Anos depois...

Point Of View Georgia Banks

Observei as pessoas andando apressadamente na rua, enquanto estava sentada no banco da praça. Tinha conseguido, de fato, virar uma modelo. Mas, como ainda continuo morando no mesmo lugar, não está dando muita coisa. Tinha também contado a Beckett sobre meu segredo, e a reação dela foi ótima, era bem óbvio que contei à minha mãe. Porém, no caso dela, sua reação foi de assustada, mas logo depois me deu um abraço, dizendo que me apoiaria em qualquer coisa.

Agora estou namorando.

Confio bastante, contei sobre minha vida toda e também sobre meu amigo, que desapareceu.

Ouço meu celular tocar, e abro um sorriso.

— Como você está?

— Bem. — olhei para o lado. — Ligou pra que? Não deveria estar viajando?

— Minha mãe quer falar com você, mas como não atendia, pediu pra mim. — suspirei, mordendo meu lábio. — E sim, estou viajando. Aliás, posso dizer que logo iremos nos ver.

— Sabe o que ela quer? — questiono, e logo ouvi "não". — Mas, você vai passar dois meses em Miami.

— Sim vou... Preciso desligar. Até logo e te amo.

— Até, te amo. — desligou.

Guardei meu celular no bolso, e começo a andar em direção ao carro. Isso tudo estava muito estranho. Ontem minha mãe não tirava o sorriso, Beckett não me largou por um segundo. Entrei dentro do carro o ligando logo em seguida. Moramos todas juntas, apenas trocamos de bairro e vendemos a antiga casa. Meu pai nunca mais apareceu e eu agradeço isso. Até porque se ele voltasse não faria nenhuma diferença, já que minha mãe e ele não estão juntos.

Era óbvio que tinha tentado contato com Justin, mas não consegui de maneira nenhuma. Deixei ele de lado e segui minha vida, claro que com uma esperança dele aparecer e dizer que foi apenas uma brincadeira. Ele foi o único melhor amigo que tive, tirando Beckett que ainda continua sendo.

Estacionei o carro em frente à casa, vendo todas as luzes acesas. Estranhei. Acionei o alarme, após pegar minha bolsa e a chave. Andei calmamente até a entrada de casa, e abri a porta com cautela. Assim que entrei não vi ninguém na sala, deixei minha bolsa junto a chave na mesinha de centro. Caminhei em direção a cozinha e vi que minha mãe preparava algo, pelo visto iremos ter algumas visitas que eu não sabia que iria ter.

Selei a bochecha dela, que deu um pulo, mas logo abriu um sorriso.

— Quem virá hoje? — perguntei, abrindo as panelas para ver o que tinha dentro dela, mas recebi um tapa na mão.

— Seu fotógrafo, sua empresária e uma outra pessoa que você conhece muito bem. — me olhou e logo volta a mexer nas panelas. Dou de ombros, me sentando no banco em frente ao balcão. Soltei um suspiro colocando minha cabeça em cima do balcão. — Que foi filha?

— Estou com saudades dela... Já faz algum tempo, tipo, quatro semanas que não nos vemos. — a olhei. — Ela já é acostumada, sempre viaja. Mas, eu sinto saudade dela.

Sinto sua mão em minha cabeça.

— Calma. Logo vocês irão se ver. — sorriu. — Agora vai lá, toma um banho bem relaxante, que depois eu te chamo pra janta. — assinto.

Entrei no quarto, fechei a porta e tirei minha roupa enquanto andava até o banheiro. Assim que fiquei sem nada, prendo meu cabelo com uma piranha. Olhei-me no espelho, tiro a maquiagem primeiro, e logo começo a tomar banho. A água caia quente em minhas costas deixando meus músculos bem mais leves. Pego o sabonete liquido com cheiro de amêndoas e passo pelo meu corpo. Ela tinha me dado de presente, e desde então eu compro esse. Entrei debaixo do chuveiro novamente e retirei o sabonete. Como minha mãe tinha dito para relaxar, decido lavar meu cabelo, tiro a piranha a jogando em algum lugar. Fiz todo o processo no cabelo, e faço um coque. Termino de tomar banho, e sai do banheiro enrolada numa toalha.

Visto uma roupa leve pra ficar em casa mesmo. Deixo a toalha pendurada no gancho do banheiro, e fecho a porta. Sentei-me na cama, pegando meu celular, e vejo que tinha duas mensagens dela:

"Você não está bem mesmo, não é?" — Babe.

"Sinto saudades... Aliás, espero que goste. Iremos nos ver em breve, relaxe." — Babe.

"Te amo, nunca se esqueça disso." — Babe.

Respondo apenas a primeira, e desligo o celular, deitando na cama. O que será que ela espere que eu goste? Isso ficou em minha cabeça. Fechei meus olhos, respirando fundo. Ouvi minha mãe me chamar, e abri meus olhos. Levantei-me da cama, e andei até a sala, não vi ninguém. Fui até a cozinha, e me surpreendi ao ver quem estava ali. Era para ela estar viajando...

— O quê?! — ela levantou-se andando até mim, e me deu um selinho rápido, logo voltando para seu lugar. — Alguém pode me dar uma explicação? — sentei-me na cadeira, e coloco a minha em meu prato.

Comprimento Darcy e Tobey com um abraço.

— Vamos comer e depois falaremos sobre isso, tudo bem? — Tobey fala, e concordo.

Começamos a comer, e estava deliciosa. Brooke tem uma mão cheia. Ela ensinou-me algumas coisas para eu sobreviver. Em um dia consegui queimar uma batata-frita, pois tinha ido nos fundos e deixado o fogo ligado, e desde então minha mãe vem me ensinado. Beberico um pouco do suco de caju, e volto a comer. Estava tudo tão estranho, que nem atrevi a olhar pro lado; ela estava me olhando. Tobey, Darcy e minha mãe conversavam sobre algo que não dava a mínima, pois minha atenção estava na comida, isso sim. Beck tentava conversar com ela.

Termino de comer e vou pra sala.

— O que eu fiz? — olhei pro lado, e ela tinha uma cara triste. A puxei, deitando sua cabeça em meu ombro. Eu sou muito baixa, já ela é alta. Mas, isso não importava; ela está aqui comigo, depois de passar quatro semanas longe.

— Não fez nada. Apenas... — suspirei. — Isso era pra ser uma surpresa? — assentiu. — Eu gostei, na verdade amei. Só fiquei surpresa de ver você.

— Tá bem. — levantou a cabeça, puxou meu rosto deixando bem próximo, rocei meu nariz no seu.

— Certo meninas, vamos ao assunto. — me ajeitei no sofá, entrelaçando nossas mãos. — Espero que você não surte, Ge.

Mordo meu lábio.

— Contem logo! — peço.

Todos riram, e bufo.

— Qual é seu maior sonho? — Darcy perguntou, sorrindo.

— Desfilar em Miami, e se possível morar lá. — respondo, olhando eles.

— Eu te escolhi, não por namorar ela, e sim por seu desempenho... E por saber que isso é o seu sonho, você foi a escolhida a desfilar em Miami daqui a três dias. — coloco minha mão sobre a boca, e sinto lágrimas caindo, e ela me abraçando.

— E sério? — questiono trêmula, abraçando todos eles. Tobey assente, e abracei ele fortemente. — Obrigada! Eu não tenho palavras pra agradecer a vocês, Darcy e Tobey por ter me dado essa chance. Darei meu melhor lá, prometo.

— Agradeça a sua mãe, lembre-se que foi ela que indicou você.

Abracei Brooke, beijando seu rosto diversas vezes e ela solta risadas. Eu amo minha mãe.

Agora é real. Eu irei para Miami realizar meu grande sonho!

*piranha é aquilo que prende o cabelo, ok?

  O que vocês acharam desse capítulo? Amei escrever ele! Comentários são bem-vindos.