Capítulo 26 - Surpresa !
Os quatros dias que se seguiram passaram tão rápido que logo já era sábado pra alegria de Liv que estava ansiosa para que esse dia chegasse logo.
Desde que Sara contou à ela que havia deixado a menina ir com Grissom ao borboletário, que Liv não parou de falar um dia sequer nesse tal passeio.
Pouco mais das sete da manhã, Any e Sara já estavam acordada. Enquanto Any cuidava de preparar o café e as outras coisas pra comerem, Sara ia ao quarto da filha pra acordá-la e arrumá-la. Um tempo depois de café tomado e arrumada com um vestidinho florido e os cabelos presos em uma trança embutida, Liv estava sentada na cozinha acompanhada por Any que tomava seu café. Impaciente, a garotinha esperava por Grissom que não chegava e já estava até um pouco atrasado.
A cada minuto que passava e Grissom não chegava, Any via Liv suspirar agoniada e se remexer inquieta na cadeira como se nela tivesse formiga.
_Any, ele tá demorando. – reclamou a menina já cansada de esperar.
A babá riu do bico engraçado que a menina fez. Any achava incrível como à medida que Liv crescia, ia se parecendo mais e mais com Sara. Suas expressões e trejeitos estavam se assemelhando muito aos da mãe. É claro que a menina tinha algumas coisas e costumes do pai, mas eram coisas pequenas em relação ao que tinha herdado de parecido da mãe.
_Calma, Liv. Deve ter acontecido algum imprevisto por isso ele está demorando.
_Será que ele não vem mais?
_Querida, tenho certeza que se ele não viesse mais já teria ligado pra cá avisando. Tenha um pouco mais de paciência que logo ele está aí!
Any sabia que pedir paciência a Liv não adiantava muito, pois ao longo dos anos que convive com as duas Sidle descobriu que paciência não é o ponto forte de nenhuma delas.
Dez minutos depois a campainha tocou fazendo Liv se levantar da cadeira num pulo e correr feito um raio pra atender a porta.
_Liv espera!
A menina nem deu bola e saiu da cozinha com tudo.
_Mas que garota mais apressada! – disse rindo.
_Oi, Gil! – disse a menina após abrir a porta.
_Oi!
_Vem! – ela o puxou pela mão pra que ele entrasse em sua casa. _Puxa, você demorou.
Ele sorriu pela cobrança de atraso.
_Me desculpe, mas é que tive que passar num lugar antes de vir pra cá e por isso demorei um pouco.
_Pensei que não viesse mais.
_Só que eu vim e bom... pelo que vejo você já está pronta.
_ Hãham. – diz sorrindo.
_E cadê a Any ou a sua mãe pra eu falar com elas?
Antes que a menina respondesse, Any que os observava da porta da cozinha respondeu entrando na sala.
_Oi, Grissom, eu estou aqui!
O supervisor que estava de costas, virou-se pra ela, cumprimentou-a e depois notou que ela ainda não estava arrumada.
_Ué, ainda não está pronta?
Ela vestia uma calça moletom e uma regata azul.
_Não, eu não vou poder ir, Grissom, me desculpe.
_Por quê? – perguntou sem entender.
_Eu não acordei muito bem disposta. Estou com uma dor de cabeça insuportável e uma dor de garganta chata. Acho que é virose, sei lá.
A jovem fez uma cara de decepção por dar aquela notícia. Só que mal o supervisor e também Sara sabiam que aquele mal-estar todo não passava de fingimento por parte de Any.
Ela tinha feito isso só pra que Sara fosse em seu lugar, pois achava que aquela seria uma boa oportunidade pra que sua patroa e o supervisor se conhecessem melhor e quem sabe a partir daquele passeio, parassem com aquela implicância toda.
Any desconfiava que aqueles dois só precisavam de um tempo pra se entender. E tinha quase que certeza que as coisas entre eles só melhorariam depois daquele passeio.
_Ah, que pena.
_Pois é! - lamentou numa falsa tristeza.
_Mas a Lívia está pronta, isso quer dizer que a Sara deixou-a ir sozinha comigo?
_Não, isso quer dizer que ela vai no meu lugar.
_Como?
Any se segurou pra não ri, pois a cara de surpresa que Grissom fez foi bem engraçada.
_É, Gil, a mamãe vai com a gente e vai ser legal. – Lívia disse eufórica.
Legal até podia ser desde que ela não agisse com ele como costuma fazer no laboratório. Caso isso não ocorresse, eles de fato teriam um dia bem agradável até, porque da parte de Grissom era isso que ele queria.
_Eu vou lá em cima dizer pra mamãe que você já chegou pra ela descer logo. – a menina subiu as escadas que davam acesso aos quartos.
_Algum problema em a Sara ir Grissom?
Any questionou depois que Liv os deixou sozinhos na sala.
_De forma alguma.
_Perguntei porque reparei que você fez uma cara quando eu disse que ela ia.
_Longe disso, é só que não esperava que ela fosse no seu lugar. Mas se é ela quem vai, tudo bem. E espero que as coisas corram sem problemas pra que o passeio não acabe antes mesmo de começar.
_Não se preocupe. Algo me diz que as coisas vão sair melhor do que pensa.
_Assim espero, não quero brigas até porque, a menina vai estar junto então...
_Te garanto que isso não vai acontecer. Sara não é de fazer isso quando está com a Liv por perto.
_Que bom! Se for assim fico mais aliviado. – sorriu pra Any que também sorriu.
Eles ficaram em silêncio por segundos até que Any falou de novo.
_Você se importa de ficar uns instantes sozinho?
_Não.
_Então vou lá em cima, porque a Liv foi chamar a Sara, mas até agora não veio então vou lá cha...
Any nem teve nem tempo pra continuar sua fala, porque foi interrompida pela voz de Sara.
_Não precisa me chamar já estou aqui.
Ela descia as escadas segurando a mão da filha.
_Oi, Grissom! – cumprimentou o supervisor assim que acabou de descer as escadas e parou diante do homem.
_Oi, Sara!
Eles ficaram se olhando por segundos até que a perita desviou o olhar pra falar com Any.
_Any se precisar de algum remédio ou qualquer outra coisa, me liga que quando eu vier trago.
_Acho que não será necessário, mas se precisar te ligo, pode deixar.
_Tá bom. Então acho que podemos ir. – olhou pra Grissom.
_Vamos então.
Eles se despediram de Any e saíram. Quando Sara fechou o portão de casa e eles começaram a andar em direção ao carro de Grissom, Liv se deu conta de que tinha esquecido uma coisa e parando de andar, a garota chamou a atenção da mãe.
_Mamãe!
_Oi, amor!
_Esqueci o Ted.
_Filha deixa o Ted ficar em casa.
_Não, mãe. Ele vai ficar triste se não for.
_Não vai, meu amor.
Grissom as olhava sem entender do que falavam.
_Vai, sim. Por favor, mamãe deixa eu ir buscar o Ted pra ir com a gente?
Ela fez uma cara tão fofa que Sara não teve outra alternativa se não deixar. Sabia o quanto a menina gostava de Ted e não se desgrudava dele. Antes de Liv ir buscar Ted, Sara olhou pra Grissom e lhe perguntou.
_Será que você pode esperar até essa mocinha ir pegar o Ted?
Mesmo sem saber que ou quem raios era esse tal de Ted, o supervisor fez sinal de sim com a cabeça pra alegria de Liv.
_Então vá lá rápido pegá-lo, Liv.
Sara voltou e abriu de novo o portão e a menina correu, bateu na porta e quando Any a abriu, ela entrou correndo. Assim que Liv sumiu das vista, Grissom que tinha ficado curioso perguntou a Sara sobre esse Ted.
_Quem é Ted?
_É um tigre branco de pelúcia. Foi o pai quem deu de presente à ela uns meses antes de nós nos mudarmos pra cá e desde então, ela não o larga. Vive pra cima e pra baixo com ele. Eu estava até estranhando que ela não tenha trazido isso.
_Ah, sim. Pensei que fosse outra coisa. – balançou a cabeça e riu.
_O quê?
_Um bicho de estimação, tipo um gato, um cachorro ou outro bicho qualquer.
Sara começou a rir junto com o supervisor.
_Pode ficar despreocupado que é apenas um bicho de pelúcia mesmo.
Liv voltou com o seu querido Ted e mostrou-o a Grissom.
_Olha, Gil esse é o Ted. Ele não é bonito?
O supervisor se agachou pra ficar na altura da menina.
_É, sim, muito bonito.
O bichinho tinha lindos os olhos azuis como os de Liv e os do supervisor. De pêlos brancos como a neve e com suas listras pretas características. Era uma coisa fofa que parecia até de verdade.
_Foi o meu pai que me deu! – disse toda contente.
_Sua mãe me disse ainda pouco.
_Então mocinha agora podemos ir? - Sara a questionou.
_Agora assim a gente pode ir, o Ted tá aqui! – ela abraçou o bichinho fazendo Sara e Grissom rirem dela.
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