Capítulo 159 - Desfechos
"Quando você amar alguém, você se sacrificará
Você dará tudo isto que você adquiriu
E você não pensará duas vezes
Você arriscará tudo não importa o que pode vir
Quando você amar alguém..."
(When You Love Someone - Bryan Adams)
***
Assim que invadiu a casa juntamente com os policiais, Jim chamou pelos amigos peritos e o afilhado. Ouviu as vozes de Sara e Grissom responderem dos fundos da casa. Imediatamente correu pra lá com os demais e ao entrar no quarto encontrou uma Teri ferida com dois tiros - um no ombro e outro na mão - caída num extremo do cômodo, mas viva. E no outro lado estavam: Sara, Grissom e Dylan, sendo que esse último se encontrava deitado no colo de Sara, pois havia sido alvejado no peito. O capitão ficou imediatamente desesperado com aquela cena.
—Dylan!! O que foi que houve? - O capitão agachou-se perto deles.
"Tudo aconteceu muito rápido. Em fração de segundos!
—Adeus, Sidle!
Tão logo ouviu Teri dizer tais palavras, Grissom puxou sua arma e ao mesmo tempo que Teri efetuou um disparo. Dylan imediatamente se pôs na frente de Sara. E Grissom efetuou os dois tiros seguidos na ex-amiga antes que ela tivesse chance de disparar mais uma segunda vez."
—Precisamos de uma ambulância rápido, Jim! - Grissom pediu enquanto pressionava o ferido de Dylan numa tentativa de estancar o sangramento.
O capitão levantou-se e sacou prontamente seu celular, discando trêmulo os números pra pedir a ambulância.
—Dylan, você vai ficar bem, ok?
Ele sorriu triste, pois sabia que isso não era verdade.
—O tiro me acertou feio. Eu sinto que não vou aguentar, Sara.
Ela ficou desesperada com essa possibilidade.
—Você tem que aguentar. Pela Liv, Dylan, aguenta firme.
Ela não queria que nada de ruim acontecesse a seu ex. Dylan era uma boa pessoa e a prova disso estava ali. Ele não pensou duas vezes em arriscar sua própria vida pra salvar a dela.
Seu ex podia ter aprontado pra lhe separar de Gil, mas em momento algum ela lhe desejaria mal. Ele foi um grande amor na sua vida, era o pai de sua filha e por pior erro que tenha cometido antes, Sara não queria que algo como aquilo estivesse acontecendo a Dylan.
—Eu queria muito tá aqui quando a Liv fizesse 15 anos... ou na formatura dela... no casamento e... tudo mais. Só que eu sei que não estarei.
—É claro que vai estar, Dylan. - Grissom se pronunciou. _Você vai estar em todos esses momentos especiais da vida da sua filha.
—Eu sei que não!
—A ambulância já está à caminho. Aguenta firme, capitão Dy. - Jim agachou-se novamente perto do agente e com os olhos cheios de lágrimas, afagou os cabelos do afilhado a quem tinha como um filho.
—Padrinho, não vai dar tempo. - Ele murmurou. Sua vista começava a ficar turva e uma dormência já era sentida por ele em algumas partes do corpo. _Sara... Diz pra minha borboleta que eu a amo muito. - Ele sussurrou. _Que de onde eu estiver vou tá cuidando dela.
—Dylan não faz isso. Não fala como se estivesse se despedindo.
—Me perdoa! - Ele pediu com lágrimas nos olhos. _Me perdoa por ter te separado por um tempo da pessoa que você ama. Eu fui um egoísta! Meu amor por você me cegou, mas agora eu quero que saiba que desejo que seja muito feliz com o senhor Grissom!... Por favor, diz que me perdoa.
Ele precisava ouvir dela aquilo pra ficar em paz. Sabia e principalmente, sentia que não sobreviveria. Não se arrependia em nenhum momento de ter entrado na frente daquela bala e salvado a vida de Sara. Mas doía pensar que deixaria órfã de pai à sua 'borboleta' que ainda era só uma criança.
—Eu perdôo você, Dylan!
Ele sorriu.
—O senhor também me perdoe, por favor, senhor Grissom.
Qualquer coisa que o supervisor tivesse contra aquele homem havia desaparecido no momento em que ele se colocou na frente daquela bala e salvou a vida de Sara. Grissom seria eternamente grato ao agente por aquilo.
—Sinta-se perdoado por tudo, Dylan.
—Me prometa que vai fazer da Sara a mulher mais feliz. E... Que vai cuidar e amar à Liv... Como se ela fosse sua filha de verdade.
—Eu prometo, Dylan!
—Seja um bom pai pra minha borboleta, por favor. - O agente pediu já com uma voz fraca e fechando os olhos.
—Dylan abre os olhos. Olha pra mim, Dy! - Sara pedia, chorando e passando a mão pelo rosto do ex. Aquilo não podia acontecer. Ele não podia ir assim!
—Eu vou te amar pra sempre, meu bem!
Foram as últimas palavras dele pra desespero de Sara.
—Dylan, não!! Abre os olhos, vai! Dylan! - Ela pedia em desespero, dando leves tapinhas no rosto dele. _Olha pra mim!!
—Sara... Ele se foi, querida!!
—Não!!
Os paramédicos chegaram naquele momento e ainda tentaram reanimar o agente, mas infelizmente não conseguiram nada.
—Sinto muito! Não temos mais o que fazer. - Com pesar um dos paramédicos informou segundos depois de tentarem insistentemente uma reanimação.
*****
Sozinha e encarando o caixão de Dylan, naquela pequena capela onde momentos atrás fora realizada uma missa a pedido de Sara, a perita chorava a morte de seu ex-marido. Durante a missa ela não havia derramado uma lágrima por conta da filha. Queria manter-se forte na frente da garotinha.
Contar a menina sobre a morte de Dylan não fora fácil, mas ela teve a ajuda de Grissom nesse momento. Cortou-lhe o coração quando sua filha lhe indagou com os olhos cheios de lágrimas, que ela nunca mais veria o papai dela. Foi doído responder aquilo. E desde ontem quando Liv soube da morte do pai, que Sara não ouviu mais a filha pronunciar uma palavra sequer.
—Nossa filha tá sofrendo muito com a sua morte, Dy. Você não merecia isso!... Quem merecia morrer era aquela mulher e não você. Isso não é justo! - Ela falava, passando a mão pelo caixão.
Infelizmente nem sempre o quê é justo acontece. Enquanto alguém bom como seu ex-marido estava morto, alguém ruim como Teri estava aí bem viva. Felizmente, ela se encontrava pressa por tudo o que fez. E se dependesse de Sara, aquela mulher passaria o resto da miserável vida dela na cadeia.
—Sara!
Ela se virou pra encontrar Grissom vindo em sua direção.
—Já chegaram pra buscar o corpo e levá-lo, querida.
Ele seria levado num avião particular pra Chicago onde os pais e amigos de Dylan já aguardavam o corpo do agente pra poder velarem e sepultá-lo.
—Tudo bem!... - Ela voltou a encarar o caixão de Dylan. _ Eu te amei muito, Dy! Você me deu o presente mais lindo da vida, que é a nossa filha. Desejo que onde quer que você possa estar, esteja em paz. - Ela deu um beijo no caixão.
*****
—Tô preocupada com a Liv, amor. - Ela comentou, juntando-se a Grissom na cama.
Já fazia cinco dias da morte do pai e a menina seguia sem falar nada, nenhuma palavra sequer.
—Quando eu perdi o meu pai era criança que nem a Liv e também fiquei assim como ela por dias.
Na verdade foram mais do que dias, foram meses, mas ele achou melhor não dizer pra não preocupar mais ainda Sara do que ela já parecia.
—Jura?
—Juro. Minha mãe também ficou preocupada como você. Inclusive, ela me levou ao médico.
—E o que ele disse?
—Que era a minha forma de guardar luto, que ia passar. E passou! Com a Liv não será diferente. Logo ela estará falante como antes. Você vai ver! - Tentou tranqüilizá-la.
—Eu espero que isso aconteça logo. Me corta o coração vê-la assim, Gil.
—A mim também! Eu daria tudo pra não ver a minha princesa triste e sofrendo assim, Sara.
Ela tocou o rosto dele com os olhos levemente marejados em virtude de suas palavras. Ele sempre deixava claro em gestos e declarações como aquelas, o grande amor que tinha pela filha dela. Aquilo sempre lhe comovia! Tinha certeza que ele seria pra Liv um pai tão maravilhoso quanto Dylan, se este estivesse vivo.
—Eu tirei a sorte grande de ter encontrado alguém como você. Alguém que ama a minha filha desse jeito tão lindo.
—Eu é que tirei a sorte grande por vocês terem entrado na minha vida, Sara. - Ele acariciou o rosto dela e beijou seus lábios. _Vocês foram a melhor coisa que me aconteceu!
—Você é fora de sério! É por isso que eu te amo! Muito... muito... muito...
Ela lhe disse enquanto lhe enchia de pequenos e estalados beijos na boca.
—Eu também te amo muito, muito, muito, Sara! - Ele ria por conta daqueles diversos beijos. _E quero te fazer uma pergunta muito importante.
—Que pergunta? - Ela questionou, cessando com os beijos.
—Primeiro, eu sei que esse ainda não é o momento pra comemorações e festas, pois você ainda tá de luto pela morte do pai da sua filha, mas... Eu quero te fazer uma proposta. E se você aceitar, podemos deixar passar o tempo que você achar conveniente pra fazermos isso, ok?
—Ok! Mas do que você tá falando?
—De casarmos, Sara!
—Casar?? - Ela repetiu, sentando-se na cama rapidamente.
—Sim! - Grissom confirmou e também se sentou na cama, de frente pra Sara. Depois tomando as mãos da perita nas suas, ele prosseguiu: _Eu quero me casar com você de novo. Mas dessa vez quero que seja diferente. Quero a presença dos nossos amigos nesse dia e uma festa com tudo que temos direito!... O que você me diz? Aceita se casar pela segunda vez com esse "limão azedo" que é louco por você... maluca irritante?
Ela abriu um lindo e emocionado sorriso. Só se estivesse louca pra dizer "não" àquele pedido dele. Com ele, ela casaria não só uma ou duas vezes apenas, mas casaria três, quatro, cinco e quantas vezes mais ele lhe pedisse em casamento, porque...
Aquele homem era o amor de sua vida!
—É claro que aceito!
Ele sorriu e tirou de dentro do bolso da calça de moletom que usava, uma caixinha com duas alianças.
—São novas ou as mesmas?
Ela quis saber enquanto ele tirava a peça menor e colocava no dedo anelar direito dela. Essas eram parecidas com as outras que eles usaram.
—São novas! Comprei ontem. - Ele contou.
—Por isso você sumiu, não foi?
Ele sorriu feito um garoto tímido, do jeito que ela tanto adorava.
—Foi!... Um novo casamento pedi um par de alianças novas, não acha?
—Acho! Mas o que você fez com as outras? Jogou fora? - Por pura curiosidade, ela quis saber daquilo enquanto colocava a aliança no dedo dele.
—Não! Estão guardadas no meu apartamento. Eu quis jogá-las fora depois que você foi embora de lá naquele dia, mas não tive coragem e guardei.
—Ficaram lindas! - Sara afirmou, olhando para sua mão e a de seu futuro marido. _Precisamos comemorar esse pedido.
—Podemos sair pra jantar amanhã, o que acha? - Ele sugeriu, deitando-se na cama e trazendo Sara para acomodar-se em seu peito.
—Eu acho uma boa, mas eu queria uma comemoração instantânea.
—Instantânea?
Ele viu-a levantar a cabeça de seu peito e esclarecer com um sorriso nos lábios o que significava aquilo.
—Podemos aproveitar que estamos na cama, que é tarde da noite e... fazer uma comemoração mais... íntima! O que acha?
Uma proposta daquelas, ele nunca que ia recusar.
A resposta dele veio através de um beijo que deu início a uma tórrida noite de amor, regada a muitas juras e promessas de amor eterno.
*****
Quatro meses se passaram.
Era outono e naquele fim de tarde com o sol já se pondo, Grissom encontrava-se parado diante do pequeno altar montado no jardim de sua nova casa, adquirida há menos de um mês.
O supervisor não podia estar mais feliz como naquele dia. Em poucos instantes estaria se casando pela segunda vez com Sara e agora, tinha convicção de que seria pra sempre que eles ficariam unidos um ao outro naquele matrimônio.
Observando os convidados que alegremente conversavam acomodados nos banquinhos, enquanto a cerimônia não começava, Grissom sorriu feliz da vida. Dessa vez, todos seus amigos estavam presentes naquele momento especial, até mesmo, os pais de Dylan estavam ali. Eles tinham vindo de Chicago atendendo especialmente ao pedido de Sara. Ela havia feito questão de convidá-los, pois tinha um enorme carinho por eles e Grissom não se opôs, de modo algum, em ter a presença dos pais de Dylan, já que sabia o quão importantes e queridos eram os ex-sogros pra morena. E havia reciprocidade da parte deles para com a ex-nora.
''Sara é alguém muito especial pra mim e minha esposa, senhor Grissom. Ela é como à filha que não tivemos. Esperamos que cuide muito bem dela e também da nossa neta. Faça as duas muito felizes, porque elas merecem. ''
Grissom recordou-se desse pequeno discurso que Oswald havia lhe dito momentos atrás.
Sem dúvida alguma, ele viveria somente pra fazê-las feliz e cuidar muito bem daquela família que se tornou sua no momento em que seus caminhos se cruzaram há quase dois anos. E foi exatamente isso, que disse a Oswald e pode ver um sorriso feliz surgir nos lábios do bom senhor.
—Nervoso?
—Eu diria que estou mais é ansioso, Nick.
O moreno sorriu do supervisor.
—Acabei de vê-la, só está terminando de ajeitar o cabelo e não faz idéia de quão linda ela está. Você é um cara de sorte, chefe. - Nick apertou levemente o ombro de Grissom e se afastou do supervisor pra ir falar com Greg que lhe chamava.
—Eu soube que era um homem de sorte no momento em que me vi apaixonado por ela, Nick! - Grissom murmurou só pra si.
Bastaram somente mais alguns minutos de espera e Catherine aparecia pra avisar a todos que a noiva estava pronta e que a cerimônia iria começar.
E começou!
Ao som de uma música suave, Grissom viu Sara surgir de braços dados com Oswald. Ela estava tão linda! E ele se viu mais apaixonado ainda por aquela mulher que roubou seu coração sem que ele sequer se desse conta!
O vestido branco que ela usava podia até ser "simples demais" como Catherine o classificou e lhe reclamou dias atrás, mas pra ele parecia perfeito nela. A peça era um vestido de muito bom gosto e que evidenciava bem sua barriga de sete meses onde Alice crescia.
Enquanto Grissom via Sara vir linda caminhando devagar em sua direção com os olhos brilhantes pelas lágrimas que teimava em segurar, ele também via sua história com aquela mulher que amava com todo seu coração, passar diante de seus olhos só que detrás pra frente, como um filme acelerado.
Ah, aquela maluca irritante!
Ela apareceu pra mudar sua vida completamente!
Ela lhe trouxe de volta tudo de bom que ele achou que não tornaria mais a sentir... a viver! E fez seu coração se apaixonar de um jeito que ele nunca tinha experimentado antes.
Com ela, ele descobriu um mundo inteiramente novo e feliz!
Compartilhou com ela inúmeros momentos. Momentos engraçados, tensos, alegres, tristes, felizes, românticos.
Passaram por tantas coisas, superaram tantos obstáculos, pra no fim estarem ali juntos e prestes a se casarem pela segunda e última vez. Porque dessa vez não haveria nada e nem ninguém que lhe separaria do amor da sua vida. Agora seria pra sempre!
Ela por fim, chegou a ele e seu coração bateu mais forte ao tê-la ali diante de si, linda!
—Estou lhe entregando uma jóia preciosa pra mim. Cuide dela. - Oswald lhe disse ao entregar-lhe Sara no altar.
Grissom sorriu para aquele senhor que parecia visivelmente emocionado.
—Eu vou cuidar muito bem. Pode deixar!
O bom senhor assentiu sorrindo e se encaminhou para acomodar-se ao lado da esposa na primeira fileira de bancos.
—Você tá linda, querida!
O supervisor lhe deu um beijo na testa enquanto passava a mão carinhosamente pela barriga dela.
—E você também tá lindo. Dessa vez, não tirou a barba. - Ela observou com um sorriso tão luminoso quanto o que via em seu futuro marido.
A cerimônia foi rápida. Primeiro aconteceu o casamento no civil. Algumas palavras do juiz e logo em seguida, o casal já assinava no livro de registro. Casados legalmente de novo!
Depois veio o padre para dá apenas sua benção e fazer a renovação dos votos do casamento religioso, já que o casal ainda continuava casado perante a igreja apesar de terem se separado legalmente no papel. E após todo o cerimonial, veio a festa. Linda, animada e que varou noite a dentro.
—Feliz, senhora Grissom?
Ele tinha um lindo sorriso no rosto enquanto dançavam sozinhos na pista de dança montada no quintal de casa.
A festa já tinha acabado a uns minutos, quando os últimos convidados foram embora. E ao se ver enfim a sós com a esposa, Grissom chamou-a pra dançar. Eles tinham dançado durante a festa, mas nada se comparava a dançar a sós com ela, sem ninguém os observando.
—Feliz como nunca antes, senhor Grissom, meu marido outra vez!
Ela lhe sorriu e acariciou seu rosto, pra logo em seguida, lhe beijar tendo um céu estrelado por testemunha.
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