00: prólogo

"Espero que na próxima vida nossa espera seja curta e nossos dias juntos sejam longos e duradouros."

Um suspiro longo e ardoroso escapou por entre os lábios grossos de Jungwon ao finalizar mais um capítulo de seu mais novo livro favorito.

Sempre que um novo exemplar da série "Estações" era lançado, ele se convencia de que nenhum outro livro poderia, sequer, chegar aos pés do anterior, mas sua teoria se provava errada assim que Jong-seong, personagem principal, se fazia presente.

Jungwon frequentemente se questionava se alguém tão encantador assim poderia existir na realidade. Park Jong-seong era narrado como alguém doce, compreensivo e apaixonado. O autor, Park Sunghoon, também o descrevia como alguém sonhador e bem humorado.

Suas características eram tão bem desenvolvidas e trabalhadas que Jungwon passou a desenhá-lo com facilidade em sua cabeça. Cada traço de seu rosto, tão bem descrito na narrativa, se formava com precisão em sua mente assim que fechava os olhos.

Não era exagero dizer que se sentia extasiado a cada fala do personagem e que desejava ardentemente um dia conhecer alguém que se igualasse a ele.

De uma forma peculiar, o Yang havia se conectado emocionalmente com Jong-seong.

─── Ele é incrível. ─ Jungwon murmurou fascinado ao fechar o livro, certificando-se de que havia colocado o marcador de páginas onde havia parado ─── É puro, encantador...

Jungwon sempre se colocava no lugar de Sunoo, par romântico de Park Jong-seong na ficção. Mesmo que tivessem personalidades completamente opostas, Jungwon queria que ele o desejasse da mesma forma que desejava Kim Sunoo.

Ele almejava o amor do sul-coreano.

Colocava-se no lugar de Sunoo e imaginava um romance inteiro ao lado de Park Jong-seong. Imaginava como seria sentir seus toques sobre sua pele e seus beijos molhados em seus lábios necessitados.

Sua mente vagava para longe à medida que a realidade se misturava com ficção. Começava a projetar a imagem de Jong-seong em cada memória que invadia sua mente e nem sequer percebia. Em seu inconsciente, desejava que a pessoa a pedi-lo namoro naquele 8 de Agosto tivesse sido Jay e não Chaeyoung, sua atual namorada.

Jungwon sentia-se culpado diante de tal situação, mas não conseguia deixar de imaginar como seria sua vida caso Jong-seong fosse real.

O que poderia fazer, afinal? Park Jay era perfeito para si e lembrar que ele existia apenas na ficção causava uma dor aguda e desconfortável no peito do garoto.

Não havia muitas explicações e, mesmo que Jungwon sentisse que aquilo era errado de certo modo, tentava apenas ignorar todos os contras.

Amar Jay era sobre-humano. Um amor no seu mais belo contexto. Era como o sol de fim de setembro a escorrer pela janela, pães e cachos dourados de uva na mesa, colheradas de sopa quente subindo aos lábios, enchendo Jungwon com o que perdura, porque não importava as circunstâncias que separassem os dois, o Yang nunca terminaria de se apaixonar por Park Jong-seong.

Mesmo que aquele sentimento também pudesse ser perigoso.

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