Capítulo 71 - Vou dar os parabéns à Teri!

_Não estou acreditando nisso!

Catherine exclamou incrédula após Grissom ter lhe dito todo o ocorrido de agora pouco.

_Eu devia te encher de tabefes ou melhor, de socos pelo que acabou de me contar Grissom!

_Eu sei que mereço isso...

_Ah, mas merece e muito... Como você vai dá ouvidos as essas coisas horríveis que a Teri disse e dúvida da Sara? Enlouqueceu, foi?

Ela se pôs a fitá-lo seriamente. Estava fula da vida pela incrível capacidade de Grissom de se deixar enrolar por Teri.

Acuado pelas palavras e pela forma como era encarado por sua melhor amiga, o supervisor tentou em vão justificar o que ao ver de Cath era injustificável.

_Eu fiquei confuso... Teri se mostrava tão segura de si quando falava comigo e desmentia as coisas que eu disse que Sara havia me dito que... Me deixei envolver por suas palavras e sem querer acabei por duvidar da Sara.

_Você não tinha nada que ficar confuso Grissom!... Onde já se viu?... Tenho certeza absoluta que Sara jamais inventaria essas coisas como Teri te fez acreditar. E você como namorado dela também devia pensar dessa mesma forma, não duvidar disso... Tinha que ter continuado acreditando na Sara independente do que a Teri dissesse contra ela. Mas não... Você foi se deixar enganar e olha no que deu. - disse irritada com ele.

Ele baixou a cabeça depois que Cath acabou de falar.

_Você está certa em tudo que disse! - ele murmurou.

_Mas é claro que estou!

_Estou tão arrependido, Cath. Devia ter mantido minha confiança na Sara e não ter desacreditado do que ela havia me dito!... Mas Sara foi radical demais comigo ao terminar nossa relação só por causa disso, não acha?

_Talvez sim... Um pouco... Mas você a conhece, nós a conhecemos Grissom e sabemos que a Sara é assim. Com ela é oito ou oitenta, não tem meio termo.

Ele concordou com um leve meneio de cabeça. Logo em seguida Catherine ouviu o amigo dá um longo suspiro.

_E agora o que vou fazer? Não consigo mais me vê sem a Sara! - confessou com os olhos cheios de lágrimas. Estava muito, mais muito arrependido mesmo por sua atitude idiota que lhe custara o fim de seu relacionamento com a mulher que lhe devolveu a vida.

Catherine que até aquele momento sentia uma enorme raiva de Grissom pelo que tinha feito, agora, ao vê-lo daquele jeito, passou a ficar com dó de seu amigo.

Foi um erro dele duvidar da mulher que ama? Foi!

Agira mal nisso? Agira e muito!

Mas Catherine via nos olhos dele o quanto estava sofrendo e estava arrependido por deixar que a dúvida o tenha confundido e cegado.

_Olha... Eu devia te deixar se resolver sozinho com a Sara e não me meter nisso, já que foi você quem causou toda essa situação, mas... Como gosto demais de vocês dois e quero vê-los sempre juntos, vou te ajudar.

_Ajudar? Como? - ele perguntou sem entender.

_Escuta... Vou falar com a senhora pavio-curto no intervalo do próximo turno, pra tentar amenizar um pouco a situação para o seu lado. Aí, depois do trabalho, você a procura pra conversarem.

_Ela vai achar que eu pedi a você pra falar com ela!

_Por acaso me pediu isso?

Ele negou com a cabeça.

_Então pronto!... Estou fazendo isso por minha conta... E você, assim que se acertar com a Sara vai ficar me devendo essa amigão!

Ela piscou e sorriu pra ele logo depois de dizer isso. Ele pela primeira vez desde que chegara ali esboçou um pequeno sorriso a loira. Em seguida segurando em uma das mãos de sua velha amiga, Grissom agradeceu por ela está lhe ajudando.

_Só não vá se acostumar com isso hein? Nem toda vez vou poder te ajudar com a Sara.

_Eu sei que não!

_Agora vai pra casa, toma um banho, descansa e... Pensa bem no que vai dizer pra dobrar a fera Sidle, porque tenho quase certeza que isso vai dá trabalho! - ela comentou com um sorriso.

_Eu sei que vai!

Eles se levantaram do sofá em que estavam conversando e Catherine acompanhou Grissom até a porta.

"Grissom... Grissom... Só espero que com isso, você passe a ficar mais esperto quanto às artimanhas e atitudes da Teri!" pensou Cath enquanto observava seu amigo entrar no carro e depois partir dali.

****

Sua vontade de ir trabalhar naquela noite era zero. Não queria ir pra não topar com a cara de Grissom e muito menos com a de Teri.

Porém, ela era uma profissional e como tal, tinha que saber separar as coisas. No laboratório Grissom era apenas seu chefe e por mais difícil que fosse pra ela, teria que enxergá-lo somente dessa forma enquanto estavam trabalhando, ignorando assim o fato de que fora do laboratório, seu supervisor havia sido seu namorado e tinha lhe magoado.

Quando parou seu carro em sua vaga no estacionamento do laboratório e viu parado ao lado o veículo de Grissom, ela quis voltar dali mesmo pra casa. Mas aí o pensamento de quê teria que agir como uma profissional e não como uma ex-namorada magoada, a fez descer do carro, travar seu veículo e seguir de cabeça erguida, mas com o coração ferido, pra dentro do laboratório.

Impôs-se não demonstrar ao supervisor que estava mal. Ia mascarar sua tristeza e o ignoraria por completo, porque sua raiva e sua revolta por ele ter dúvida dela eram grandes demais.

Ela que era sempre uma das primeiras a chegar ao trabalho já que costumava chegar junto com Grissom, naquele turno foi uma das últimas a aparecer e isso não passou despercebido por Nick e Warrick que não perderam a oportunidade de brincarem com ela quanto a isso.

_Ei, Nick, acho que hoje alguém perdeu a hora de vir trabalhar!

_Pois é Warr. Por acaso seu despertador não tocou cedo, Sara? - Nick disse em tom brincalhão só pra perturbá-la.

Só que a brincadeira dele conseguiu apenas lhe arrancar um sorriso amarelo. Então o moreno que conhecia a amiga como a palma de sua mão, ao vê-la dar aquele sorriso deduziu que algo estava errado com ela.

_Sara aconteceu alguma coisa? - ele quis saber.

Ao notar que os amigos a olhavam. Ela resolveu lhes contar por alto sobre o que tinha acontecido. Eles eram seus amigos e ela podia dividir isso com eles, porem antes que ela pudesse falar algo, viu Teri entrar ali na sala e desse modo resolveu se calar. Não ia contar na frente da causadora de sua tristeza o que havia acontecido.

_Não aconteceu nada sério, meninos! - mentiu. _Apenas são problemas de mulheres, se é que me entendem.

_Oh... - os dois exclamaram juntos e com balançar simultâneo de cabeça confirmaram que tinham entendido.

Calada, Catherine que era conhecedora da razão da colega estar abatida daquele jeito apenas observava-a. Era evidente que Sara estava mal e tentava esconder isso.

Teri que até aquele momento não dissera nada resolveu se intrometer propositalmente na conversa, apenas pra provocar Sara. Não iria perder a chance de tripudiar em cima da rival que ela via que estava mal.

_Se quiser tenho um ótimo remédio pra esse seu problema Sidle!

A morena que evitava a todo custo olhar pra Teri, sentiu seu sangue ferver ao ouvir a voz daquela infeliz se dirigindo a ela.

Ela era mesmo cínica demais pra ainda falar com ela depois do que tinha aprontado. Cara de pau!

Sara se segurou e contou mentalmente até dez pra não levantar-se da cadeira que estava e avançar em Teri pra lhe dá uma boa surra por seu enorme cinismo. Depois que conseguiu se controlar, ela deu sua resposta a Teri.

_Eu não quero remédio nenhum seu! Pega essa droga de 'ótimo remédio' e... Engula-o à seco sua cínica!

Podia controlar a vontade de bater na outra, mas não sua vontade de xingá-la.

_Cínica por quê? - se fez de desentendida a loira má.

_Ainda tem a cara de pau de perguntar?... Se eu fosse você não me provocava mais senão sou capaz de fazer o que estou me segurando pra não fazer, que é te dá uma surra aqui mesmo!

Os amigos ficaram só de olho pra não deixar que Sara fosse as vias de fato com a outra mulher que diante do que fora dito pela morena se fez de ofendida.

_Minha nossa! Você deve ter algum problema não é Sidle? Te ofereço um remédio e reage assim!

Aquilo fora a gota d'água pra Sara. Ela não agüentou mais tanto cinismo de Teri e se levantou da cadeira disposta a fazer a loira engolir as palavras que acabara de lhe dizer. Dane-se que fosse suspensa! Aquela mulher ia levar uma surra agora mesmo pra aprender a não tirar mais barato com a sua cara.

Só que a morena foi impedida de fazer o que queria por seus amigos que vendo que ela ia mesmo pra cima de Teri, a seguraram na hora.

_Sara não faz isso... Ela está te provocando de propósito pra você agredi-la e depois ela ir se queixar com Ecklie pra ele te suspender. Então não faça isso. Não dê esse gostinho a ela de te ver fora do laboratório por alguns dias.

_Pois eu não me importo com o que ela vai fazer, Catherine... Quero dar uma boa lição nessa mulherzinha. E depois quero que ela e Ecklie se explodam no quinto dos infernos!

_Sara se acalma! O que tá havendo com você?

_Cansei do cinismo e da hipocrisia dessa mulher, Nick!

_Tudo isso por causa de um remédio Sidle? - cutucou ainda mais Teri que por dentro se divertia com toda aquela cena.

_Teri acho bom calar a boca e não dizer mais nada ou eu mesma vou até aí e te calo! - Catherine ameaçou já se mordendo de raiva de Teri por conta do que ela estava fazendo a Sara. Tentando induzi-la a agredi-la pra sofrer uma punição.

_Senta aí, Sara!

_Não quero, Warrick!

_Senta! - Nick fez a amiga contra a vontade dela, sentar de novo em sua cadeira e depois ficou segurando-a pelos ombros pra impedir que Sara se levantasse.

_Willows... Willows... - Teri disse encarando a outra loira. _Vai bancar a advogada da Sidle como fazia com a Susan?

_Não... Sara não precisa de advogada nenhuma. Ela sabe se defender muito bem, só que não vou permitir que ela se prejudique por sua causa.

_Santa Willows!

Catherine apoiou as duas mãos na mesa em que a separava de Teri, curvou o corpo pra frente pra ficar mais perto da outra mulher e olhando bem pra ela lhe disse:

_Não se meta a besta comigo Miller porque primeiro, sabe que não tem cacife suficiente pra isso e segundo, já sou bem vacinada contra as suas provocações, mas isso não quer dizer, que se ficar jogando 'piadinhas' pra cima de mim a fim de querer me tirar do sério, eu não vá revidar porque eu vou, sabe bem disso!

Não é de hoje que as duas loiras têm seus "embates" como esse de agora. Elas se detestam, não se suportam. Desde que se conheceram que vivem trocando farpas como agora e quase sempre quem sai perdendo nisso é Teri.

Segundos depois de ter acabado de falar, Cath ajeitou sua postura e logo em seguida a isso Grissom sem imaginar o que se passara pouquíssimos segundos atrás ali, entrou na sala e percebeu um clima estranho no ar. Estavam todos calados com umas expressões fechadas e encarando Teri.

_Aconteceu alguma coisa aqui? - resolveu perguntar.

Teri se viu em maus lençóis naquele momento. Tinha certeza que tanto Sara quanto Catherine e os demais diriam a Grissom o que sucedera ali. Então ela não poderia inventar nenhuma mentira, pois haviam quatros testemunhas que a desmentiriam. Sendo assim se manteria calada e não diria nada, só abriria a boca quando fosse pra tentar dissimuladamente é claro, se "defender" dos "ataques" que estava certa que sofreria dos outros.

_Ninguém vai me responder? - insistiu o supervisor agora lançando um olhar direto a Catherine. Pois sabia que ela sim, não lhe deixaria sem resposta como realmente não deixou.

A loira sem demora contou resumidamente o que tinha acontecido agora pouco.

Grissom que já estava irritado por demais com Teri por ela ter conseguido lhe enrolar de tal maneira que o fez duvidar da mulher que ama, quando soube do que houve ficou ainda mais irritado com a loira que antes considerava uma boa amiga e que agora era a algoz do fim de seu relacionamento com Sara.

_Teri... Está passando dos limites. Agora chega disso!

Estava cheio farto. Ela havia arruinado seu relacionamento e não ia admitir que continuasse perturbando Sara com suas provocações. Paciência tinha limite e a dele havia se extrapolado.

_Não vou mais permitir que fique provocando a Sara!

_Provocando?? ... Eu não estava fazendo isso Grissom! - na maior cara de pau ela negou. _Só ofereci um remédio a ela e aí, simplesmente ela surtou e me chamou de cínica... Creio que a Sidle esteja um tanto desequilibrada!

Sara ia abrir a boca pra responder aquilo que Teri dissera, mas Grissom se antecipou a ela.

_Nunca mais diga isso sobre a Sara... Ela não é nenhuma desequilibrada, Teri, me entendeu? - encarou-a com a raiva estampada nos olhos.

Catherine, Nick e Warrick adoraram ver Grissom falando daquele jeito com a loira má. Já estava mais do que na hora do amigo deles começar a agir da maneira certa com aquela mau-caráter.

No meio dos três estava Sara que apesar de ver a atitude de Grissom em estar lhe defendendo e indo contra Teri, não se sensibilizou com o feito do supervisor. Seu ressentimento ainda estava grande demais por seu agora ex-namorado.

_Eu agradeço que esteja me defendendo dessa insignificante, Grissom, mas não é necessário que faça isso. Sei muito bem me defender sozinha...

Ouvir isso foi uma punhalada doída no coração do supervisor.

_E quanto a você, Teri... A partir desse momento se me fizer uma mínima provocação que seja, pode ter certeza que a desequilibrada aqui... - ela apontou pra si mesma. _... Vai te dar uma lição que nunca vai esquecer e fique certa que não vou me importar nadinha se eu for... Suspensa... Ou até mesmo demitida quando fizer isso!

Era bom Teri Miller não pagar pra vê porque ia se dar muito mal se fizesse isso, pois Sara estava falando muito sério quando deu esse aviso.

A resposta da loira ao que Sara disse foi o silêncio. Preferiu não dizer nada e deixar pra dá o troco na rival em outra oportunidade.

O clima na sala que já era tenso e pesado ficou ainda mais. E pra quebrar toda aquela tensão Warrick achou melhor mudar drasticamente o foco da conversar ali e falou a Grissom se ele não iria dividir os casos porque já havia passado da hora. O supervisor que depois do que Sara lhe disse a fitava em silêncio, apenas assentiu em resposta ao subordinado. E assim a discussão se encerrou por ali mesmo.

Como naquela noite havia apenas dois casos, Grissom dividiu a equipe em trios. Obviamente deixou Catherine e Sara pra irem com ele, e colocou Teri juntamente com Nick e Warrick.

****

A caminho do estacionamento do laboratório, Grissom avisou as duas mulheres que eles iam todos em seu carro pra cena do crime. Sua intenção era ter Sara o mais perto possível de si. E esperava que ela não se recusasse em ir no mesmo carro que ele.

E ela até pensou em fazer isso quando o ouviu dizer aquilo. Queria ir sozinha em seu carro pra assim ficar longe do supervisor, mas pra evitar uma nova discussão já que a seu vê já tinha extrapolado por hoje, Sara resolveu não se opor ao que fora dito por Grissom. Porém, ela não tinha a menor pretensão de lhe dirigir a palavra enquanto estivesse dentro do veículo.

_Quer ir dirigindo... Sara?

Grissom arriscou em perguntar já que ela sempre gostava de fazer isso quando iam juntos pra uma cena. Só que ele tinha quase certeza de que na atual circunstância em que se encontravam, com ela magoada e tendo terminado com ele, de quê ouviria uma resposta negativa dela, como ouviu. Ela lhe disse um "Não" tão seco que lhe doeu. Quem manda bancar o imbecil com ela!

Diante dessa negativa dela, Grissom destravou o alarme do carro e Sara sem demora entrou no veículo e se acomodou em um dos bancos de trás da SUV. Detalhe, ela nunca ia ali, sempre ia nos da frente ao lado de seu namorado.

Ele olhou pra Catherine de maneira triste e ela ficou com dó dele. Coitado! Mas aquilo era culpa dele que deu um fora estúpido.

Dentro do carro o clima era péssimo. Um silêncio horrível que começava a incomodar Catherine.

De repente um celular toca ali. Era o de Sara. Ela o atende no terceiro toque. Do outro lado da linha era Any que disse que só estava ligando porque Liv antes de dormir insistia muito em falar rapidinho com a mãe. Dito isso a babá passou o telefone pra menina.

Enquanto Sara falava com a filha, Grissom dividia sua atenção entre olhar a pista e observar a morena pelo retrovisor. Pode ouvir a voz dela embargar durante sua conversa com a menina, assim como, viu seus olhos quererem derramar umas lágrimas que com certeza absoluta ele sabia que eram de saudades.

Não tardou muito e ele viu a perita encerrar a ligação. Porem antes disso, o supervisor ouviu-a dizer: "Eu digo a ele, meu amorzinho!" e após dar uma rápida olhada no retrovisor, ele notou que Sara o fitava pelo espelho. Desconfiava do possível motivo dela ter dito aquilo e em seguida ter lhe olhado.

Sua desconfiança tornara-se certeza segundos depois quando ela guardand o celular no bolso do colete, lhe disse:

_Liv te mandou um beijo, Grissom!

Os lábios dele se esticaram em sorriso bobo.

A menina nunca se esquecia dele, era incrível. Em todas às vezes que falava com Sara, Lívia perguntava por Grissom e certa vez, longe das vistas do pai, chegou a falar com o supervisor rapidamente. E sempre ao fim de suas ligações com a mãe, ela pedia a mesma pra dizer a Gil que lhe mandava um beijo bem grande.

Não tinha como negar que entre o supervisor e a enteada havia sido construído ao longo desse tempo em que eles se conhecem, um bonito e forte laço de carinho e amor.

Ele amava aquela garotinha e havia muita reciprocidade naquele sentimento.

_E como ela está?

_Bem! - foi sua única resposta. Curta e rápida porque não queria muita conversa com ele. Estava magoada demais pra isso.

Catherine que só escutava e observava cada um, resolveu questionar Sara.

_Quando a Lívia volta Sara?

_Daqui a três dias... Pra mim, três longos dias, Catherine! - respondeu olhando as ruas de Vegas pela janela do carro.

Grissom a fitou assim que ela disse isso. Ele sabia o quão já estava se tornando insuportável a saudade dela pela filha.

Instantes depois os três chegavam a cena de crime em que trabalhariam naquela noite.

****


_Acabei por aqui!... Vou pedir a um dos polícias pra me darem uma carona até o laboratório pra ir analisando logo essas evidências que já foram coletadas e assim adianto as coisas pra gente.

_Não faz assim!... - ele falou segurando-a com sutileza pelo pulso quando ela passou a seu lado pra ir em direção a porta.

Estavam apenas os dois ali na cozinha da casa. Ele havia colocado-a pra dividir o serviço dali com ele, enquanto Catherine ficara com a sala.

_...Não me trata com toda essa indiferença, Sara!... Sei que errei com você, mas não acha que está me punindo com muita severidade?

_Por favor, me solta, Grissom! - pediu ignorando completamente o que ele havia dito.

Grissom mesmo não querendo a soltou e sem lhe dizer nada, Sara saiu dali deixando-o sozinho e sem resposta.

Mesmo da sala, Catherine pode assistir a cena do casal. Observou seu amigo depois da saída de Sara baixar a cabeça encarando o chão e passar uma das mãos pelo rosto. Da mesma forma que Sara devia estar sofrendo, ele também estava.

Tinha que fazer algo e faria. Assim que encontrasse Sara sozinha naquele turno, falaria com ela.

****

Vindo pelo corredor do laboratório carregando uns resultados pra mostrá-los à Grissom, Catherine passou em frente à sala de análise e viu Sara. Aquela parecia uma ótima oportunidade pra falar com sua amiga já que ela se encontrava sozinha. Não perdendo tempo a loira foi até Sara.

_O que está fazendo? - a loira se postou ao lado de Sara

_Analisando as amostras que o Al encontrou nas cavidades nasais e no estômago das vítimas.

_Já conseguiu saber do quê elas se tratam?

_Ainda não!

_Hum...

Catherine resmungou em resposta. Depois sem fazer muito rodeio porque isso não era seu estilo, a loira disparou para Sara:

_Gil me contou o que aconteceu entre vocês... Que você terminou com ele!

Após falar, ela ficou fitando Sara esperando sua reação que só veio depois de alguns segundos.

_E ele te pediu pra vir interceder por ele junto à mim? - Séria Sara olhou pra Cath enquanto cruzava os braços.

A loira tratou de negar isso e completou dizendo que ela estava fazendo isso por conta própria. Sara assentiu ao ouvi-la. Segundos depois Catherine disse:

_Ele está arrependido por ter duvidado de você, Sara... Viu que foi uma tremenda idiotice ter feito isso... Será que não pode perdoá-lo por isso?

_Ele me magoou profundamente Catherine. Não sei se consigo perdoá-lo por isso.

_Eu te entendo. Ele foi um tapado, burro, ingênuo por ter se deixado enganar pela Teri, mas ele está arrependido. Não acha que está sendo dura demais com ele ao terminar a relação de vocês por isso e ficar tratando-o com essa frieza?

_Não acho! - mentiu. Mas no fundo sabia que talvez no fundo estivesse sendo dura com ele. Só que não sabia agir diferente disso. Esse era seu jeito! _Agora, por favor, Catherine vamos parar por aqui essa conversa. Não quero mais continuar falando nisso. Eu entendo que você tenha vindo aqui falar comigo na intenção de me convencer a perdoar o seu amigo e voltar com ele, mas minha decisão já está tomada e por mais que ela me doa, não penso em mudá-la.

Catherine fitou em silêncio a amiga após ela ter acabado de falar. E segundos depois disse indignada a Sara:

_Quer saber de uma coisa?... Vou dar os parabéns à Teri!... Foi fácil demais pra ela te separar do Gil. Bastou uma intrigazinha, uma armação e puff, você tirou seu time de campo.

_Está me culpando por ter terminado com ele?

_Não... A culpa é dos dois, porque fizeram exatamente o que 'aquelazinha' queria... O Gil deu ouvidos as invenções dela e você terminou com ele por causa disso... Será que não enxerga isso Sara?

A morena nada respondeu.

_Você está desistindo do Gil no primeiro obstáculo que estão esbarrando, ou seja, a Teri! Acabou de deixar o caminho livre pra ela tentar algo com ele. Duvido muito que ela consiga ter alguma coisa com o Gil porque ele é completamente apaixonado por você. Mas ardilosa do jeito que ela é, vai que consegue, e aí?... É isso que quer? Quer vê-lo com ela?

_Não! - admitiu baixando a cabeça. Vê-lo com outra, ainda mais aquelazinha lhe despedaçaria o coração ainda que ele tenha lhe ferido com sua desconfiança. Amava-o e talvez naquele momento seu ressentimento e mágoa estivessem falando mais alto e a impedindo de perdoá-lo.

Ouvindo aquela resposta Catherine abrandando mais a voz e as palavras, voltando a falar com a amiga.

_Então perdoe, Sara!... Tente passar uma borracha nesse episódio. Poxa, vocês se amam, demoraram tanto pra se entenderem e descobrirem esse amor, que vai deixar o romance de vocês acabar assim, por causa de uma trama armada pela Teri?... Será que vale a pena você terminar com um relacionamento tão bonito e que estava indo tão bem como o de vocês, por conta de uma mulherzinha? Pensa bem!

Dito isso Cath saiu dali. 

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