◌ Capítulo 1

ANY GABRIELLY

Em plenas oito da manhã para começar maravilhosamente meu dia fui chamada na diretoria, com toda a certeza pelo motivo mais besta causado por uma pessoa mais besta ainda, se é que assim posso falar. Vemos que comecei o dia com o pé esquerdo (não que eu acredite em superstições).

- Você não abaixa a bola um dia sequer, não é, Srta. Soares?! - o diretor falou com seu típico sorriso irônico.

- Bom dia, Sr. Edward. - cruzei meus braços e devolvi o sorriso irônico. - Ao que devo a honra de estar aqui logo pela manhã?

- Acho que sabe muito bem o motivo dessa visitinha matinal. - ergui minha sobrancelha me fazendo de sonsa.

- Sei? - perguntei com um beicinho duvidoso.

- Você novamente entrou em uma briga com Evangeline. - falou mudando sua feição para uma mais séria. - Eu disse que teria sérios problemas se isso voltasse a acontecer.

- Você disse isso mas últimas trê vezes e sempre foi resolvido com um pouco de dinheiro, não? - o olhei sarcástica e ele engoliu em seco negando.

- Eu não me vendo. - falou coçando a garganta. - Agora leve a sério o que te digo, dessa vez passou dos limites, colocar taxinhas no banco da sua colega? Estamos no jardim de infância e eu não fui avisado?

- Eu fiz um favor para o senhor, pelo menos agora ela vai sossegar aquele fogo no rabo que ela tem. - revirei os olhos e ele suspirou.

- A próxima que aprontar seja com quem for será suspensa por tempo indeterminado. - avisou. - Agora pode sair.

- Obrigado pela sua misericórdia meu bom senhor. - me curvei em puro sarcasmo e sai da sala dando de cara com a puta, conhecida como Evangeline.

- E ai, já foi expulsa? - perguntou com uma animação que seria contagiante se não vinhesse dela.

- Pra sua sorte ainda temos tempo de sobra para aproveitarmos juntinhas esse campus. - ela franziu o cenho e eu passei por ela trombando em seu ombro.

- Ei Elly. - ouvi alguém me chamar quando me direcionei ao meu armário pronta para pegar meu material.

- O que quer, Urrea? - perguntei sem a mínima paciência.

- Ouvi boatos de que Evangeline está aprontando uma boa pra você depois do que fez a ela. A mina está com sangue nos olhos. - falou com todos seu desespero e gestos dramáticos.

- Ótimo, vou adorar quebrar aquela carinha linda. Mas antes precisarei de um litro de demaquilante, porque é muito maquiagem numa cara só. - Noah riu alto, alto demais.

- Qual é a piada? - Nour, que surgiu de Nárnia, questionou.

- Any Gabrielly e suas façanhas. - ele disse e ela fez uma careta.

- Deve está falando merda, só sabe fazer isso. - falou me olhando com desaprovação. Dei um tapa na cabeça dela.

- Sabe que não mudarei isso, não tão cedo. - peguei minhas coisas e comecei a caminhar pelos corredores em direção a minha sala.

- Bom, eu só vim até você para trazer um recado do Bryce. - foi direta. - Ele quer dormir com você denovo. - Nour contou e eu me virei para ela.

- Eu já vou indo. - Noah se despediu correndo até uma loira que eu não reconheci por está de costas.

- Diga a ele para sonhar, sonhar bastante, porque só nos sonhos dele isso acontecerá novamente. - falei séria.

- Não sei porque dormiu com ele sendo que o odeia tanto. - falou confusa. - Eu realmente não entendo você.

- Eu estava bêbada e rolou o que não deveria, ele não parou e deu no que deu. - falei ocultando certas partes.

- Estupro? Isso o que está descrevendo me parece um estupro. - perguntou preocupada.

- Não importa, já aconteceu e ponto, eu tenho que ir agora. - me virei de costas para ela trombando com um garoto que caiu para trás.

- Merda. - ouvi o mesmo resmungar recolhendo seus livros.

- Você não olha por onde anda? - perguntei e ele levantou sua cabeça para me encarar enquanto ajeita os óculos.

Mano, puta merda.

Meu queixo com certeza está no chão, como alguém poderia ter olhos tão cristalinos e brilhantes.

- Você quem se virou do nada. - falou com rancor e se levantou antes que eu pudesse ajuda-lo.

- Eu estava de costas, você quem deveria prestar atenção. - falei sorrindo com deboche e ele piscou uma, duas e até três vezes me encarando.

Ficou um silêncio completo e nós continuamos a nos encarar sem desvio de atenção ou olhar.

- Tanto faz. - ele falou após alguns segundos em transe. Ele deu as costas para mim e saiu correndo a ponto de tropeçar nos cadarços soltos.

Eu juro que achei que tinha visto um anjo, mas um anjo não seria tão mal humorado. O loiro dos olhos azuis e maxilar perfeito era um típico nerd. Odeio estereótipos, mas isto é um fato.

Entrei na minha sala atrasada como sempre e fui direto para o meu lugar próximo ao professor. Eu posso ser uma vadia má, mas não deixo meus estudos de lado quando passo por essa porta, porque o meu futuro depende de mim, jamais viverei as custas da fortuna dos meus pais quando posso conquistar tudo o que sonho para mim.

...

Olhando para o nada, mas com a mente cheia e mastigando uma pizza requentada, é assim que eu estou no momento. A espera de Evangeline, bem sentadinha na arquibancada esperando pela promessa que ela fez em dá um jeito na minha cara e na minha pessoa.

- Eu não vou fazer nada para você denovo, nada. - ouvi uma voz. Aquela voz.

Franzi a testa e olhei ao meu redor não encontrando ninguém á vista.

- Você fará, Beauchamp, a menos que queira se tornar nosso saco de pancada, além do saco de merda que você já é. - ouvi uma voz diferente vociferar.

Me levantei com o objetivo de encontrar os donos das vozes firmes e roucas. Ouvi um baixo gemido de dor e desci as escadas da arquibancada dando a volta na mesma finalmente encontrando o problema.

- O que você pensa que está fazendo? - perguntei em um tom calmo para Carl, um dos jogadores do campus.

- Nada que te interessa, então saía daqui se não quiser arranjar problemas, gatinha. - Carl falou olhando para mim e o loiro que tem seu nariz sangrando.

- Se não me interessasse eu não estaria aqui. - me aproximei olhando para o loiro que abaixou a cabeça.

- Quer assistir o que estou prestes a fazer com ele? - perguntou alternando seu olhar entre mim, o loiro e seus amigos que estavam em silêncio.

- O que ele fez para merecer isso?

- Esse merda tem apenas uma função, fazer o que se manda e se ele não faz é isso o que ele merece, não? - Carl perguntou com um sorriso de lado.

- Claro. - falei e me virei para o loiro agarrando-o pela gola da camisa. - Saía daqui. - aproximei minha boca de seu ouvido e então sussurrei.

Ele me olhou confuso quando me afastei dele e em um giro com minha perna no ar acertei meu pé revestido por um coturno no rosto do babaca.

- Saía daqui, agora. - eu mandei novamente e o otário continuou parado, enquanto isso Carl estava prestes a me acertar um soco.

Foi um reflexo rápido, o tal do Beauchamp agarrou a mão fechada de Carl e contorceu seu pulso até o barulho de seu osso estralar.

- Eu não preciso que faça isso por mim. - eu chutei o saco de um moreno que estava prestes a machuca-lo.

- Será mesmo? - perguntei o olhando com um sorriso de lado.

To be continued???

Já começamos com confusão e muita tenção.

Partiu matar esse tal de Carl e de quebra o Bryce?

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