Capítulo 160 - Um amor verdadeiro e sem limites

Dois anos depois...

Ele lia tranquilamente seu livro sob a sombra de um colorido guarda-sol de praia, quando teve sua atenção chamada por latidos misturados a risadas gostosas de crianças. Desviando o olhar um instante do livro, viu mais adiante suas duas filhas: Lívia e Alice, ambas se divertindo com a algazarra que Hank fazia ao rolar na areia da praia. Enquanto as observava, ele teve a sensação de que aquilo tudo lhe parecia muito familiar. E foi quando as duas meninas lhe olharam e acenaram sorrindo, que Grissom se deu conta de que não era só uma sensação, realmente aquilo era familiar pra ele, porque já tinha acontecido em seus sonhos anos atrás. Aquilo ali nada mais era do que a concretização daquela 'visão' que teve antes mesmo de Sara lhe contar sobre a gravidez de Alice.

-Elas são lindas, não é?

-Puxaram à mãe! Ela é linda! - Ele sorriu e encarou a esposa que havia se postado ao seu lado.

-Mesmo com esse barrigão de quase oito meses?

Ele sorriu mais ainda evidenciando suas covinhas, as mesmas que Sara via em Alice quando a filha caçula sorria.

-Você é linda de qualquer jeito. E grávida, fica mais linda ainda!

-Você mente bem, limão azedo. - Ela piscou pra ele que segurou sua mão e depositou um beijo.

Grissom lhe perguntou se havia passado as dores nas costas. Durante a madrugada, ela tinha reclamado disso e dos seus pés que estavam bem inchados.

Essa gravidez não estava sendo fácil como fora a de Alice. Sentindo constantes mal-estares e sofrendo com problemas de pressão, Sara por várias vezes teve de ser levada ao hospital e devido a isso, por recomendação de sua médica, a perita teve que parar de trabalhar muito antes do previsto, quando ainda estava apenas com seis meses de gestação. Isso desagradou um pouco à morena, pois ela não queria parar tão cedo de trabalhar. Entretanto pelo bem de sua saúde e principalmente, a saúde de seu filho, ela acatou a ordem médica.

-Estou melhor, querido.

-Que bom!

-Queria sentar no seu colo, mas acho que essa cadeira de praia não vai aguentar o excesso de peso.

-Podemos resolver essa questão rapidamente!

Ele se levantou, pegou a toalha que tinha trazido para as filhas se enxugarem quando saíssem da água, e estendeu a peça sobre a areia. Depois, sentando sobre a toalha, o supervisor ajudou a esposa a se acomodar entre suas pernas.

-Está bom assim? - Ele beijou os cabelos da esposa, que apoiava a cabeça em seu ombro.

-Está ótimo, amor. A brincadeira ali parece animada não é? - Sara observou as filhas rindo de Hank.

-Sim!

-Como elas cresceram rápido não é, Gil?! Parece que foi ontem que a Ali nasceu e a Liv só tinha sete anos de idade.

Ele balançou a cabeça concordando com a esposa.

Suas filhas pareciam mesmo terem crescido rápido demais. Era meio assustador isso!

Enquanto Alice já estava com seus dois anos de idade e tão falante quanto a irmã. Liv já estava com seus dez anos. Grissom não deixava de notar que à medida que ia crescendo, Liv ficava mais e mais parecida com Sara. Já Ali tinha uma mistura perfeita dele com a esposa.

-Daqui a pouco será o nosso pequeno Dylan que vai estar ali brincando com as irmãs.

Grissom sorriu com a menção ao filho que estava por vir. Um garotão pra alegria do pai!

Ele não tinha preferência quanto ao sexo do bebê, sempre deixou isso claro quando descobriram essa nova gravidez. Se fosse outra menina, também seria igualmente amada e festejada. Mas ao saber que viria um menino, ele inevitavelmente não pode deixar de se emocionar um pouco mais. Seu primeiro filho homem! E o nome do herdeiro foi uma escolha do próprio Grissom há pouco mais de um mês, algo que surpreendeu e emocionou Sara na ocasião.

"Deitados na cama com Grissom acariciando e beijando a barriga enorme da esposa, Sara lhe contou que eles precisavam escolher logo um nome para o bebê.

-Você tem alguma sugestão de nome? Porque eu confessou que não tenho nenhuma, amor.

Enquanto falava com ele, Sara alisava os cabelos do marido. Se o bebê fosse uma menina, ela já tinha um nome. Seria Laura em homenagem a sua mãe. Mas como seria menino, ela não tinha a menor ideia. Talvez seu marido tivesse.

-Eu até tenho e há tempos. Só não sei se você vai aceitar. - Ele contou, cessando os carinhos e indo se deitar de frente pra esposa.

Grissom não teve dúvida alguma a respeito do nome do futuro herdeiro. Assim que soube que viria um menino, o nome veio de imediato em sua cabeça. Mas lhe faltava coragem pra falar com Sara àquele respeito. Havia o receio de que ela não aprovasse aquilo. Estava esperando a proximidade do nascimento do bebê ou a esposa tocar nesse assunto pra aí então, contar aquilo.

-E por que eu não aceitaria? - Ela tocou seu rosto barbudo. Adorava fazer aquilo e sabia, que ele também adorava aquele carinho que ela lhe fazia.

-Porque talvez não ache certo, sei lá. Mas eu adoraria que você aceitasse. Seria a minha forma de homenagear essa pessoa que deu a vida dela pra salvar a sua.

Sara entendeu imediatamente de quem ele falava. Emocionada, ela abraçou o marido e começou a chorar. Ele ficou sem entender se aquilo era um sim ou um não.

-Sara, você não gostou da sugestão?

Ela não conseguiu lhe responder apenas chorava.

-Querida... assim você está me deixando preocupado.

-Você... tem certeza que... que quer pôr esse... nome no... nosso filho?

Com o rosto escondido no pescoço dele e em meio aos soluços, ela quis saber. Jamais imaginou que ele viria com aquilo. Era algo tocante e emocionante. Tão emocionante que ela não conseguiu segurar o choro.

-Claro que tenho, meu amor. Você aceita que o nosso filho se chame Dylan?

Ela apenas assentiu sem conseguir falar direito já que estava muito emocionada com aquele gesto lindo do marido em homenagear Dylan pondo seu nome no filho deles."

-Não vejo à hora dele nascer e tê-lo em meus braços. - O supervisor confidenciou acariciando a barriga da esposa e dando um beijo no rosto dela que sorriu.

-Já sabe que vai perder seu posto de único homem da casa, quando ele nascer, não é? - Ela brincou, pousando sua mão sobre a dele.

-Sim, mas estou feliz com isso, pois terei com quem dividir a responsabilidade de tomar conta das mulheres da casa.

-Como é? Você não disse isso, disse?

-Claro que eu disse. O pequeno Dylan quando for maior vai me ajudar a ficar de olho em vocês principalmente, nas irmãs dele quando elas estiverem maiores. Pra onde elas forem ele vai acompanhá-las.

Sara não se conteve e riu disso.

-Não posso acreditar que você será um daqueles pais ciumentos, Gil!

-Não é ciumento, é zeloso.

-Claro!! Zeloso que nem você é comigo, não é?

-Sim. Como você também costuma ser comigo, ora. - Ele rebateu, sorrindo e Sara riu junto.

Nenhum dos dois podia falar muito do outro naquele quesito, pois ambos eram extremamente ciumentos. E algumas vezes, até se divertiam e se provocavam por isso.

-Ah, Gil, sabe quem ligou antes de eu vir atrás de você?

-Quem, querida?

-Any!

A babá que tinha deixado de ser babá das filhas do casal e havia casado com Ernest ano passado, atualmente morava em Reno com o marido que tinha sido transferido pra trabalhar naquela cidade, logo depois de terem se casado.

-E como estão as coisas por lá?

-Melhor impossível.

-Que bom! E quando eles virão nos visitar?

-Ela disse que semana que vem eles estão vindo pra passar o fim de semana conosco e também pra... comemorarmos a boa notícia que Any me deu.

-Que boa notícia foi essa?

-Vamos ser titios, Gil. Any tá grávida de três semanas.

-Mas que ótima notícia!

-Ela era a pura felicidade quando me contou, precisava ouvir. E o Ernest, ela disse que ficou bastante emocionado quando soube ontem disso.

-Posso imaginar o tamanho da emoção que ele sentiu quando recebeu essa notícia. Com certeza, foi a mesma que eu senti quando você me contou por duas vezes que estava grávida. - Ele beijou os cabelos da esposa. _É algo incrível!

-Pai!... Pai!... - Ele sorriu vendo suas filhas virem em direção a ele e a esposa juntamente com Hank.

-O que foi, amores?

-Vete, pai!

-Agora não é hora de sorvete, Ali. Ainda é cedo, filha. Depois o papai compra pra você, tá bom?

A menina assentiu concordando nada satisfeita com isso e ainda fez um bico desgostoso com as palavras do pai.

-Conheço esse bico lindo de algum lugar! - Ele murmurou no ouvido da esposa, que apenas riu.

-Pai, a gente vai passear de barco como você prometeu?

Um sorriso bobo escapou de seus lábios. Ainda lhe emocionava ouvir Liv lhe chamar de pai. Fazia apenas uma semana que ela tinha passado a chamá-lo assim.

"Ele estava dando uma ajeitada no jardim de casa com a ajuda de Liv, quando de repente a menina lhe chamou pra mostrar algo na roseira de casa.

-Olha!

Liv lhe apontou uma borboleta idêntica a que ela segurava quando eles se conheceram na casa de Catherine.

-Que coincidência!

-Será que é a mesma?

-Pouco provável, princesa.

-Ela é linda, não é... pai?

-Sim, ela é... - Ele interrompeu-se ao se dar conta daquele "pai". _Do quê me chamou Liv?

-De pai! - A menina repetiu.

Há dias, ela vinha ensaiando chamá-lo assim. Ele havia se tornado seu pai e nada mais justo que ela chamá-lo desse modo. Tinha perguntado a sua mãe sobre o que ela achava disso e se ela achava que Grissom ia gostar disso. Sua mãe lhe disse que se era do gosto dela chamá-lo assim então que fosse em frente, pois tinha certeza absoluta, de que o supervisor ia adorar isso. Mas ao ver a cara que ele fazia agora, Liv entendeu erroneamente que ele não tinha aprovado aquilo. Desse modo, tratou de pedir desculpas rapidamente e dizer que não o chamaria mais assim.

-Não! Não! Não faça isso. Pode me chamar de pai sempre.

Ele imediatamente tratou de dizer à ela.

-Eu posso mesmo?

-Claro que pode. E eu vou ficar muito feliz se você passar a me chamar assim daqui pra frente. Tá bom? - A menina assentiu pra ele. _Agora vem cá. Me dá um abraço, filha. - Ela o abraçou. _Eu te amo muito, muito, muito, filha!

-Eu também te amo muito, muito, muito, pai!"

-Vamos sim, passear de barco, meu amor.

-Pode ser agora?

-O que você acha, querida?

-Por mim, tudo bem. Mas antes, as duas já pra água tirar essa areia toda.

-Tá bom. Vem, Ali... Hank!

As duas meninas e o cachorro saíram em disparada pra água.

-Você ainda fica todo bobo quando a Liv te chama de "pai".

-Dá pra perceber é?

-Sim!

-Acho que isso era a cereja que faltava no meu bolo da felicidade. Liv me chamando de pai!... Eu a amo tanto, Sara.

-E ela à você!

Ele sorriu.

-Obrigado por ter me dado essas filhas lindas, esse garotão que estar por vir, e por me fazer o homem mais feliz do mundo, Sara!

Ela lhe beijou.

-Obrigada à você por tudo isso que construímos juntos, Gil.

-Eu amo você, minha maluca irritante!

Ela sorriu.

-Ah! Eu também amo você, meu limão azedo!... Pra todo o sempre!

***
"Eu nunca imaginei que houvesse no mundo
Um amor desse jeito
Do tipo que quando se tem não se sabe
Se cabe no peito

Mas eu posso dizer que sei o que é ter
Um amor de verdade
E um amor assim eu sei que é pra sempre
É pra eternidade."

(Amor sem limite - Roberto Carlos)

...

THE END !

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Quero agradecer a quem se dispôs a ler até o fim essa estória que escrevi.

Muito obrigada por tirarem um tempinho de vocês pra lerem a minha estória que foi escrita com carinho.

Um beijo.

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