Capítulo 34 - Foi quase...
Sara chegou mais perto de seu supervisor pra ver melhor o estado da boca dele e levou um susto com o que viu.
_Não foi nada de mais. – usou a mesma desculpa que ela havia usado mais cedo com ele, quando a questionou sobre David à estar segurando. Logo em seguida ao que disse, o supervisor saiu de perto dela.
_Nada de mais?
Ela lembrou-se que David disse que Grissom lhe deu um soco e algo lhe dizia, que aquilo na boca de seu supervisor tinha sido um revide do agente, que não costumava deixar barato nada. Mas pra ter certeza, Sara perguntou à Grissom:
_Foi o Scott quem te fez isso, não foi?
_Por que seria ele? – se fez de desentendido.
_Já sei que Nick te contou sobre o meu problema com o agente. E também sei, que você foi falar com aquele idiota, inclusive ainda deu um soco nele. Então não adianta se fazer de desentendido que não cola.
Pronto não tinha mais saída, ela já sabia. Mas como? Quem contou?
_Como sabe que fui falar com ele e que lhe dei um soco?
_Não interessa.
_Interessa sim. Foi ele quem te contou isso?
Ela não respondeu.
_Sara?
_Foi ele sim por quê?
_Eu disse à ele que não chegasse perto de você.
_Como é que é?
_Ele te fez alguma coisa?
_Pára! O quê que há com você, hein?
_Eu estou tentando te ajudar, evitar que ele te faça alguma coisa.
_Não precisa se preocupar comigo, sei me cuidar.
_Ok! Quer saber? Foi ele mesmo. Agora que já confirmou o que aconteceu, aposto que vai me brigar e soltar os cachorros em cima de mim; falar que eu não devia ter me metido em nada e tudo mais, não é? Pois bem, vai em frente. Brigue o quanto quiser, vou ficar calado e fique despreocupada, que depois do que fiz não vou mais me meter nos seus assuntos... Vai, Sara. Sou todo ouvidos!
Ele se recostou em sua mesa e ficou fitando sua subordinada esperando que ela começasse com seu sermão e seus xingamentos como achava que ela faria, só que não foi bem isso que aconteceu.
_Eu devia mesmo te falar poucas e boas por ter sido enxerido e se metido em um assunto que não era seu, mas...
Sara parou de falar, passou a mão na testa e fechou os olhos por segundos até abri-los de novo.
O que estava havendo com ela que era incapaz de lhe dirigir um xingamento ou qualquer outra coisa do tipo ao seu chefe? Parecia até que tinha desaprendido a xingar.
_Mas o quê, Sara? – ele falou, vendo que ela não continuava.
_Mas não consigo.
_Como? – espantou-se.
_Por incrível que pareça não saí nada. Não consigo brigar com você ou te xingar, Grissom. – ela acertou um soco de leve no braço dele.
_Ai! Eu disse que podia me brigar, não me bater. – ele reclamou, alisando o lugar que ela lhe golpeou. _Além do mais, já tive uma experiência de você me agredindo e não foi nada boa. Sua mão é pesada, então pode parar aí.
_Pois eu devia te bater mais. Por que foi falar com aquele idiota, Grissom? E ainda por cima bate nele. Tudo bem que ele merece apanhar por ser um estúpido asqueroso, mas não pensa nas consequências que isso pode te trazer se o Scott resolve contar ao Ecklie ou aos superiores dele, que você o agrediu? Pode acabar perdendo o seu emprego.
Espera aí, era impressão sua ou ela estava preocupada com ele?
Grissom resolveu perguntar pra saber.
_Está preocupada comigo? – a encarou.
Sara ficou sem ação com a pergunta dele.
_Hum... Eu? Preocupada com você?
_É.
_Hãm... Não... Eu... – ela se enrolou pra responder e ele se segurou pra não rir disso.
Ela sabia que, sim, no fundo estava preocupada com ele e o que poderia lhe acontecer caso aquela sua agressão a David viesse a ser de conhecimento geral. Mas, óbvio, que não iria admitir isso ao supervisor.
Se nem pra Nick, seu melhor amigo, ela não admitiu aquilo, quando ele a perguntou a esse respeito. Por que iria fazer isso à Grissom? Não isso, não.
Talvez o fato de seu chefe ter se preocupado com ela, tenha desencadeado em Sara a mesma preocupação por Grissom.
E como ela se enrolava toda pra falar o supervisor resolveu livrá-la de tentar se explicar.
_Vou te dizer o mesmo que disse à Catherine quando ela soube da minha briga com David e se preocupou com a minha situação diante disso. – ele se aproximou mais de Sara mantendo uma pequena distância entre eles. _Não precisa se preocupar, porque tenho certeza que esse agente não vai falar nada à ninguém. Até porque, eu o ameacei dizendo que acabaria com a carreira dele caso fizesse algo contra mim. Então... Se ele preza a carreira dele como acho que preza, vai pensar duas vezes antes de me denunciar.
Sara o encarava com os olhos fixos. Seu chefe parecia muito bem resolvido quanto a isso. Tinha uma segurança de quê David não faria nada, que até a convenceu.
_Não me respondeu por que foi falar com aquele imbecil e o que ele te fez pra quê batesse nele.
_Assim que Nick me disse o que esse David te fez, mais me deu vontade de falar com esse o agente, porque achei que devia fazer algo pra evitar que esse sujeito tentasse fazer de novo com você aqui o que te fez anos atrás lá no seu antigo trabalho. E quanto ao que ele me fez? Bem, ele usou um termo bem desagradável pra insinuar algo sobre nós, por isso bati nele.
_E que termo foi esse?
_Deixa pra lá não vale a pena repetir. E nem adianta insistir que não vou repetir o que ele disse.
Não deixou margem pra que ela perguntasse mais, porque as palavras que David usou eram grotescas e xulas de mais pra serem repetidas.
O silêncio veio depois disso. Chefe e subordinada olhavam um para o outro sem saber mais o que dizer, até que Sara se pronunciou novamente e o que saiu de sua boca surpreendeu Grissom.
_Obrigada!
_Que disse?
_Obrigada!
_Por?
_Por estar me protegendo mesmo que não seja preciso.
Ele deu um meio sorriso e balançou a cabeça. Das duas uma, ou ela se achava a mulher maravilha que não precisava da ajuda de ninguém, ou melhor, a ajuda dele. Ou talvez era tão orgulhosa que não aceitava que lhe protegessem. Ele achava que a segunda opção era a que mais se encaixava à ela.
_Não tem que me agradecer.
Ela começou a olhá-lo como se quisesse perguntar algo, mas talvez não tivesse coragem. Então Grissom resolveu perguntar.
_O que foi?
_É...Dói muito?
Sara apontou para o machucado na boca do supervisor.
_Um pouco. O desgraçado tem mão de ferro. Tive que levar três pontos por causa do corte interno que fez. – brincou._ Mas já tomei um remédio e a dor está amenizando.
_E isso na sua mão?
Só agora ela percebeu que a mão dele estava enfaixada,, porque até então, Grissom vinha mantendo a mão dentro do bolso do casaco.
_Isso foi uma luxação no pulso por causa do soco que acertei nele. - ele contou erguendo a mão. _Além de mão de ferro, o idiota tem cara de ferro.
Os dois sorriram, mas logo Sara ficou séria.
_Olha só o que ele te fez. - ela comentou, pegando sua mão enfaixada e fitando a mesma _Não devia ter se metido com ele, Grissom.
_Agora já foi. Pelo menos acredito que ele não vai mais te importunar.
Sara o encarou ainda mantendo sua mão segura a mão dele como quando ficaram presos no elevador e Grissom ao olhar nos olhos de sua subordinada, viu aquele brilho que viu quando a prensou entre o carro e ele.
Não sabia por quê, mas algo pareceu empurrá-lo pra Sara, como se fosse um imã lhe puxando.
A perita morena o via se aproximar dela, porem não conseguia se afastar.
O supervisor já estava bem próximo de Sara, quando alguém bateu na porta fazendo Grissom e Sara se afastarem assustados e rapidamente.
_En... Entre! - autorizou gaguejando.
_Grissom fizeram uma denúncia anônima de onde a menina pode estar.
Jim informou, entrando na sala de cabeça baixa e escrevendo algo em seu bloquinho de anotações.
_O que foi? – o capitão inquiriu ao levantar a cabeça e ver seu amigo e Sara com caras de quem tinham visto um fantasma.
_Nada! – os dois disseram juntos e sem coragem de se encarar.
Era um beijo que aconteceria entre eles se não batessem na porta?
Como?
Eles dois?
Não, aquilo só podia ser loucura das mais loucas. Eles não fariam isso? Ou fariam?
_Grissom o que houve com sua mão e sua boca?
A pergunta de Jim o fez voltar a realidade.
_Acidente. - limitou-se em dizer. _Você disse que receberam uma denúncia anônima do paradeiro da menina?
_Exatamente!
_Então temos que agir antes que seja tarde demais. – Sara que até então estava calada se pronunciou preocupada com a menina.
_Claro. Reúna seu pessoal e chame o... agente Scott pra vermos se essa pista é verdadeira.
_Ok!
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