◌ Capítulo 2
━ ANY GABRIELLY
- Não, eu não preciso. - Beauchamp falou com uma carranca que eu acharia fofa demais senão estivesse me defendendo dos golpes que os manés tentam me acertar.
- Você diz isso agora, mas eu vou provar que precisa. - falei acertando um soco em Carl e o mesmo cambaleou para trás com o nariz sangrando.
- O que está acontecendo aqui? - ouvi o grito estridente do diretor e fechei os olhos já sabendo o problema que teria. - Srta. Soares?
Eu me virei ficando frente a frente com o diretor que estava a ponto de soltar fogo pelas ventas de tão bravo.
- Oi querido diretor. - dei um sorriso amarelo e ele cerrou os punhos tentando conter a sua fúria momentânea.
- Quero todos na minha sala, agora. - ele berrou apontando o caminho. Carl e seu grupo de babacas tomaram a frente e eu encarei o Beauchamp que estava limpando o sangue que ainda escorre de seu nariz. - Vamos para a enfermaria logo após.
O velho falou olhando para nós com um careta de desgosto.
- Tome isso. - entreguei para o Beauchamp uma bandana que eu usava como um acessório preso em minha calça jeans. Ele rejeitou e eu agarrei aquele rostinho angelical e sem qualquer delicadeza limpei o sangue.
- Merda, não precisava fazer isso. - falou com um bico de dor e eu sorri satisfeita ao terminar de limpa-lo.
- Estanque esse sangue e depois me agradeça, princeso. - soltei seu rosto e coloquei a bandana em suas mãos para caso voltasse a escorrer denovo.
Caminhei em direção a diretoria sabendo que ele me seguia. Entrei na sala sem bater e o loiro que estava atrás de mim a fechou cuidadosamente.
- Quem vai me dizer que palhaçada era aquela e quem a começou? - O diretor questionou se sentando em sua cadeira de couro marrom.
- Fala. - falei para o loiro que está ao meu lado o empurrando para frente.
- E-Eu... - ele gaguejou e eu percebi o olhar mortal que Carl estava lançando para ele. Me aproximei do loiro que eu ainda desconheço o primeiro nome e apertei seus ombros.
- Diga a verdade, não tenha medo. -sussurrei para ele que desviou seu olhar de Carl para o diretor.
- Nós estávamos discutindo um assunto particular e acabamos tendo uma discussão boba, Any Gabrielly como a encrenqueira que é começou a defender o Beauchamp nos agredindo. Foi ela quem começou. - Carl falou tomando a iniciativa inventando toda uma mentira.
- Você mente muito mal, Carl. - falei cruzando meus braços e ri fraco.
- Foi realmente isso, Sr. Beauchamp? - O diretor perguntou.
- Claro que não. - murmurei revirando os olhos.
- Eu perguntei ao Sr. Beauchamp, chegará sua vez de falar, Soares. - o diretor falou sínico e eu me segurei para não manda-lo se foder.
- A verdade é que Carl está a algumas semanas querendo que eu resolva seus problemas com os professores e suas péssimas notas, vive roubando os meus resultados de pesquisa e qualquer coisa que facilite sua vida e perturbe a minha. Ele quem começou tudo quando me acertou um soco depois de ter roubado meu livro e tentou fazer o mesmo com ela. - o Beauchamp falou escondendo o fato de eu ter chutado a cara horrorosa de Carl primeiro.
- É Any Gabrielly. - falei com um sorriso de lado pela maneira que ele tenta me defender, um molenga, porém fofo.
- Obrigado pelos esclarecimentos, Josh. - Sr. Edward falou. - Você pode ir para a enfermaria, está dispensado.
- Isso é injusto. - Carl vociferou e o diretor mandou que ele se calasse.
- Vocês dois só vem arranjando problemas para mim, eu já tolerei coisas demais, não acham? - o mais velho perguntou.
- Não. - um dos amigos de Carl disse e eu ri. O diretor calado pegou um papel e assinou uma advertência o mandando sair de sua sala.
- Se não quiserem mais problemas do que o que arranjaram agora, sugiro que começem a se esforçar, estão suspensos até segunda ordem. - ele falou e eu suspirei entediada.
- Apenas isso? - questionei despreocupada e Carl me olha com indignação.
- Diretor repense isso, eu não posso ficar suspenso. - Carl suplicou e eu sai de sala batendo a porta com força.
Eu caminhei até o refeitório, mas desviei meu caminho até a enfermaria ao sentir meu pé latejar conforme após toda a tenção dos momentos anteriores que se passaram.
Quando entrei na sala da enfermaria o loiro nomeado Josh estava sentado em uma cadeira sendo tratado por Clarice, enfermeira de meia idade que é um doce de pessoa. Eu sentei na maca e fiquei observando o loiro dos olhos azuis resmungar pela ardência do remédio.
- O que aconteceu com você também? - Clarice se virou para mim com as mãos na cintura e uma cara de desaprovação.
- Estou sentindo meu pé latejar. - falei tirando meu coturno e olhei novamente para o loiro que ainda permanecia no mesmo lugar com a cabeça erguida e um paninho no nariz.
- Virou o pé? - perguntou curiosa e eu neguei.
- Estava chutando a bunda de uns filhos da puta por ai. - respondi sem deixar de olhar Josh.
- Ou melhor, a cara. - Ele disse e Clarice intercalou seu olhar entre mim e ele. Eu ri e ele sorriu.
- Ou a cara. - falei admirando aquele sorriso perfeito de dentes branquinhos e alinhados. Seus olhos fecham e as covinhas surgem. Tem coisa mais fofa que isso?
- Você não tem jeito, Elly. - Clarice falou negando e eu balancei os ombros enquanto ela examina meu pé.
- Aí caralho. - soltei um gemido de dor quando ela apertou meu pé.
- Não é uma torção, apenas uma dor muscular, tome um analgésico que passa. - falou com um sorriso singelo. - Só não coloque muito o peso do seu corpo sobre essa perna e logo estará boa.
- Certeza? - perguntei duvidosa. - Está doendo muito para ser só uma dor qualquer.
- Tenho certeza Elly. - ela me trouxe um remédio e eu o tomei tranquilamente. - Vocês dois já podem ir. Josh pode ajuda-la, por favor? - ela pediu ao ver que eu tinha dificuldades para me locomover.
Ele assentiu, jogou fora o paninho que usava em seu nariz ao ver que não era mais útil e passou um de seus braços pela minha cintura e eu passei o meu por seus ombros.
- Para onde vai? - ele perguntou enquanto caminhamos juntos pelos corredores.
- Tenho que pegar minhas coisas que está no meu armário e vou embora para meu apartamento. - respondi.
Ele concordou e me ajudou a chegar até meu armário e pegou minhas coisas e as colocou em minha mochila, com sua ajuda eu fui até o estacionamento e subi em minha moto já com a mochila pendurada em meus ombros.
- Levou uma advertência? - Josh perguntou e eu neguei.
- Aquilo o que ele deu para o garoto nem era advertência, esse tipo de coisa não existe aqui, Sr. Beauchamp. Estou suspensa por tempo indeterminado. - ele arregalou os olhos incrédulo.
- Mentira.
- Verdade. - falei rindo de sua expressão de espanto. - Eu já tinha levado um ultimato pela manhã e agora eu me fudi de vez, mas não fique preocupado, eu volto amanhã, dinheiro resolve tudo por aqui.
- E você ainda está rindo? - perguntou com indignação. - Você não é normal.
- Não sou mesmo, obrigado pela ajuda. - falei colocando meu capacete.
- Você vai conseguir pilotar isso? - perguntou parecendo preocupado devido a sua feição.
- Talvez. - sorri de lado e ele arregalou os olhos.
- E se não conseguir e sua perna falhar? Creio eu que não, mas não acho confiável em um caso desses. - falou atrapalhado e eu ri.
- Se por acaso minha perna falhar e eu sofrer um acidente que me leve a morte eu faria um favor para o mundo. - falei apertando o capacete em minha cabeça.
- Não fale assim, com certeza tem muita gente que te ama. - ele falou tentando ser cuidadoso e eu ri, tanto que quase me contorci.
- Seria incrível se fosse verdade. - senti uns pingos de chuva começarem a cair. - Ninguém se preocupa com uma garota como eu.
- Eu me preocupo. - ele falou e eu me calei ficando séria. O silêncio se instaurou, tudo o que se podia ouvir era o das gotículas de chuva que caem do céu.
- Tchau, princeso. - foi tudo o que eu disse e então pisei no freio o deixando para trás me achando algum tipo de garota em crise, o que não deixa de ser verdade.
To be continued???
Any é maluca? Com certeza, mas eu amo ela assim.
Josh preocupado com ela é tudo pra mim.
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