Capítulo 87 - Não quero mais que seja meu amigo e nem namorado da minha mãe
_Não acredito que o Dylan fez isso.
_Mas fez, Any.
Sara havia contado a babá sobre a confusão que seu ex marido tinha causado muitas horas atrás com Grissom no laboratório.
_Olha Sara, se eu fosse você abria o olho com o Dylan porquê desse jeito uma hora ele vai acabar causando problemas sérios entre você e o Grissom.
_Pois se ele fizer isso pode ter certeza que vai estar morto pra mim, Any. Eu não vou mais falar e nem olhar na cara dele e isso eu disse ao próprio Dylan com todas as letras ainda pouco.
_Você falou com ele depois da briga com o Grissom?
_Sim. Depois que sai da casa do Gil, eu fui procurar o Dylan no hotel em que está hospedado. Grissom não pode nem sonhar que fiz isso.
_Por que não?
_Ele não quer que eu me aproxime demais do Dylan e quer saber? Eu também não faço a mínima questão de me aproximar mesmo. Só fui procurá-lo porque precisava dá um basta nessas coisas que ele vem fazendo desde que chegou.
_ Certo, mas pra mim, você deveria dizer ao Grissom que foi ver o Dylan mesmo que ele não goste. Esconder isso não acho certo.
_Eu também não, só que não quero contar pra evitar uma briga porque eu sei que ele vai se aborrecer com isso e nós vamos acabar brigando, e não quero isso.
_Bem, você quem sabe. Mas me diz ... Como foi lá com o Dylan?
A morena narrou toda a sua conversa com o ex e tudo o que ele lhe falou. A babá que ouviu a tudo atentamente, começou a se preocupar com essa história toda. Pra ela aquilo que Dylan sentia por Sara já estava dando indícios de algo muito perigoso. Ao invés de um simples amor aquilo começava a se tornar uma obsessão e se realmente descambasse pra isso, as coisas poderiam ir para um caminho nada bom.
_Espero sinceramente que ele tenha entendido minhas palavras e não se atreva a ficar se metendo na minha vida e nem ameaçando o Grissom.
_Acho que você deve ficar mais esperta Sara, porque esse amor demasiado como o que o Dylan senti por você, muitas vezes já não é mais só amor e sim... Uma mistura perigosa de amor com obsessão desenfreada!
*****
Acomodado em sua sala, Grissom olhava para as duas alianças que estavam disposta na pequena caixinha de veludo a qual se encontrava em uma de suas mãos. Aquelas duas pequenas argolas as quase ele admirava desde que comprara horas atrás numa conhecida joalheria, eram feitas em ouro branco e circundada na parte inferior e superior por um filete de ouro amarelo.
O supervisor tinha em mente fazer aquele pedido de casamento o quanto antes e esperava que a reposta de Sara fosse um sim. Mas e se ela achasse cedo demais para aquele passo na relação deles e lhe dissesse não? ... Céus! ... Ele não queria nem pensar nisso. Queria acreditar, piamente que sua namorada iria lhe dizer sim, um sim que lhe deixaria imensamente feliz.
Resolveu guardar aquela caixinha onde estavam as alianças, em uma das gavetas de sua mesa e quando fosse pra casa daria um jeito de levá-la sem que Sara a visse.
No instante em que ele fechou a gaveta da mesa e trancou-a com chave, escutou duas batidas na porta de sua sala e depois a mesma fora aberta por Sara.
_Oi! – ainda parada na porta ela lhe cumprimentou e lhe sorriu tão lindamente que foi como se o mundo dele ficasse ainda mais brilhante após o sorriso dela. Tinha que se casar com aquela mulher o quanto antes.
Casar-se com ela seria a coisa mais acertada que faria em sua vida!
_Oi! ... Entra. – assim ela fez e parou bem diante da mesa dele. _Chegou agora?
_Não, faz alguns minutos já. Fui primeiro a sala de descanso. O pessoal todo já chegou.
_Ótimo!
_Você disse que tinha muitos papéis pra organizar, mas não estou vendo nada aqui na sua mesa.
Ele havia inventado aquilo só pra que não fosse a casa dela logo mais cedo e assim tivesse tempo de ir a joalheria comprar seu objeto de desejo.
_Eu já despachei os papéis daqui, por isso não estão mais na minha mesa. – ele inventou rapidamente. Detestava mentir pra ela, mas era o jeito. _E a Lívia melhorou?
Sara havia lhe telefonado horas atrás dizendo que a menina estava com febre e se ela continuasse assim iria levá-la ao hospital.
_Graças a Deus, sim. Quando sai de casa pra vir pra cá, a febre dela tinha passado.
_Que bom!
_É ... Agora mudando de assunto, você já viu que a nossa folga vai cair no mesmo dia?
_Não. Sério isso?
_Hurum ... Está no quadro de aviso as folgas dessa semana. A nossa cai na Sexta.
Aquilo foi uma ótima notícia, podia aproveitar aquela folga pra sair com Sara e assim lhe fazer o pedido que tanto queria lhe fazer.
_Bom saber disso.
_Por quê?
_Podemos aproveitar e sair pra jantar já que dificilmente isso acontece, porque sempre ficamos ou na minha casa ou na sua. O que acha? – ele propôs em um tom baixo e muito sedutor, enquanto pousava uma de suas mãos sobre as de Sara.
Ela olhou pra mão dele sobre a dela e depois seus olhos fitaram Grissom.
_Está tentando me seduzir fazendo um convite desses nesse tom? – ela sorriu enquanto fitava seu namorado que tentava segurar a vontade de ri dela.
_Touché! Você me pegou! ... – ele ergueu as duas mãos em rendição. _... Estou tentando te seduzir pra que aceite meu convite ... Você o aceita?
Antes que Sara pudesse dar sua resposta Ecklie entrou sem bater na sala de Grissom e não gostou nada de ver o supervisor e Sara sozinhos na sala dele.
_O que fazem sozinhos aqui?
_Acho que isso não é da sua conta. – apressadamente Sara virou-se pra ele e respondeu de forma bem ríspida causando a ira de Ecklie.
_Mais uma resposta dessas e coloco você em suspensão por duas semanas Sidle.
_Nunca aprende a bater na porta antes de entrar na minha sala Conrad? – Grissom se pôs de pé encarando o outro homem.
_O que sua namoradinha faz aqui, sozinha, com você?
Aquele sujeito era arrogantemente insuportável.
_Não estou vendo minha ... Namoradinha por aqui, Conrad. Só estou vendo minha COLEGA DE TRABALHO que é a Sara, porque aqui dentro, ela é somente isso, minha colega de trabalho. Ficou claro pra você, Conrad?
Sem conseguir se segurar Sara sorriu chamando a atenção de Ecklie.
_Uma colega de trabalho que fora daqui você tem um caso. – comentou com certa ironia.
_O que foi que disse?
_Nada. Não vim aqui pra discutir a relação amorosa de vocês e sim, pra saber, o que deu na sua cabeça pra brigar aqui dentro do laboratório com um sujeito que eu soube é um agente federal e ainda por cima, é ex-marido da Sidle. O que foi a briga, ciúmes de sua namorada por acaso?
_Não ... – em parte isso era verdade. _Esse sujeito me ofendeu e eu não tinha porque ouvir calado as ofensas dele.
_Em nenhum momento passou pela sua cabeça que esse agente poderia te denunciar?
_Não me diga que está preocupado comigo?
_Pouco me importo com você. O que me importa é a reputação do laboratório que poderia ser abalada por conta do seu ato impensado. O FBI poderia vir em cima da gente por causa disso.
_Eles não virão porque aquele sujeito não fará denúncia nenhuma e se fizesse não aconteceria nada porque tenho testemunhas que viram que foi ele quem me incitou a fazer o que fiz. Então não fique preocupado com a reputação do laboratório, pois em nenhum momento ela será abalada por conta do meu ato ... Impensado.
_Eu acho muito bom isso. E caso isso torne a acontecer, você será punido duramente, pois é inaceitável que um supervisor saía no soco aqui dentro do laboratório. Se quer brigar com o ex de sua namorada, faça longe daqui. – ele se dirigiu a porta, porem antes de cruzá-la deu um último recado. _E antes que eu me esqueça, não quero mais vê-los sozinhos nessa sala. Se eu voltar a flagrar o casalzinho sozinho aqui, troco Sidle de turno sem pensar duas vezes.
Ele saiu dali sem dar tempo pra que os dois que ficaram na sala fizessem qualquer objeção a suas últimas palavras.
_Agora ele vai ficar nos ameaçando é?
_Não dê ouvidos a ele. Eu não vou deixar que ele faça isso.
_Esse sujeito pediu pra ser insuportável e exagerou. – Grissom esboçou um sorriso por isso. _Bom, eu vou voltar pra sala de descanso antes que aquele sujeito volte e me pegue aqui.
_Espera. – ele segurou em seu pulso impedindo-a de ir. _Você ainda não me respondeu se aceita meu convite pra sair sexta. Quero uma resposta agora.
_Por que a pressa?
_Pra fazer as reservas num excelente restaurante que conheço. As reservas nele tem que ser feitas com no mínimo dois dias de antecedência, sexta-feira é daqui a quatro.
_Hum ... Tudo bem, eu aceito! – ela respondeu sorrindo.
Pelo visto tudo parecia conspirar pra que ele pudesse ter a oportunidade perfeita pra pedir Sara em casamento.
Logo depois da resposta dela, os dois saíram juntos da sala de Grissom e seguiram ao encontro dos demais que se encontravam na sala de descanso, pra dar início a mais um turno de trabalho.
Enquanto isso na casa perita, seu ex chegava lá pra ver a filha.
_Boa noite Any. Vim ver a Liv.
_Entra! – a babá deu passagem para Dylan e assim que fechou a porta e virou-se pra o homem, seus olhos bateram de imediato no machucado que ele tinha no canto da boca.
Percebendo o olhar dela em seu machucado, Dylan logo disse:
_Isso foi o namorado da Sara quem fez. Aposto que ela te contou sobre a minha briga com aquele senhor.
_Sim, ela contou e quer saber o que eu acho disso tudo?
_Sinceramente não quero.
_Mas eu vou dizer mesmo assim. – ela ignorou a negativa dele. _Você está passando da conta Dylan e se não quiser ganhar o ódio da Sara, é melhor não interferir ou causar nenhum dano na relação dela com o Grissom.
_Acabou Any? – a insatisfação dele era nítida. Queria mandar a babá de sua filha ir para os diabos com aquelas palavras dela, mas se controlou. Tudo o que menos queria eram terceiros como, por exemplo: Any ou Nick, se metendo em sua vida e lhe dando conselhos ou sermões que ele dispensava.
_Liv está no quarto dela. Não passou o dia bem. – Any lhe contou após a pergunta meio ríspida dele.
_O que minha filha tem?
_Febre e dor de garganta.
_Eu vou lá com ela. Você não precisa me acompanhar porque sei o caminho. – ele se apressou em dizer antes de se encaminhar para subir as escadas.
Ele entrou no quarto de sua borboleta e a encontrou dormindo feito um anjinho lindo. Com cuidado se aproximou da cama dela e sentou-se ali ao seu lado, depois pôs-se a fitá-la. Amava aquela garotinha tanto quanto amava Sara. Por aquelas duas, ele seria capaz de dar sua vida sem pensar duas vezes.
Desejava muito que sua filha, Sara e ele, voltassem a ser a família feliz que eram antes dele fazer a besteira de enganar sua esposa com Emma, uma amiga do trabalho. Mas tinha certeza que com o plano que Teri havia lhe contado, ele teria enormíssimas possibilidades de ter de volta o que por sua culpa havia perdido.
Lívia de repente se mexeu na cama e chamou por Sara.
_Sua mãe está trabalhando, borboleta. – ele murmurou pra filha.
_Papai? – ela abriu os olhos assim que ouviu a voz dele.
_Any me disse que você não passou bem o dia. Está melhor?
_Minha garganta ‘’ tá’’ doendo muito papai. – a menina disse meio chorosa.
_Isso vai passar logo, minha borboleta, você vai ver. – ele acariciou o rosto de sua garotinha. _Já tomou remédio?
_Hãham.
_Então é só esperar o remédio fazer efeito pra ficar boa logo.
_O que foi isso na sua boca papai?
Ela apontou para o machucado dele. Dylan viu naquilo uma ótima oportunidade de afastar sua filha de Grissom e quem sabe até fazê-la ficar contra o namorado da mãe, o que seria muito bom porque como pai, Dylan não gostava nada de ver sua filha tão próxima e carinhosa do sujeito que ele odiava imensamente e o qual queria longe da SUA FAMÍLIA. Sem contar que esse fato de Liv passar a 'desgostar' e se afastar do tal supervisor poderia ser bom pra minar um pouco a relação de Sara com seu namorado. Então dessa forma, Dylan uniria o útil ao agradável.
_Foi o namorado da sua mãe que bateu no papai, porque não gosta de mim e também não gosta de me ver perto de você e nem da sua mãe ... Ele é mal filha, me bateu e quer me afastar de vocês duas, borboleta. Você não vai deixar isso acontecer, vai?
A menina baixou seus olhos fitando suas mãozinhas e balançou a cabeça negativamente. Em sua ingenuidade, ela acreditou no que seu pai disse. Tristemente, ela acreditou que Grissom fosse realmente mal e que queria afastar a ela e sua mãe de seu pai.
Dylan pode perceber que suas palavras haviam causado o efeito esperado e ficou satisfeito. Sabia que sua filha tinha assimilado o que havia lhe dito. Agora era só esperar que ela se rebelasse contra Grissom. Só que antes precisava se certificar de que ela não contaria a Sara o que ele havia acabado de lhe dizer, pois se isso acontecesse ele estaria bem enrascado com sua ex.
_Borboleta isso que eu disse à você, não pode dizer a sua mãe porque ela pode ficar chateada e brigar comigo, tudo bem? Não vai dizer.
_Não, papai.
_Ótimo, agora seria bom você voltar a dormir. Eu vou ficar aqui até você pegar no sono. – beijou a testa da menina que sorriu de um jeito triste por conta do que ouviria minutos atrás acerca de Grissom.
Dylan se sentia um pouco mal por envolver sua filha nisso, mas era o jeito mais fácil e prático, pelo menos pra ele, de tentar indispor mais ainda a relação de Sara com o namorado dela. Liv poderia ser uma peça muito importante e mesmo não querendo ele a colocaria nisso.
*****
_Aí, alguém quer tomar café no Frank’s? Eu pago! – Greg propôs aos amigos enquanto todos se aprontavam pra irem embora pra casa depois de mais um dia de trabalho.
_Cara, eu acho que vai nevar aqui em Vegas. O Greg abrindo a mão e pagando café pra gente?
Todos exceto Greg riram das palavras de Nick.
_Qual é? Eu costumo fazer isso as vezes.
_Às vezes? Eu diria mais que você costuma fazer isso raramente.
_Muito obrigado por lembrar disso Catherine.
_De nada Greg. – Catherine sorriu para o jovem CSI.
_Olha ... Vocês vão aceitar meu convite ou não? Não vou fazê-lo duas vezes.
_Eu até aceito desde que tenha mais do que café na mesa. – Warrick alfinetou Greg já que da última vez que ele convidara os amigos pra tomar café, fora somente um café mesmo, sem acompanhamento, nem nada.
Nick e Catherine fizeram das palavras de Warrick as deles também.
_Tudo bem, vai ter mais do que café, satisfeitos?
_Sendo assim, eu aceito. – Warrick decretou sendo seguido por Catherine e Nick. Sara que até então estava calada, ao ser indagada pelos amigos sobre se aceitava ir, respondera que não.
_Por que não Sara?
Ela explicou que sua filha estava meio adoentada e que por isso queria ir direto pra casa ficar com Lívia.
_Sara, mais tarde eu dou uma passada na sua casa pra ver a Liv e levar um presentinho pra ela.
_Ela vai adorar te ver Nick.
_Bem ... Então se você não vai podemos deduzir que você também não, não é Grissom?
_Não, Cath. Eu vou com Sara até a casa dela.
_Sendo assim, vamos só nós quatro, não é gente? – os demais assentiram.
Os quatro se despediram de Sara e Grissom e saíram. Logo depois foi a vez do casal sair dali da sala de armários e seguir para o estacionamento do laboratório pra pegarem seus carros e irem embora pra casa de Sara. No meio do caminho Grissom mandou uma mensagem para o celular de sua namorada pedindo a ela para que parasse com ele numa loja de brinquedos pra ajudá-lo a escolher algo pra levar a Liv, o que ela aceitou.
Uns bons minutos depois deles terem parado numa bonita loja e escolhido uma linda boneca pra filha de Sara, os dois estacionavam em frente à casa da perita.
Entram e encontraram Liv deitada no sofá da sala.
_Meu amorzinho, como você está? – Sara se sentou ao lado da menina que também havia se sentado no sofá.
A menina antes de responder olhou pra Grissom e de imediato lembrou-se das palavras de seu pai ontem. Depois desviou o olhar do supervisor e olhou para mãe.
_A minha garganta ainda dói, mamãe.
_Any já lhe deu o xarope? – Liv assentiu. _E cadê ela?
_Estou aqui. – Any anunciou vindo da cozinha. _Fui buscar um copo de leite morno pra ela.
_Ela ainda teve febre Any?
_Graças a Deus, não. Mas se queixou de muita dor na garganta.
_Ligou para o pai dela pra avisar que ela está assim? – Sara questionou acariciando os cabelos da filha que olhava insistentemente para Grissom que até agora se encontrava calado. O supervisor não estava gostando nada da forma como sua enteada estava lhe encarando. Ela parecia aborrecida e ele podia jurar que seus olhos azuis como os deles, demonstravam que seu aborrecimento era com ele.
_Não foi preciso. Ele veio aqui ontem à noite e ficou com ela um bom tempo.
_Hum ... Filha, olha, o Gil veio te ver.
Após as palavras de Sara foi que o supervisor se aproximou do sofá onde mãe e filha estavam.
_Oi, princesa! ... Trouxe esse presente pra você. – ele estendeu a sacola enfeitada com desenho de bichinhos à menina.
A reação de Liv e suas palavras logo após o que Grissom disse, pegaram de surpresa aos três adultos ali na sala.
_Eu não quero nenhum presente seu. Você é mal! Não quero mais que seja meu amigo e nem namorado da minha mãe ... Vai embora daqui! – a menina saiu correndo da sala e subiu as escadas que levavam para seu quarto.
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