Realidade nua e crua
Pousamos a poucos minutos em São Paulo, estamos esperando um Uber na frente do aeroporto.
—Filha você quer almoçar onde?
—Em um restaurante que tenha comida brasileira. - Falo pegando minha mala e entregando para o motorista.
—Ok.
—Quero conhecer o lugar onde vou passar uns bons meses.
—Como assim?
—Papai o senhor sabe que quanto eu entro em algum projeto não saio dele por nada, alias, saio sim, com uma boa premiação. Estou convicta que serei a ganhadora desse reality.- Ele me olha incrédulo.
Chegamos no hotel e quando vou entrando sou parada por uma mulher de longos cabelos pretos, alta, branca e olhos pretos iguais a noite, vestindo roupas típicas de cigana.
—Boa tarde moça.
—Não tenho dinheiro e nem tempo, saia da minha frente. - Falo tentando passar, a energia que emana dessa mulher é forte e esquisita.
—Eu não quero seu dinheiro, só quero entregar isso a você. - Ela me entrega um papelzinho e olha nos meus olhos e fala.- Você precisa disso tanto quanto essas pessoas que por aqui passam, te espero hoje a noite.
Ao ouvir aquelas palavras e olhar bem naqueles olhos que mostravam a alma da pessoa que os encarava eu sentir uma necessidade enlouquecedora de ir até essa mulher. Como se algo dentro de me dissesse que para eu me encontrar dentro desse universo caótico era necessário a ajuda dessa cigana.
Paralisada estou com tudo que ouvir, depois dessa intimação a casa dessa sei la quem.
—Marry, o que faz ai? Venha os quartos já estão prontos. - Adam me resgata dos meus pensamentos.
Já são 20:00 horas estou nesse momento jogada na cama, olhando para aquele papel que a mulher me deu, nele está escrito o local onde ela atende e o horário que ela colocou de caneta, às 00:00 ela quer que eu esteja lá.
—Quer saber? Foda-se essa desconhecida maluca, vou é comer, estou faminta. - Levanto e vou banhar.
Me olho no espelho depois de um bom banho e uma boa maquiagem, vejo que estou bela como sempre, agora vou em busca de uma roupa, opto por, como eu gosto te chamar, um conjunto noite que é nada mais nada menos do que uma calça jeans preta, uma blusa regata preta, uma jaqueta preta e uma bota sem salto cano curto também preta.
Em questão de minutos estou pronta para matar, pego minha bolça coloco no ombro e desço para o restaurante do hotel.
Algumas pessoas devem achar que eu vim de um velório, por esta toda de preto, e outras estão pensando "uau que mulherão." Me divirto imaginando os pensamentos dos humanos.
Peço o cardápio e um belíssimo brasileiro vem ao meu encontro.
Estou a degustar um delicioso ravióli de queijo quando começo a sentir uma ardência no peito e ouço um chamado ao longe.
—Venha menina, venha, você precisa disso. - Eu tenho certeza que é aquela mulher.
Olho no relógio e são 21:20, daqui do bairro onde fica o hotel até onde ela atende é praticamente duas horas de carro com o trânsito caótico dessa cidade.
—Vou ver logo o que essa mulher quer. - Levanto e vou ate o saguão do hotel, peço um Uber de preferência uma motorista.
Já conversei quase tudo com a motorista e nada desse lugar chegar, caramba.
—Margarete ainda falta muito?- Ela rir.
—Marry acabamos de chegar.
Agradeço a ela pago a corrida e me viro para a casa. Sério que se não fosse essa maldita ardência e esse chamado enlouquecedor eu ia embora. A casa por fora é uma lindeza, mas quando entrei dei de cara com um monte de incensos, uma luminosidade que deixava o ambiente com aspecto mal-assombrado. E eis que vejo um cômodo e o único objeto que impedia minha visão de alcançar o outro lado é uma cortina de tiras de pano coloridas. Me aproximo, afasto o pano e deparo-me com ela sentada olhando para mim, com aqueles olhos negros, arrepiou a espinha e minha loba se encolheu? Sim, mas se já está na chuva, vamos nós molhar não é mesmo.
—Pronto estou aqui. Fala logo o que você quer.
—Boa noite Marry Carpenteis, vejo que atendeu meu pedido.- Diz mexendo nas cartas.
—Claro, como eu recusaria o convite de uma estranha maluca não é mesmo. - Uso da minha boa e velha ironia com ela e a mesma rir.
—Bom, depois do que você souber aqui, você não será mais a mesma.
—Nossa, pago para ver.- Falo incrédula.
—Corte as cartas com a mão esquerda. - Fiz o que ela mandou e logo apôs senti um frio na espinha.
—Certo.- Ela coloca as cartas na mesa pega as que cortei e começa virá-las. - Seu passado é nebuloso, cheio de tristeza, conflitos, e teve uma perda terrível. - O que mais está me impressionando é o fato dos olhos dela terem ficado brancos e por ser sortuda o suficiente para acertar em cheio o que aconteceu no passado.
—Sim o que mais?
—Você é uma menina meiga, carinhosa, atenciosa com os seus, porém depois de uma grande transformação... - Ela dar um pulo da cadeira e me olha com um misto de surpresa e medo. - Você é uma loba?!- Ok agora ela ta me deixando assustada. Como ela soube disso?
—Es uma loba e não consegue acreditar em uma cartomante?
—Pois é né, para você ver como são as coisas. - Dou de ombros.
—Depois que se tornou loba, é agora uma mulher fria, calculista, arrogante, prepotente e má.- Ela me olha com a cabeça inclinada e volta a falar.- Mas ainda existe ai dentro aquela menina, meiga e carinhosa que nesse momento esta brincando com o seu espírito lupino.
—Como você consegue ver?
—Como lobisomens podem existir?- Ela reponde minha pergunta com outra, que me faz calar e aceitar que ela sabia mesmo ver o passado.
—Tá, e você só sabe ver o passado? - A mulher pega outra carta.
—Você passou um tempo fora de casa aprendendo a se defender e também curtindo a vida, andou infringindo as leis divinas. Marry você matou o homem que poderia dar todas as respostas que tanto procura.- A cartomante me olha seria.
—Como assim?
—Você.- Ela pega mais uma carta.- Está indo para um lugar tenebroso, com uma história macabra que deveriam deixar quieta.- A moça olha nos meus olhos e diz. —Boa sorte Marry, você vai precisar. Tire mais uma carta.- Faço o que manda, ela volta a falar olhando a carta.
—Você é uma mulher que precisa se reencontrar, esta perdida nesse mar de dúvidas, esta carente de um lugar bom para chamar de seu e viver em paz, ser quem realmente é. Você querendo ou não, tem uma parte sua que ainda tem resquícios daquela menina e você anceia pela voltar dela, mas o que você tem que entender é que, não dar, o que ta feito não tem volta e agora só resta olhar para frente e seguir, claro tentando ser uma pessoa melhor, coisa que vejo aqui que você ira conseguir ser. Você encontrará respostas para o que aconteceu, mas não aqui, será lá, naquele reality. Foi um prazer conhecer a filha de Dominic Ferguson.
Se quiser acompanhar a trajetória dos outros participantes do reality confira a seguir
Outros Participantes:
#Núcleo Central (em: @Dtrindad)
#Eva (em @genko_kyuu)
#Kasten (em: @DarkShuraCantodea)
#Samantha (em: @SabaranaBranquinha)
#Eron (em: @VahnWolf9)
#Akya (em: @JackFs)
#Will (em: @HeloisaPrates47)
#Alanis (em @GardAien)
#Chris (em @skewlicat)
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