Judy estava concentrada em separar e organizar em ordem alfabética uma pilha de documentos que Ecklie havia lhe dado horas atrás antes de sair, quando ouviu uma voz grave lhe cumprimentando com um ‘’bom dia’’. Ela levantou a cabeça pra responder ao cumprimentou lhe feito e ao fazer isso se deparou com a imagem de homem extremamente bonito que se assemelhava bastante com o astro de Hollywood Bradley Cooper, o ator favorito de sua colega de apartamento, Cindy.

_Bom dia! – ela conseguiu dizer após uns segundos em que ficou fitando o homem a sua frente. Havia ficado encantada com ele que tinha um sorriso sedutor, olhos azuis magníficos e um perfume delicioso.

_Será que poderia me dar uma informação?

_Cla-claro! - gaguejou ao responder.

Ele sorriu levemente com o embaraço dela.

_Que informação o senhor deseja?

_Senhor está no céu! – em tom de brincadeira ele retrucou e logo em seguida sorriu mais largamente pra recepcionista que com aquilo quase perdeu o ar.

‘’Santo Deus! Que sorriso é esse e... Que homem é esse?!’’

_Você pode me chamar apenas de Dylan... Judy!

Ela arregalou os olhos em surpresa por ele saber seu nome. Será que ele a conhecia? Mas de onde, céus?

_Sabe o meu nome? Como?

Outro sorriso e ela estava começando a cair de amores por aquele gesto dele que o tornava adoravelmente sedutor.

_Está escrito aí no seu crachá! – sorrindo ele apontou para o cartão preso na lapela do blazer que ela usava.

_Ah, claro! – ela olhou pra onde ele apontou e sorriu toda sem graça. Era óbvio que tinha sido por conta daquilo. E ela achando que ele a conhecia. Que delírio seu! _E.. Então, que informação você deseja, Dylan? – ela repetiu a pergunta agora mudando a palavra final que usou pra se dirigir a ele.

_Sara Sidle ainda se encontra aqui?

_Sim!

_E ela está ocupada?

_A essa hora... - ela deu uma rápida olhada em seu relógio de pulso. __... Creio que não mais. Com certeza agora, ela deve estar junto com os demais, só esperando dar a hora do fim do turno, pra assim ir embora... Você quer falar com ela?

_Adoraria se não for atrapalhar você. Estou vendo que tem muito serviço. – ele apontou os papéis na mesa dela.

_ Não se preocupe com isso, eu só preciso ligar pra...

_Judy, Grissom já foi?

Jim se encostou ali no balcão onde a recepcionista ficava e nem sequer olhou ou para o homem que também se encontrava ali ao seu lado.

_Ainda não, capitão!... Ainda faltam alguns minutos para o turno dele e de sua equipe terminar.

_Ótimo! Eu preciso falar com ele e aposto que por conta de já ser quase fim do turno, ele deva estar batendo papo com o pessoal dele na sala de descanso, então vou lá.

O capitão ia se virar pra sair dali e ir atrás de Grissom quando Judy lhe pediu:

_Já que vai lá capitão, poderia avisar a Sara que esse rapaz chamado Dylan... – ela mostrou Dylan à Jim que olhou imediatamente pra ele. _... Está aqui na recepção querendo falar com ela?

_Dylan? – o capitão perguntou pra ter certeza de que tinha ouvido certo. Será que aquele seria o mesmo Dylan, ex-marido dela e que ele descobriu há pouco tempo por Sara, ser também seu afilhado? O capitão teve sua resposta no segundo seguinte a sua fala.

_Sim, Dylan. Sou ex-marido dela! – contou o agente.

A surpresa do capitão ao confirmar aquilo foi enorme assim como a de Judy ao descobrir que aquele 'tipão' era ex de Sara.

_Dylan Felton?? É você??

O agente franziu o cenho.

_Exatamente. Por acaso o senhor me conhece?

O capitão sorriu.

_Sim, muito. Vi você nascer e crescer... – Dylan ficou surpreso com isso. Começou a olhar mais atentamente para o homem. __... E certa vez, quando você tinha oito anos, me disse que queria ser policial que nem eu!

_Eu já sei o que quero ser quando for grande, padrinho. – disse um Dylan garotinho segurando uma miniatura do carro de polícia que havia acabado de ganhar de seu padrinho Jim que o tinha em seu colo.

_Ah é?! Então, me conte o que você quer ser, capitão Dy? – um Jim bem jovem perguntou bagunçando os cabelos do afilhado querido e chamando-o pelo apelido que ele mesmo havia posto no garoto.

_Um policial igual a você!

_Eu não posso acreditar!... Padrinho?!

_Eu mesmo... Capitão Dy!

Os dois imediatamente trocaram um longo abraço. Eram muitos anos sem se verem, 25 pra ser mais exato. Dylan ainda era um garoto com seus doze anos, quando seu padrinho teve que mudar de cidade por conta de sua transferência para outro distrito policial situado numa cidade mais longe da qual residia. Por dois anos eles mantiveram contato, mas depois a família de Dylan mudou-se pra Chicago e o contato de Jim com o afilhado e a família dele, foi perdido, e nunca mais eles se falaram ou se viram, até esse momento.

Após uns segundos os dois desfizeram o abraço.

_Minha nossa, como você cresceu! – comentou Jim olhando o afilhado de cima a baixo. _Nem parece aquele molequinho franzino que eu vivia carregando até seus oito, nove anos. Lembra-se?

Ele apenas assentiu em resposta.

Realmente ele havia sido um garoto miúdo e franzino. Mas ao ir crescendo foi tornando-se um homem encorpado e com alguns músculos como era atualmente.

_E seus pais como estão?

_Muito bem. Você conhece a Sara? Ela foi minha esposa.

_Conheço sim. Ela me contou algumas semanas atrás que era sua esposa. Até então, eu não sabia e nem ela. Ela foi descobrir isso depois de encontrar uma foto sua ainda bebê no meu colo. Ela até me deu uma cópia da foto.

_Ela ainda tem essa foto, não acredito! – ele sorriu e o capitão também. _E minha filha, o senhor conhece? Já viu?

_Sim, conheço e já vi muitas vezes. Ela é linda, parece uma bonequinha.

_É sim... Ela é linda que nem a mãe dela! – ele contou bobamente.

Essa fala de Dylan fez imediatamente Jim perceber que ainda haviam sentimentos fortes da parte de seu afilhado pela mãe de sua filha. Será que ele já sabia que ela tinha alguém? E mais, que esse alguém era muito bem quisto por ele, seu padrinho?

_Bem, eu vou te levar até onde a Sara está. Não terá problema algum nisso não é Judy? – ele olhou para a recepcionista que assistiu a toda a cena dos dois ali.

_Deixa só eu pegar um crachá de visitante. – ela remexeu em uma gaveta e depois de encontrar o objeto o estendeu a Dylan. _Aqui!

_Obrigado, Judy!

_De nada! – lhe sorriu.

_Vamos?

_Claro!

Os dois seguiram corredor adentro. Assim que eles se afastaram dali chegou uma técnica do laboratório que não se aguentando de curiosidade foi até a recepcionista pra descobrir quem era o bonitão que entrou com o capitão.

_Quem é aquele tipão que com o capitão Brass?

_Você vai cair pra trás quando souber.

_Fala logo!

_Ele é ex-marido da Sara.

_Sara... Sara... Que Sara?

_A perita do turno da noite.

_A que está namorando com o supervisor dela, o Grissom?

_Ele não é mais supervisor dela. Agora ela se reportar a Catherine, mas sim é ela mesma.

_Nossa que bom gosto ela tem!

_Concordo em gênero, número e grau! – a recepcionista retrucou sorrindo.

Na sala de descanso...

_Vocês tinham que ver a cara de pavor do Greg quando a tiazinha começou descaradamente a se insinuar pra ele na frente do marido. –Nick contava aos risos. _E ainda teve mais, na saída da casa ela ainda deu uma apalpada nele.

_Nick?? Sacanagem você contar isso, cara!

Todo mundo caiu na risada com insatisfação do mais jovem do grupo.

_Aí Sanders, fazendo sucesso com a tiazinha! – Warrick começou a zoar dele.

_“Tô’’ me debulhando de tanto rir, Warrick Brown.

_E o marido dela, Nick?

_Ah, Sara, ele era um bobão que não percebeu nada ou se percebeu dissimulou.

_Você pegou o telefone da tia não é Greg? Olha que ela por ser mais experiente pode te ensinar muita coisa na arte do amor e do... Sexo.

Novamente vieram muitas risadas de todos menos de Greg.

_Ei, qual é o motivo de todas essas risadas? Do corredor dá pra ouvi-las. – Jim falou entrando na sala sozinho já que Dylan ficou do lado de fora da sala esperando o momento em que seu padrinho o chamaria pra entrar ali. O agente combinou isso com Jim enquanto os dois se encaminhavam pra sala. Dylan alegou que queria fazer uma pequena surpresa a Sara que não sabia que ele estava ali. Jim inocentemente, achando que a perita fosse se agradar com aquela surpresa, concordou com afilhado.

_É que eu ‘’tô’’ contando para o pessoal, Jim, sobre a mulher que deu em cima do Greg bem na nossa frente e na do marido e depois na saída ainda deu uma apalpada no garanhão aqui. – Nick apontou para Greg.

_Tenho que confessar que... – o capitão riu lembrando-se do ocorrido com Greg. _... Essa situação aí foi bem engraçada e... Constrangedora.

_Eu diria mais engraçada do quê constrangedora.

_Pois, eu já acho o contrário, Nick! – Greg olhou de cara amarrada para o amigo que era só riso assim como os outros, por conta de toda aquela perturbação que lhe faziam.

Era fato que o pessoal quando tinha a oportunidade de azucrinar e zoar com Greg, eles faziam isso bastante, pois muitas vezes era o jovem quem fazia isso com um deles.

_Mas agora deixando essa história do Greg de lado.

_O que eu agradeço imensamente porque isso já deu! – retrucou Greg interrompendo a fala de Jim.

_Sara estou com alguém aí fora que quer falar com você.

_Comigo?? – franziu a testa achando aquilo estranho. _Quem é Jim?

O capitão chamou por Dylan e assim que ele entrou na sala a expressão de Sara se fechou imediatamente e a de Grissom também.

_O que você veio fazer aqui Dylan?

_“Oi’’ pra você também, Sara. – ignorou a pergunta feita por ela. _Não vai me apresentar a seus colegas de trabalho? Se bem que dois deles eu já conheço... Olá, dr.Grissom! – cinicamente ele cumprimentou o supervisor que não lhe respondeu. _E aí, Nick? Tudo bem? – acenou para o perito que meio pego de surpresa retribuiu o aceno dele. Dylan já conhecia Nick de anos. Muitas vezes o perito foi a casa de Sara em Chicago pra visitar a amiga e Lívia.

_Tudo, Dylan. E com você?

_Agora, tudo perfeito Nick, pois estou perto das duas pessoas que tanto amo. – seu olhar foi certo em Sara.

_Dylan?! – Sara falou em tom de repreensão pelo que ele havia dito. Não estava nada satisfeita com suas palavras e muito menos com sua presença ali.

_O que foi? – ele fez-se de inocente.

_Não... Começa!

_Começar com o quê? – sorriu.

Logo em seguida Dylan notou na fisionomia de Sara que a ex não estava apreciando aquele ‘’joguinho’’ feito por ele, então imediatamente Dylan parou por ali, até porque, aquela situação era pra aborrecer Grissom e não Sara.

_Não vai me apresentar a eles? – ele tornou a insistir.

Sara bufou impaciente. Logo depois fez rapidamente as apresentações.

_Dylan esses são: Greg, Warrick e Catherine, meus amigos e colegas de trabalho. Pessoal, esse é Dylan Felton, meu EX-MARIDO. – ela deu ênfase na última palavra enquanto encarava o ex seriamente.

_Olá! – sorrindo e ignorando por completo a seriedade de Sara, Dylan cumprimentou os amigos da ex. O pessoal que ficou momentaneamente atônitos por saber que estavam diante do ex de Sara, recuperaram-se do susto e cumprimentaram Dylan apenas com um aceno de cabeça.

_Agora pode responder o que te perguntei segundos atrás? O que veio fazer aqui, Dylan?

_Vim te buscar porque gostaria muito que viesse tomar café comigo, só nós dois, lá no hotel que estou hospedado. Preciso conversar com você sobre...

_Ela não vai tomar café com você em hotel nenhum pra conversar sobre sabe-se lá o quê, que queira conversar com ela. – pondo-se de pé, Grissom decretou isso interrompendo assim a fala de Dylan.

Todos ali olharam para o supervisor que mantinha seus olhos fixos em Dylan. Era muito abuso daquele sujeito dizer aquilo a Sara bem na frente dele, que era namorado dela.

_Não sabia que além de namorado da Sara, o... Senhor fosse dono dela também. – provocou Dylan.

_Não sou dono dela!

_Mas está agindo como se fosse um. E pelo que conheço BEM da Sara, ela detesta homens que agem assim, não é meu bem?

_Não a chame assim.

_Assim como?

_Já chega os dois! – Sara resolveu pôr um fim nessa discussão dos dois antes que os ânimos se exaltassem mais do que começavam a se exaltar.

Em silêncio absoluto, os demais ali na sala assistiam aquela cena de enfrentamento entre Grissom e Dylan, com apreensão e atenção caso precisassem intervir.

_Dylan, eu não vou tomar café com você em hotel algum. E se queria conversar comigo que fosse a minha casa e não que viesse aqui.

_Eu quis aproveitar pra conhecer o lugar onde você trabalha apenas isso. Mas pelo visto... – olhou para Grissom que estava seríssimo pra ele. _Essa não foi uma boa idéia.

_Foi uma péssima idéia! Não tem nada que vir aqui no trabalho dela e ainda mais pra chamá-la pra tomar café com você.

Grissom estava irritadíssimo com isso e também, com a presença de Dylan e principalmente, com o fato dele ter novamente chamado Sara de ‘’meu bem’’ na sua frente.

_Qual é o seu problema... Senhor?

_O meu problema? Eu vou te dizer qual é o meu problema. – ele deu a volta na mesa calmamente e parou à uma distância razoável de Dylan. _Eu estou farto dessa sua insistência em ficar perto da Sara. De viver infurnado na casa dela dia e noite e de usar as visitas que faz a Lívia como pretexto pra ficar cercando a Sara.

De uns dias pra cá essa suspeita começou a povoar a cabeça do supervisor sempre que encontrava Dylan na casa de Sara. Queria muito estar enganado quanto àquilo que achava, mas algo lhe dizia que aquele sujeito começava a usar o fato de ir ver a filha pra ficar rondando Sara. E o supervisor não estava errado nisso.

_Esse seu namorado está louco, Sara!

_Não, não estou. E louco é você, moleque!

_Gil já basta! – Sara pediu indo até ele e segurando em um de seus braços que ainda tinha o outro sendo seguro por Catherine, que segundos atrás havia se posto de pé ao lado amigo.

_Eu não vou admitir que me chame assim. Eu não sou nenhum moleque!

Jim segurou no braço do afilhado quando ele ameaçou chegar mais perto ainda de Grissom.

_Não é moleque, mas, no entanto, age como um. Ou será que já se esqueceu de que dias atrás agiu assim ao me ameaçar todo arrogante feito um moleque mimado?

_O quê?? Dylan, você ameaçou o Grissom? – Sara olhou incrédula para o ex.

_Claro que não! – mentiu. _Esse velho está inventando!

Grissom sentiu o sangue ferver naquele momento.

_Como é que é?? Do que foi que me chamou?