2.1 ||𝙏𝙝𝙚 𝙤𝙩𝙝𝙚𝙧 𝙬𝙤𝙧𝙡𝙙.
Mason's Pov
Abro a pequena porta e vejo o camundongo passar pela pequena passagem secreta e decido segui-lo. Me encolho para passar pela porta, sigo engatinhando pelo túnel e saio por uma outra pequena porta.
Quando saio da passagem me levanto e finamente reparo no lugar que eu cheguei. Ainda estou no Palácio Cor de Rosa. Como isso é possível? Observo a parede e encontro o quadro do menino que eu estava observando anteriormente, mas ele não estava mais triste, o menino tinha o sorvete em suas mãos e estava contente.
Sinto cheiro de comida vindo da cozinha e sigo o mesmo. Quem estava cozinhando? Invadiram a minha casa? Quando chego na cozinha vejo uma mulher de costas cozinhando.
– Quem é você? - pergunto para ela.
– Chegou bem na hora do jantar. Confesso que estou muito curiosa... - diz a mulher ainda de costas – Me contaram que você tem belos olhos.É verdade?
– Por que você está na minha casa? - pergunto.
– Bobinho, essa casa não é a sua. É igual, mas dessa vez você está no meu mundo. - se vira para mim e consigo observar seus olhos de botões.
Eu devo estar sonhando.
– Eu ainda estou dormindo?
– Como eu disse, você chegou bem na hora. - disse a mulher com o rosto bem desenhado e com olhos azuis profundos "Isso é para você." diz colocando um bolo na mesa.
Me aproximo devagar da mesa e quando o olho para o bolo vejo que estava escrito "Bem-vindo ao lar". Ela sabia que eu vinha para cá, só não sei como. Devo estar sonhando.
–Quem é você?
– Belle. - diz mordendo o lábio. – Não vai comer o bolo?
– Não estou com muita fome.
– Certo - disse ela. – De qualquer forma, estará com fome quando voltarmos.
– Aonde vamos?
– Vou te mostrar o jardim, amor - segurou o meu pulso e me mostrou o caminho.
– O meu jardim ainda não está pronto.
– Aqui é o outro mundo, tenho certeza que você vai gostar.
– Não sei... - hesito
– Vem, eu não mordo - sorriu diabólicamente – Só se você me pedir - disse me puxando pelo punho para fora de casa
Ela me observava de cima a baixo tentando decifrar cada parte minha procurando algo certo para dizer.
– O que é isso no seu bolso? - aponta para o meu celular
– Um telefone. respondo
– Essa caixinha desse tamanho faz ligações? - se espanta com o tamanho do meu celular
– Sim - dou uma pequena risada e ela permanece séria – Você não tem um?
– Não um assim. O meu é aquele com antena e tudo mais.
– Então você não tem WiFi? - pergunto intrigado
– Não tenho ideia do que isso seja. Minha mãe nunca foi antenada no mundo.
Antenada? Que lugar é esse?
– Onde ela está? Digo, a sua mãe? - pergunto enquanto caminhamos para o jardim
– Em uma sepultura. - deu de ombros.
– Desculpe...
– Eu mesma a coloquei lá - deu uma gargalhada tanto quanto misteriosa me deixando em dúvida se era uma brincadeira ou não. – Voilà - gesticula mostrando o jardim.
Esse jardim é bem diferente do meu. Desde que minha vó saiu do Palácio Cor de Rosa e deixou para minha mãe as flores murcharam, deixando o jardim com um aspecto tão morto e cinzento. Minha mãe nunca teve interesse pela jardinagem, muito menos eu, mas esse jardim é lindo, vivo por cada centímetro dele.
– Vem, eu quero mostrar o jardim pra você. - segura na minha mão e me puxa para dentro do jardim.
– É lindo. - digo observando as flores de diferentes formas e cores.
Algumas eram azuis, de uma tonalidade tão vibrante e talvez única no mundo, outras amarela reluzentes que chegavam a puxar para um dourado.
Animais vagam pelo jardim, animais com olhos de botões. Sapos tão coloridos, beija-flores elétricos, mariposas, borboletas e muito mais.
– Pensei que fosse te impressionar - diz ela olhando para mim sem esboçar nenhuma reação. E impressionou.
– Você estava tão certa assim que esse jardim iria me impressionar? - ela assente "Como?"
– Eu tenho meus truques, amor - caminhamos para a pequena ponte no jardim que nos dava uma visão linda e ampla do mesmo. Ela se debruça na madeira e diz – Me conte qualquer coisa sobre você.
– Não sei ao certo o que dizer... - ela revira os olhos em forma de desaprovação "Gosto de Netflix."
– Perdão?
– Você não tem Netflix?
– Como eu vou ter algo que eu não sei o que é?
– É uma plataforma online - explico.
– Desculpe-me. - murmurou.
– Precisamos ver algo na Netflix depois.
– Depois?-arqueou uma das sobrancelhas – Então você pretende voltar?
Prendendo. Seja lá qual sonho é esse que eu estou tendo, pretendo ter de novo.
Os animais começaram a ficar histéricos e se comportar de uma forma extremamente agitada.
–O que está acontecendo? - pergunto
– Deve ser dez para as três. - diz preocupada.
– E?
– E é uma ótima hora para você dar uma volta, sozinho. - ela faz questão de enfatizar o "sozinho" e me empurrar de leve em direção da casa.
Ela estava muito apressada e agitada, só se tranquilizou quando entrou no Palácio Cor de Rosa.
– Bem, você vai dar uma volta. - Disse de dentro do Palácio me mantendo fora. – Não volte antes de 3:40, tchau. e então fecha e tranca a porta.
Estranha.
Pelo visto eu não poderia pisar no Palácio Cor de Rosa até que ela me deixasse. Começo a dar voltas ao redor da casa tentando passar o tempo.
Um gato preto saiu dos arbustos e me encarou com aqueles olhos azuis brilhantes.
– O que você está olhando? - Pergunta me deixando boquiabierto
O gato falou comigo?
– Você fala?
– Não, você está alucinando. - diz com um tom sugestivo de deboche.
– Você me aprece muito com o gato do Peter, mas você fala.
– Eu não sou gato de ninguém. - passa as patas nas orelhas – E eu sempre falei, mas vocês humanos são surdos e cegos demais para perceberem. Burros também. - me olhou indicando que eu sou o "burro".
– O outro você que não fala é mais agradável.
– Não, eu não sou o outro de qualquer coisa. Eu sou eu. - jurava que o vi revirar os olhos para mim – Não sabe mesmo no que se meteu, não é? - esboça um tipo de sorriso expondo seus dentes levemente afiados.
– Por que você não tem olhos de botões?
– Eu sou um gato normal, faço o que eu quero, quando quero. Não sou um fantoche meretriz dela. - chega perto de mim e me analisa por alguns segundos – Me pergunto o porque de você ainda não ter corrido. Se não se apressar vai acabar morto. - gargalha.
– Por que eu correria? Eu não estou entendendo. - a orelha do gato se move captando um barulho que meus sentidos humanos não eram capaz de captar.
– Você provavelmente acha que este mundo é um sonho que se tornou realidade. Mas você está enganada, o outro Peter me contou. - disse em quase um sussurro antes de sumir entre os arbustos.
Outro Peter? Ele está aqui tambem?
Belle's Pov
Não. Não. Não. Dez minutos para três horas da manhã, dez minutos pras sombras assumirem. Ele nunca devia ter vindo aqui, eu jamais devia ter deixado aquele meu lado me convencer a atrair ele para cá.
Foi mais forte que eu, os meus instintos me enganaram mais uma vez.
Entro no meu quarto avoada sentindo "ela" rasgar o que tem de alma em mim para assumir. Luto ao máximo para resistir, mas não tenho força.
As coisas que estavam em cima da minha penteadeira foram ao chão quando a dor de cabeça me invadiu, uma dor tão forte que precisei fechar meus olhos na esperança que a dor passasse.
Me senti fraca, diminuída. Ela venceu mais uma vez. Quando abri meus olhos eles estavam tão escuros, tão sombrios... Agora é ela quem manda, a escuridão que há em mim.
Um sorriso diabólico surge em meus lábios
[o outro mundo]
Quem pegou a referência do "amor" pegou
Irei responder todos que comentarem com muito carinho. Se você é um leitor fantasma deixe seu voto para eu saber se gostou.
Gentileza gera gentileza. Até a próxima.
"Andamos juntos. Morremos juntos. Bad boys para sempre" S2
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