Capítulo 157 - Embate final

Uma hora!

Já fazia exatas uma hora que Sara tinha ido se encontrar com o bandido que havia sequestrado Liv. Uma hora e Liv não havia aparecido como já devia ter acontecido. Uma hora que Grissom havia se isolado em sua sala onde se encontrava angustiado com o que poderia estar acontecendo com a mulher que amava.

E se esse bandido não cumprisse o combinado?

E se aquele rastreador por ventura fosse descoberto?

E se algo de ruim acontecesse a Sara antes deles terem a chance de resgatá-la?

Eram tantos "e se" que pipocavam na cabeça preocupada do supervisor. Ele só rezava para aquela breve despedida que trocou com Sara antes dela partir, não tivesse sido uma despedida definitiva! E que logo, tanto seu grande amor quanto Liv estariam ali com ele de novo.

Ele encarou o porta-retrato que tinha a foto delas duas com ele e inevitavelmente voou em lembranças daquele dia em que tiraram aquela foto. Tinha sido um dia especial! Feliz!

Havia sido o primeiro passeio dele "em família" e o primeiro registro daquele momento família que vivenciou ao lado da mulher que amava e da filha dela que ele já tinha como sendo sua também. A sua princesa tagarela!

Ele sorriu daquilo. Como ela falava! E ele adorava ouví-la. Adorava e amava aquela garotinha que roubou seu coração antes mesmo de Sara.

Uma batida na porta de sua sala trouxe o supervisor de volta a realidade.

—Entra!

Com certeza devia ser Catherine de novo. Há uns minutos, ela tinha estado ali fazendo-lhe companhia. Mas foi uma surpresa um tanto desagradável para o supervisor ver cruzar pela porta e adentrar em sua sala, a figura de Dylan.

—O que faz aqui?

—Gostaria de ter uma conversa com o senhor.

—Sinceramente não me agrada em nada conversar com você.

Grissom pôs-se de pé para poder encarar Dylan na mesma altura.

—Eu posso imaginar que não lhe agrade mesmo. Mas acho que precisamos ter essa conversa. Colocar os pingos nos "is".

O agente tinha pensado muito até se decidir em ir ali. Relutou nisso a princípio, por achar que esse não fosse o momento adequado de ter essa conversa que pretendia ter com Grissom. Mas depois de muito pensar, ele optou por procurar logo o supervisor e ter essa conversa com ele. Não era homem pra deixar para depois o que podia fazer agora.

Ele não estava ali para discutir e nem tampouco, arranjar briga com o supervisor, apenas queria conversar. Aparar de uma vez por todas as arestas entre eles. Sabia que precisava fazer isso.

Ele enfim tinha tomado consciência dos erros que havia cometido contra aquele homem e principalmente, contra Sara. Durante aquele dia que passou ali, tendo a oportunidade de estar próximo aqueles dois, o agente deu-se conta de que não poderia ir mais contra aquele grande amor que via entre sua ex e o supervisor. Era claro e cristalino, o sentimento forte entre eles. E por mais que lhe doesse, ele tinha que admitir... Grissom também amava demais Liv. Foi tocante ver aquele homem fazendo de tudo pra encontrar alguma pista que os levassem até a menina. E também o carinho e a força que ele tentava transmitir a Sara. Dylan enxergou que Grissom era pra sua ex, o que o ELE costumava ser lá atrás pra ela. O porto seguro. A força. E o mais importante... O amor da vida dela!

—Não acho que o momento seja oportuno pra isso.

—Também não acho. Mas se eu não tiver logo essa conversa agora, corro o risco de não tê-la depois por falta de coragem.

—Ok! Você quer colocar os pingos nos "is"? Então vamos fazer isso.

Grissom apontou a cadeira para Dylan se acomodar. Se era pra ter uma conversa então, está seria civilizada como dois homens adultos que eram.

—Sou todo ouvidos!

Se ele tinha lhe procurado pra conversar então ele que começasse a falar. Queria ouvir que mentiras ou coisas desagradáveis ele diria, porque duvidava muito que ele estivesse ali pra lhe dizer coisa boa.

—Não pense que é fácil pra mim estar aqui diante do senhor tendo essa conversa. Mas eu acho que isso é o certo. Quero que saiba que foi minha culpa você e Sara terem se separado.

—Não está me contando nenhuma novidade. Sara e eu descobrimos a sua armação faz um tempo e graças ao seu padrinho.

—Meu padrinho?? Como??

Dylan demonstrou surpresa com isso.

—Ele descobriu o paradeiro do sujeito que você pagou pra batizar a bebida de Sara naquele dia. Como pode ser tão baixo? Tão canalha de armar uma situação daquela?

O agente baixou a cabeça em sinal de vergonha pelo seu ato daquele dia. Agora, que o tempo passou, ele conseguia ver e principalmente, concordar que havia sido de uma baixeza e uma canalhice pura o que havia feito.

—Não pense que me orgulho desse meu ato. Naquele dia talvez, mas hoje não. Eu estou arrependido do meu ato "baixo e canalha" como o senhor acabou de descrever. - Ele levantou a cabeça pra encarar o supervisor. E então prosseguiu: _Eu não sou esse monstro que o senhor com toda a razão deve pensar que sou. Eu só sou um homem apaixonado que tentou da pior forma ter de volta a mulher que ele ama. Foi errado o que eu fiz? Foi! Fui canalha? Fui! Mas na minha completa ignorância e cegueira aquele dia, eu não pensava assim. Tudo o que eu queria com aquilo era separar você da Sara pra assim ter de volta a mãe da minha filha. A mulher que amo!

—Pra mim isso que chama de Amor, não passa de uma obsessão. Você é obcecado pela Sara. Você a quer pra você. Mas ela não te quer, não te ama mais! Você não entende isso?

O agente sorriu com tristeza. Tantas foram as vezes que ele já ouviu isso de Sara, e agora, ouvia do "rival". Ele sempre soube que a mãe de sua filha não lhe queria mais e nem lhe amava também, mas fingia que não entedia pra em sua cabeça manter viva a doce e ilusória esperança de que ela voltaria pra ele. Mas, Dylan agora era consciente que isso jamais aconteceria.

—Agora, eu entendo sim. Finalmente, eu me dei conta de que com quem a Sara quer ficar e quem ela ama é... você, senhor Grissom!

Só Deus sabia o quanto admitir aquilo estava ferindo seu coração.

Grissom não deixou de se surpreender positivamente com aquilo. O homem sentado à sua frente, que lhe dizia aquelas coisas, nem parecia o mesmo arrogante e prepotente que ele conheceu meses atrás. Mas ainda assim, o supervisor tinha um pé atrás com aquele "discurso" do agente.

—Eu gostaria que soubesse que não vou mais interferir ou atrapalhar sua relação com Sara. Vocês podem ficar tranquilos que não vou tentar separá-los de novo. Demorou, mas eu enfim compreendi o que meu pai me disse recentemente. Ele me disse que: Amar, porque eu amo a Sara, senhor Grissom, não trata-se de uma obsessão como o senhor chamou e sim, de amor. "Amar é, acima de tudo, querer ver a pessoa que amamos feliz!". E eu só quero ver a Sara feliz. Não só ela como a Liv. E ao que parece, a felicidade delas é ao seu lado! Então não vou mais me interpor a isso!... Era isso que eu tinha pra lhe dizer. - O agente pôs-se de pé dando aquela conversa por encerrada.

Em seu coração o agente estava sofrendo por aquilo, mas em sua consciência estava em paz por ter feito o que a seu ver, parecia o certo. Ele não tinha o direito de continuar se metendo na vida da ex e tentando separá-la da pessoa que ela ama. Sara merecia ser feliz com quem ela queria e esse alguém não era ele, era Grissom.

—Eu sinceramente não sei se acredito nas coisas que ouvi.

Grissom disse ao agente após ficar de pé como Dylan. Ainda havia certa desconfiança do supervisor quanto a tudo o que ouviu daquele homem.

—Pois pode acreditar, porque tudo o que eu disse é a mais pura verdade, senhor Grissom. - O agente afirmou antes de lhe dar as costas e sair da sala dele.

Dylan realmente tinha sido sincero e verdadeiro em tudo o que disse. Aquele sujeito, que acabara de falar a Grissom todas aquelas coisas era o "Dylan de verdade", o sujeito que ele sempre foi. O homem íntegro, bom e de coração nobre. O Dylan pelo qual Sara se apaixonou e o qual ela antes tinha enorme admiração.

*****

—Você estava o tempo todo por trás do sequestro?

Sara mal podia acreditar no que a loira má tinha acabado de lhe confessar.

—Foi o que eu disse! - Teri exibia um sorriso perverso. _Mas sabe o que foi uma pena? É que eu tive que terminar com o sequestro cedo demais. Eu pretendia deixar você sofrer por mais dois dias com o sumiço da sua filha. Estava sendo divertido ver você zanzando pelo laboratório angustiada com a falta de notícias da...

—Você é doente! - Sara gritou, interrompendo a fala de Teri.

A loira gargalhou daquilo. Pouco se importava com aquelas palavras da rival.

—Como teve coragem de fazer isso, sua desequilibrada?

—Eu queria me vingar de você. E sequestrar sua filha foi a primeira parte da vingança. A segunda parte será matar você e esse bastardo que carrega na barriga.

Sara ficou em pânico com aquilo.

—Tudo isso é por causa do Grissom? - Ela conseguiu dizer depois de recuperar do choque que foi saber dos planos de Teri para com ela.

—Por qual razão mais seria? Eu te disse que você não ficaria com ele. Eu vou te tirar pra sempre da vida dele.

A loira puxou uma arma que mantinha escondida atrás das costas e apontou pra Sara. A outra perita temeu pelo pior. Aquela desequilibrada daquela mulher ia mesmo matá-la. Teri estava louca, fora de si.

—Acha que acabando com a minha vida, você terá o Grissom de volta? Ele nunca vai te perdoar por isso. - Argumentou.

—Ele não vai saber disso mesmo! - A loira rebateu debochadamente e com um sorriso nos lábios. _Ninguém saberá que eu te matei.

—Não faz isso, Teri! - Sara pediu ao ver a outra mulher engatilhar a arma apontada pra si.

—Quais são as suas últimas palavras, Sidle? - Disse provocativamente a loira.

—Vai pro inferno!

Teri sorriu.

—Quem vai é você e agora! - A loira efetuou um disparo em direção a Sara.

*****

—Grissom, a Lívia apareceu. Ela está na recepção! - Catherine contou afoitamente ao invadir a sala do amigo.

O supervisor saiu as pressas da sala pra ir ver a menina. Chegando a recepção ele a viu no colo de Dylan e seu coração ficou tão aliviado e feliz dela está ali e bem. E quando ela lhe viu e chamou seu nome com aquele sorriso lindo dela, ele sentiu que um pesadelo tinha terminado. Agora faltava outro.

Ele se aproximou dela e de Dylan, e a menina se jogou do colo do pai pra ele. Grissom pegou-a e a abraçou forte.

—Minha princesa! - Ele não conseguiu conter a emoção daquele reencontro e deixou algumas lágrimas "escaparem". _Tá tudo bem com você? Não te fizeram nada de mau, fizeram?

Ele quis saber todo preocupado e olhando cada pedacinho da menina pra vê se encontrava algum arranhão ou machucado.

—Eu tô bem, Gil! Mas por que você tá chorando que nem o pai? - A menina não estava entendendo nada. Primeiro era o seu pai que chorava ao lhe ver, agora era Grissom.

O supervisor olhou para Dylan e depois explicou a enteada.

—É que seu pai e eu estamos felizes em ver você, minha princesa. Nós ficamos muito preocupados com o seu sumiço. Como você chegou aqui, Liv?

—Um moço me deixou lá na esquina e ficou me olhando até eu entrar aqui onde a mamãe trabalha.

—Que moço era esse, filha?

—Um amigo do outro moço que ficou comigo o dia todo, papai.

—E pra onde ele foi?

—Não sei papai. Cadê a minha mãe? Por que ela não tá aqui com vocês também?

—A sua mãe saiu, borboleta. - Explicou Dylan após uma rápida olhada em Grissom.

—Liga pra ela papai e diz que eu tô aqui. Eu quero ver a minha mãe.

—Vamos fazer assim, filha... - Dylan pegou a filha de volta do colo de Grissom. _... Você vai pra casa com a Any que já tá vindo te buscar e depois, eu e o... Grissom vamos levar a sua mãe pra casa, tá bem.

—Eu não posso esperar pela mamãe aqui?

—Aqui não é lugar pra você ficar, borboleta. Você vai pra casa e lá espera pela mamãe. Prometo que logo, ela vai chegar lá.

*****

Sara que havia fechado os olhos antes de Teri efetuar o disparo, abriu os olhos novamente pra encontrar a loira com um largo e diabólico sorriso.

—Achou mesmo que eu te mataria tão rápido assim?

O disparo feito pela loira foi só pra assustar Sara. A bala atingiu propositalmente a parede atrás da morena. Teri ainda não queria acabar com a "brincadeira" tão precocemente. Sara ainda sofreria um pouco em suas mãos antes de morrer.

—Você tá louca, Teri! - Sara estava apavorada com aquela situação. Teri estava visivelmente em total desequilíbrio.

—A culpa de eu estar assim é sua. Você roubou o Grissom de mim, sua vadia! - A loira foi até Sara e lhe desferiu três fortes tapas seguidos que fizeram sangrar a boca da morena. Depois disso, Teri segurou e apertou o queixo de Sara fazendo-a lhe olhar nos olhos. _Grissom era pra estar comigo e não com você. Ele é MEU! Só meu.

—Ele não é seu e nunca será, sua estúpida. - Sara cuspiu na cara de Teri sujando-a com seu sangue.

A loira não gostou nada disso e desferiu na rival mais uma sequência de três tapas.

—Isso é pra aprender a não repetir o que fez. Me sujou com esse seu sangue imundo. - Teri passou a manga da camisa pelo rosto pra limpá-lo.

—Eu tenho pena de você!

—Eu é que tenho pena de...

Uma batida na porta do quarto interrompeu a fala da loira. Ela seguiu até a porta e abriu-a. Era Ruy. Ele avisou-a em um tom inaudível pra Sara não ouvir, que seu comparsa acabou de chegar dizendo que a filha da morena já estava no laboratório. Depois, o bandido peguntou se ela queria que eles fizeram mais alguma coisa. A loira disse que não precisava e que dali pra frente seria com ela.

—No porta-malas do meu carro está uma maleta com o dinheiro que combinamos pra você e seu parceiro. Pega lá e sumam daqui.

—Tem certeza que não quer que eu fique aqui com você?

—Não. Pode ir.

Ele assentiu e saiu. Teri voltou sua atenção novamente a Sara.

—Sua filha já foi entregue.

Sara respirou aliviada por aquilo. Sua filha já estava em segurança. Agora rezava pra Dylan e os demais a encontrarem antes que aquela psicopata cumpra a ameaça de matá-la.

*****

No laboratório agora começava a busca pelo paradeiro de Sara.

Sob o olhar apreensivo dos demais e com o celular no ouvido, Dylan esperava George dar a localização de Sara. Seu chefe era quem podia e tinha acesso ao sistema secreto de rastreamento. Levou só mais uns minutos e Dylan ouviu de George a localização e como chegar onde Sara estava. O agente agradeceu ao superior e encerrou a ligação com a promessa de que assim que Sara tivesse sido resgatada, ele lhe ligaria avisando.

Depois Dylan então repassou aos peritos ali reunidos o que seu chefe lhe disse. Segundo George, o sinal de rastreamento mostrou que a localização de Sara estava num bairro chamado Brokentown, rua Leston casa 1025.

—Esse bairro fica à uns 60km daqui e 20km do lugar onde o bandido marcou com a Sara. - Comentou Warrick que conhecia bem aquele bairro.

—Precisamos avisar ao Jim pra ele acionar a polícia pra irem para lá.

—Enquanto isso, nós vamos na frente logo.

—Negativo. O único que vai na frente sou. - Dylan anunciou. _Eu sou treinado pra esse tipo situação. Vocês esperam o reforço policial do meu padrinho pra irem com ele.

—Você não vai sozinho. Eu vou junto. - Grissom disse firme ao agente. Aquele sujeito não ia lhe excluir daquilo.

—Sinto muito, mas o senhor não vai comigo. Eu vou só. Pelo que soube, o senhor passou recentemente por um atentado e ainda está se recuperando disso. Então não acho que seja uma boa ir.

—Ele tem razão, Grissom.

—Não, Catherine! Eu quero ir e vou. - Teimou o supervisor.

—Olha, senhor Grissom... Não pense que eu quero excluí-lo pra pousar de herói e resgatar a Sara sozinho. Não é isso. Estou lhe impedindo de ir para sua segurança. Eu estou acostumado a resgates e o senhor não. Então deixe que eu vou sozinho.

—Nick então vai te acompanhar.

—Não precisa. Eu não quero colocar a vida de nenhum de vocês em perigo. Eu vou sozinho já disse. Só preciso de um carro com sistema de GPS pra chegar lá no endereço.

—Toma o meu carro, cara. - Nick jogou suas chaves para o agente.

—Valeu, Nick. E vocês liguem para o meu padrinho e sigam pra lá rápido. - Instruiu o agente.

—Dylan!! - Grissom o chamou quando o agente já se dirigia a porta.

—Sim!! - O agente se virou pra ele.

—Cuidado e... Proteja a Sara!

—Eu a protegerei com a minha vida se preciso for!

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