Capítulo 15 - Ô mulher complicada...!

Sara já havia acordado há certo tempo e estava na cozinha preparando seu café e a vitamina de sua filha. Como perderam a hora por ela ter dormido na companhia de Liv, a pequena não foi pra escola hoje. Enquanto cuidava do café, a morena não parava de pensar no que Grissom tinha feito ontem. As atitudes dele a surpreenderam e de maneira positiva. Não esperava que ele fosse capaz se disponibilizar a cuidar de Liv e depois lhe liberar no meio do serviço pra ficar com a menina como seu chefe festa ontem. Ele foi surpreendente mesmo!

De repente, ela escuta atrás de si aquela vozinha chamando-a da porta da cozinha.

_Mamãe!

Na mesma hora Sara virou-se pra olhar para filha. A menina estava com o cabelo meio bagunçado, esfregava seus olhinhos e usava seu pijama preferido, o qual o pai havia lhe dado. A roupa era cheia de bichinhos de várias espécies.

Sara foi até à menina pegou-a no colo e depois deu um beijo em sua bochecha.

_Bom dia, meu amor. Já ia te chamar. Fiz sua vitamina, vamos tomá-la?

_Hãham.

Sara levou a menina nos braços até a mesa. Colocou-a na cadeira e lhe deu o copo com a vitamina. Depois se sentou ao lado de Liv pra tomar seu café.

_Que horas a gente chegou aqui?

_Bem tarde. Quando cheguei ao laboratório, você estava dormindo no sofá da sala do Grissom.

_A gente tava vendo um livro dele sobre borboletas, aí eu acabei dormindo.

Sara estava se roendo de curiosidade pra saber como seu chefe havia se comportado com a menina. Então como uma boa CSI que era, começou a investigar com Liv isso. Se Grissom tivesse feito ou falado algo desagradável a filha dela, ele ia se vê com ela no próximo turno.

_Filha! - a menina olha pra ela. _O Grissom te tratou bem?

_Sim. O Gil foi bem legal comigo. - a pequena contou com um sorriso.

Sara tinha ouvido aquilo mesmo?

Sua filha tinha dito aquelas palavras mesmo e ainda por cima, havia chamado o azedo de Grissom com toda aquela intimidade?

_Você chamou pra ele de... Gil?? - Sara perguntou estranhando.

_É! Ele disse que era pra eu chamá-lo assim.

_E o que vocês fizeram na sala dele enquanto a mamãe não chegava?

_A gente conversou um montão. Ele me mostrou um livro bem legal com várias borboletas. Tinha até aquela que a senhora gosta. Sabia que ela é a preferida do Gil também, mãe? - ela falava empolgada.

_Não!

Sara não estava acreditando que sua filha falava de Grissom com toda aquela animação. Até anteontem a menina nem queria saber do supervisor por conta do ocorrido entre eles no dia do almoço na casa Catherine. E, agora bastou umas poucas horas pra ela falar dele como se o conhecesse há muito tempo, e como se Grissom fosse seu melhor amigo.

O que ele tinha feito com sua filha pra ela ter mudado seu jeito com ele? Assim que tivesse uma oportunidade faria essa pergunta ao mesmo.

_Lívia, ele não chamou a mamãe de maluca pra você?

_No começo sim. Mas ele me prometeu que não faria mais isso e nós fizemos um acordo. Só que às vezes, ele esquecia e chamava à senhora de maluca, mas depois me pedia desculpa. Aí, com o tempo ele não chamou mais.

_Ele te pedia desculpas?

_É, mãe!

Era uma surpresa atrás da outra. Quando ela ia imaginar que ele pediria desculpas à sua filha, sendo que ele é incapaz de pedir isso à ela, Sara.

_Mãe quando a Any vem?

_Ela me ligou ainda agora antes de você acordar e disse que hoje antes de eu ir para o trabalho, estaria aqui com você.

_Eu já tô com saudades dela.

Ela era apegada demais a sua babá, tanto que às vezes Sara tinha um pouco de ciúmes desse apego todo.

_Lívia, ela foi ontem a noite, filha. Como você já está com saudades dela?

_Mas eu tô... Ah, mamãe sabe o quê o Gil disse?

Essa história de Gil não estava ainda entrando direito na cabeça de Sara.

_Não, filha, o que foi?

_Que um dia ele vai pedir pra senhora deixá-lo me levar ao borboletário daqui. Você vai deixar, não é mãe?

Aquilo era o cúmulo. Ela não deixá-lo sair com sua filha pra sabe lá Deus onde. Ah não!

_Negativo! Você não vai sair com ele.

_Por quê?

_Porque não quero você com ele.

_Mas eu gosto dele. Ele foi legal comigo.

_Até anteontem você não achava isso.

_Ah, mas agora ele é meu amigo.

_Seu amigo?

_Hãham, por favor, mamãe deixa. - fez uma cara de pidona.

Sara se viu sem saída e pra piorar, sua filha fazia aquela cara irresistível de pidona que era capaz de balançar até o mais duro coração. E assim, não lhe restou outra saída, senão dizer à ela:

_Eu vou pensar, ok? Quando ele vier me pedir isso a gente conversa, tá bom?

_Tá! - a garotinha sorri contente.

X X X X X X

Todos estavam na sala de descanso reunidos inclusive, Sara, já que Any havia voltado pra ficar com Liv. Os CSI's só aguardavam o chefe vir para a distribuição dos casos e assim começarem a trabalhar.

Em poucos segundos mais, Grissom chega ao local e ao ver Sara ali não deixou de perguntar:

_Any já voltou?

Sara estranhou o interesse dele quanto isso. Lançou um olhar para os outros que também estranharam o porquê do chefe querer saber aquilo.

_Por que quer saber isso?

_Porque sim, pode me responder?

_Se estou aqui é lógico que ela já voltou.

Mas será possível que ela sempre responderia assim pra ele com quatro pedras na mão?

_Pelo visto hoje seu humor está uma maravilha, não é? - o chefe diz com ironia.

_Meu humor está ótimo mesmo, nem queira saber.

Ela estava possessa com o fato de sua filha ter passado o dia todo falando de Grissom e em como ele era legal.

Warrick percebendo a tensão no ar chamou a atenção do chefe.

_Grissom acho melhor dividir os casos senão vamos nos atrasar.

O supervisor formou as duplas e dividiu os casos.

Enquanto dirigia para sua cena de crime tendo Nick acomodado ao seu lado no banco do carona, Grissom reclamava com o subordinado sobre o comportamento hostil de Sara.

_Eu desisto de tentar ser educado com a "sua amiga", Nick. - frisou as últimas duas palavras. _Ô, mulher complicada e com um humor instável é essa.

Nick riu do chefe.

_A Sara é a complicação em pessoa, Grissom. Ela muda de humor com a velocidade da luz.

_Percebi isso. Ontem, uma hora ela estava brigando comigo, outra hora estava falando calmamente. Agora pouco fiz uma pergunta por pura educação e preocupação com a moça que cuidada da filha dela, e Sara me vem com aquela resposta atravessada. Não sei como tratá-la.

_É impressão minha ou você agora está querendo ser amigo dela?

Grissom olhou rápido pra Nick com a sobrancelha erguida em uma expressão incrédula. Depois voltou à atenção a pista já que dirigia.

_Eu não quero ser amigo dela coisa alguma. Só quero que ela pare de me tratar com tanta hostilidade e deixe de me provocar tanto.

_Então você tem que parar de provocá-la também.

_Eu só revido as provocações dela.

_Sejamos honestos, Grissom, de vez enquando é você quem começa com tudo. Sara às vezes está no canto dela quieta e você vai lá e cutuca a onça.

O supervisor ficou calado e não disse mais nada, porque sabia que de certa forma, aquilo que Nick disse era verdade.

X X X X X X X

Sara estava guardando suas coisas no armário, já que tinha encerrado seu caso e iria pra casa, quandou Greg entra na sala de pertences também pra guarda algumas coisas.

_Soube que você e Catherine não conseguiram fechar o caso.

_Não! Trabalhamos pesado só que as provas não foram suficientes pra acusar o suspeito, então tivemos que arquivar o caso.

_Detesto quando isso acontece. Se pudesse solucionaria todos os casos.

_Eu também, mas infelizmente nem sempre pode ser assim.

_É verdade. Agora mudando de assunto, a nossa saída ainda está de pé, não é? Nossa folga é hoje então...

_Sim, Greg está de pé. - ela confirma com um sorriso. _Que horas vamos? Não quero ir muito tarde.

Nessa hora, Grissom entra onde eles estão. Ele tinha ido pegar algo em seu armário.

_Você escolhe o horário que for melhor pra você.

_Que gentil! Vai me deixar escolher o filme também? - brincou com ele.

_Se quiser, eu deixou.

_Então vamos às sete, pode ser?

_Pode! Assim pegamos a sessão das sete e meia.

_Está marcado então. Você lembra onde moro, não é?

Ele havia insistido em levado-a em casa uma vez muitas semanas atrás, quando o carro dela estava na oficina.

_É duas quadras do parque central, numa casa roxa, é isso?

_Exatamente! É a única casa dessa cor no quarteirão.

_Okay. Agora vou pra casa descansar pra noite está inteiro. Tchau, Sarinha. - lhe deu um beijo no rosto.

_Tchau, Greg. Bom descanso!

_Pra você também. Tchau, chefe. - falou ao passar por Grissom.

_Tchau, Greg.

Grissom fechou seu armário e já ia sair da sala, mas não fez isso. Pelo contrário, voltou indo até onde Sara estava pra falar algo com ela.

_Posso falar com você? - encostou-se no armário ao lado do dela.

Sara sem ao menos olhá-lo e com a educação de sempre falou-lhe:

_Se não percebeu já está falando. - ele já ia responder com grosseira, só que ela continuou. _A propósito, eu também quero falar com você. - Sara fecha seu armário e se pôs na mesma posição que Grissom, só que cruza seus braços. _Quero saber que raios de lavagem cerebral você fez na Liv que ela não para de falar em você? É Gil pra cá, Gil pra lá. Ela diz que você é amigo dela. O que você fez com a cabeça da minha filha?

O homem não deixou de rir diante do que ouviu. Havia gostado de saber que enfim tinha conseguido apagar a má impressão que Liv devia ter dele desde aquele almoço.

_Do que você tá rindo?

_Nada, deixa pra lá. - não quis compartilhar com ela o quanto lhe agradou saber que a filha disse a seu respeito. _E o que eu fiz, foi apenas conversar com a menina. Diante das conversas nós acabamos conseguindo  nos entender melhor. Algum problema nisso? Será que não posso me dar bem com ela?

_Se você ficar falando mal de mim pra ela vai se ver comigo.

_O que eu tiver que dizer sobre você, digo à você mesmo, não digo à ela é nem mando recado pra intermédio da mesma.

_Assim espero. Não quero você alienando minha filha.

_Acabou de falar besteira?

_Vai se...

_Quero o número do telefone da sua casa, pode me dar? - ela interviu na fala dela antes que ouvisse muito provavelmente uma grande grosseira sair de sua boca mal-criada.

Sara franziu a testa em desentendimento ao pedido do chefe.

_Pra quê quer o número do telefone da minha casa?

_Pra jogar fora!

_Como é que é?

_É pra ligar pra lá. Pra quê mais seria?

_E com quem você quer falar lá?

_Fique despreocupada que não é com você. Quero falar com a Any.

Sara não deixa de ficar surpresa.

_Qual seu interesse em querer falar com ela?

_Saber como foi lá com a tia dela.

_E qual sua razão em saber isso?

_Preocupação e gentileza com a moça.

_E por que toda essa preocupação é gentileza com alguém que mal conhece?

Ela parecia uma metralhadora ambulante que atirava vários porquês na direção dele e foi inevitável pra Grissom não estranhar todas aquelas perguntas dela.

_Pra quê quer saber tudo isso?

Sara fica sem saber o que responder. Nem mesmo ela sabia também porquê raios fazia todas aquelas perguntas. Apenas as fazia com uma impressionante velocidade.

_Dá pra me responder? - insiste o supervisor vendo que Sara não falava nada.

_Hãm... Curiosidade. Como eu disse, você mal a conhece e já está todo preocupado com ela. Achei estranho e quis saber só isso.

_Sei! E vai me dar o número ou não? Eu posso ir à sua casa sei o endereço, já que o Greg acabou de dizê-lo. O que prefere que eu ligue ou que apareça lá?

Ela resolve dar logo esse número, já que a última coisa que queria, era Grissom enfiado em sua casa.

Sara anota em um papel o número e o entrega a Grissom.

_Obrigado! - agradeceu assim que ela lhe entrega o papel.

_Vê se não fica ligando toda hora pra minha casa.

Saiu da sala sem deixá-lo falar nada.

_Quanta gentileza! - resmungou antes de imitar Sara e também sair da sala em direção a sua casa.

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