Capítulo 144 - Ela é sua namorada?

Lívia parecia a impaciência em pessoa à caminho do hospital. A menina queria porque queria certificar-se que realmente seu amigo supervisor estava de fato bem como sua mãe havia lhe dito. Não era intenção de Sara deixar ser do conhecimento da filha o que aconteceu com Grissom, mas sua intenção foi frustrada por conta de um boletim do jornal da tarde o qual passou durante o intervalo comercial do programa que Liv assistia na TV. Umas das notícias dadas era relacionada ao estado de saúde do supervisor após ele ter sido ferido por um desconhecido ontem à noite enquanto trabalhava.

Mesmo Sara dizendo que Grissom estava bem, Liv bateu o pé e disse que queria vê-lo. Diante da insistência desmedida e a teimosia idem da menina, a perita não teve outra opção senão trazer a filha para uma visita ao supervisor. Entretanto, o que a morena não esperava era encontrar Teri fazendo uma visita ao supervisor e muito menos, segurando a mão dele como seus olhos estavam vendo e pior, se ‘’declarando’’ pra ele como não deixava de ser.

—Gil!! – Da porta Liv chamou, estranhando a presença da mulher desconhecida que segurava a mão de seu amigo supervisor. Atrás da menina Any e Sara tinham a mesma expressão da garotinha.

—Princesa!... Que surpresa! – Grissom conseguiu dizer alguns segundos depois de se recuperar daquela entrada inesperada em seu quarto. Forçando um sorriso e desfazendo rapidamente o contato entre sua mão e a de Teri, ele gesticulou para a enteada: _Vem cá, princesa!

A menina se aproximou meio acanhada e incomodada com a presença daquela estranha no quarto de Grissom ainda mais, por tê-la visto segurando à mão dele e lhe dizer que gostava dele.

—Que bom ver você, minha princesa! – Ele tocou o rosto da menina. Experimentou lançar um rápido olhar em direção a Sara e notou com preocupação que ela lhe encarava com um semblante sério. A cena presenciada por ela ao entrar no quarto era tudo que ele não precisava que acontecesse.

—Passou na televisão que você estava no hospital. Aí, eu pedi a mamãe pra me trazer para te ver!

—Ela insistiu tanto pra isso que a Sara teve que trazê-la aqui pra te ver, Grissom! – O supervisor sorriu pelo que Any disse. _E como você está depois do que houve Grissom?

—Estou bem, porem ainda me recuperando, Any!

—Ela é sua namorada, Gil? – Liv não perdeu tempo e quis saber isso enquanto encarava insistentemente para Teri parada a sua frente, no outro extremo do leito do supervisor. A menina não se agradara nada de ver aquela mulher ali com Grissom.

—Não, Liv! Ela não é minha namorada! – Ele respondeu rapidamente.

—Mas já fui e bem que gostaria muito de voltar a ser...

—Teri! – Ele a interrompeu, chamando por seu nome em tom de censura por seu comentário impertinente e desnecessário. Sabia que ela havia dito aquilo com a intenção de provocar Sara e não ia permitir aquilo ainda mais, com a presença de Liv ali.

—Desculpa! – Ela pediu imediatamente, mas em seu interior não havia nada de arrependimento pelo que havia dito, muito pelo contrário, tinha adorado aquilo porque sabia que tinha incomodado profundamente Sara. Bastava olhava para seu semblante e ver seu incomodo. _ Sou Teri, a amiga do Gil, mas você pode me chamar de tia Teri.

—Minha filha não tem porque chamá-la assim, Teri. Felizmente você não é irmã do pai dela e muito menos minha pra ela te chamar de tia. – Sara que até então se mantinha calada desde que dera de cara com Teri ali no quarto, tratou imediatamente de se pronunciar e impedir aquele disparate. Sua filha não ia chamar aquela mulher de tia nem aqui e nem em canto algum. Era só o que faltava!

Um discreto sorriso escapou dos lábios da loira ao ter a certeza de que a rival realmente estava incomodada com ela.

—Nossa, Sara! Pra quê isso? - Teri fingiu espanto.

—Você tá brava mãe? – A menina olhou sem entender para a mãe.

—Acho que a sua mãe ficou foi nervosa. Mas não tem porque ficar assim Sara. Eu só estava tentando ser agradável com a sua filha. E a propósito, ela é uma menina muito bonita!... Qual é o seu nome, lindinha?

—Lívia! – A menina respondeu voltando sua atenção novamente a Teri.

—Que bonito nome!

—Meu pai que escolheu! – Liv contou.

—Ele tem um bom gosto para nome. E qual sua idade lindinha?

—Sete! – Respondeu a garota e antes que Teri lhe fizesse outra pergunta, a menina encarou o supervisor e lhe questionou: _Ela não é mesmo sua namorada, Gil? – Ela não parecia muito convencida ainda mais, por ter visto o que viu logo quando entrou no quarto.

—Não, princesa. Como Teri disse, ela foi minha... namorada, mas isso já faz muito, muito tempo. – Ele comentou lançando um severo olhar a Teri por ela ter mencionado aquilo. Não havia necessidade alguma dela ter feito isso.

O clima no quarto começou a pesar a cada segundo que passava e Grissom temeu que as coisas ali piorassem mais. Em virtude disso mesmo, ele resolveu despachar logo Teri dali.

—Teri, você não estava de saída?

Agora mais do nunca, ele apreciaria se ela fosse embora dali naquele instante e depois, esperaria o momento mais oportuno pra falar a sós com Sara e desfazer qualquer mal-entendido que a cena vista por ela ao adentrar o quarto, possa ter gerado.

—Pois é... eu estava!

Por dentro ela não estava nada contente com isso e por mais que sua vontade fosse a de ficar mais pra ficar provocando Sara e também para tentar descobrir se Grissom havia se acertado com a mesma, Teri achou melhor mesmo ir. Já se sentia vitoriosa só de ver que havia deixado Sara visivelmente irritada. E quanto a descobrir sobre aqueles dois terem voltado ou não, ela tinha um ótimo e eficiente meio de saber isso. Bastava um telefonema e o mais tardar possível, ela teria aquela dúvida sanada por sua informante, com toda certeza!

—Estimo que sua recuperação seja a mais rápida possível. E assim que estiver na sua casa, eu o visitarei, querido! – Ela fez questão de frisar bem a última palavra e não satisfeita ainda passou a mão no rosto do supervisor somente por pura provocação a Sara.

—Até mais, Teri! – Foi tudo o que o supervisor se limitou a dizer ao mesmo tempo em que tirava educadamente a mão dela de seu rosto. Mais uma vez, ele sabia qual era o intuito daquela cena dela e não ficara nada contente com isso.

Ela se despediu dele com um ‘’até breve’’. Depois acenou para Liv como forma de se despedir dela. A menina mesmo não tendo gostado nada de Teri, ainda sim, lhe acenou de volta. E ao passar por Sara para se encaminhar a porta do quarto, Teri fez questão de dirigir um ‘’tchau’’ a perita, mas recebeu da mesma o silêncio como resposta. Se pudesse Sara já estaria longe dali. Assim que entrou naquele quarto e deparou-se com a presença desagradável de Teri ali, ela quis muito dar meia volta e ir embora com a filha, mas infelizmente se viu impossibilitada de tal feito exatamente por conta de Lívia. Como explicaria a ela que mal chegaram e já teriam que ir embora dali? Se bem conhecia sua garotinha, ela lhe crivaria de perguntas e sendo assim, a perita teve que ficar ali suportando a presença de Teri e sua falsidade ao tentar bancar a boa pessoa para Liv na frente de Grissom e principalmente, suas provocações direcionadas a ela.

Já do lado de fora do quarto, Teri não perdeu tempo. Enquanto caminhava pelo corredor do hospital em direção a saída, a loira sacou seu celular de dentro da bolsa e digitou o número de Mary, a moça da limpeza que trabalhava no laboratório pelo turno da noite e que era sua informante. No terceiro toque ela atendeu.

—Mary preciso que descubra pra mim se o Grissom e a Sara se acertaram!... Desconfio que isso tenha acontecido, pois soube pelo Ecklie que a Sara passou a noite no hospital com o Grissom e agora quando eu estava com ele, ela apareceu para visitá-lo e ainda trouxe a filhinha à tira colo!... Pois é!... Eu sei... Não se preocupe que vou te dá uma ótima gratificação pela informação!! Aguardo sua ligação. Tchau! – Ela encerrou a ligação no momento em que chegava a porta de saída do hospital. _Se vocês estiverem juntos de novo, eu me encarregarei de separá-los novamente!... Você não ficará com o Grissom, Sara! Não mesmo! Ele é meu e de mais ninguém!– Teri decretou com convicção.

Enquanto a loira deixava o hospital naquele instante, no quarto de Grissom, Liv com sua sinceridade comum de criança, não fez a menor cerimônia ao falar para o supervisor o que achou de Teri.

—Sua amiga é estranha. Não gostei dela, Gil!

Ele sorriu da sinceridade dela.

—Não precisa gostar mesmo, princesa.

—Ela parece à bruxa má do desenho que eu vi!

—Pois ela é uma bruxa mesmo, filha! – Sara não se aguentando, deixou escapar isso.

—Ela é bruxa mesmo mãe? Com vassoura e tudo?

—Sim!

—Não! Sua mãe tá brincando, coração. Bruxas não existem! – Any disse tentando parecer séria, mas a verdade é que estava louca pra rir do disparate que Sara havia acabado de dizer. 

Grissom apesar de preocupado também sentiu ímpetos de rir quando ouviu Sara dizer aquilo de Teri, mas sabia que se fizesse isso acabaria piorando sua situação que pelo jeito já não era boa.

Liv pareceu se convencer com aquilo e deixando o assunto ‘’bruxa’’ pra lá, a menina quis saber de Grissom o porquê de sua amiga chamá-lo de ‘’querido’’, se ela nem era sua namorada mais.

Ele olhou de relance na direção de Sara e viu-a desviar o olhar dele. Mal! Aquilo era um péssimo sinal!

—Bem... É, por que... Porque mesmo depois de termos namorado esse continuou sendo o jeito dela de me chamar. – Ele respondeu meio incomodado com aquela conversa ainda mais por Sara estar ali ouvindo.

—E por que ela segurava a sua mão e disse que gostava de você?

Ele se sentia o próprio suspeito de um crime sendo interrogado por uma garotinha de apenas sete anos de idade. A imagem de Jim interrogando um suspeito qualquer não lhe pareceu tão assustadora quanto à de sua adorável enteada agora, enquanto lhe interrogava. Buscou com o olhar a ajuda de Any e a babá pareceu ler a mensagem muda em seu olhar, e veio em seu auxílio.

—Liv já chega de tantas perguntas, não acha?

—Eu só queria saber! – A menina disse inocentemente.

—Grissom, sinto muito se interrompemos a visita da sua amiga! – Sara deu ênfase à última palavra com um tom bem ácido que fez o supervisor suspirar em preocupação. Teri tinha que ter voltado justo hoje e vindo lhe visitar inesperadamente? Tanto que ele quis que ela se fosse logo pra evitar Sara de vê-la ali, mas não! Teri não foi e ainda achou de fazer aquela cena toda de segurar sua mão e lhe dizer àquelas coisas que podia apostar que Sara escutou também! _Vocês pareciam tão...

—Vocês não interromperam nada, Sara. – Ele a interrompeu e tratou de imediatamente esclarecer a situação. _Além do mais, ela já estava se despedindo pra ir embora mesmo! – Completou Grissom.

—Pensei que ela ainda estivesse em Los Angeles! – Sara comentou com desagrado.

—Ela disse que chegou hoje!

—Claro! E não perdeu tempo em vir aqui, não é?

Tentando amenizar o clima tenso que parecia ressurgir no quarto após esse diálogo e mudar completamente o foco da conversa, Any pediu a Liv para ela contar a Grissom sobre o passeio da escola que faria na próxima semana. Toda empolgada à menina contou que iria visitar o mesmo borboletário a qual Grissom lhe levara para conhecer tempos atrás. Aproveitando a empolgação de Liv e a distração do supervisor que prestava atenção na menina enquanto ela falava, Any puxou Sara para próximo da janela a fim de esclarecer uma dúvida.

—Aquela mulher que saiu daqui é a mesma Teri que...

—Ela mesma! – Sara confirmou em um tom baixo e interrompendo Any. _Era óbvio que a amiguinha dele não perderia a chance de vir aqui visitá-lo!... Viu como eles estavam de mãozinhas dadas quando entramos? E ouviu o que ela disse a ele?

—Vi e ouvi tudo Sara!

—E eu achando que essa mulher estivesse a milhas e milhas de distância daqui!

Estava impossível esconder a raiva e pior, o ciúme por ter topado com Teri ali no quarto de Grissom. Teve que fazer um esforço sobre-humano para não perder a compostura diante daquela mulher e suas provocações. Só conseguiu não perder a cabeça com Teri por conta da presença de Liv naquele quarto, porque do contrário não ficaria ouvindo calada a provocação da rival.

Percebendo o claro e evidente ciúme da morena, Any acabou por deixar escapar um sorriso.

—Do que está rindo? – A perita indagou tão prontamente percebeu o sorriso na babá de Liv.

—Alguém aqui está se corroendo de ciúmes! – Cantarolou Any em um tom que somente as duas mulheres pudessem ouvir.

—E daí se eu estiver? – Ela retrucou em um tom baixo. _Por acaso é proibido isso?

—Oh! Claro que não! – Any riu mais ainda pela confirmação meio que indireta da perita.

—Então pronto! – Sara resmungou e se afastou da babá não dando brecha para que ela lhe dissesse mais qualquer coisa.

Era óbvio que havia ficado com ciúmes de ver Teri ali ainda mais, segurando a mão de Grissom e lhe dizendo que ‘’gostava muito dele’’. Ela não tinha como negar aquilo a Any ainda mais, levando em consideração que a babá a conhece perfeitamente e sabe o quão difícil é pra ela disfarçar seu lado ciumento.

—Quero ver até quando você vai insistir nessa teimosia em não perdoar o Grissom se tá na cara que gosta muito dele? – Murmurou Any só pra si mesma antes de retornar para perto de onde estavam os demais.

A visita ao supervisor se estendeu por mais de uma hora e durante esse tempo, Grissom não teve a menor chance de trocar mais que algumas poucas palavras com Sara, porque Liv meio que monopolizou sua atenção somente pra ela. Falante como sempre a menina bombardeou o supervisor de perguntas querendo saber se o machucado dele doía muito, se ele ia ficar no hospital muitos dias, onde estava o homem mau que lhe feriu e mais algumas coisas que o supervisor foi respondendo a ela.

Ele não podia estar se sentindo melhor na companhia daquelas visitantes, principalmente na daquela miniatura falante que conseguia arrancar dele sorrisos por conta do seu jeito e sua tagarelice desmedida. Ele tinha que tirar o chapéu para Liv e seu poder de alegrar a vida dele. Era impressionante como aquela garotinha conseguia isso!

Entretanto, em meio à alegria, ele não deixava de ficar apreensivo e preocupado com o fato de que a visita de Teri poderia dar margem a Sara de imaginar coisas que não eram verdades e desse modo, acabar afastando-a dele novamente. Ele precisava conversar com ela a sós e desfazer qualquer mal-entendido que ela possa ter em mente, mas a oportunidade nunca aparecia até que ele a encontrou no momento em que Any levou Lívia ao banheiro anexo ao quarto após Sara anunciar que elas precisavam ir.

—Eu preciso falar a sós com você, Sara. Será que pode ficar mais um pouco pra conversarmos?

De imediato, ela imaginou que talvez ele quisesse falar sobre a visita de Teri ou mais ainda, lhe explicar algo referente a isso, mas pra ser franca ela não estava muito disposta a falar ou ouvir algo a esse respeito.

—Grissom não vai dar. Eu ainda tenho que levar a Liv e a Any em casa antes de ir para o laboratório.

—Por favor, Sara! Eu preciso muito falar com você!

Ela suspirou e rendida aceitou falar com ele.

—Tudo bem então!

—Já podemos ir agora, mamãe! – Liv anunciou de volta do banheiro e seguida de Any.

—Você vai voltar com a Any de táxi, porque a mamãe vai ficar mais um pouco pra conversar sobre uma coisa com o Grissom, tudo bem?

A menina concordou sem problema algum e enquanto ela se despedia de Grissom, Sara deu a Any o dinheiro para elas pegarem um táxi. A babá também se despediu do supervisor desejando-lhe melhoras e depois, ela e Liv foram embora deixando Grissom e Sara sozinhos no quarto.

—Então... O que você quer falar comigo? – A perita indagou Grissom.

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