Capítulo 5 - Eu e ela

Gustavo tentou correr mais rápido, mas não conseguiu e desistiu assim que viu o carro se mover em alta velocidade. Então,  permaneceu olhando o caminho que o carro percorreu e eus olhos se encheram de água.

- Ela... - o médico sussurrou. - A Vanessa...

Sem forças nas pernas, acabou abaixando ali mesmo. Já não conseguia controlar o que sentia, chorou, permitindo que as lágrimas viessem uma após a outra.

- Ela... - voltou a dizer, abaixando a cabeça. - A Vanessa foi... Como ela...

A sensação de impotência é uma das piores do mundo, mas talvez a pior de todas seja a sensação de saber que destruiu o coração de quem se ama, com as próprias mãos. Gustavo mal conseguia respirar, seu peito subia e descia com rapidez e os olhos não conseguiam se manter abertos, tudo era confuso e doloroso.

- Ela... - nesse momento, levou a mão até o peito e apertou o local com as mãos, tentando arrancar a dor do coração de qualquer maneira. - Eu... Eu...

- Gustavo! - Melissa gritou, se aproximando. Ela parou em frente a ele e franziu o cenho. Então, olhou para os lados e depois para o amigo. - Gustavo, o que aconteceu? Por que está chorando desse jeito?

Apesar de falar alto e em bom som, não foi suficiente para tirá-lo do transe. Ele estava em outro mundo, mergulhado nos próprios sentimentos. Melissa Caller nunca viu o melhor amigo chorando, e vê-lo daquela forma foi perturbador, pois seu choro era tão angustiante que partiu o coração da youtuber só em ouvir.

Cheia de preocupação, a médica agachou na frente dele e tocou em seu ombro.

- Gustavo - sussurrou, tentando olhá-lo melhor. - O que aconteceu?

Ele levantou a cabeça e olhou para o asfalto. O estacionamento aberto era ligado a uma rua que dava em uma avenida movimentada. O barulho dos carros passando por aquela avenida era intenso, e ouvindo aquele barulho, o médico só conseguia pensar que a pessoa que amava estava agora muito longe.

- Ela... - buscou as palavras, mas ficaram entaladas na garganta.

Melissa respirou fundo e fechou os olhos com força, pedindo a sabedoria de Deus. Então, depois de controlar os pensamentos, levou a mão até o queixo dele e o fez olhá-la.

- Gustavo, de quem está falando? Ela quem?

Nesse momento, o holandês soltou o ar pela boca e a observou.

- A Vanessa, ela foi embora...

Melissa afastou a mão do queixo dele e franziu o cenho.

- Você está chorando desse jeito só porque a Vanessa foi embora? - respirou fundo, piscando mais vezes. - Gustavo, você e ela, vocês dois...

O holandês voltou a chorar, abaixou a cabeça e enquanto chorava, se sentiu tonto e quase caiu no chão, mas foi acolhido pela amiga. Melissa o fitava com uma expressão confusa e escolheu fazê-lo entrar para entender melhor o que acontecia, por essa razão, ficou em pé e estendeu a mão.

- Vamos conversar lá dentro...

Gustavo virou o rosto para olhar mais uma vez o local que o carro passou e ficou em pé. Em seguida, suspirou e bagunçou os cabelos. Deu as costas para a amiga e caminhou até o prédio dela.

- Espera, Gustavo! - o gritou, correndo.

Os dois entraram no prédio e a médica não conseguiu segurar a curiosidade e o parou na recepção, em frente ao amigo.

- Gustavo, você e a Vanessa estavam namorando?

O médico deu um sorriso de canto, lembrando do que ouviu da namorada a poucos instantes. É, eles tinham, no passado.

- Gustavo! - Melissa o chamou, batendo o pé no chão. - Eu preciso de explicações. Por que você está assim? E esse olhar perdido? E essas lágrimas? É tudo por causa da Vanessa Kim? Você e ela est...

- Eu a amo... - sussurrou.

Melissa caller ficou boquiaberta. Como assim ele a amava? Precisava de explicações, mas antes de abrir a boca, viu o melhor amigo dar as costas e seguir até o sofá da recepção. É claro que ela foi atrás dele, com a mente cheia de perguntas.

- Espere, eu ouvi bem? Você acabou de dizer que ama a Vanessa Kim? A mesma Vanessa Kim que eu conheço? A mesma que tentou me matar?

Gustavo levantou a cabeça e relaxou o corpo no encosto do sofá.

- Eu a conheço, Melissa. - puxou o ar para dentro e cruzou os braços. - Ela não matou ninguém e deve ter uma explicação para isso.

- Como você pode ter tanta certeza?

Ele sorriu de canto. Vanessa Kim podia ser alguém bem difícil de desvendar, mas de alguma maneira, os dois se entendiam. Gustavo podia dizer coisas sobre ela que ninguém mais sabia, e assim era também com Vanessa. O médico tinha certeza de que é assim que funciona quando você conhece, confia e, principalmente, ama alguém.

- Eu apenas tenho...

- Então você e a Vanessa estão namorando? Como pode amar a Vanessa? Isso não faz o menor sentido!

- Eu a amo como nunca amei ninguém, eu apenas a amo... - falou, sentindo os olhos enchendo de água.

Apesar de Gustavo perder os pais, isso aconteceu quando ele era um bebê e não tinha lembranças do ocorrido. Quando foi adotado, tudo se transformou, mas seu pai partiu e sua mãe adotiva o acompanhou, deixando para trás um jovem cheio de sofrimento. Gustavo pensou que nunca pudesse existir dor maior do que perder os pais. Porém, sentado naquele sofá, fitando a melhor amiga, percebeu que ainda existem dores tão terríveis quanto a de perder um pai ou mãe.

- Eu errei com ela, Melissa - finalmente confessou, sentindo o nó se formar na garganta. - Pensei que estava ajudando, que ela ia melhorar e superar tudo porque eu estava ao seu lado, mas pensei errado. Eu a perdi, eu...

- Como assim?

- Ela estava agindo estranho esses dias. Não dei atenção a isso e ela ficou mais distante...

- Gustavo, me conte tudo do começo, por favor! Não estou entendendo...

Nesse momento, ele descruzou os braços e bagunçou os cabelos. Não sabia de onde ia tirar mais energia para falar e explicar tudo. O corpo já estava começando a mostrar como suas emoções e mente estavam, e o cenário não era bom. Ter que mexer na ferida aberta doía, mas precisava falar com alguém sobre aquilo ou ia enlouquecer! Então, limpou as lágrimas que escorriam e respirou fundo.

- Eu e a Vanessa começamos a namorar e eu a amo com todas as minhas forças! Mas, tem um tempo que ela mudou e ficou mais distante de mim... Não dei atenção a seus sentimentos, fiquei exigindo que ela fosse diferente e que me contasse o que sentia quando nem eu era sincero... - dizia, dividindo a atenção entre chorar e falar. - Eu a afastei e me comportei como um idiota, Melissa. Percebi muito tarde o que estava fazendo...

A médica, ao vê-lo abaixar a cabeça para chorar, ficou preocupada. Aquilo era amor e ela soube reconhecer. Gustavo tinha suas razões para amá-la e se ele dizia que a conhecia a ponto de ter certeza sobre ela matar ou não alguém, então isso significava que ele a amava de verdade.

- Eu não entendo porque você a ama, mas consigo dizer que é sincero - ela falou, ficando em pé e indo sentar ao lado do amigo. - O que não consigo entender é por que vocês estão tão destruídos... Se você a ama e ela também, por que não estão juntos? Por que a Vanessa foi embora sem ter uma conversa sincera com você?

Gustavo levantou a cabeça e olhou nos olhos da melhor amiga.

- Não é justo forçar o amor, Melissa... Eu a amo, mas errei. Deveria ter sido mais sincero e exigido menos quando ela só precisava de conforto e apoio. Tentei estar com ela quando precisou, mas em alguns momentos agi como o pai dela. Tem noção de como estou mal por saber que por um momento, a tratei como um objeto que deve seguir meus comandos?

Melissa engoliu em seco, entendendo o que ele queria dizer. Tinha que concordar com o amigo.

- Então não vai atrás dela?

Gustavo pressionou os lábios e deixou uma lágrima silenciosa escorrer pelo rosto. Era duro o que tinha que falar, e seu corpo lutava contra aquela decisão. Ele queria fazer diferente, mas não era certo. Então, reuniu as últimas forças que tinha e virou para a amiga.

- Só eu sei o quanto estou me segurando para não sair por aquela porta pra ir atrás dela - sussurrou. - A Vanessa entrou no meu coração e não consigo pensar como vão ser meus dias sem olhá-la, sem ouvir aquela risada boa ou sentir o cheiro do perfume doce que ela insistia em usar todos os dias... Não sei se consigo atender algum paciente mais, porque na minha cabeça não faz sentido eu querer salvar alguém quando não salvei nem a pessoa que mais amei na vida!

- Então, Gustavo você...

- Me deixe terminar, Melissa... - implorou, passando as mãos no rosto a fim de limpá-lo. - Acabei de perceber que amar também é deixar ir. Se eu for atrás da Vanessa, não vou respeitar a decisão que ela tomou. Não posso forçá-la a voltar para mim quando decidiu que prefere viver longe, e se eu a procurar, estarei me comportando exatamente como o pai dela. E, Melissa, não sei se posso viver sabendo que a forcei a me amar...

Melissa soltou o ar pela boca e ficou em pé.

- Agora entendo o que está tentando dizer, e também entendo por que a Vanessa ficou tão chateada no passado... Ela viu em mim algo que a lembrava do pai.

Ele confirmou, ficando em pé. Melissa deu alguns passos e o puxou para um abraço apertado. Gustavo colocou a cabeça no ombro da amiga e deixou mais algumas lágrimas escorrerem. Era duro, mas se fosse atrás da Vanessa quando ela foi clara em dizer que queria manter distância, não ia respeitar a decisão dela. É claro que ele a amava, é claro que gostaria de passar o resto de seus dias com aquela pequena coreana, mas se para ter que viver isso precisasse obrigá-la a voltar, preferia morrer solteiro.

O médico sempre quis ajudar todo mundo e para ele, amar também era estender a mão. Desde pequeno gostava de fazer boas ações e sempre que via as pessoas precisando de ajuda, ia até elas. No entanto, enquanto estava crescendo, esqueceu de aprender que apesar de querer ajudar, também precisa respeitar o direito de escolha do outro. Quando decidiu namorar com Vanessa e viu o que ela passava, insistiu com ela e buscou estender a mão, mas enquanto fazia isso, acabou interferindo no direito de escolha dela. Mas o pior é que, ao mesmo tempo que buscava acolhê-la, também não era sincero o suficiente. Ele tentava ajudar para se satisfazer ou porquê pensava no outro?

- Vai passar - Melissa dizia, acariciando as costas dele. - Vai passar...

[...]

Passaram quatro dias desde que Vanessa foi embora. Gustavo estava trabalhando sem parar e assim que acabava de fazer uma cirurgia, já tinha que partir para outra. Seu corpo já estava exausto, mas ele insistia em continuar trabalhando, pois não queria ter tempo sobrando para pensar em Vanessa e na dor que sentia por não tê-la perto.

Era de tarde quando a Melissa e ele pararam a fim de descansar. Eles estavam no meio da rua, em um espaço que foi improvisado como "hospital".

- Está cansado, né? - Melissa falou, sentando em uma pedra ao lado dele. Depois, destampou a garrafa de água e lhe entregou. - Por que não vai pra o meu prédio? Até a Rebeca foi pra lá descansar. Como sua casa também foi destruída, pode ficar lá enquanto arruma um lugar pra ficar e a cidade é reconstruída. O general Rafael foi inteligente quando decidiu colocar muitos dormitórios no lugar. Alguns médicos estão ficando lá também, não vai ser desconfortável, já que você já os conhece.

Ele terminou de beber a água, sem tirar os olhos das pessoas em sua frente. O local estava lotado. Homens do exército e bombeiros iam de um lado ao outro, médicos e enfermeiras corriam com as vítimas a fim de dar socorro. Era um inferno!

- Como pode pedir que eu vá descansar quando tem tanta gente precisando de ajuda?

Melissa revirou os olhos.

- Lá vem você de novo... - falou e tocou em seu ombro. - O mundo não vai desmoronar se você sair e dormir por duas horas, Gustavo. Temos muitos médicos por aqui e vão chegar mais. Você precisa descansar...

- Estou bem, Melissa.

- Gustavo, você está horrível! - retrucou, enfiando a mão no bolso para pegar o celular. Depois, colocou na câmera e estendeu a mão. - Olhe...

Ele a ignorou e continuou fitando as pessoas andando. A médica suspirou e guardou o aparelho.

- Está fugindo das lembranças, não é? Eu sei, já passei por isso quando o Fernando foi pra a Coreia. Mas, Gustavo, se você não pretende ir atrás dela, tente pelo menos continuar vivendo. Aposto que a Vanessa não ia querer te ver assim. Já viu como seus olhos estão perdidos? Você pode estar na minha frente, mas sua mente está nela e nós sabemos disso.

- O que acha que posso fazer, Melissa? Ela se foi, é isso.

A médica suspirou.

- Exatamente! A Vanessa foi embora e você ficou aqui. Precisa continuar vivendo e cuidando dos pacientes que tanto ama. Mas, se continuar sendo teimoso em não descansar não vai poder nem cuidar dos pacientes e nem pensar na Vanessa. Você tem que descansar!

Gustavo permaneceu calado por alguns instantes, lutando contra a mente e corpo exaustos. Mas, escolheu ouvir o conselho. Ele puxou o ar para dentro e fechou os olhos, em seguida, massageou as têmporas e ficou em pé.

- Você está certa...

- É claro! - falou, ficando de pé. Depois, vasculhou o jaleco e tirou o cartão para que ele entrasse no prédio. - A chave. Tome um banho, coma uma comida gostosa e durma. Só volte aqui amanhã à tarde, entendeu?

Ele sorriu e concordou. Então, pegou o cartão e saiu de perto dela.

Gustavo tirou o jaleco e foi para o local onde era o ponto de ônibus improvisado. O meio de transporte consiste em pegar carona no carro dos bombeiros e exército até o ponto seguinte, e ele subiu no carro assim que o mesmo parou em sua frente. Cumprimentou as pessoas que estavam ali e permaneceu calado até descer no próximo ponto, em frente ao prédio da Melissa.

Não demorou muito e ele já estava no quarto. Então, tirou os sapatos e jogou o jaleco no chão. Em seguida, caminhou lentamente até a cama e se jogou nela com tudo. Ele fechou os olhos e se concentrou em sentir a maciez dos lençóis. O sol estava se pondo e seus raios laranjas vibrantes entravam pela janela do quarto, aquecendo as pernas do médico o lembrando de que ainda estava vivo.

Com os olhos fechados, pôde se concentrar em analisar o rosto de Vanessa. Na lembrança, ela prendia o cabelo naquele coque alto e sorria para ele. Os lábios rosados, o nariz, os cabelos e até os olhos puxados... Tudo o fazia querer amá-la mais. Mas então, a lembrança feliz mudou para o dia em que a coreana chorava e dizia que nunca o amou. Ele abriu os olhos e fitou o teto, deixando uma lágrima solitária escorrer.

- Por que eu tinha que lembrar disso? - resmungou, sentando na cama. O médico respirou fundo e fitou o pôr-do-sol pela janela enorme e de vidro. - Será que ela conseguiu dormir hoje? Ela comeu bem?

Ele balançou a cabeça, reprovando os pensamentos. Depois, ficou em pé e encostou na quina próxima à janela.

- Eu continuo insistindo em me preocupar... - suspirou e passou a mão pelos cabelos, fazendo os fios desalinharem.

Gustavo viu o sol desaparecer enquanto continuava trazendo a memória a lembrança de Vanessa. Ela sorrindo, comendo a pera que tanto amava, pedindo o cacto Magnos para ela, chorando depois de perder um paciente, rindo com uma piada sem graça que ouviu de um paciente ou simplesmente andando pelos largos corredores do hospital. É assim que a vida funciona, os bons momentos e até aqueles que parecem insignificantes, em dadas circunstâncias, se transformam em doces lembranças. Lembranças essas que aquecem o coração e preenchem um pouco da saudade que se sente.

Então, ainda lembrando dela, deu as costas para a janela e fitou uma bíblia em cima do criado-mudo. Era preta, e uma semelhante àquela foi colocada em cada quarto do prédio. Fazia quatro dias que Gustavo não voltava para casa e, também fazia quatro dias que ele não abria a bíblia. Por um momento, pensou em dar as costas e não falar com Deus, mas sabia que Ele não era culpado pelos erros e decisões que tomou. Se não estavam juntos, se se machucaram, se ela foi embora e se ele estava sofrendo... Nada daquilo era culpa de Deus. Por isso, se arrastou até a cama e sentou na ponta dela, em seguida, estendeu a mão e pegou a bíblia.

- Sei que o Senhor não tem culpa... - começou a orar, com os olhos abertos mesmo. Suas mãos acariciavam a capa de couro da bíblia a fim de ter algo a se apegar. - Ela foi embora porque um dia negligenciei minha responsabilidade como namorado. Um dia eu a machuquei, não respeitei suas decisões e quando deveria estender as mãos para ajudar, as recolhi. Sou culpado por tudo, eu sei... Mas Deus, por que mesmo sabendo dos meus erros, continuo querendo tê-la aqui? Por que continuo querendo vê-la, sentir seu cheiro, rir e preparar comida com ela? Quero entrar na sala de cirurgia acompanhado por ela. A cada segundo que passa, todas as células do meu corpo gritam o nome daquela coreana que aprendi a amar.

Gustavo fez uma pausa a fim de recuperar o fôlego. Seu coração ficou apertado de repente e a sensação de choro e desespero o tomou.

- E sabe o pior de tudo? - ele riu da própria miséria. - Eu continuo com a esperança de que aquela promessa que foi feita a mim no passado vai se cumprir. Tem horas que não sei se o que vivi quando tinha quatorze anos era da minha imaginação. Existem momentos onde penso que entendi tudo errado e que, essa esperança que insiste em permanecer vem pela minha vontade louca e desesperada de continuar ao lado dela...

Nesse momento, seus olhos marejaram e ele escorregou da cama para o chão, ficando de joelhos. O calor do sol já tinha ido embora e agora o chão começava a ficar mais gelado, assim como seu coração.

- Eu quero que a Vanessa seja feliz. Quero que ela consiga vencer o medo de baratas, que se livre da máscara que usa na frente das pessoas, que aprenda a cozinhar e faça refeições gostosas para si. Quero que as cicatrizes que sua família lhe fez sejam curadas pouco a pouco e que um dia, - um nó se formou em sua garganta o fazendo parar. Mas ele a engoliu e voltou a falar. - Queria que ela voltasse a amar um dia e isso me apavora! Eu quero que ela volte a amar alguém e que essa pessoa seja o melhor marido do mundo, mas quero que seja eu. E isso me assusta tanto! Estou lutando contra essa vontade egoísta de tê-la presa a mim. Então, Deus... Sei que estou sendo um idiota egoísta, por isso peço que por favor, me cure... Imploro que me cure... Mas, se essa esperança que insiste em ficar te pertence, me diga agora! Me diga agora se devo acreditar que vou tê-la de novo, me diga porque não sei se vou conseguir continuar vivendo com essa sensação... Eu preciso saber, Deus. A Vanessa e eu, nós dois, um dia vamos voltar?

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