres frequentam esse lugar ou é um lugar somente para machos alphas e vagabundas?

Leo riu de minhas perguntas em deboche, achando realmente engraçado.

— Sim, o Andy tem um bar secreto no porão da casa dele, onde ele troca bebidas por coisas interessantes. Algo que ele queira muito, sacou? – Balanço a cabeça em afirmação. — E não, seu marido certinho nunca esteve lá porque, sim, é um lugar onde enche de mulheres má intencionadas durante a noite.

Seria cedo demais para que pessoas começassem a invadir minha casa? Porque ouvimos duas batidas na porta da frente e de repente vozes preenchem todo o ambiente. Eram Rick e as garotas. O barulho nada avassalador da família chegando acorda Merle, que resmunga no sofá.

— Bom dia, família. – Ele deseja em um ótimo ânimo, vira o rosto de Camilla para o outro lado ao enxergar Merle ali. — Querida, olhe para o outro lado, seu pai está se recuperando no sofá da tia Hannah agora.

Sim, pai, porque é do que Camila costuma chamar o marido de sua mãe desde que chegamos a Alexandria. Lara me contou que a menina sentia falta de ter um pai e meu cunhado a consolou como todas as vezes, e agora ela o chama assim. Merle agora é pai. A menina suspira dramaticamente, feito uma verdadeira atriz.

— Ar, não entendo os adultos. – Resmungou ela, obedecendo o tio enquanto Merle fazia o melhor para se sentar no sofá. — Tia, posso ir brincar no quintal?

— Claro que sim, amor, vai lá. – Mando, a vendo correr para fora sem hesitar. Rick se aproxima, passando Judith para meu colo com dificuldade, pois ela não quer largar do papai dela. — Ih, parece que alguém acordou azedinha hoje e quer o colinho do papai.

— Esse alguém deve ser o Merle. – Meu marido murmura ao passar pela porta da cozinha, me dando um beijo casto na bochecha e bagunçando o cabelo de Judy. — Bom dia, lindas. Rapazes.

— Vamos lá, meu bem, o papai precisa trabalhar. – Ele explica para a filha, que ainda o agarra pelo pescoço com seus braçinhos gorducho. — Fala sério, você não quer ficar com a tia Hannah? Todos adoram ela, inclusive o seu irmão, que também precisa de mim agora.

Minha cozinha ia se enchendo aos poucos com seus movimentos, era reconfortante tê-los assim, por perto. Penso em Lori, em como ela adoraria assistir a filha mais nova agarrada ao pai antes de ele sair para o trabalho, em como gostaria de me ver grávida e assistir a felicidade dos filhos e da sobrinha. Saudades de você, Lori. O som da voz de meu marido me traz de volta ao presente, onde Rick estava travando uma luta para se sentar, porque Judith gostaria de ficar em seu colo, mas somente se ele estivesse de pé.

— Vai, cara, me dá ela aqui. – Daryl resmunga, pegando a menina com uma facilidade incrível. Judith se calou, agarrando a torrada que ele tinha nas mãos. Balança a garotinha nos braços, seu sorriso convencido nascendo em seus lábios me fazem sorrir — Está vendo? É assim que se doma uma fera.

— Não vou contestar a isso, mas só porque somos bons amigos e acho que posso dividir o amor da minha filha com você. – Rick responde, seu sorriso travesso nascendo de repente. — E também porque vai ter que dividir o amor do seu filho comigo, e vai chorar feito uma mulherzinha quando ele te dispensar 'pra poder ficar com o titio aqui.

— Nem nos seus melhores sonhos, Rick. Meus garotos vão me amar tanto que sequer vão sair da minha cola. – Riu, assim como todos nós. Adoro quando o assisto falar sobre nosso bebê. — Vai ser papai o dia inteiro, eles vão falar tanto que a palavra vai perder sentido na minha cabeça.

É definitivo, eu amo Daryl Dixon.

[. . .]

23 de março de 2012

As semanas pareciam se arrastar, principalmente quando estamos tão ocupados com a reconstrução dos muros e expansão da cidade. Estou muito animada com as reformas, principalmente quando estamos reformando também o quarto de nosso bebê. Estamos aqui agora, acabamos de retirar tudo o que havia lá dentro e colocar no depósito, preparando o quarto para a demão de tinta que o próprio Daryl irá fazer.

— Eu acho que é menina! – Annie diz em animação, está tão feliz e ansiosa com tudo relacionado à gravidez que tenho vontade de apertar. — Kiara, que tal?

— Kiara é brega demais, eu prefiro Heidi. – Argumenta Giulia, meu marido e eu estamos sempre segurando risos perto dessas duas. Brigam sobre tudo, inclusive sobre o nome de um bebê que não é delas. — É mais chique, casual e não é tão comum.

— Wew, que nome mais feio. – Carl murmura, apenas observando a movimentação no corredor. — É sério, vocês não tem criatividade?

— Falou o cara que colocou o nome da professora do maternal na irmã mais nova. –  A Rhee prontamente rebateu, cheia de deboche. — Cale a boca, isso é papo 'pra quem tem dois olhos.

— Giulia! – Daryl a repreende, acabava de descer as escadas do sótão com a lata de tinta branca, pois as paredes do quarto são pintadas em um laranja horrendo. — Olhe a boca, ou eu vou te excluir do projeto "quarto do bebê" e nomear o Carl meu ajudante principal.

A menina murchou seu sorriso no mesmo momento e tornou a postura mais rígida, balançando a cabeça em compreensão. Fico realmente impressionada com a facilidade que Daryl manda nesses adolescentes atrevidos, eu já teria ficado maluca com esses três se não fosse por ele. Meu marido passa por mim, beijando minha bochecha e deixando a lata no canto do quarto.

É um quarto pequeno, o tamanho perfeito para fazermos daqui o santuário do nosso bebêzinho, que aliás ainda é bem pequeno. Imagino todas as noites como vou ficar quando a barriga crescer tanto a ponto de eu não conseguir mais agachar ou ver minha própria vagina, é algo que me tira algumas risadas sinceras. Eu espero que Daryl esteja ciente de que vai ter de usar a Gillette por mim quando isso acontecer.

— Quanto tempo até descobrir o sexo do bebê? Estou ansiosa para decorar o quarto com cores femininas. – Annie questiona, parada na porta de seu quarto. — Eu tenho uma bailarina no meu guarda-roupa que ficaria ótimo ao lado do berço.

— Pelos meus cálculos estou com um mês e meio, então vai levar um tempinho ainda. E mesmo que já fosse possível ver o sexo, nós não temos máquinas para isso.

— Mas já estamos procurando. – Assegurou ele, Daryl realmente está atento aos detalhes de nossa gravidez, ele e Glenn mobilizaram nosso pessoal a fim de encontrar uma clínica médica que possua todos os aparelhos necessários para saber tudo o que precisamos sobre nossos bebês. — Amanhã Rick e eu iremos sair de novo, e pretendemos dar uma passadinha pelo Hospital Central, só para ter noção de onde estamos nos metendo. Na semana que vem, nosso grupo de buscas estará por lá e poderemos trazer tudo que couber dentro de um caminhão. 

— Ainda falta muito para a semana que vem, por que não podemos ir amanhã mesmo e trazer tudo de uma vez? – Giulia questiona. De todos nós, ela é a mais ansiosa para que as máquinas cheguem em Alexandria. Está louca de felicidade com a noticia de um sobrinho. — Afinal, que horas são? Fiquei de ajudar Maggie com o jantar de hoje, nós vamos fazer torta de abacaxi para a sobremesa. 

Foi como um alarme que os fizessem sair ás pressas para a casa dos Rhee, mas ainda são três da tarde e Maggie não está nem perto de cozinhar, e mesmo assim isso não me impede de pedir por um pedaço de torta enquanto ouço a porta da frente bater. Falsos, é só aparecer algo melhor que saem todos correndo da minha casa. Levo meu olhar para Daryl, que está parado na porta do quarto.

— Parece que somos apenas nós dois agora. – Brinco entre um sorriso, me acomodando perto da janela ao fim do corredor. – Tem certeza de que precisa pintar esse quarto hoje? Ainda falta muito para o bebê chegar, podemos esperar até descobrirmos o sexo. 

— Essas cores me deixam meio maluco, preciso tirar elas daqui antes que eu enlouqueça. Me diz, quem pinta o quarto de uma criança de uma cor tão feia? Nem mesmo o Merle faria isso, e ele é um idiota. 

Olhar para o Daryl agora é ver uma pessoa totalmente diferente daquela que reencontrei no acampamento, e isso me deixa feliz. Não que eu não gostasse de seu jeito emburrado e quieto, eu amava, mas o assistir emburrado sobre a cor do quarto do nosso filho ou filha é maravilhoso. Sorri, indo até ele e beijando seu queixo com carinho, observando o quanto tem razão sobre as cores. Então, de repente, ele muda de assunto.

— Encontrei com Andy hoje de manhã, me perguntou como você estava. – Contou, seu jeito tranquilo deixa claro que não é algo com que eu preciso me preocupar.  Daryl é tão seguro de si que me intriga. — Eu o agradeci por ter mantido você segura naquele dia, fui muito gentil.

Mas olhar seu sorriso travesso nascer pouco a pouco me traz uma leve dúvida do que ele possa ter feito. Conheço meu marido, lembrar que voltou acompanhado de meu irmão hoje cedo e que iniciaram uma pequena discussão no escritório na qual não me permitiram participar...

— O que aconteceu? – Indaguei de uma vez, me sentindo um tanto nervosa com sua possível resposta. — Ele te falou algo que não gostou e você não deixou isso barato, não foi?

— Foi, mas só porque ele é um mauricinho que pensa que pode dizer tudo o que quiser sobre a minha mulher e espera que eu fique calado enquanto isso. – Ele conta, seu sorriso sumindo e dando lugar ao seu mau humor de sempre. — Não me arrependo do que fiz, pensando bem vou até procurar o Merle e dizer que entendo como ele se sentiu quando socou aquele cara que falou sobre a Lara para ele. Esses merdas acham que só porque já foram alguma coisa no mundo podem dizer que nossas esposas são gostosas, que dormiriam com elas ou simplesmente afrontar alguém dizendo o quanto gostaria de estar em nossos lugares e ser o pai do bebê que estamos esperando. Eu não tenho sangue de barata.

Daryl estava realmente irritado, vejo isso em seus olhos flamejantes e a manheira como gesticula. Suspiro, o olhando nos olhos enquanto não sei o que dizer, porque se alguém viesse até mim e disser tamanha barbaridade, eu não responderia por mim. Lembro-me de uma conversa que tive com papai uma vez, onde ele me pedia para casar com um cara que lutasse pela família e defendesse nossos princípios. Bem, pai, acho que casei com o cara que desejava para sua filhinha. 

— Não vai falar nada? – Ele indaga, nervoso. — Ficou brava ou chateada por eu ter socado a cara dele até quebrar um dente? 

— Na verdade, estou mais surpresa por você não ter machucado as mãos no processo. – Parece poder respirar com tranquilidade agora, mas só relaxou os ombros quando sorri para ele. — Não estou brava, muito pelo contrário, fico feliz que se importe tanto com a gente que esteja disposto a arriscar seu lugar em uma comunidade ao atingir o melhor amigo do futuro líder. Foi corajoso. 

Ele estala a língua no céu da boca, abando o ar antes que eu beije seus lábios e abrace sua cintura, o levando a fazer o mesmo. 

— Falando assim me fez parecer um idiota. – Resmungou, me arrancando um sorriso sincero. 

— Sabe, me sinto ótima depois de ter descoberto isso. Ter homens brigando por mim, mesmo depois da adolescência, significa que ainda sou uma grande gostosa. Eu envelheci muito bem!

Daryl ri, me abraçando ainda mais forte antes de iniciar um beijo quente, rpovando que sou mesmo tudo isso e muito mais. É bom estar feliz ao seu lado, o ver sorrir para mim é, definitivamente, algo mágico que eu quero ter para sempre.














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001: oii, amigas e amigos, aparecendo para dizer que fiquei meio sumidinha de capítulos por conta do Enem, e como tirei hoje para relaxar, decidi finalizar o capítulo. Nada mais relaxante de que um capítulo novo publicado, não é?

002: amanhã faço ENEM, mandem boas energias.

Beijos da Malu!!!💋💖

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