Capítulo 17 - Cinema
Na fila pra comprar os ingressos, Sara e Greg decidiam o filme que assistiriam. Havia bons gêneros em cartaz, ação, drama, romance, terror, mas acabaram por optar por uma boa comédia. Saindo da fila, Greg foi comprar os refrigerantes e a pipoca. O entusiasmo dele com tudo aquilo não passou despercebido por Sara. Ela também não deixava de estar, gostava de ir ao cinema e fazia tempo que não ia à um.
Dylan e ela sempre iam juntos, os dois costumavam sair bastante juntos e de certa forma, agora, ela sentia falta de uma companhia masculina pra sair, mas que fosse agradável e animada. E como Greg era animação em pessoa tinha certeza que se divertiria muito com ele.
Eles entraram na sala, acomodaram-se nas poltronas confortáveis e cinco minutos depois o filme começava.
No laboratório, mais um turno se iniciava para os outros CSI's àquela noite.
_Boa noite, pessoal! Temos um único caso essa noite. - anunciou Grissom ao entrar na sala onde seus subordinados o aguardavam.
_Que milagre é esse? - Catherine espantou-se, já que há muito tempo não tinham só um caso.
_Milagres acontecem. - o supervisor diz enigmático.
_Outro milagre foi o Greg ter saído com a Sara. Acho que foi por isso que só temos um caso essa noite. Os bandidos resolveram dar uma trégua pra não interromperem a noite do nosso garoto de cabelos arrepiados. - Warrick zombou.
_Coitado, Warrick. - riu Cath.
_Cara, eu queria ser um mosquitinho pra ver o fora que ele vai levar dela se tentar alguma gracinha. - Nick tinha um sorriso matreiro.
_Não sei não, Nick. Nessas últimas semanas, eles têm andando muito juntos. Ele até levou a Sara em casa semanas atrás, se eu não me engano.
_Warrick tem razão, Nick. Além do mais, o Greg é bonito. Ele só é um pouco crianção, mas é um ótimo rapaz pra Sara.
_Não estou dizendo que ele não seja, Cath. Só que ele não faz o tipo dela. Sei disso, porque conheço muito bem minha amiga. Sara gosta de homens discretos, sérios e o Greg não é assim. Como você mesma disse, ele é um crianção.
_Mas, talvez, um envolvimento com Sara o faça deixar de ser tão crianção assim.
_Cath vai por mim, ele não têm chance com ela.
_Será mesmo? - Warrick diz com certa dúvida.
_Pode ter toda certeza. - afirmou Nick.
_Se você que a conhece diz isso, não vou ser eu quem vou mais discordar. Só que eles formariam um casal...
Catherine não teve tempo de completar, porque Grissom que até então estava calado, deu sua opinião nada sútil, completando a frase da amiga.
_Perfeito... A "maluca" e o "palhaço".
Todos olham para o supervisor chocados e sem entender o porquê dele ter dito tal grosseira.
_Credo, Grissom! Isso é jeito de falar deles? - Catherine resmungou horrorizada.
_Olha, chega de falar nesses dois. Deixem Sara e Greg se divertirem pra lá. Temos um caso pra resolver... Então vamos!
O supervisor saiu da sala sob o olhar curioso de seus subordinados.
_Cara que inseto mordeu o Grissom? -Nick olha pra Warrick que estava perto dele.
_O mesmo de anos... O mal humor. Vamos logo!
Os três se levantaram pra seguir o chefe e uma loira que não deixava passar nada ficou cismada com a atitude do amigo supervisor.
X X X X X X X X
Quase uma hora e meia depois, Sara e Greg saíam da sala do cinema aos risos por conta do filme que assistiram.
_Nem me lembro quando foi a última vez que ri tanto assim com um filme. - ela não escondia o sorriso.
_Nem eu, muito bom ele.
_Sem dúvida!
_Bom... Como ainda é um pouco cedo - o jovem consultou as horas em seu relógio e apenas passava das nove. Cedo pra dois adultos voltarem pra casa. _Podemos ir comer uma pizza e depois se você já quiser ir eu te levo pra casa. Topa? - ele ficou olhando pra ela esperando ansioso por uma resposta positiva da amiga.
Sara ia lhe dizer não, mas a companhia estava sendo tão agradável que não teve coragem pra recusar o pedido dele. Sem contar, que estava com fome e uma boa pizza não se dispensa.
_Topo, vamos.
Eles seguiram pra uma pizzaria que ficava perto do cinema mesmo. Chegando lá, eles pediu uma pizza metade vegetariana pra Sara e outra metade de queijo para Greg. Enquanto o pedido não vinha, eles se puseram a conversar sobre coisas banais até que o assunto rumou pra vida de Sara em Chicago.
_Então como era viver em Chicago?
Greg não deixou de notar o sorriso largo que Sara deu quando ele perguntou isso.
A mulher tinha ótimas lembranças de lá e sempre que falava naquela cidade o sorriso vinha fácil.
_Era bom. Chicago não é tão agitada como Vegas, mas eu gostava de lá... Liv senti falta de da cidade principalmente, do pai dela que mora lá.
_Você também sente falta dele? - pergunta meio receoso.
_Talvez um pouco... - Apesar das insistências de Dylan que beiravam a chatice e na grande maioria das vezes irritava, Sara, ainda sim, ela sentia falta do ex. _Convive com Dylan durante sete anos da minha vida, Greg. Ele é uma ótima pessoa, um pai maravilhoso e às vezes... - ela frisou bem essas palavras. _...Um bom ex-marido. O único problema do Dylan é insistir num relacionamento que não tem mais volta. Às vezes perco a paciência com ele por causa disso. Ele insisti em querer voltar comigo só que não quero, não o amo mais como antes. Pra mim, ele agora é só o pai da Liv. O que sinto por ele é apenas respeito e carinho pelos anos que passamos juntos e sinceramente, nem isso era pra eu ter por ele, dada as circunstâncias do fim do nosso casamento que não vem ao caso dizer agora, porem é só isso que sinto por ele e nada mais.
Greg achou melhor trocar de assunto e não falar mais no ex dela, já que o que queria saber já sabia, Sara não gosta mais do pai da filha dela, então talvez, ele tivesse alguma chance com a colega de trabalho.
_Bem e de Chicago sente muito falta?
_Sim. Chicago é especial pra mim, porque foi lá que ganhei meu maior presente a Liv e também foi lá que cresci profissionalmente. Além do mais, criei laços naquela cidade, fiz vários amigos que são especiais pra mim. - sorriu com a lembrança dos amigos e principalmente, de seu antigo chefe que se tornou um pai pra ela.
_Você voltaria a morar lá?
Ela demora um pouco pra responder.
_Talvez sim... Talvez não... Eu não sei, Greg. Não vou te dar uma resposta definitiva, porque não sabemos o dia de amanhã, vai que algo aconteça e eu tenha que voltar pra lá, nunca se sabe. Por isso não digo "não" com convicção, mas o que posso te dizer é que por agora... Meu lar é aqui em Vegas com vocês que já se tornaram minha família. - sorriu pra ele.
_Que bom que já nos considera sua família e... Espero que não aconteça nada que faça você ir embora daqui. - pôs sua mão em cima da dela pegando Sara de surpresa.
Meio sem jeito por ação de Greg, a mulher delicadamente tira sua mão debaixo da dele assim que o garçom chega com a pizza. Passado o constrangimento, Sara muda o rumo da conversa.
_Então já falamos muito de mim, agora me fala de você. Há quanto tempo você aguenta o Grissom?
Ela questiona tão logo o garçom foi embora. Greg esboça um sorriso pela pergunta dela.
_Há seis anos. Porem só há três o "aguento" mais constantemente.
_Como assim, não entendi?
_Te explico. É que só há três anos que sou CSI e entrei pra equipe dele.
_Você não era CSI antes?
_Não.
Greg começou a contar à ela sua história no laboratório. Antes ele era só um técnico de análise e que ao longo do tempo ao ouvir as histórias de casos que Nick e Warrick lhe contavam, foi surgindo nele à vontade de ir à campo, de coletar as evidências e não somente analisá-las para os outros. Sua maior aliada e que lhe deu toda a força necessária pra que ele virasse um CSI foi Susan, a esposa de Grissom.
Os dois criaram uma amizade muito forte. Ela gostava dele, pois dizia que Greg lembrava muito o irmão mais novo dela que sumiu no mundo e nunca mais apareceu, por isso criou com Greg um laço de irmandade. Sempre quando o jovem precisava, ela o aconselhava e o apoiava.
Susan fez tudo que foi possível pra ajudá-lo. Convenceu o marido a dar uma oportunidade ao jovem de ir à campo, disse que Greg tinha um grande potencial então Grissom resolveu dar uma chance a ele.
Depois de alguns testes, ele foi aprovado como CSI e entrou pra equipe. Greg afirmou que é muito agradecido à Grissom pela chance que lhe deu e principalmente, era agradecido à Susan que acreditou nele e o ajudou.
Os dois acabaram de comer e ainda ficaram conversando mais um tempo sobre outras coisas. O papo entre eles vinha fácil. Mas após muito papo Greg levou Sara pra casa, quando a mesma pediu.
_Chegamos! - estacionou em frente a casa dela.
_Greg obrigada pela noite agradável. Fazia tempos que não me divertia tanto assim.
_Fico contente que tenha gostado.
_Gostei mesmo!
_Podemos repetir a saída mais vezes?
_Com certeza. Você é uma ótima companhia.
_Obrigado!
Um silêncio, ela o encarando, eles próximos e Greg viu naquela circunstância uma boa oportunidade pra tentar algo.
Sem pensar duas vezes ele colou seus lábios no de Sara num beijo, um toque de lábios, na verdade. Esperou pela ação dela de aceitação pra dar seguimento aquele beijo.
Pega de surpresa com o que Greg fez, Sara só reagiu segundos após tal fato. Porém a reação dela não foi bem a que Greg esperava, já que a morena se afastou dele acabando com o beijo deles.
_Por que fez isso? - ela o olhava espantada.
_Porque gosto de você; sinto algo que não sei bem o que é... Talvez possamos tentar algo, já que nos demos tão bem juntos.
Que situação!
Como explicaria a ele sem magoá-lo que ela não sente o mesmo que ele?
Dureza!
Sara tinha que ser honesta com ele. Não queria criar falsas esperanças no amigo, ele não merecia. Sentia algo por ele, mas era só amizade e nada mais. Tinha que lhe dizer isso da melhor forma possível, se é que tem uma.
_Greg... Talvez você fique magoado comigo pelo que vou te dizer, só que tenho que ser sincera... Gosto de você, mas não desse jeito que você gosta de mim.
_Você pode gostar se tentarmos, eu posso fazer...
Ela o interrompeu ao colocar dois dedos sobre seus lábios. Se sentia horrível pela situação criada. Se soubesse que o fato de ter aceito seu convite pra sair, criaria nele expectativas quanto a um possível romance entre os dois, jamais teria aceitado seu convite e assim não estariam naquela situação.
_Não dá, querido. - Sara afirma tirando os dedos dos lábios de Greg.
Desapontado com a resposta da amiga, o jovem a questiona.
_Qual o problema? É por causa do meu jeito "crianção", como os outros dizem? Porque se for eu posso mudar.
_Claro que não é isso. Adoro seu jeito e você não deve mudá-lo por ninguém.
_Então o que é?
_Gosto de você do mesmo jeito que gosto do Nick, só como um amigo querido, por isso não dá pra haver nada entre nós além de amizade. E também não estou com cabeça e nem no momento pra me envolver romanticamente com alguém agora, sinto muito.
Uma decepção horrorosa pra ele que esperava tanto que entre eles rolasse algo naquela noite. Não sabia bem ao certo o que sentia por ela, se era paixão ou uma simples atração, somente sabia que havia algo. Ela era diferente de todas as mulheres que já tinha conhecido e isso chamou sua atenção. Além é claro de ser linda e divertida. Queria muito ter algo com ela, porém, Sara não queria e Greg tinha que aceitar.
Um suspiro alto e ele tentou levar aquela situação que se formou como sempre levava quando algo assim acontecia, na brincadeira e no bom humor.
_Esse foi o pior fora que alguém já me deu. - sorriu sem jeito.
_Desculpa, Greg, por ser tão direta, só que sou assim não vou ficar com você só por ficar, esse não é o meu jeito. - ela tocou o ombro dele. _Você merece alguém, só que esse alguém não sou eu. E se ficar chateado comigo por isso eu vou te entender.
Ele olhou pra ela com uma expressão indecifrável e depois sorriu daquele jeito de garoto dele.
_Claro que não estou chateado! Confesso que estou um pouquinho triste, porque esse 'tocão' que você me deu foi... Monstruoso! - ambos sorriram. _Mas sobreviverei. Tenho o mais importante de você, Sara, a sua amizade e isso já é o bastante pra mim.
Sara sorriu e o abraçou. Ele sempre a surpreendia de alguma forma.
_Você é uma pessoa incrível sabia? -falou abraçada a ele.
_Sabia!
_E bem convencido também. - eles riram e desfizeram o abraço. _Agora tenho que entrar. Boa noite Greg! - deu um beijo no rosto dele.
_Boa noite, Sarinha! E até amanhã no laboratório.
_Até, querido. Tchau!
_Tchau!
Ela desceu do carro e seguiu em direção a sua casa sob o olhar atento de Greg.
_É, Greg. Bem que o Nick te avisou que ela era dureza. - ligou o carro e foi pra casa.
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