Ele ainda vai matar você


"If I did not have nothing else to give but love." R. City - Locked Away ft. Adam Levine.

Miami Beach, 15h00

Point Of View Georgia Banks

Os olhei, esperando que um dos dois me respondesse, mas o que recebi foi somente o silêncio de ambos. 'Tá que eu não gosto do meu pai, mas eu queria saber que "coisas erradas" são essas. Será que tá colocando minha vida e de Brooke também?

— Seu pai está na cidade... — Brooke, se pronuncia, me fazendo olhá-la.

— Eu já sei! — balanço a cabeça. — Me respondam agora!

Percebo Justin engolir a seco.

— Seu pai trafica drogas, desde de sempre. — Bieber respondeu, cruzando os braços.

— E porque você tava enforcando a minha mãe, seu vagabundo de merda?! — grito.

— Isso não vem ao caso, ou vem, Brooke? — ele sorri, me deixando atônica. — Preciso ir, s resolvam vocês.

E sai do quarto como se nada tivesse acontecido. Me virei para minha mãe, que continuava olhando para o chão, perdida. Sentei-me na cama, recebendo seu olhar, como se quisesse falar algo.

— Desde que você era adolescente ele vendia drogas... — suspira. — Não quero você perto do o Justin, escutou?

Ri irônica.

— Você já deixou de mandar em mim há bastante tempo, não acha, Brooke? — debochei, sabendo que ela não iria me contar o motivo do enforcamento que estava rolando aqui dentro. — Já estou indo, só vim ver se estava bem.

Me retirei do quarto. Pode parecer egoísmo, mas ela mudou muito quando veio pra cá. Está ficando bastante alarmada, o que é estranho, porque ela nunca foi assim. Será que tem algo a ver com Bieber que ela não quer me contar? E como o Justin sabe que o traste vendia drogas, se ele havia sumido? Isso realmente está muito estranho. O que me leva a crer que Brooke sabe o motivo do sumiço de Bieber.

E se ela sempre soube, por quê nunca me contou? Ela sabe como sofri em relação a isso. Assim que saí do hotel, entrei em meu carro, precisava esfriar a cabeça. Precisava da minha garota comigo. Entrei no carro, o ligando, mas desisti ao escutar meu celular tocar, e vejo que era apenas uma mensagem.

Respiro fundo.

Decido ver o que era em casa, estava cansada psicologicamente. Liguei o carro, saindo do local o mais rápido possível. Mas, até agora não entendi o sumiço de Beck... Porque foi tão do nada, que nem tem explicação. Ela nunca foi de fazer isso, nem mesmo quando moramos em outro lugar. Isso é tão estranho...

Como o hotel não era tão longe de casa, nem foi tão difícil chegar. Sai do carro, entrando em casa, dando de cara com Townsen sentada no sofá, com o rosto abatido. Sentei-me ao seu lado,que nem ao menos percebeu que havia chegado perto dela. Toquei seu ombro, vendo-a pular do sofá, ofegante.

Franzo o cenho.

— Tudo bem? — questiono-a, vendo que ela se afasta assim que tento tocá-la novamente.

Seus olhos se encontram com o meus.

— Sim! Está. — balançou os ombros. — Por que não estaria?

Ela está agoniada, tanto que não para de mexer os dedos.

— Certo. Já que não quer me contar, irei deixa-la a vontade. — me levanto. — Estarei no quarto, caso precisar.

E me retirei da sala, entrando no quarto. Me deitei na cama, pegando o celular, entrando nas mensagens, e vejo um incomum; desconhecido.

"Afaste-se deles, enquanto há tempo. Ou alguém sofrerá..."

Era apenas isso que dizia na mensagem. Mas, quem sofrerá? Porra! Desde que me mudei pra cá, só está acontecendo tragédia na minha vida. Não aguento mais. Me levantei da cama, indo direto para o banheiro, tirei minha roupa, ligando o chuveiro, sentindo a água quente percorrer meu corpo.

Do nada sinto um outro corpo se encaixar no meu, me dando um leve susto. Olhei para trás e vejo que era apenas Townsen. Respiro aliviada. Virei para frente de novo, não ligando para o fato de ter minha garota atrás de mim, nua.

— O que foi?

Escuto seu resmungo.

— Darcy de novo... — suspirou. — Pedi ao menos uma semana de "férias", mas ela não deu. Eu estou cansada, sabe?

Assenti, não respondendo nada.

— Sei que ela é minha mãe... Mas, poxa, não aguento mais!

— Fala com outra pessoa acima dela, ué. — digo simples.

Comecei a passar sabonete em meu corpo. Estava tão bom. Me enxaguei, molhando meu cabelo.

— Você não entende, Ge!

— Eu entendo que você quer férias, e está com medo de enfrentar sua mãe. — dou de ombro, encarando-a.

— Não dá pra conversar com você. — fico indignada, e por fim, decidi não responder. Peguei a toalha me secando, e sai do banheiro, procurando uma roupa pra vestir, e assim que achei, coloco minha bota, penteio meu cabelo, deixando-o solto para secar sozinho. Meu celular vibra e é Leroy, respiro fundo, antes de abrir.

"Vamos sair? Não aguento mais ficar em casa..." — Leroy.

"Sim. Ainda não almocei, vamos?" — Georgia.

Dou risada. Realmente, nem havia almoçado.

"Claro, já estou indo te buscar." — Leroy.

Nem o respondo, desligo o celular.

— Vou sair com Owen. — digo, saindo do quarto. Escuto uma buzina e deduzo ser ele. Abri a porta, vendo o mesmo parado, sorrindo. — Oi.

— Vamos. — pegou em minha mão, e só deu tempo de segurar na porta a puxando e fechando. Entramos no carro, coloquei o cinto, e olhei-o de soslaio. — Iremos em um restaurante muito bom.

Concordo.

Espero que realmente seja bom.

— Como é levar um tiro?

— Ruim. — respondo, contrariada. — Que tipo de restaurante é esse?

— Por que?

— Estou com vontade de comer massa. — sorri.

— Sem problemas, é um lugar onde tem de tudo. — assenti, desviando o olhar para janela. Suspirei. — Está tudo bem entre vocês?

Olhei-o estranho.

— Mais ou menos. — respondi. — Mas, não quero que se meta no meu relacionamento, por favor. O que acontece entre nós, não interessa a pessoas de fora.

Vejo ele aperta as mãos no volante com força, como se quisesse descontar a raiva.

— Eu só perguntei... Não precisava ser rude, Georgia. — lambi meus lábios.

— O problema é que as pessoas adoram se intrometer onde não são chamadas. — me arrumo banco do carona. — E não fui rude, Leroy. Só falei o que tinha pra falar, entende?

— Perfeitamente.

E não falamos mais nada. Tanto, que, ele começou a olhar o retrovisor, e aparentava a ficar nervoso. Entranhei de primeira, mas deixei de lado, quando ele sorriu.

— Leroy, está tudo bem? — questionei, o vê-lo acelerar o carro.

— Não sei, talvez...

Ele para de dizer, após um automóvel trombar ao seu lado, fazendo-o derrapar na estrada e perder a direção do volante, me fazendo arregalar os olhos, ao perceber o que está para acontecer. Perdi a noção de tudo, ao ver que o carro começou a fazer ziguezague, me deixando atônica.

— Owen! — gritei.

Mas, ele não me deu atenção, e continuou aumentando a velocidade cada vez mais. O outro veículo bateu novamente, e tudo pareceu perder o sentido ao sentir o carro bater em outro e girar do ar. Prendo a respiração e fecho meus olhos sentindo o mesmo rodar quatro vezes.

Tento me mexer, mas sinto uma dor absurdo na cabeço, que me fez fechar rapidamente os olhos. Porra. Escuto zumbidos, como se alguém quisesse falar comigo. Não estava reconhecendo a voz. Poderia ser Leroy? Talvez sim, o problema é que não sei quem está me chamando.

— Fique acordada, Georgia.

Agora eu sabia que era Owen. Tento abrir meus olhos, mas falhei, miseravelmente, e apago de vez.

Duas semanas depois.

Ao que parece, fiquei desacordada por duas semanas. Melhor dizendo, em coma. Assim que havia chegado ao hospital, eles tiveram que me botar em coma, por conta do que houve, fiquei bastante prejudicada, e o médico decidiu para ter melhor a recuperação. Broo aceitou rapidamente, mas no dia seguinte tiveram que me acordar, e Townsen estava aqui.

Brigamos por ciúmes. Dessa vez terminei com ela, mesmo com uma dor no coração. Ciúmes esses que teve o motivo de Leroy, não a julgo, ela pensou que estivéssemos juntos. O que, de fato, não estamos e nunca iremos ficar. Gosto de mulher, assim como amo Townsen. Esse término é só o começo de um novo recomeço. A partir de agora, irei seguir com a minha vida. Townsen foi morar em Milão — temporariamente —, e Darcy adorou essa ideia e amou mais ainda, o fato, de que terminamos e não sabemos se iremos voltar um dia.

E agora vendo por esse lado, lembrei-me da mensagem. Aquilo que recebi, será que foi um aviso, ou vai acontecer algo parecido? Brooke me disse que Owen não deixou de vir aqui um dia sequer. Estranhei, um pouco, mas vi que ele realmente se importa comigo. Justin também veio me visitar e falou que Beck voltaria em breve.

Mas, como ele sabe que a Beck voltaria se eles nem se falam? E também, voltaria de onde?

Hoje teria minha alta, o médico disse que, provavelmente, sentiria dor. Já estou sentindo desde que acordei, mas não falei nada. Vai que ele decide me deixar mais tempo aqui? Escuto a porta se abrir e virei meu rosto, notando Justin parado, me olhando. Balancei a cabeça sem entender.

— Preciso falar com você. — foi direto.

Me arrumei melhor na cama, completamente, dura.

— Pois então, diga. — digo rude, tento cruzar os braços, mas o fio que está em minha veia não deixa, então os deixo em meu colo. — Também quero saber sobre o motivo da Beck ter contado a você que vai voltar. E não adianta me dizer que foi porque fiquei em coma.

Vejo-o engolir a seco. Esse palerma não me engana.

— Você tem, e é necessário, se afastar do Leroy. — olhei-o incrédulo.

— Justin, porquê disso agora?

— Olha o que ele fez com você, Georgia!

— Seu obtuso! — falo alto.

Do nada ele começa a rir.

— Obtuso? Que merda é essa? — para de rir. — Isso é um xingamento?

Bufo estressada, pela burrice desse ser.

— Obtuso é quando uma pessoa é incapaz de compreender, ignorante e estúpido. — respondo, fazendo bico, olhando-o de cima a baixo.

— Ridícula da porra! — dou risada.

— Você também é bronco; rude e grosso. — levantei uma sobrancelha, ele fecha as mãos.

— Chega, Georgia. — sentou-se no mini sofá todo despojado.

— Por que teria que me afastar dele? — e foi aí que lembrei da mensagem. — Foi você que mandou aquela mensagem, então?

— Que mensagem?

Peguei meu celular que estava perto dos aparelhos, e abro rapidamente na mensagem. Entreguei o aparelho.

— Essa aí. — suspiro.

— Não foi eu. — lambi meus lábios, olhando para o lado. — Eu tenho o seu número, vou te ligar e tu ver se sou eu.

Não demorou muito e ele liga e desliga, vejo os número; realmente não foi ele. Mas, quem poderia ter mandando? Respiro fundo, franzindo o cenho.

— Isso só prova, que você precisa se afastar desse babaca! — exclama, rolei os olhos.

— Não prova nada. E até agora ninguém sabe o porquê de terem batido no carro. — digo. — Leroy, já tinha percebido que estava acontecendo e começou a acelerar o carro, sempre olhando o retrovisor.

— Georgia, pelo amor, só não vê porque não quer. — olhei para ele, que continha suas mãos na cabeça. — Ele ainda vai matar você.

— Cala...

— Aliás, Townsen sabe sobre isso?

Bufo alto.

— Terminamos. — ele arregala os olhos.

— Não sabia. — dou de ombros. — Certo... Mas, tenta ao máximo ficar bem, já que não quer me ouvir. — pede e assinto. — Ele tá lá fora.

— Você ainda não me disse dá Beck.

Ele se levanta.

— Ela contará melhor. — caminha até a porta.

— Justin, seu babaca! — gritei ao vê-lo sair do quarto e Leroy entrar confuso. — Que é também?

— Nada. — levantou as mãos em rendição.

"O perigo está ao seu lado, e você nem ao menos imagina."

Comentários são extremamente bem-vindos, ok?

TEASER:

https://youtu.be/J-Etitd_I_c

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top