Fita 5 - Lado B

No instante em que escutei barulhos através da madeira podre da porta, imaginei ratos, vários deles. Ao invés de rabinhos e focinhos tinham olhos frios, sem emoção, com narizes do tipo tomada.

E, bem próximo ao peito ‒ no lugar do coração pulsante ‒ a logo da empresa. Um maldito infinito ou binóculos, eternamente te observando.

A camada de pelugem era revestida pelo tecido robusto sintético de uniformes de combate, escuros como a penumbra. Aspiravam o ambiente, procurando quaisquer indícios de desordem.

Algo que não deveria estar ali, mas como um feliz infortúnio, está. Nada restava além de podar os ramos que cresciam nos lugares errados, evitando que mais erros como aquele se propaguem.

Afetando o sistema impecável da Fluere.

‒ Por que está parado? Me ajude a tirar isso! ‒ esbravejo, sequer pensando na minha amiga adormecida. Passo as mãos afoitas por cada botão, removendo um por um com certa urgência ‒ Sabia...Sabia que queimar esse terno amaldiçoado era a única solução.

O sangue escuro permanecia fresco em meus dedos.

Os remediadores não estavam dentro dessa sala, mas nada os impedia de seguir os rastros em Sio. Bastava apertarem um botão e localizarem a alma atrevida perdida.

Coincidentemente a agente irresponsável estaria envolvida, sozinha com ele num setor esquecido. Eliminariam dois coelhos pulantes e fofinhos de uma só vez.

Mas não podia deixar isso acontecer.

‒ De repente a senhora não me toque quer tirar minha roupa ‒ riu sem humor. Tento ignorar o sorriso escarnecido insuportável em seu rosto simétrico ‒ Não cansa de me surpreender.

Insuportavelmente irresistível.

A frase final não soa como um elogio agradável aos meus ouvidos. Está mais perto de uma ameaça, salpicada de ressentimento.

Alterno entre a roupa chique e Ji-Woo.

Meu peito sobe e desce em movimentos irregulares. O semblante carregava tormento, dormir não era confortável, tampouco para recarregar as energias.

Continuava igualmente exausta. Mesmo que eu tenha tentado arrumá-la, sua mente se afogava em um turbilhão.

Caso chegassem aqui e nos vissem, eu não seria a única encrencada.

Ji-Woo se prejudicaria tanto quanto qualquer um de nós. Até mais do que Sio, justamente por ter anos de serviço, um nome para preservar.

‒ Não sei se você entendeu, coisinha ‒ agarrou meus dedos com demasiada força, não doía, mas acabou me frustrando. Guiou as mãos para longe de seu torso semi aberto, as pupilas dilatadas enquanto dizia, rouco: ‒ Não me sinto a vontade quando tocam em mim. Se pretendia me ver pelado, feche os olhos e durma.

Uma maneira educada e sutil de dispensar alguém. Algo supostamente melhor do que falar "nem nos seus sonhos, boneca"

Solto um bufar estressado, mas a sensação dos dedos firmes imobilizando meus pulsos o transformou num ofegar atípico.

Para eu ter o controle, pelo menos deveria conseguir fingir. Me entregar para ele era tentador.

Quase uma necessidade ridícula.

‒ Pelo visto você e seu pau tem muito que discutir ‒ sinalizo despretensiosamente para o volume generoso em sua calça de marca. Abro um sorriso condescendente diante do sondar indecifrável ‒ Acredito que não concordem com a mesma coisa. Ele pareceu muito a vontade com minhas investidas.

As íris avelã foram cobertas por uma sombra. Um ar predatório o cercou, devorando toda extensão de meu corpo, rente ao dele.

Praguejei internamente assim que reparei em minhas próprias pernas abertas, praticamente enlaçadas na cintura de Sio.

Não passavam de traidoras.

‒ Eu te conto tudo se...

‒ Se eu tirar minha roupa? ‒ interrompeu, a língua umedecendo os lábios conforme um sorrisinho lascivo crescia ‒ Tarde demais para isso. Não caio nessa.

Abro a boca para discutir, mas no momento seguinte um puxão forte obriga nossos corpos a se chocarem. Reparo no par de mãos grandes em meu tornozelo, impedindo que me afaste.

Ou me feche.

Minha bunda deslizou até a ponta da mesa redonda, fazendo-me parar bem na curva. Até tentaria inverter as posições, mas me vi presa na intensidade do olhar castanho.

E talvez uma parte de mim gostasse de ser a refém de seus joguinhos. Ganhar o tempo todo enjoava.

Tornava as coisas entediantes.

Seguro um suspirar quando sinto o roçar de seu dedo, brincando com a renda da minha calcinha. O toque inesperado me forçou a esmagar os lábios.

Jogar assim era bem mais interessante.

Promessas e promessas. Vazias como seu peito ‒ cantarolou, marcando minha pele fria com seu calor enquanto descia de encontro ao meu seio. Logo o apertou impiedosamente.

Meu corpo arqueou involuntariamente. A maneira como seus dedos estavam perto, mas ao mesmo tempo tão longe do meu clitóris, me enlouquecia.

Sio riu, entretido pelo meu desespero.

‒ Não passa de um sádico ‒ busco demonstrar firmeza, mas o tom arrastado pelo desejo me denuncia.

‒ Ao menos não sou hipócrita. Parece ter assuntos pendentes com seu corpo tanto quanto eu ‒ inclinou-se para frente, expulsando sua respiração quente no meu lóbulo sensível. Senti a prévia de seus dedos.

Se mexiam tortuosamente. Mesmo por cima da calcinha o efeito era drástico, quase me fazendo gritar para tirá-la.

Era isso que queria e, com louvor, conseguia.

‒ Quando me encontrou disse com tanta convicção para não tocá-la. Agora olha só para você ‒ sussurrou, a rouquidão sobrepondo o tom divertido. Bastou um movimento para deixar minha calcinha de lado, alisando minha pele por baixo do pano ‒ Patética.

Soprou a risada fraca em meu ouvido, ocasionando um arrepiar indesejado. O som grave ecoou em meu interior.

Sua voz por si só era um deleite. Agora, tão próxima, gerava uma onda de emoções, uma canção hipnótica que me descontrolava.

Se a Nam-Soon de antes, ‒ a que o conheceu naquele prédio e o forçou a subir na moto, ‒ quisesse com todas as forças que ele calasse a boca, a de agora não queria que ele parasse.

Uma espécie de gemido escapa da boca suja de Sio.

Era forte, uma entonação grave e presente. Do tipo que você faria qualquer coisa para escutar, se doar por inteiro.

‒ Absurdamente molhada ‒ libertou meu seio coberto, espalmando a mão na mesa enquanto focava em adentrar deliciosamente seus dedos em mim ‒ O que as regras dizem quanto a isso, hm? Foder com uma alma.

Contenho um espasmo muscular. Se a risada me fez abrir as pernas, o gemido me faria pular nele.

Engulo o puro nada.

‒ Imagino que não seja permitido.

Balanço a cabeça, apenas negando um número incontável de vezes. Sim, transar com um colega já não era bem visto.

Imagine com uma alma redentora, foragida. Vista como um perigo.

Cá estava eu, de pernas arregaçadas em frente ao perigo, mostrando partes de mim, sendo consumida pelo vai e vem de seus dedos.

Puta que pariu, ele se garantia tanto porque ele era bom. O desgraçado tinha plena noção do que fazia.

O sorrisinho afiado transbordava convencimento, não só sabendo, como sentindo o efeito que causava em mim.

‒ Você é uma garota muito má, agente ‒ pressionou meu ponto sensível, notando o movimento desregular em meu peito. O calor de sua mão em meu interior alcança minhas bochechas, as deixando ruborizadas ‒ Provoca o ceifeiro no elevador e depois se esfrega sem pudor nos meus dedos. Não passa de uma safada.

Espera.

O ceifeiro que mencionou era o 444?

Black? ‒ espantada pela descoberta, uso o resquício da parte racional. Quando o nome escapou, acompanhei um sentimento distinto transpassar as feições duras de Sio.

Durou segundos.

Achei ser coisa da minha cabeça. No entanto seus movimentos lentos e constantes se tornam urgentes.

Tombo a cabeça para trás, sequer conseguindo processar. Apenas existia suas investidas fortes e seu perfume embriagante.

Luto contra a vontade de fechar os olhos, mantendo nossa troca de olhares. Seu penteado intocado se desmancha em meus dedos, tornando-se revolto.

‒ Alguém sem coração é capaz de enciumar? ‒ provoco, subindo o canto superior do lábio num sorriso. Meu corpo se balançava sob a mesa, mesmo assim noto o apertar da mandíbula em resposta ‒ Intere...

Subitamente seus movimentos cessam.

Solto um suspirar dolorido, prestes a protestar.

No entanto, sua mão tampou minha boca, me impedindo de continuar. Sinto meu próprio cheiro se misturando com a umidade.

Um orgulho depravado se instalou no meu peito, o odor se tornou agradável. Me sentia uma pervertida de carteirinha.

Shh, temos companhia ‒ pressionou a palma, sussurrando em alerta. Sinalizou brevemente para Ji-Woo inconsciente ‒ A não ser que deseje ser flagrada nesse estado, implorando para eu continuar.

Minha visão se embaça, deixando tudo mais confuso.

Sou incapaz de respondê-lo. Não é necessário, suas pupilas tomadas pela luxúria lêem através de mim.

‒ Deixe-me ver...

Os dedos passearam tortuosamente pelas minhas curvas, até encontrarem meu interior e me invadirem. Dessa vez não ouve preliminares.

Os toques recomeçaram fundos e fortes.

‒ Então você gosta? A adrenalina de ser pega a qualquer instante, hm? ‒ a mão desencontrou a mesa, segurando as laterais do meu rosto com firmeza. Daquele modo pude perceber o quão embriagado estava ‒ Claro que gosta. Está ainda mais apertada.

Um grunhido animalesco lhe escapa. Sio aproximou seu rosto perigosamente, consumindo minha alma com seu olhar ardente.

Percorro pela expressão voraz. O maxilar trincado marcava seus traços brutos, enaltecendo a imagem vil e cruel pela imensidão intensa do sondar.

Alguns fios grudavam na sua testa. Ele ardia em brasa, me forçando a imaginá-lo sem roupas, completamente despido.

Para mim.

‒ Vamos acabar logo com isso ‒ me refiro ás roupas, puxando sua gravata com certa posse ‒ Não sabe o quão enrascados ficaremos se não tirar suas roupas.

‒ Jura? ‒ pouco a pouco fui tomada pelo vazio, sentindo a ausência do toque. Seus dedos úmidos pelo meu pré-gozo brilham contra a fraca iluminação ‒ Proponho um acordo. Tirarei minhas roupas, se...

A mão limpa brinca com o zíper da blusa de látex. Naquele simples gesto sinto aonde queria chegar.

Com Ryu Sio tudo era uma negociação. Sempre havia um porém, nada era acerto até cada um assinar e cumprir com sua parte do trato.

‒ Tiver você nua e devorá-la nessa mesa ‒ demonstrou seriedade em cada palavra, as íris faiscando de pura ambição.

Afrouxo o aperto da gravata, tremulando por preciosos segundos.

Torcia mentalmente para não reparar, não queria demonstrar fraqueza. No momento seguinte trato de eliminar qualquer hesitação, puxando o acessório e chocando nossos corpos num beijo sórdido.

Essa ação serviu, envolvendo um selar promíscuo repleto de mordiscares. Minha língua entra primeiro, sentindo prazerosamente o interior da boca.

Não demorou muito para Sio pressionar sua língua contra a minha, me arrancando um suspirar manhoso.

‒ Perfeito ‒ afastou-se apenas para sussurrar, completamente tomado pela atração entre nossos corpos.

Ele ergueu os dedos molhados, me proporcionando uma última visão deles antes de chupá-los com vontade.

Acompanho o gesto, hipnotizada.

‒ Temos um acordo ‒ disse, por fim. Afundou a mão em minha carne, apoiando-se em minha cintura ao friccionar nossas partes.

Ponderou por alguns instantes, mexendo provocativamente no zíper da blusa. Instantes que pareceram eternos.

Não reagi quando o metal fio desceu pelo vão de meus seios, deixando minha pele amostra. Soube pelo olhar satisfeito do homem que entrei em um estado vulnerável.

Minha armadura estava sendo retirada, derretendo em seus toques hábeis e promíscuos. Bastava pouco para lhe forçar a rasgar cada parte do meu corpo.

Subitamente sinto os dedos percorrerem uma parte proibida de meu pescoço. A gola da roupa escondia, não me permitindo encontrá-la no espelho toda manhã ao me olhar.

Assim não me lembrava.

Me certifiquei de enterrar na minha mente a marca de meus pecados. O dia em que o mundo errou comigo e nada conseguia fazer.

Nada além de chorar, como uma fraca.

O rosto se afastou, somente para ver com clareza a cicatriz. Uma sombra tomou a expressão concentrada, nada parecida com sua aparente crise de ciúmes.

‒ Quem fez isso com você, hm? ‒ perguntou, tomado pelo ardor odioso da garganta. O tom cavernoso era assustador.

Abaixo um pouco a cabeça, fugindo do olhar interrogador. As vozes ameaçam voltar, mas aperto meus dedos contra o colo, tentando abafá-las.

Cordas tomam meus pulsos e a sensação de mãos fantasmas enforcando provocou a tensão de meus músculos.

"Ela me mordeu! Seu pedaço de merda"

O ar em meus pulmões é tomado, acabo sufocando. Luto contra a falta de ar, cada ponto que tocaram queimando.

"Uma garotinha assim precisa ser treinada"

Inconscientemente encolho meus ombros. Não queria que tivesse visto isso, sequer queria ter me lembrado de...

‒ Não precisa falar.

A voz não era reconfortante, permanecia um tanto distante. No entanto senti o oscilar entre ódio e rancor.

Seus dedos apertam meu queixo, levantando meus olhos e fazendo com que encontre as íris tempestuosas.

‒ Me contento com seus gemidos ‒ rosnou, traçando um caminho lento até a cicatriz desgraçada. Os dedos se fecharam, apertando deliciosamente a região.

Com aquele gesto almejou apagar o estrago feito há muito tempo atrás por animais irracionais. Cegos pela possessão, ter algo que não lhe pertenciam.

Pela primeira vez tive a sensação de prazer. Não distribuiu beijos carinhosos pela região, muito menos insistiu em saber da minha história.

Histórias tristes podem estragar momentos assim.

‒ Agente Kang!

O grito alarmado rompeu a tensão no ar, fazendo com que os olhos agitados saíssem da perdição em forma de homem para a silhueta no sofá.

Tudo ao redor parou.

‒ Que porra é essa?

Os lábios entreabriram, sem uma reação. Num estado de inércia, apenas pôde sentir o tom entretido da alma.

‒ Eu disse para fazer silêncio.

. . .

Os olhos remelentos se abriram, piscando lentamente. Ji-Woo injetou, alternando compulsoriamente entre minha face vermelha de pimentão e Sio abotoando a blusa social.

Era difícil ignorar como alguém conseguia agir tão calmo depois de meter os dedos em alguém.

Mas não me surpreendia esse alguém se tratar dessa alma.

‒ Esqueceu do acordo? ‒ ponho minha mão sobre a sua, impedindo que continuasse com uma encarada mortal.

Ele interrompeu os movimentos. Ergueu os olhos na minha direção, dando a vaga impressão de um cínico sorriso.

‒ Até onde sabemos ninguém transou nessa mesa ‒ retrucou com simplicidade, como se estivesse comentando sobre um a previsão do tempo.

‒ Como?! ‒ bateu as mãos no sofá, resultando numa nuvem empoeirada ao redor dos corpos.

Massageio o osso rígido do nariz, desejando profundamente que o chão podre cedesse e me engolisse.

‒ Estou morto, mas tenho necessidades ‒ ergueu os ombros com indiferença, esquecendo o último botão e deixando parte do torso exposta.

Ji-Woo voltou-se para mim.

O brilho estranho em suas íris havia sumido. Deveria ser um alívio, mas me vi o querendo de volta assim que notei os olhos arregalados como bolas de bilhar.

A coloração castanho claro ‒ quase um dourado ‒ foi tomada pelo cintilar orgulhoso. Mal piscava.

‒ Minha vadiazinha finalmente deixou outro pau entrar ‒ glorificou para os céus num gesto de mãos juntas ‒ Atenderam minhas preces. Devo tudo a vocês por afastarem aquela praga de sobretudo.

Levou os dedos aos lábios, estalando um beijo.

Contenho um rosnar. Minha treinadora chapada conseguia ser pior do que ela em seu estado sóbria cuzona.

Tudo piora quando noto o arquear de Sio, sabia muito bem a quem se referia. A vontade de socar aquela carinha se fez presente, formigando meus nós dos dedos.

Os fios úmidos o deixavam atraente demais para a própria sorte. Apenas por isso e pelos lábios inchados, evitei agredi-lo.

Aproveito as risadas histerias de Ji-Woo para arregaçar as mangas. Me esgueiro até um balde no canto próximo das almofadas mofadas.

Supus que o líquido estranho era uma água velha e, sem hesitar, arremessei o conteúdo na minha colega feliz.

‒ Método instantâneo para livrar quem amamos do efeito das drogas ‒ pisco, batendo as mãos após soltar minha arma ‒ Até onde você escutou nossa conversa?

‒ Não tenho um pingo de respeito ‒ tossiu, enrugando o nariz pelo odor de banheiro químico. A textura era mais espessa do que água comum, escorria na pele feito lodo ‒ Antes ou depois dos gemidos?

Sio balançou a cabeça.

‒ Na próxima vez tenta evitar ser teimosa e me obedeça quando pedir silêncio ‒ declarou meio rouquido, descendo as mãos para os bolsos.

O gesto me levou ao pequeno detalhe entre suas pernas.

Não sei por quanto tempo fiquei por lá, mas foi o bastante para a alma irritante sentir minha atenção insistente na sua região sagrada.

Pigarreio, desconcertada.

‒ Nem gemi tão alto assim.

‒ Parecia uma gatinha no cio ‒ Ji-Woo se manifestou, mais disposta depois do banho de água suja.

O homem encostou a lombar contra a mesa. Ignoro o convencimento na feição em forma de sorrir ladeado.

Repreendo uma longa revirada de olhos. Provavelmente o gesto também seria usado contra mim.

Fecho o zíper rapidamente, chegando perto da treinadora com genuína preocupação em meus passos. Eram hesitantes, mas firmes.

Obriguei minhas pernas a trabalharem e me levarem até ela.

‒ Desde quando você abusa de substâncias mundanas? ‒ sento-me na outra extremidade, quase cedendo e encontrando a madeira dura pela ausência do estofado.

‒ Acho melhor voltamos o assunto para sua vida sexual ‒ sugeriu, sorrindo amarelo. No entanto, aquilo não me convenceu e ela percebeu, bufando ‒ Em meu expediente precisei guiar uma criança.

Escuto atentamente.

Percebo algo doloroso nublando suas feições. Um conflito silencioso se instalou no olhar agitado.

‒ Uma menininha de cabelos flamejantes, entre oito a doze anos. As bochechas eram salpicadas de bolinhas, quase tentei contar elas ‒ descreveu rondada pelo ar nostálgico ‒ Aparentemente partiu cedo demais.

‒ Não vejo anormalidade nisso ‒ Sio entrou na conversa, uma linha manchando sua testa lisa ‒ Não é esse o dever de um ceifeiro?

Assinto silenciosamente.

‒ Lidamos com morte todos os dias... ‒ busco reforçar, mesmo que, particularmente, não me agrade citar o protocolo de trás pra frente.

‒ Mas essa não. Essa foi diferente ‒ parou, o olhando. Soltou uma risada entrecortada, curta e baixa ‒ Ela foi condenada. Sua alma foi inspecionada e a levaram para longe da minha jurisdição.

💘 E então? Me contem como seus hormônios estão depois desse capítulo? Sio cozinhou ou mexeu com vocês?

🤜🏻 Capítulo grandinho para me redimir pelo último atraso. Dessa vez mostrando nossa agente e seu lado safadenho desconhecido.

✨ Fiquem bem e se hidratem! Uma boa tarde pra vocês, meus mundanos prediletos dessa bíblia laranja, muah muah.

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