Capítulo 61 - Provocando
Depois de ter visto o que viu Teri foi embora, enquanto isso dentro da pequena e bonita Delicatessen, um casal aproveitava a companhia um do outro, ao mesmo tempo, em que se deliciavam com as maravilhas apetitosas que eram vendidas ali naquele lugar. Tudo isso sem sequer imaginar que tinham sido vistos por quem não devia.
Os dois permaneceram ali por um tempinho e logo depois cada um foi pra sua casa. Naquele dia, Grissom não foi pra casa de Sara como vinha acontecendo desde que a filha da perita tinha viajado com Any, pois teria que levar Hank ao pet pra uma consulta em algumas horas. Sem contar que assim que chegasse teria bastantes papéis pra revisar, burocracias do laboratório por isso resolveu ir para sua casa, ao invés, de ir para a casa de sua namorada. Mas sua vontade era deixar aqueles papéis de lado e ir passar o dia todo com Sara, pois já não conseguia mais ficar uma hora sequer longe dela, só que infelizmente, ele tinha responsabilidades e as tinha que cumprir.
Um fato foi se moldando.
Nesses dias em que a filha de Sara havia ido ficar com o pai em Chicago, Grissom quase não saía da casa de Sara. Ele só ia a sua casa apenas pra colocar comida de Hank e pra pegar roupas limpas pra si. Em seguida voltava pra casa da namorada onde dormia, tomava café, almoçava e passava a maior parte de seu tempo quando ambos não estavam trabalhando.
Compartilhando assim momentos, descobrindo curiosidades em relação ao outro e o melhor, vivendo como se fossem casados há muito tempo.
A proximidade e convivência que aqueles dias traziam agora que estavam dividindo o mesmo teto, passou a uni-los mais ainda fazendo assim, com que os laços que entre eles existiam, ficassem muito mais fortes. Em consequência disso a dependência pela companhia do outro, passou a ser muito maior do que quando ficavam só no apartamento de Grissom depois do trabalho apenas pela parte da manhã.
Nem em seus sonhos mais loucos se imaginavam dividindo um sentimento tão forte quanto aquele que dividiam, se mostrava ser.
A realidade do que compartilhavam deixava explícito uma única verdade: eles se amavam verdadeiramente e viviam um romance maravilhoso e bonito como uma rosa. Só que esse romance e principalmente, esse amor que até agora corria tranquilo feito uma brisa suave de outono, ia começar a encontrar entraves que o farão ser posto a prova duramente por situações criadas por terceiros.
****
Com a identidade de sua “rival” descoberta, Teri passou a observar Sara atentamente. Tinha a seu favor o fato da outra não saber que ela já havia descoberto seu romance com o supervisor, portanto assim sendo, ela se aproveitaria disso pra agir. Como Grissom havia lhe dado sem querer a informação de que sua namorada era ciumenta então era por ali que Teri a derrubaria. Dispôs-se a provocar Sara a fim de fazê-la sentir muito ciúmes de Grissom. Tripudiaria disso até vê-la espumar de ciúmes e quem sabe, não perdesse o controle e fizesse algo que pudesse lhe prejudicar ali no trabalho.
Sabia que Conrad, que por sinal era seu velho amigo, não gostava da perita morena e aquilo lhe renderia uma vantagem pra cima de Sara.
A primeira oportunidade que tivesse de pegar Sara sozinha, Teri começaria com suas provações. Achou melhor por enquanto, não fazer isso as vistas de Grissom, mas depois abusaria disso com certeza.
E a oportunidade que Teri queria não tardou a chegar...
Sozinha na sala de conveniência bebendo um copo de água, Sara pensava em como estranhamente Teri passou a encará-la. Fazia isso desde anteontem. Várias vezes a flagrou fazendo isso. Ela a olhava de um jeito estranho que chegava a incomodar a morena. Sara estava quase pra ir lhe perguntar o que tanto ela lhe encarava.
A morena até chegou a comentar com Grissom sobre esse fato e ele lhe disse que talvez fosse só impressão dela, mas não era. Aquela mulher queria alguma coisa com ela e isso acendeu na perita um sinal de alerta.
Sara podia sentir que havia algo por trás daquele jeito de olhar que Teri vinha mantendo pra cima de si. Mas a questão era: o quê?
Eis que a morena ouve a voz da dita cuja bem atrás de si.
_Viu o... GRIS passar por aqui?
Teri deu ênfase à forma de chamar o supervisor. Costumava chamá-lo assim quando namoravam. E com relação a sua pergunta, na realidade aquilo era pra começar seu plano de provocar a namorada de Grissom, porque ela nem sequer estava à procura do supervisor. Mas como viu a perita ali sozinha resolveu aproveitar aquilo.
Sara ao ouvir como a loira chamara o supervisor franziu a testa em desagrado.
Gris? Que intimidade toda era aquela, de novo? E o pior, que tom meloso era aquele que Teri usou pra perguntar por Grissom?
Vendo que Sara não respondia sua pergunta, Teri provocou.
_Não ouviu minha pergunta, Sara?
“Paciência, Sara paciência!”
A morena respirou fundo e virou-se pra Teri.
_Eu não o vi!
“E nem se tivesse visto te diria!” – pensou Sara.
Querendo cutucar a mulher a sua frente que estava séria lhe encarando fixamente, Teri disparou em alto e bom som a seguinte frase:
_Preciso muito dele só que não o encontro! – olhou de forma cínica pra Sara.
O ciúme de Sara deu sua cara naquele exato momento em que ouvira esse “preciso muito dele...”.
Fazendo um enorme esforço pra não deixar transparecer aquele sentimento horrível que parecia até ácido lhe corroendo por dentro, Sara resolveu questionar Teri a respeito do porquê dela precisar do supervisor se seu parceiro no caso era Nick e não, Grissom.
Teri quase deixou um sorriso vitorioso escapar ao ver que Sara parecia visivelmente enciumada com o fato dela “aparentemente” precisar de Grissom. A seu ver, estava sendo bem sucedida em suas provocações, pois Sara estava caindo direitinho no seu jogo.
Com cinismo a loira jogou a questão a Sara.
_Te incomoda que eu precise dele?
Sara quis gritar que SIM só que não podia e nem devia. Então dissimulou sem convencer muito a mulher a sua frente.
_Em absoluto! – forçou um sorriso ao final de sua fala pra tentar parecer convincente, só que foi em vão.
_Pois não parece.
Os olhos castanhos de Sara se estreitaram mais sobre Teri. O que ela estava querendo insinuar?
_Mas está enganada quanto a isso. – foi agora firme ao falar.
_Devo está mesmo.
Agora ela propositalmente deixou um pequeno sorriso escapar e Sara arqueou uma de suas sobrancelhas com aquilo. Por que aquele sorriso? Algo tinha ali e ela não fazia idéia do que era.
Ainda querendo saber o motivo pelo qual Teri queria saber de Grissom, Sara a questionou de novo.
_Ainda não disse por quê precisa muito do Grissom?
Sara não conseguia se conter com aquilo. O ciúme era muito maior que sua razão, que lhe mandava ficar calada e não perguntar nada. Queria porquê queria saber aquilo e se ela não dissesse, Grissom diria depois, porque ela o faria lhe dizer.
Agora pra pegar pesado e testar os limites de Sara, Teri com um tom carregado de malícia respondeu a outra perita:
_É que preciso de uma ajudinha... Muito particular por sinal em uma coisa e só o Gris pode... Me dá essa ajudinha! – deu um sorrisinho debochado pra Sara.
“Arrebenta essa lambisgóia com cara de lhama!”
Uma vozinha bem provocante que só Sara ouvia lhe botou pilha. Em contrapartida, ela ouviu outra que lhe aconselhou:
“Não faça nada. Releve!”
“Que releve nada! Você não é mulher disso. Parta logo pra cima dessa coisa, anda!”
Sara então deu um passo em direção a Teri que a observava e esperava pra ver o que a morena faria após o que disse.
“Não faça isso, Sara.”
A morena parou.
“Faça!... Faça!... Faça!”
Provocava a outra voz que queria ver o barraco se armar. E incentiva por essas palavras, Sara deu outro passo em direção a Teri.
Sua mão coçava pra enfiá-la bem na cara daquela mulher que estava pedindo por isso.
“Pare de tentá-la. Sara não faça nada!”
“Deixe-a fazer. Você também é chata, hein!”
“E você implicante que só quer ver o circo pegar fogo.”
As duas vozes então começaram a discutir dentro da cabeça de Sara que estava quase se vendo louca com aquilo. E antes que ela tivesse tempo pra fazer algo ou dizer umas poucas e boas a Teri, a mesma cansada daquela inércia da perita que ficou estática um pouco mais a sua frente, falou fazendo com que as vozes que só Sara ouvisse, sumissem.
_Vou atrás do Gris pra que ele me ajude com o que quero. Até, Sara!
Ela saiu da sala um tanto frustrada, pois achou que Sara fosse fazer algo, mas ela não fez. Só que não se daria por vencida. Ainda provocaria mais a rival. Aquele era só começo.
Assim que Teri sumiu de seu campo de visão, foi que Sara conseguiu ter reação e externou a raiva que sentia pela outra mulher.
_Ai, que ódio dessa loira aguada! Eu devia tê-la feito engolir goela abaixo o que disse. – esbravejou a morena amaçando o copo descartável em sua mão.
“Devia mesmo! Não estou te reconhecendo, Sara Sidle!”
“Não ligue pra essa provocadora, Sara. Você fez bem em não fazer nada!”
De novo a morena ouvia aquelas malditas vozes que lhe atormentavam a cabeça. Por culpa delas é que não tinha conseguido fazer nada com Teri.
_As duas engraçadinhas aí, sumam já da minha cabeça e não voltem a me perturbar. Sei bem o que tenho que fazer, não preciso que fiquem me azucrinando!
“Tá bom então. Só queríamos ajudar... Mal-agradecida!”
As duas falaram juntas e depois sumiram como Sara ordenou para o alívio da perita.
_Eu só posso ter ficado maluca de vez pra está ouvindo essas vozes. – murmurou de olhos fechados.
_Algum problema Sara?
Ela abriu os olhos.
_Aquela Teri é o problema, Warrick!
_O que foi já?
_Desconfio que ela de algum jeito deva ter descoberto meu relacionamento com o Grissom.
Aquilo lhe veio de imediato após isso que a loira lhe fez.
_Por que desconfia disso?
_Desde anteontem ela vem me encarando e agora mesmo acabou de me provocar falando toda cheia de malícia que precisava do Grissom.
_Isso não quer dizer nada Sara.
_Mas pra mim sim. E se ela continuar com isso de me provocar não vai prestar. Eu vou acabar partindo a cara dela que nem aqueles homens que fazem Karatê, que partem só com uma mão aquelas madeiras, não têm? – Warrick balançou a cabeça rindo. _Pois eu vou fazer isso com a cara dela.
O moreno esboçou um sorriso mais largo pelo que foi dito por Sara. Depois ainda rindo, ele brincou com ela.
_Tá bom o Karatê Kid... – Sara o olhou quase que lhe fuzilando pelo que disse. _Agora vamos o mandado de busca do nosso caso saiu.
_Vamos logo e ao fim do turno, eu vou procurar o Grissom. Ele vai me dizer direitinho o que aquela mulher queria dele. Ah, se vai!
Ela ia dizendo enquanto saiam da sala. Atrás dela, Warrick só ria enquanto pensava em como seu chefe ia comer miudinho com uma namorada como Sara.
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