𝐑𝐄𝐒𝐓𝐀𝐑𝐓

*•.✧☽*:⛈︎✧☂.•*
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐘 𝐒𝐈𝐗

𝐑𝐄𝐒𝐓𝐀𝐑𝐓

⛈︎彡 𝐒𝐞𝐢𝐬 𝐚𝐧𝐨𝐬 𝐝𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬 - 𝐂𝐢𝐧𝐜𝐨 𝐇𝐚𝐫𝐠𝐫𝐞𝐞𝐯𝐞𝐬.

TEMPO. O tique-taque incessante do relógio me deixa com dor de cabeça. É incrível como o nosso cérebro pode focar em uma coisa só para nos perturbar. O relógio rodando, rodando e rodando. Mas nada muda. Continuo como estive desde que o mundo foi resetado pelo papai. Sem poderes. Inútil. Sozinho.

A reunião dos Keepers é uma completa perca de tempo. Já não é a primeira vez que eu participo, e sempre comentam sobre as linhas do tempo e alienígenas. Nada novo.

Nunca imaginei que um dia eu gostaria disso. Eu consegui a vida que eu queria em seis anos. Bem, em partes... Celly se foi.
As cinco fases do luto são difíceis, e demoram a passar quando uma pessoa importante se vai. Entretanto, posso afirmar que superei quatro delas. Aceitação é mais difícil, e sinceramente, acho que nunca vou conseguir superar essa.

Minha mente volta ao presente, focando em Gus. Era a vez dele falar, e assim como o resto dos integrantes do grupo, eu dirigi minha atenção a ele.

— O meu nome é Gus. — O homem com bochechas gorduchas e barriga grande se apresentou.

As pessoas sentadas à roda logo o cumprimentaram com um caloroso "Oi, Gus", assim como eu.

O local estava gelado, todas as pessoas unidas pelo mesmo motivo na qual eu estava investigando. A marca no meu pulso esquerdo, feito à caneta, era ligeiramente diferente do restante, que estava tatuado nos pulsos dos integrantes do grupo. Um guarda-chuva exatamente igual a como fica quando quebrado.

— Eu procurei pela verdade minha vida toda. E aí, eu achei esse grupo. Foi como se uma lâmpada de acendesse. Pela primeira vez, falaram sobre o que eu estava passando. — O local estava em silêncio, atento em suas palavras. — Eu percebi que não tinha nada de errado comigo. É essa linha do tempo, cara. Ela tá ferrada!

Todos concordaram, incentivando o homem a continuar.

— Eu sei que posso vir aqui e dizer qualquer coisa. Posso dizer que Reginald Hargreaves é um alienígena. Que está secretamente criando uma cabala de supersoldados adolescentes. E todos vocês vão saber do que eu estou falando. E agora... — o homem estendeu sua mão para a pessoa que estava sentada do seu lado, a segurando firmemente. — ...eu tenho esperança. — A mulher ao seu lado também deu sua mão à ele. — Porque eu sei que a Purificação está chegando.

Os aplausos das pessoas começaram, e eu logo me juntei a elas. O homem sorriu, ficando feliz pelo incentivo. Parecia sincero em cada palavra.

— Obrigado, Gus. Obrigado. — O homem ao meu lado agradeceu, terminando de aplaudir enquanto o silêncio se instalava novamente.

Eu inconscientemente soltei uma lufada de ar, chamando a atenção do homem para mim.

— Mas e você? Quer compartilhar alguma coisa? — Ele perguntou educadamente.

Poderia recusar, mas já que estou aqui, não custa nada fazer um bom trabalho.

Eu me arrumei na cadeira, ajeitando minha postura e pigarreando.

— Quero, é claro. — Eu afirmei. Não sorri, tentei imitar os rostos de como eles agiam antes de falar algo. Eu franzi as sobrancelhas, pensando no que falaria e então comecei, com todos os olhos focados em mim. — Oi. O meu nome é Jerome. — Eu me apresentei. Que nome horrível.

— Oi, Jerome. — Todos disseram em uníssono, alguns com sorrisos nos rostos.

— Eu ainda sou novo em tudo isso. Só o que eu posso dizer é: o que vocês estão dizendo é real. Vocês não são doidos. Eu sei porque eu estive em outras linhas do tempo — a sala estava em silêncio. Sentia minhas palavras ecoarem pela sala da reunião. — Não parece, mas eu tenho cinquenta e um anos. Eu passei trinta anos perdido em um apocalipse no futuro... tentando voltar para a minha noiva. — Tocar no assunto "Celly" nunca me fazia bem. Senti meu coração acelerar, e minha voz embargar, então parei para respirar por um instante, e voltei ao assunto. — Tudo o que está acontecendo agora... eu não sei mais o que é e o que não é real. Sinto como se eu não pudesse confiar em ninguém. Eu... fiz de tudo para ficar com a mulher que eu amo, mas as linhas do tempo tiraram tudo o que eu tinha de especial... e agora, ela se foi. Só o que eu sei é que estou feliz por ter achado vocês. É isso. É só isso. — Eu me virei para o homem ao meu lado, que respondeu um "tudo bem, tudo bem" enquanto os aplausos ecoavam pela sala.

O homem ao meu lado elogiou minhas falas, e deu alguns tapinhas em minhas costas. O tempo demorou a passar, não conseguia parar de pensar em Celeste.

「· · • • • ⛈︎ • • • · ·」

⛈︎彡 𝐃𝐢𝐚𝐬 𝐚𝐭𝐮𝐚𝐢𝐬, 𝐩𝐨𝐮𝐜𝐚𝐬 𝐡𝐨𝐫𝐚𝐬 𝐝𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬.

Ainda com as roupas do disfarce, o alto garoto de cabelos morenos entrou rapidamente pelo salão da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos.
Checou o seu relógio, percebendo que o horário já havia sido extrapolado.

— Está atrasado. — Um homem loiro vestido com uma roupa confortável chegou rapidamente em sua direção, entregando o terno que ele teria de usar em breve para falar com seu superior.

— Eu sei. — Ele falou rapidamente, caminhando ao lado do garoto de óculos.

— O bigode. — O assistente o lembrou, estendendo a própria mão para que Cinco o entregasse.

— Ah é! — Ele falou, parando por breves instantes, somente para tirar o bigode falso do próprio rosto.

Os dois pararam em frente as catracas de entrada, e enquanto Cinco entregava o bigode falso, o assistente o entregou a prancheta que ele teria de usar.

Eles passaram pela catraca, logo subindo a enorme escadaria.

— Ele está esperando no gabinete. — O garoto avisou, acompanhando o outro pelas escadas.

Não demorou muito para eles chegarem ao local e encontrarem o superior, que não estava feliz pelo atraso de Cinco. Ele logo explicou que a reunião havia demorado um pouco mais, e já com as roupas trocadas, se sentou em uma das cadeiras que ficavam em frente à mesa do chefe. O garoto se sentou ao seu lado.

— Os Keepers funcionam principalmente como um grupo de apoio, mas com fortes tendências similares a seitas. — Cinco começou. — O número de membros está crescendo rapidamente em todas as áreas metropolitanas dos Estados Unidos e da Europa. Está tudo no meu relatório, senhor.

— Qual é o princípio da organização? — O homem perguntou, folheando as escritas de Cinco sobre o grupo.

— Acreditam que, de algum jeito, estão presos na linha do tempo errada. — Cinco falou. Parecia extremamente idiota falando assim.

— Bom... — O homem deu uma risadinha, fechando o relatório e entrelaçando os próprios dedos. — São só um bando de lunáticos, na minha opinião. Esqueça essa besteira dos Keepers. Deixa pra lá. Está na hora de voltar para seus outros casos: Joaninha, Panamá, Asas de Frango...

— Senhor, eu estou progredindo muito. — Cinco impôs. Sabia que parecia loucura e que talvez a investigação não era necessária, mas fazia ele lembrar de Celly... o dava esperança achar que poderia mudar alguma coisa. Talvez, se ele soubesse mais sobre os Keepers, eles poderiam estar escondendo algo importante.

— Você tem que me ouvir. — O chefe falou de forma tranquila, se levantando da própria cadeira e dando breves passos para o lado. Cinco o observou atentamente. — Você tem tudo para ser um agente fantástico. Uma mente desconfiada, amor pela complexidade e detalhes. Uma maturidade que a maioria dos meus jovens agentes não possui. — O homem deu uma pausa, o fitando. — Jogue direitinho, e um dia vai dirigir este lugar.

Era isso que Cinco queria?

Quando sonhou em ter um emprego ótimo fazendo o que gostava, ele só conseguia lembrar de como Celly ficaria feliz por ele. Só conseguia lembrar de que todos os seis anos sem ela poderiam ter se tornado uma história se ele não tivesse fracassado. Quem sabe hoje estariam casados e morando na casa em que sonharam. Teriam o cachorro de estimação inteligente que ela desejara e o gato preto, que ele se identificava. Ela já teria concluído sua faculdade de jornalismo, na qual tinha como sonho, e seria incrível, em todos os quesitos.

Mesmo assim, com Celly ou não, ele sabia que ela diria para ele se esforçar, então agradeceu:

— Obrigado por dizer isso, senhor.

「· · • • • ⛈︎ • • • · ·」

As horas se passaram e já estava na hora da festa da sobrinha quando ele saiu do prédio. Olhando o relógio de pulso, fez uma careta ao lembrar que chegaria um pouco atrasado, então rapidamente procurou um táxi para levá-lo até a festa.

Chegando lá, a barulheira de dentro do salão ecoava para fora e ele respirou fundo antes de ter que encarar a própria família, bebidas, barulho e muitas crianças.

Quando entrou pela porta, a primeira pessoa a vir falar com ele havia sido Diego, que estava segurando uma pinhata colorida que logo iria pendurar para as crianças.

— Cinco! Quanto tempo! — Ele sorriu.

— Eu te vi semana passada, idiota.

— Sempre muito carinhoso. — Ele ironizou. — Ó, me ajuda a levar isso pra lá antes que a Lila acabe com a minha raça. — Diego o entregou uma enorme caixa, que ele nem sabia o que tinha dentro.

Cinco não protestou, somente foi ajudando onde era necessário e conversando com o irmão. Quando Luther e Benjamin — que estava preso há anos — chegaram, Cinco não evitou ir conversar com eles. Fazia tempo que não via Ben, e ele continuava rancoroso como sempre. Até mais do que ele.

Agora, ambos estavam apoiados na piscina de bolinhas enquanto Luther já havia sumido fazia tempo.

— O que você fez? Um esquema Ponzi? Fraude do colarinho branco? — Cinco deu seh palpite. Ambos com cervejas na mão.

— Criptomoeda. — O irmão corrigiu. — Internet 3.0, cara. Os federais caíram em cima de mim porque eu sou de fora, um dissidente tipo o Elon.

— Bom, além disso, você faliu umas cem mil pessoas, né? — Cinco o lembrou.

— Aquilo foi uma caça às bruxas.

— Tá, você pode falar o que quiser. — Ele deu de ombros. — É legal ter você de volta. Um brinde! — Cinco estendeu a garrafa de cerveja para ele, que logo encostou na sua, dando um tilintar familiar.

Poucos instantes se passaram, e Luther surgiu de dentro da piscina de bolinhas em um gesto rápido, gritando um "A-ha!", na tentativa de assutá-los, o que não funcionou. Cinco somente franziu o cenho, olhando para o irmão que tinha um enorme sorriso no rosto.

— Peguei vocês! — Luther se divertiu, apontando para eles, que o olhavam com indiferença.

Ben tinha uma feição de colocar medo, e Cinco somente o ignorou, dando um gole na própria cerveja.

— Ah, qual é! Faz anos que a gente não reúne todo mundo desse jeito! — Ele argumentou. Ficou triste pela falta de animação dos irmãos.

— Já pensou que pode ter um bom motivo pra isso? — Ben perguntou amargamente.

— Cadê o Viktor? — Cinco perguntou preocupado. A festa já havia começado faz tempo, e nem sinal do irmão.

— Ah... ele disse que vinha. — Luther afirmou com um sorriso. Era ele quem havia convencido o irmão de deixar o próprio bar fechado por só uma tarde e viesse dar atenção à família.

— E a Allison? — Cinco perguntou.

— Ela geralmente não aparece, né? — Luther fez careta. — Sei lá. Talvez seja melhor assim.

— Você estava reclamando agora mesmo que fazia anos que não nos reuníamos. — Cinco rebateu, franzindo o cenho.

— Eu disse talvez.

Cinco bufou e voltou a beber sua cerveja.

Para os irmãos, as escolhas de Allison no passado haviam acarretado em péssimas coisas para eles.

Bom, Luther ficou sem Sloane, na qual ele até hoje, não havia encontrado-a. E Cinco, ficou sem Celly. Independente da escolha de Allison, ele já havia compreendido que a sua Celly nunca fizera parte dos planos de Reginald. Ele simplesmente se apaixonou pela pessoa que poderia fazer ele sofrer em qualquer linha do tempo, pois provavelmente era impossível que Reginald abrisse mão da própria filha para que Cinco tivesse sua Celly novamente. E, bem, se as duas coegistissem na mesma linha do tempo e época, seria péssimo. Com certeza desencadearia mais apocalipses.

Quando compreendeu que Reginald havia trocado a mulher que ele amava por sua filha adotiva, ele se retraiu com os irmãos. Bem, isso não havia demorado muito desde o acontecido com os planos de Allison e Reginald. Ele havia percebido isso bem rápido, na verdade.

Entretanto, por mais que sofresse com isso, não culpava eles. Ao menos, era isso que dizia para si mesmo constantemente.

Ele sabia que deveria estar feliz. Sabia que tudo havia sido resolvido, e agora eles eram pessoas normais com vidas normais. Era o que ele queria.

O sol brilhava lá fora e a lua não tinha risco de cair na Terra. Nenhum Kugelblitz existia e nenhuma guerra estava se aproximando. Entretanto, por mais que tivesse motivos, não conseguia apreciar nada disso.

Se entregou às bebidas no primeiro ano, e no segundo, decidiu que faria algo. Mas não conseguia. Era completamente comum agora, o que faria? Se não havia conseguido quando tinha poderes, não conseguiria agora.

Os irmãos perceberam quando ele se afastou da piscina de bolinhas silenciosamente, dando um gole um pouco maior para pegar mais bebida da garrafa.

— Acha que ele está bem? — Luther perguntou em um sussurro, que Ben quase não escutou.

— Se não está, ele vai superar. Aquele cara é uma barata, resiste a tudo, não é? Você superou a Sloane, logo vai chegar a vez dele.

— É... tomara que sim.

Quando Cinco pensou que poderia ficar sozinho com seus pensamentos, recuado e sentado em uma cadeira qualquer, Diego pediu novamente sua ajuda para levar alguns sucos até a mesa das crianças.

Ambos pegaram as caixas e saíram pelo salão conversando sobre o trabalho. Diego já havia pedido para o irmão enviar seu currículo, já que ele realmente gostaria de trabalhar na CIA. Apesar dele não falar, admirava o irmão.

— O dinheiro é bom, sabe? E eu faço meus horários. Tem isso de bom. — Diego falava, enquanto carregava as caixas. — Mas o supervisor da minha equipe é um babaca. O cara não sai do meu pé. — Ele bufou.

— É, aí é complicado — ele deu de ombros, largando a caixa de sucos de caixinha em cima da mesa com copos.

— E mais importante: é um desperdício dos meus talentos natos. Quando acha que eu vou ter resposta da agência?

Cinco congelou, levantando as sobrancelhas e tentando ao máximo fazer parecer que havia enviado o currículo.

— O quê?

— Da CIA, irmão. — Diego o lembrou. — Você entregou meu currículo, não é?

Diego se apoiou na mesa, se aproximando de forma intimidadora de Cinco, que bebeu mais um gole de cerveja olhando para ele.

— Claro. É... ele está sendo analisado nesse momento.

— É assim que eu gosto! — Diego sorriu, dando alguns tapinhas nas costas do irmão. — Aí, falou pra eles que eu sei várias lutas? Mano a mano, caratê, aiquidô, hapkidô, krav maga, jiu-jitsu, muai thai, quendô, sambo, wing-chun-

— Diego, eu vou falar. Deixa comigo. — Cinco prometeu, dando uns tapinhas nas costas do irmão e fugindo dali o mais depressa possível.

Ele encontrou Luther saindo da piscina de bolinhas com algumas delas em mãos, que usou para ficar incomodando Ben. Quando se juntou a eles, Klaus apareceu junto com Claire. As luvas cirúrgicas em mãos, máscara no rosto e qualquer coisa que não deixasse que germes tocassem nele. Ao mesmo tempo que os seis anos fizeram bem para ele, também o fizeram mal. Ele deixou de ser viciado para ter nojo de germes na mesma medida. Uma mudança brusca após a falta de poderes.

— Klaus? Oi, cara! — Luther foi o primeiro a reconhecer o irmão, olhando para ele e jogando a bolinha na piscina de bolinhas atrás de si.

— Oi. — Klaus sorriu, se aproximando em passos lentos enquanto Luther ia rapidamente ao seu encontro de braços abertos.

— Que bom te ver! Vem cá!

— Não, não, não! Desculpa. Não toca. Spasibo. — Ele pediu, mantendo distância do abraço.

— Tá. Tá bom, claro. — Luther concordou, fazendo um biquinho de tristeza na qual o irmão ignorou.

— Agora ele está germofóbico e extremamente sóbrio. Oi, Klaus! — Cinco sorriu para ele, se aproximando dos irmãos junto com Ben.

— Benjamin? — Klaus perguntou, franzindo o cenho ao ver o irmão que estava tanto tempo fora.

— Klaus. — Ben falou. Um certo tom de interrogação.

— Ué, que isso? Quando foi que você saiu? — Klaus perguntou, se aproximando dos mesmos.

— Há mais ou menos uma hora, mas tô pensando seriamente em roubar um banco só pra voltar. — O irmão rebateu. Fez uma careta como se estivesse indiferente em estar ali, mesmo que, por mais que não admitisse, gostasse da companhia deles. O irmão deu meia volta, e foi caminhar pela festa e ficar sozinho.

Os três irmãos conversaram um pouco, colocando alguns assuntos paralelos em dia até terem a surpresa de ver Allison entrar ao lado de Lila pela porta do salão. Allison estava focada em pegar as chaves do seu carro da mão de Lila, que a obrigou a entrar para a festa e ver a própria família.

Enquanto ela pedia gentilmente para que Lila devolvesse suas chaves, alegando que ninguém na festa queria sua presença, os irmãos perceberam a irmã, e olharam todos em sua direção em um instante.

— Aí, caramba. Isso foi um erro. — Allison murmurou. Lila estava cheia de garrafas de refrigerante nos braços, junto com a chave de Allison, e um sorriso maléfico no rosto após ter conseguido que ela fizesse parte da festa.

— Tá certa. Isso é super esquisito. — Lila murmurou para Allison, enquanto o sorriso ia embora ao perceber os olhares que caíram sobre as duas.

Cinco fitou a aparência da irmã, e olhou para Luther ao seu lado, que demorou um pouco para perceber que deveria melhorar a tensão do lugar entre eles.

— Oi, Allison! — Luther falou. Gaguejou um pouco, mas rapidamente caminhou até a irmã, ainda meio perdido no que falar para ela. — Oi! — Ele sorriu. — Que bom que você veio.

— É. Eu só... pensei em aparecer e dar um oi — Allison falou. Também parecia perdida à respeito das palavras, mas sorriu de forma gentil. — Oi!

— Ah! Show! Já... já faz tempo, né? — Luther começou. Realmente fazia tempo que a irmã havia se afastado dos irmãos. — Desde que a gente...

Luther tentou falar, mas pareceu faltar palavras. Havia desaprendido a falar com ela devido o tempo que havia passado.

— Faz. — Ela respondeu. Ambos tensos, formando um clima de reencontro meio chato. — Ah... o Viktor está aqui?

— Não, não. Ele ainda não chegou, mas ele disse que vinha e...

— Tá. — Ela concordou, e passou somente um instante até ela sair de perto de Luther e entrar mais para o centro do salão, procurando Claire.

Mais minutos se passaram, e Cinco não sabia como conversar com a irmã, então só se aproximou dela por pouco tempo, perguntando coisas como "Como foi esses anos?" ou "Você está bem?", "Fiquei sabendo sobre o Ray. Eu sinto muito".

A hora de bater na pinhata chegou, e todos os convidados da festa estavam reunidos em torno da robusta pinhata que Cinco anteriormente havia ajudado a colocar no lugar. Os tios de Grace — a aniversariante, filha de Diego e Lila — torciam para que ela quebrasse a pinhata. Entretanto, ela parecia estar sendo resistente demais, e Luther já estava ficando impaciente, com fome. A garotinha batia incessante na pinhata, e mesmo com as palavras de incentivo, ela não estava conseguindo.

Ela voltou meio constrangida pela falha, mas os tios a apoiaram.

— Vem cá, vem! — Allison falou calorosamente, chamando ela para um abraço.

— Você tentou. Você tentou. — Cinco falou com um breve sorriso.

O taco para bater na pinhata passou para outra criança, que também foi rapidamente incentivada pelos convidados que ansiavam pelo bolo — que segundo Lila, só poderia ser comido depois de quebrarem a pinhata. Todavia, o garotinho também não conseguiu quebrá-la.

— Nossa! Essa coisa não quebra mesmo, né? — Luther reclamou.

— As pinhatas de Eastside são famosas por serem difíceis. — Diego rebateu.

— Que se dane. Eu tô faminto. — Luther reclamou, e deu uns passos a frente até ter sua tentativa de bater na pinhata. — Deixa comigo, garoto!

O garotinho tentou entregar o taco para ele, mas Luther ignorou. O pequeno logo correu para longe, esperando o resultado da pinhata.

— Você já era, cara! — Luther começou seus ataques na pinhata, a segurando em seu braço e batendo repetidas vezes nela. Chutes, socos, cotoveladas... ele realmente estava empenhado naquilo.

— Nossa... Uau... — Ben murmurava para si, olhando Luther com ironia.

Entretanto, Luther já estava irado por não ter sucesso, então arrancou a pinhata do lugar e a jogou para qualquer lugar. O bolo estava sendo segurado por Lila enquanto ela passava, e a pinhata foi arremessada em direção ao bolo, fazendo ele voar alguns metros e cair no chão. Todos os irmãos olharam a tragédia. Grace não demorou para começar a chorar. A melhor parte do seu aniversário havia sido estragada.

— Qual é o teu problema? — Diego perguntou, arrancando a pinhata danificada das mãos do irmão, que agora sentia vergonha por ter estragado o momento.

「· · • • • ⛈︎ • • • · ·」

⛈︎彡𝐇𝐨𝐫𝐚𝐬 𝐝𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬 - 𝐏𝐚𝐥𝐞𝐬𝐭𝐫𝐚 𝐝𝐨𝐬 𝐊𝐞𝐞𝐩𝐞𝐫𝐬, "𝐜𝐥𝐮𝐛𝐞 𝐝𝐨 𝐥𝐢𝐯𝐫𝐨".

Novamente disfarçado, Cinco subia as escadarias junto com seu comparsa. Desta vez, estava participando da reunião sem estar ligado à CIA, já que o seu superior havia deixado claro que não desejava mais seu envolvimento nos grupos. O bigode falso novamente estava em seu rosto, mesmo que ele não combinasse com sua aparência juvenil. Mesmo tendo se passado seis anos, e agora o seu corpo físico tendo vinte e um, o bigode robusto não ficava harmonioso em seu rosto.

Ele subiu os degraus despreocupadamente, enquanto seu companheiro o afirmava que, se fosse necessário, bastava ele dizer que estava acompanhando-o. Assim que Cinco passou pela porta, se deparou com um grande número de pessoas, um palco simples e uma péssima iluminação amarelada.

— Estes são os verdadeiros Keepers. Os melhores dos melhores. — O companheiro falou, fechando a porta atrás de si e logo cumprimentando um conhecido ao lado.

Ao olhar um pouco mais atentamente, Cinco reconheceu uma mulher de pele morena e cabelos pretos com vestido vermelho. Era Lila. Ele se aproximou dela, pedindo licença a Larry, seu comparsa, e ainda de longe, notou que seu vestido tinha um crachá preso, escrito "Nancy". Pelo visto, não era só ele que estava disfarçado ali.

Mas você sabe como a Hilary é, né? Ela sempre sabe de tudo.

— Então esse é o clube do livro, né? — Cinco ironizou, se aproximando dela.

Lila deu uma risadinha desconfortável aos amigos com quem estava conversando.

— Pode me dar uma licencinha? — Ela pediu a eles, saindo dali para se juntar a Cinco. — Se estragar o meu disfarce, arranco suas bolas.

— Você que vai estragar o meu. — Ele rebateu, mexendo nos próprios dedos.

— Aliás, belo bigode. Era pra você ser o quê? Um assassino em série grego? — Ela ironizou, bebendo um gole do espumante em suas mãos.

Cinco soltou uma risadinha.

— Pois fique sabendo que é crina de cavalo de primeira. A pergunta que deveria ser feita é: o que você está fazendo aqui, "Nancy"?

— Vamos dizer que a transição de assassina em tempo integral pra babá de três crianças e um marido gordo em tempo integral não é moleza. Eu tinha que sair de casa, tá? — Ela falou. Parecia sincera, sua voz era pesada. — Eu vi um anúncio e resolvi arriscar. É mais barato que terapia. Mas olha, eles estão querendo aprontar alguma. Esses manés podem ter descoberto-

— Ei, ei! Espera aí! — Cinco interrompeu, olhando para a porta quando uma aparência familiar entrou por ela. Seu coração até errou uma batida, mas isso só durou até ele lembrar que não era a mulher que ele amava.

Lila não entendeu toda a sua atenção, então procurou com o olhar o que ele havia visto.

— O que foi?

— É a Celeste. A adotiva de 63. Pelo amor de Deus, o que ela tá fazendo aqui?! — Ele reclamou. Levantou seus olhos e até ficou um pouquinho na ponta dos pés para olhar sobre a multidão, vendo a garota cumprimentar umas pessoas.

Ela estava com um simples vestido azul. Um colar meio tradicional e brincos simples. A falsa tatuagem dos Keepers estava em seu pulso. Estava com o cabelo preso em um rabo de cavalo, e quando olhou para eles, gelou. Ela engoliu em seco, mas logo voltou a fazer o que deveria fazer, se misturando com eles enquanto aos poucos chegava perto dos conhecidos.

— O que foi? Ela não pode frequentar esses lugares? — Lila perguntou irônica.

— Não é isso, bobona. Era para ela ser contra isso, entendeu? Por que o papai estaria envolvido nisso depois de tudo o que fez para salvar ela e sua esposa?!

— Ah... não sei.

— É a primeira vez que vê ela por aqui?

— Sim. Claramente. Ela nem tem jeito para falar com os convidados.

— Eu discordo. Ela parece estar entretida demais com todos eles.

Poucos instantes se passaram até Celeste chegar perto deles, parando por uns segundos enquanto os observava.

— Vocês vão fingir que eu não estou aqui, beleza? — Ela perguntou, bufando ao se aproximar deles. Celeste era elegante até mesmo disfarçada com roupas comuns.

— Por que faríamos isso? — Cinco perguntou. Um pouco interessado, mas com vontade de implicar.

— Não sei, porque eu já ajudei a vida da sua namoradinha em 63, talvez?

— E matou ela só por existir e conhecer o papai. Obrigado aí. — Ele respondeu irônico, dando as costas para ela enquanto fingia voltar a alguma conversa com Lila. Ele a odiava por isso, mesmo que soubesse que não era culpa dela.

Celeste segurou nos ombros dele, e fez ele virar para ela. Era incrível como, com vivências diferentes, a mesma pessoa poderia ter uma personalidade diferente. Celeste, no caso, era mais irônica que a Celly que os Hargreeves conheceram.

— Oh... — ela fez um beicinho irônico. — Desculpa por ter nascido. Não sei se você sabe, mas os fetos não tem consciência para se enrolarem no cordão umbilical de forma proposital. — Ela fez uma cara de triste, debochando do garoto, que revirou os olhos com a implicância. — Vai por mim, mesmo que eu tivesse consciência não faria isso por você.

— Ei! Calma! É só ele que é meio estressado. Não liga para isso. Nada de brigas — Lila falou, puxando a garota pela mão para que ficasse junta entre os dois, tentando apaziguar a situação. — E então você é dos Keepers, hm?

— Bem... não. Um pouco. Não estou com um lado bem definido. Digamos que... eu só precisava me entreter com algo. O papai nem sonha que estou aqui — ela soltou um sorrisinho ladino.

— Olha só, pelo visto você e Lila são parecidas, não é? Falou para ele que estava aonde? Se o conheço, ele não apoiaria que você fizesse parte disso. — Cinco afirmou.

— Primeiramente, o meu pai não foi o pai que você conheceu. Quer dizer, no sentido literal, foi. Mas eu juro que comigo é diferente.

— Quer dizer que ele não liga sobre suas escolhas?

— É... não falei isso. Na verdade, como eu disse, ele nem sabe que estou aqui. Acha que estou na aula de balé.

— Então temos uma dançaria entre nós — Lila sorriu, se divertindo. Percebeu que a conversa entre Celeste e Cinco fluía, mesmo eles mal sendo amigos e estarem se alfinetando. — O Luther é dançarino também.

— Sim. De pole dance. Que horror. — Cinco ironizou, focando os olhos na festa.

— Bom, posso perguntar o porquê vocês estão aqui, ou as perguntas só cabem a vocês?

— O privilégio das perguntas é nosso-

— Cinco, para! — Lila o repreendeu, dando um tapa em seu braço.

— Ei! Aqui é Jerome, sua idiota. — Ele sussurrou, não podia perder o disfarce.

— Então estão disfarçados, hm? Vocês juntos são péssimos. — Celeste afirmou, fazendo careta e aceitando o espumante que um garçom trouxe.

Ela bebericou a taça, e logo um homem os avisou que deveriam todos se sentar, pois a apresentação já iria começar.

Os três se moveram pelo salão, indo em direção às cadeitas. Cinco se sentou no meio das duas, pigarreando enquanto a palestra não começava. Foi questão de instantes até um casal entrar no salão. A mulher fez um "Ah!" de alegria, e entrou sorridente pelo local.

— Quem são eles? — Cinco perguntou.

— Nunca ouviu falar da Jene e do Gene? Tem certeza que tá na CIA certa? — Lila perguntou.

— É, até eu que comecei a participar disso hoje sei mais quem você. — Celeste retrucou.

— Falem logo de uma vez.

— Tá bom! — Lila concordou. — O Gene e a Jene iniciaram isso aqui em Clovis, no Novo México. Desde então, o movimento se espalhou pra todo o lugar.

— Bem, Gene e Jene não. A Jene é quem deu início a isso tudo. Óbvio, Gene concordou com ela desde sempre, e a apoiou também, mas não foi ele quem criou o projeto. — Celeste complementou.

O silêncio se fez presente por alguns segundos, enquanto Jene e Gene subiam no palco e olhavam todos os integrantes do grupo. Jene, a mulher, falou um "Uau! Caramba!", supresa com a quantidade de pessoas.

— Vejam só todos esses lindos rostos iluminados! — Jene se alegou. — Isso é demais! Obrigada por virem hoje aqui. Nós planejamos uma grande noite porque essa noite nós vamos discutir... — ela fez uma pausa dramática, enquanto o projetor lançava as imagens no telão. — ...o "Efeito Umbrella".

Algumas pessoas do salão suspiraram maravilhadas, e os três, sentados juntos, se entreolharam.

— Eu acredito que nós podemos voltar para uma restaurada e correta linha do tempo — Jene finalizou, fazendo a plateia sorrir. Alguns se alegraram. Aquilo era esperança. — Agora, o que nós queremos dizer quando falamos do Efeito Umbrella? Bom, algumas pessoas se referem a isso como... "doença da linha do tempo".

Cinco estava confuso. Como era possível que eles soubessem tanto? Ele acreditava que, uma vez tendo usado o Oblivion para resetar o mundo, isso não devesse acontecer. O garoto engoliu em seco, se ajeitando em sua cadeira e ficando mais focado na palestra.

— Esses artefatos são de outras linhas do tempo — o telão passou as imagens. A coleção de bonecos da Umbrella Academy, que não deveria existir após o Oblivion. — Como as memórias compartilhadas que muitos de nós experimentamos, não é? Memórias que os poderosos querem que vocês acreditem que são apenas... fábulas da nossa imaginação. — Ela concluiu. Parecia cuidar na escolha de palavras, tentando deixar aquilo didático e fazer com que todos compreendessem ela.

— Um elegante dândi segurando um guarda-chuva, parado em uma coluna verdejante — a imagem da foto de "Reginald" que havia feito eles acreditaram que o Hargreeves era o assassino do presidente passou na tela. — Um obscuro culto sexual chamado "Filhos do Destino" — as fotos do jornal sobre a seita de Klaus também passaram. — Uma ninhada de crianças super-heroicas de shorts, que é de onde nós tiramos o nome desse fenômeno: o Efeito Umbrella — a foto tirada no dia do roubo pela equipe jornalística do local.

Cinco olhou cuidadosamente a foto que era passada, vendo ele lado a lado com Celly. A foto registrou o momento perfeito em que, de alguma forma, ele falava coisas importantes para ela.

— A pergunta é... quem se beneficia escondendo isso? — Jean perguntou de forma retórica.

Celeste engoliu em seco, já sabendo o que seria falado. Cinco pareceu notar que ela havia ficado tensa. Seu disfarce poderia dar errado de agora em diante.

— As elites, é claro. — O homem prosseguiu, passando para uma nova foto, em que Celeste, Abigail e Reginald estavam lado a lado. Uma foto comum de família rica. Celeste lutou contra seu instinto de bufar.

Não é como se seu pai tivesse ficado rico com o Oblivion. Ele já era bilionário bem antes de resetar o mundo.

A classe dominante sempre foi ameaçada pela verdade. Mas agora eles não podem impedir a verdade, podem?

— Se quiséssemos, talvez. — Celeste sussurrou para si mesma, enquanto a plateia dizia com veemência o contrário.

— Não! Foi o que eu pensei. — Gene finalizou, feliz com a plateia tendo concordado.

— Vai ter que tomar cuidado da próxima vez que passar por essa porta. — Cinco falou para ela, que revirou os olhos. — Tantas pessoas olhando seu rostinho no telão, não é um rosto fácil de esquecer.

— Quer um autógrafo? — Ela debochou, fazendo o garoto dar um sorriso ladino e voltar a prestar atenção.

— Esse artefatos são a prova de que estamos vivendo em linhas do tempo erradas. E eles são a chave... pra causar de uma única vez a Purificação.

— O que é a Purificação? — Cinco perguntou para Lila, já que a mesma estava há mais tempo no grupo.

— Não sei. — Lila sussurrou.

— Calem a boca os dois. — Celeste pediu, eles estavam chamando atenção.

— Vocês sussurram muito alto. — Cinco reclamou.

— Não estrague os disfarçes. — Lila sussurrou novamente.

— Coloca a culpa em mim?

— Algum problema aí atrás? — Gene perguntou, atraindo a atenção de algumas pessoas da plateia para eles. Cinco engoliu em seco, Celeste respirou fundo, passando a mão no rosto.

— Odeio vocês. — Ela murmurou baixo o suficiente para só Cinco, ao seu lado, escutar.

— Desculpa, será que a turma do fundão pode ficar de pé, por favor? — Jene pediu alegremente. Celeste reclamou um "Puta que pariu", de forma parecida com Cinco, que também estava reclamando da situação. — Eu não tô conseguindo ver os seus rostinhos lindos.

Os três se levantaram, Celeste levantando o mais lentamente possível para não chamar atenção instantaneamente. Agradeceu pela baixa iluminação e pela maquiagem que havia feito antes de sair, que a deixou um pouco mais diferente do que o habitual. Sua franja falsa que havia colocado também poderia ajudar neste momento, assim como os pequenos detalhes que havia adicionado antes de vir: sardas falsas.

— Ah, olha só! É a Nancy. — Jene reconheceu Lila ao lado dos dois, sorrindo por ser alguém que conhecia.

— Oi, gente — Lila sorriu.

— E quem são seus amiguinhos aí? Acho que a gente não se conhece.

— Esse é o meu amigo gato... — Lila tentou o apresentar, ainda meio atrapalhada.

— Jerome. — Ele completou.

— Jerome. — Ela afirmou.

— Sou da filial de Orlando, assim como a minha prima aqui do lado. — Ele sorriu.

— Tereza. — Celeste sorriu, parecendo realmente natural com seu nome falso.

— Jerome e Tereza da filial de Orlando... — Jean repetiu. Parecia não acreditar, mas ignorou.

— Acho que vocês precisam se bronzear um pouco mais. — Gene comentou, rindo um pouco enquanto algumas pessoas olhavam para trás para fitar ambos e tirarem suas próprias conclusões.

O silêncio pareceu pairar por séculos, mesmo sendo poucos segundos. Jene parecia atenta demais em Celeste, que há estava ficando nervosa com toda atenção recebida.

— Eu sinto que te conheço de algum lugar... O seu rosto é tão familiar. — A mulher falou com um sorriso.

— Ah... isso. — Celeste agiu como se ouvisse isso com frequência. — Costumam me dizer que sou muito parecida com a filha do magnata da cidade... o homem da elite que estava nas fotos há pouco.

— Nossa! Realmente muito parecida. Acho que era isso! — Ela sorriu.

— Uma pena que eu não tenha o mesmo dinheiro que ela. — Celeste falou, arrancando algumas risadinhas das pessoas que estavam prestando atenção na conversa.

— Será que podemos esclarecer alguma coisa pra vocês, da filial de Orlando?

— Ah, não. Me perdoem-  — Lila foi interrompida.

— Eu e minha prima gostaríamos de saber se pode falar um pouco mais sobre o conceito da Purificação. — Cinco a interrompeu rapidamente, aproveitando o momento para sanar sua dúvida.

— Alguns acreditam que é o fim-  — O homem no palco foi o primeiro a tentar explicar, mas parou quando a sua esposa o barrou com o braço, fazendo-o se calar. Entretanto, sua mão que antes o estava barrando, subiu para os seus óculos, disfarçando que antes desejara que ele ficasse quieto. — Outros acreditam que é apenas uma grande restauração.

— E no que vocês acreditam? — Celeste perguntou, ficando atenta.

— É, vocês estão com sorte, porque nós estamos preparando uma palestra muito especial sobre esse tópico. — Jene interrompeu, sorrindo. — Não estamos, amor?

— Isso mesmo, amor. Se tiverem interesse, por que não passam seus dados? Endereço, telefone. Assim, a gente manda um convite pra vocês três. — O homem finalizou. Um sorriso indecifrável em seu rosto, assim como a expressão forte da mulher.

Independente do que fosse a Purificação, era algo muito importante. Ninguém tomaria cuidado em passar informações fúteis. O casal se olhou, um clima tenso no local. Poucos instantes depois, a palestra continuou como deveria ser, se desenrolando por mais alguns minutos incessantes.

PRIMEIRO CAPÍTULOOOOOOOAAAAA

FELIZES? FAZ UM TEMPAÇO QUE EU NÃO ESCREVO😭 nem o Wattpad está aguentando o retorno desse hábito de tão bugado que tá.

Enfim, espero que tenham gostado, beijão pra vocês (Comentem pelo amor de Deus, se não vou fazer questão de deixar o Cinco sofrer bastante nessa história KKKKK (que pecado, jamais faria isso com ele, chega!)

Não revisei, mó preguiça. Peço perdão aos errinhos😰

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top