Capítulo 82 - Confronto, reencontro e indo falar com um ex
_Ei! Você me parece bastante animada pra voltar à ativa né? – Any comentou ao entrar no quarto de Sara e vê-la toda sorridente enquanto se aprontava para voltar a trabalhar.
_Você não faz idéia do quanto eu realmente estou animada pra isso Any. – a morena abotoava sua blusa.
Depois de duas semanas de suspensão ela enfim voltaria a trabalhar no laboratório. Porem, ainda tinha que maneirar no serviço por conta de sua mão. Apesar de ela não estar mais imobilizada apenas com uma proteção desde anteontem, ainda sim, requeria cuidados e por recomendações médicas, Sara não podia forçá-la tanto.
_Até parece que não gostou de ficar uns dias de ‘’molho’’ em casa e sem trabalhar. – Any brincou.
Sara sorriu.
_Realmente eu gostei de ficar de ‘’molho’’, porque assim pude aproveitar pra matar a saudade da minha filhota, mas confesso a você que já estava sentindo falta de trabalhar. Amo o que faço, Any e ficar sem meu trabalho por tantos dias assim, sem ser por conta de férias, já estava começando a me incomodar, sabe?
Ela fez uma careta engraçada que Any riu de imediato.
_Sei disso! – a babá disse após cessar o riso. _Mas me diz, Grissom vem te buscar?
_Ai, dele se não vier... Eu parto aquele limão azedo em dois!
Assim que ela terminou de dizer isso as duas caíram na gargalhada. Em meio às risadas elas ouviram a campainha tocar.
_Deve ser ele.
_Ou o Dylan que veio ver a Lívia.
_Ai nem me fale, Any. Dylan parece querer criar raízes aqui na minha casa. Ele não saí daqui, é incrível isso! Eu não ‘’tô’’ vendo a hora do Gil se irritar mais do que ele já anda irritado com isso. – Sara falava enquanto as duas saíam do quarto e se encaminhavam para a sala.
O que a morena acabava de dizer era uma grande verdade, Dylan não saía de sua casa. De manhã cedo ele já aparecia lá pra apanhar Liv e levá-la à escola coisa que era Any que fazia, mas que ele tomou pra si enquanto estivesse na cidade. Depois voltava pra deixá-la em casa após a aula. Às vezes, por pedido de Liv à Sara, ele acabava almoçando na casa e até chegava a passar a tarde toda ali com a filha, só indo embora a noite quando a menina já adormecia.
Toda essa presença constante dele ali na casa incomodava e irritava muito Grissom, e Dylan, sabia disso, tanto que fazia isso só pra provocar veladamente a ira e o ciúme do rival.
E realmente ele estava conseguindo isso!
Grissom achava aquelas visitas do ex-marido de Sara a casa dela pra ver a filha deles, um tremendo abuso já. Ele não tinha horários pra aparecer lá, vivia a todo instante entrando e saindo da casa como se morasse lá e Grissom não andava gostando nada disso.
Dias atrás, o supervisor já cansado de ter que aturar calado essa situação de visitinhas e estadias constantes de Dylan a casa de sua namorada, resolveu soltar o verbo com Sara. Só que isso quase culminando em uma discussão séria entre eles por conta de uma insinuação feita por Grissom a qual Sara ficara imensamente desgostosa.
_Ele não saí mais da sua casa, Sara. – Grissom reclamou jogando suas pastas sobre o sofá. _Eu chego lá e sempre dou de cara com seu ex na casa. Isso está enchendo a minha paciência já! Não estou mais suportando isso.
Grissom despejou de uma só vez tudo isso assim que eles entraram no apartamento dele, após ter ido à casa de Sara pra vê-la e encontrar mais uma vez Dylan por lá. A morena que tinha acompanhado Grissom até seu apartamento a pedido dele pra conversarem exatamente sobre isso que falavam, resolveu questioná-lo logo após ele ter dito aquelas coisas.
_Gil, o quê quer que eu faça?... – tentou manter a calma e paciência na fala pra evitar brigas com ele. _Ele está lá pra ver a Liv e eu não posso impedi-lo disso, amor. Jamais faria uma coisa dessas.
_Não estou pedindo que faça isso. Longe de mim, pedir uma coisa dessas. – tratou logo de esclarecer. _Mas tome uma providência. Imponha limites à ele. Estipule horários pra que esse cara possa ver a filha de vocês... Ou eu vou começar a achar que você gosta de tê-lo enfiado constantemente em sua casa.
Ouvir isso foi à gota d’água pra Sara que até agora fazia o possível pra relevar essa cena toda do namorado na intenção deles não brigarem por conta do ex dela como vinha acontecendo algumas vezes.
_Você não disse isso, disse Grissom? – retrucou seriamente Sara enquanto o encarava firmemente.
Aquilo havia sido demais desagradável de ouvir. Como aquele idiota era capaz de dizer tal despropósito como aquele?
Grissom se deu conta que havia extrapolado nas palavras. Percebeu pela expressão com a qual era encarado por Sara, que ela não havia gostado do que ele disse e mais, que ela havia se magoado com suas palavras.
Imediatamente o supervisor se arrependeu de sua infeliz insinuação e lhe pediu desculpas, mas era tarde pra isso.
_Engula suas desculpas. – ela lhe respondeu secamente.
_Sara, por favor.
_Por favor, uma ova! – ela se irritou. _Sabe de uma coisa? Você tem razão. – ele franziu a testa sem entender a quê ela se referia. _É, eu gosto sim, de ter enfiado na minha casa, o homem que me pôs um par de chifres com a colega de trabalho dele, a qual se dizia minha amiga. – ela vociferou ao namorado que apenas a olhava. _Você não sabe o que diz, Grissom. Eu vou embora, não tenho porquê ficar ouvindo essas asneiras que diz.
Ela apanhou sua bolsa e se dirigiu pra porta, mas antes que a alcançasse, Grissom se meteu em sua frente impedindo-a de seguir adiante.
E completamente arrependido de suas palavras o supervisor implorou por seu perdão. Alegou que fora o ciúme quem tinha falado por ele e que não era sua intenção magoá-la.
_Tarde demais, você já magoou. Saí da minha frente, Grissom. – pediu.
_Não! Por favor... Perdão, meu amor! – ele segurou suas mãos que naquele momento se encontravam frias por conta da raiva que sentia de seu namorado.
_Olha... Pare bem pra pensar e analisar o que me disse e verá que não foi nenhum pouco tolerável e muito menos agradável de ouvir. – ela retrucou largando sua mão da dele e se afastando dele.
_Eu sei que passei da conta. – ele foi até ela. Não deixando que se afastasse dele. Sabia que corria o risco de levar um safanão, mas pouco se importava com isso. Queria apenas desfazer o quanto antes esse mal que ele mesmo tinha causado ali entre eles. _Não devia ter dito o que disse.
_Não mesmo.
Ele pegou em sua mão novamente e a fez virar-se pra ele já que ela se encontrava de costas.
_Me perdoe? – ele pediu suplicante. Sabia que tinha errado feio no que disse e que tinha que pedir desculpas, ou melhor, perdão pelo ocorrido. Porem a questão era saber se seria perdoado.
Esperava que sim!
_Você é um idiota, Grissom. – ela resmungou após alguns segundos.
_Eu sou... – ele concordou. Sabia que era mesmo por conta daquela cena toda. _Sou tudo o que você quiser... Um idiota... Um ciumento... Um chato... E muitas outras coisas, mas eu te amo... Perdoe-me por tê-la magoado com minha insinuação infeliz?... Eu te imploro!
Ela suspirou. Sua raiva e suas defesas caíram por terra com o que ele acabara de lhe dizer. Como ia conseguir não perdoar aquele homem de olhos azuis suplicantes, que mais parecia um garoto lhe implorando por perdão?
_Tudo bem... Eu vou te perdoar. – ele sorriu aliviado. _Mas nunca mais repita o que disse. Ouviu bem?
_Eu prometo que não vou repetir. – ele fez com os dedos indicadores um sinal de cruz e os beijos como forma de juramento. Lembrava-se de uma vez ter visto Lindsey fazer isso pra Catherine após lhe jurar algo.
_Grissom, eu ‘’tô’’ falando sério.
_Eu também. – sorriu de lado.
Ela o encarou tentando ficar séria, mas foi impossível com ele lhe sorrindo daquela forma.
_O que eu faço com você, hein? – ela perguntou esboçando um sorriso.
Ele se aproximou dela e tomou sua boca na dele, em um beijo que selava a paz novamente entre eles e que logo depois acabou culminando em uma manhã deliciosa de amor. ’’
Assim que Any abriu a porta quem ela vê parado ali? Ele mesmo, Dylan!
Ele prontamente a cumprimentou e logo em seguida ela lhe deu passagem pra entrar na casa.
_Dylan? Que surpresa!! – Sara lhe disse com certa ironia que foi imediatamente percebida por seu ex.
_Olá! Eu vim ver a Liv! – meio sem jeito ele falou aquilo.
_Claro! – ela meneou a cabeça. _Isso não é novidade! Todo dia vem vê-la não é?
Por mais que seu ex não desse mais em cima dela o que Sara agradecia imensamente. Era lógico que a presença constante dele ali não era algo que a agradasse porque isso causava certo abalo em sua relação com Grissom.
Dylan não deixava de notar que sua presença incomodava sua ex e isso, lhe deixava em sinal de alerta. Aquele comportamento dela em manter-se arredia com ele, mesmo ele tendo ‘’mudado’’ seu jeito com ela e parado de lhe lançar flertes e galanteios como era de seu habitual antes, além de ter parado de lhe falar sobre seus sentimentos por ela, ainda sim, Sara se mantinha a margem dele e também não lhe dava muita abertura pra conversas que não dissessem respeito à Lívia. E dessa forma, tudo isso fazia Dylan pensar que a tarefa de reconquistar a ex fosse bem mais complicada do que ele achava. Porem, por mais difícil e complicado que parecesse, ele não desistiria daquilo. Era seu propósito ter de volta em sua vida à mulher por quem ainda era inteiramente apaixonado.
Antes que mais alguma palavra fosse proferida na sala, Lívia apareceu ali e quebrou o clima meio tenso que começava a se forma entre seus pais.
Alguns minutos depois a campainha tocou de novo, era Grissom. Logo que ele entrou ali após Any ter aberto a porta, seus olhos foram de imediato bater na figura de Dylan que se encontrava sentado no sofá da sala junto com Lívia. Obviamente Grissom detestou ver mais uma vez aquele sujeito na casa de sua namorada, mas o que podia fazer? Tinha que engolir a seco a presença daquele cara ali, ainda que fosse indigesto de engolir.
Lívia logo que viu Grissom aparecer ali, largou o que fazia que no caso, era pintar um livro de colorir que seu pai havia lhe trazido, e foi dar um abraço no supervisor como sempre fazia pra cumprimentá-lo. Isso já havia se tornado um hábito da menina que agradava muitíssimo Grissom. Bastava Liv vê-lo chegar a casa pra ir até ele e lhe abraçar bem apertado.
Toda essa cena e esse carinho da menina com Grissom foi assistido com desagrado pelo pai dela. Dylan odiou ver aquilo, só que o pior veio depois quando teve que ver Grissom abraçar e beijar Sara bem na sua frente apenas pra provocá-lo, porque Dylan sabia perfeitamente que aquilo era pra provocá-lo, e ele não estava errado nisso.
Após o beijo ele ainda viu Grissom lhe encarar e depois exibir um discreto sorriso de puro deboche à ele. Aquilo lhe deu mais ódio tanto quanto vê-lo beijar a mulher que Dylan ainda considerava como sendo SUA.
Sara percebendo a trocar de olhares fuzilantes entre os dois homens, tratou logo de chamar a atenção de um deles, no caso seu namorado que era o que estava bem a sua frente.
_Para de ficar encarando o Dylan, Grissom. – ela murmurou fingindo ajeitar a gola de sua camisa.
_Ele está me encarando também. – ele retrucou sem tirar os olhos de Dylan.
_Mas eu estou pedindo pra VOCÊ parar com isso.
Ele fez o que ela pediu e olhou-a.
_Pronto... Parei!
_Ótimo!
_ Já está pronta?
_Sim. Vou só voltar ao quarto pra apanhar minha bolsa que esqueci lá.
_Vá lá então.
Ela então subiu as escadas e sumiu dali. Dois segundos após sua saída, Liv encasquetou de pedir a Any pra irem ao quarto da menina pegar um brinquedo ao qual ela tinha ganho do pai ontem e que se encontrava no alto de seu guarda-roupa, pra mostrá-lo a Grissom. A babá não achou uma boa idéia sair dali e deixar aqueles dois homens sozinhos, já que ambos vire-mexe se encaravam feito dois adolescentes de colegial prontos a se engalfinharem ali na sala.
_Liv outro dia você mostra para o Grissom isso.
_Ah não, vem Any! – a menina puxava a babá. _Espera aí Gil que eu já volto ‘’tá’’?
Ele assentiu pra menina.
Any subiu as escadas as pressas com Liv e rezou pra Sara não demorar a retornar do quarto e que quando isso acontecesse, ela encontrasse a sala intacta e aqueles dois vivos.
_Escuta bem o que eu vou te dizer Grissom... – Dylan ficou de pé e apressou-se em lhe dizer isso assim que viu sua filha e Any sumirem dali. _... Aproveite enquanto pode, porque seu tempo com Sara está quase acabando.
_O que está querendo dizer com isso? – Grissom chegou mais perto de Dylan e o encarou muito sério.
_Que logo ela estará comigo de novo... Coroa!
Imediatamente o supervisor segurou Dylan pela gola de sua camisa fina e bonita.
_Olha aqui moleque, isso nunca vai acontecer!
_ Eu não sou moleque. E isso vai sim acontecer! – Dylan o empurrou. _Porque eu vou tirá-la de você!
_Não ouse se aproximar dela ou vai se vê comigo. – Grissom apontou o dedo pra ele.
_Ela é minha mulher.
_Ex-mulher!
Dylan riu com ironia.
_Ai, doutor Grissom... Sara já foi minha uma vez e vai ser de novo. Logo, logo vou tê-la em meus braços e em... Minha cama novamente... E você não vai ser impedimento pra isso.
O supervisor cerrou os punhos e ia levantar a mão pra acertar em Dylan um belo soco só que desistiu disso ao ouvir a voz de Lívia que retornava do quarto acompanhada de Any e Sara que havia topado com elas no corredor e ficou apavorada ao perceber que seu ex e seu atual haviam ficado por alguns instantes a sós na sala.
_Olha Gil! – Liv se aproximou dele e lhe mostrou a casa de bonecas que havia ganho. _Não é bonita?
_É sim, princesa. – ele forçou um sorriso pra menina na tentativa de disfarçar seu mal-estar pelo que ouviu a pouco de Dylan.
Sua namorada que já o conhecia notou que algo estava errado com ele. Olhou pra Dylan na intenção de achar algum indício de algo que ela não fazia idéia do que fosse. Só que não encontrou nada. Resolveu questionar Grissom discretamente.
_Está tudo bem com você? – ela murmurou pra Grissom que apenas assentiu.
Só que Sara não conseguiu acreditar nisso, pois via sua expressão denunciando que nada estava bem. Porem deixou pra tirar dele a verdade quando estivessem a sós.
_Filha outro dia você mostra melhor a casinha para o Gil. Agora ele e eu temos que ir para o laboratório.
A menina balançou a cabeça positivamente. Em seguida Sara se despediu dela assim como Grissom também. Depois Sara se dirigiu a Dylan lhe dizendo que não era pra ele se demorar ali porque Lívia tinha que dormir cedo pra ir a escola amanhã. Ele respondeu que daqui a pouco já iria e lhe deu ‘’tchau’’, ela apenas respondeu da mesma forma.
_Vem, Gil. Vamos! – ela segurou em seu braço e foi guiando o supervisor até a porta.
_Tchau, doutor Grissom!
De cinismo Dylan lhe disse aquilo.
O supervisor que já se aproximava da porta, virou-se pra Dylan quando o ouviu dizer aquilo. Quão cínico era aquele sujeito! Depois de tudo que lhe disse ainda tinha a cara de pau de lhe dirigir a palavra. Era o cinismo em pessoa mesmo. De forma seca Grissom respondeu ao que Dylan lhe disse e logo depois saiu dali com uma Sara intrigada em seu encalço.
Nem bem eles entraram no carro do supervisor e Sara foi logo o questionando sobre o que tinha acontecido entre ele e Dylan na sala enquanto eles ficaram sozinhos. Grissom achou melhor não contar a ela sobre o ocorrido porque ele mesmo se entenderia com aquele sujeito. Não queria que ela ficasse tomando suas dores com seu ex. Quanto mais ela ficasse longe daquele Dylan seria melhor.
_Não houve nada. – ele colocou o cinto de segurança e ligou o carro.
_Não acredito nisso. – ela retrucou fitando-o fixamente. _A sua cara está me mostrando que aconteceu algo.
_Mas não aconteceu, Sara. Agora faça o favor de colocar o cinto pra irmos? – ele lhe olhou rapidamente.
Ela percebeu que ele não lhe diria nada nem que o torturasse e então colocou o cinto e se calou. Durante o trajeto ao laboratório nenhuma palavra foi trocada entre eles.
Quando ela entrou na sala de descanso foi recebida com abraços e mais abraço de seus amigos que sentiam muita falta dela e de seu gênio explosivo por aqueles corredores do laboratório.
Alguns bons minutos de trocas de conversas entre ela e os outros, e logo depois, o turno começava com ela ciente de que a partir de agora tinha que se reportar a Catherine e que não mais dividiria cenas de crime com seu namorado como muitas vezes acontecia.
Sara trabalhou com Greg. Enquanto os outros quatros se uniram em um caso só. Grissom durante todo o turno não conseguiu se concentrar completamente no trabalho. A todo instante as palavras de Dylan vinham ecoar em sua cabeça. Teve momentos em que ele quis sair do laboratório e ir procurar aquele sujeito pra fazer o que tinha sido impedido de fazer, só que respirou fundo e tentou ocupar sua mente com o trabalho.
*****
Alguns dias passaram-se e Sara teve um reencontro nada agradável com alguém que ela pensava nunca mais ver na sua frente.
A morena andava a procura de Grissom pra que ele lhe tirasse uma dúvida sobre um inseto encontrado no corpo de uma vítima em estado de decomposição na cena de crime que trabalhava, quando de repente trombou com alguém.
_Teri??
Mas o que diabos aquela mulher fazia ali novamente?? Ela não tinha voltado pra Los Angeles há dias atrás??
_Sidle. Como vai? – fingiu cordialidade.
_Não vem com essa pra cima de mim Teri. – cortou a morena. _ O que faz aqui?
A loira riu e com enorme satisfação respondeu aquilo.
_Bem... A partir de amanhã e pelos próximos... Sete meses... Eu trabalharei aqui no laboratório.
A cara de incredulidade de Sara foi visível.
_É piada?
_Bem que você gostaria que fosse, mas não é. – a loira riu de ironia coisa que fazia bem. _Vivian, a perita do intermediário, entrou de licença maternidade e Conrad me ligou perguntando se eu não gostaria de assumir a vaga.
_Ah! E obviamente você não pensou duas vezes em aceitar isso não é?
_Óbvio!... Agora vou ter bastante tempo pra ficar perto do Meu adorável Grissom e tirá-lo de você.
_Nem se atreva a isso.
_Pois vou me atrever... Até loguinho, Sidle! – a loira deu um largo sorrido debochado a Sara. Depois lhe deu as costas e saiu dali assoviando alegremente provocando a ira de Sara.
_Desgraçada! – xingou baixinho a morena vendo a outra mulher sumir mais adiante.
Segundos depois Nick apareceu ao seu lado munido de alguns papéis.
_Aí Sara, falou com o Grissom sobre o inseto?
_Não. E pra ser sincera eu ainda nem o encontrei!... Nick, você já sabe que a Teri vai trabalhar aqui no laboratório no turno intermediário durante sete meses? – ela perguntou de uma só vez.
_Não. Ela vai é? – Nick não gostou de saber aquilo.
_Vai.
_Quem te contou isso Sara?
_A própria Miller fez questão de jogar isso na minha cara agora a pouco.
_Sara, escuta. Deixa essa mulher pra lá. Trata de esquecer dela. Já chega de confusão com ela. Você quase perdeu seu emprego aqui por conta disso.
_Bem que eu tento esquecê-la, Nick. Mas a infeliz vive aparecendo pra me lembrar da sua desagradável existência. – resmungou a morena.
_Faz um esforço e esquece dela.
_Ah, claro, como se isso fosse fácil.
_E é... Agora chega desse papo e vamos atrás do Grissom. Ainda temos um caso pra solucionar.
Nick saiu puxando a amiga pela mão. Dobrando o corredor eles enxergaram o supervisor mais adiante falando com o Xerife. Esperaram alguns segundos e assim que os dois homens trocaram um aperto de mão dando a entender que já se despediam e que a conversa havia sido encerrada, Sara e Nick se aproximaram deles. O xerife os cumprimentou e em seguida foi embora.
Após a saída dele, Nick então perguntou a Grissom sobre o inseto. Prontamente, o supervisor lhe falou tudo o que sabia e o que fosse útil aos dois na resolução do caso.
Enquanto Sara estava ali ao lado de Grissom que falava com Nick, a morena sentia a língua coçar pra questionar seu namorado sobre Teri. Queria descobrir se ele já sabia que aquela mulherzinha ficaria ali. Só que ela desistiu disso e achou melhor fazer isso outra hora.
Com as dúvidas esclarecidas acerca do que queriam saber, os dois peritos saíram pra continuar a investigar o caso em que trabalhavam.
Grissom não deixou de estranhar o fato de Sara sequer dizer uma palavra enquanto esteve ali e principalmente, dela ficar lhe olhando insistentemente, pois o supervisor percebeu isso. Enquanto falava com Nick, Grissom notou de canto de olho que Sara não tirava os olhos dele. Olhava-o de um jeito inquisidor e desconfiado, que supervisor já começava a se incomodar.
Assim que tivesse uma oportunidade durante o turno a procuraria pra saber o porquê daquilo. Porem, não foi preciso Grissom fazer isso porque ela mesma o fez horas mais tarde.
Sara apareceu na sala dele quase no fim do turno e de cara já foi lhe perguntando direto e reto, se ele já sabia sobre a permanência de Teri ali no laboratório pelos próximos meses. Sete meses pra ser mais exata.
Grissom resolveu dizer a verdade pra não se meter em encrenca depois caso Sara descobrisse aquilo mais adiante. Dessa forma, ele então lhe confirmou que já sabia porque Teri tinha vindo lhe dizer isso muitas horas atrás.
A loira tinha feito questão de procurá-lo só pra lhe informar isso, como se pra ele aquilo interessasse. Antes talvez até interessasse, mas agora pouco se importava.
_Que rapidinha ela! Não perdeu tempo em vim te procurar pra contar isso não é? Ficou contente com a notícia, querido? – usou de sarcasmo pra lhe perguntar isso. E ele usou da mesma coisa pra responder.
_Nem imagina o quanto, querida. Dei até pulos de alegria! – riu com ironia fazendo Sara rir de verdade daquilo. Depois já séria ela disse à ele:
_Pressinto que ter essa mulher aqui de novo, vai ser pior do que foi da primeira vez!
_Ei! Nós vamos superar a presença dela aqui. Superamos da outra vez. É bem verdade que foi com alguns arranhões, brigas e hematomas pelo caminho, mas nos saímos bem. E vamos conseguir isso de novo. Só que dessa vez vai ser diferente. Ela não vai mais me enganar com suas intrigas. Vai dar tudo certo, está bem? – piscou e sorriu pra ela que apenas assentiu a ele.
A intuição dela lhe dizia que as coisas não iam ser tão tranquilas daqui pra frente. E o pior é que a intuição da morena estava corretíssima.
*****
Ela chegou ao seu pequeno e recém-adquirido apartamento com um sorriso enorme nos lábios. Adorou ver a reação de desagrado de Sara ao lhe esfregar na cara que estava de volta ali e que agora era por um bom tempo sua estadia no laboratório.
Quando saiu daquele lugar por conta do retorno da rival de sua suspensão, Teri pensou e pensou numa forma de regressar para o laboratório, mas não conseguiu encontrar uma solução para aquilo. A loira quebrou a cabeça nisso, mas nada. Até que quando foi na semana passada ela recebeu a ligação de Conrad e vibrou de alegria com o convite do Diretor do Laboratório de voltar a trabalhar lá de novo de maneira temporária pra cobrir a licença de uma perita do intermediário. Era tudo o queria. Sem hesitar, ela aceitou a proposta feita por seu velho amigo. E cá estava ela de volta a Vegas e ao Laboratório Criminal.
Nos dias que antecederam seu retorno pra cidade do pecado, Teri resolveu fazer uma minuciosa ‘’investigação’’ sobre a rival, Sara Sidle. Descobriu várias coisas sobre a morena, dentre elas, a que julgava ser a principal, sobre o ex-marido de Sara.
Teri descobriu que o ex da morena ainda era completamente apaixonado pela perita, que vivia tentando reconquistá-la e o melhor de tudo, que ele se encontrava em Vegas. A loira ficou radiante e exultante quando soube disso. Pelo visto, agora os ventos sopravam ao seu favor.
Ligações aqui e acolá, e Teri conseguiu saber sobre o paradeiro de Dylan em Vegas. Soube que ele estava hospedado no hotel Regente e pretendia lhe fazer uma visitinha amanhã mesmo.
_Sidle... Sidle... É agora que eu te tiro do meu caminho. – a loira sorriu olhando para o endereço do ex da rival.
Dia seguinte...
Ela chegou por volta das nove da manhã ao luxuoso hotel Regente. Foi direto a recepção e perguntou pela pessoa que tanto queria falar. A jovem que ali trabalhava lhe informou que o homem havia passado há pouco em direção ao restaurante do hotel e Teri seguiu imediatamente pra lá.
Como o lugar não se encontrava com tanta gente foi fácil pra loira encontrar Dylan. Ela já sabia como ele era fisicamente porque havia conseguido uma foto dele com uma amiga que tinha no FBI e que por coincidência, trabalhava com Dylan. Fora essa amiga de Teri que lhe contara tudo sobre o agente.
Assim que o enxergou tomando café, ela foi até ele.
_Dylan Felton?
O homem levantou a cabeça e se deparou com uma mulher loira e que lhe era completamente desconhecida.
_Sim. Sou eu mesmo. E você quem é?
_Sou Teri Miller. – ela lhe estendeu a mão.
_Prazer Teri. – ele falou meio desconfiado pegando sua mão e logo em seguida largou-a.
_Vim conversar com você sobre duas pessoas que tenho certeza que lhe interessa bastante... Sara Sidle e Gil Grissom!
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