Capítulo 140 - Boas notícias

O clima no laboratório estava péssimo por conta do que houve. A tensão e a preocupação podiam ser vistas no rosto de cada um que por ali trabalhava, até mesmo no de Ecklie quando fora visto caminhando apressadamente pelos corredores em direção a sua sala, tendo em seu encalço o Xerife. Por todos os cantos se ouviam conversas e murmurinhos a respeito do acontecido com Grissom. Até o momento, ninguém sabia exatamente ao certo o que tinha acontecido. Somente tinham o conhecimento de que o supervisor havia sido baleado por um sujeito desconhecido, mas o porquê desse sujeito ter feito o que fez, era desconhecido por todos até o momento.

—Ai, essa espera por notícias que não vem logo estão me matando. – Angustiada, Catherine reclamava pela centésima vez a Warrick enquanto tentavam dar seguimento ao trabalho.

Estava difícil manter o foco no trabalho quando se está sendo tomada por uma enorme preocupação com o chefe/amigo de anos, a quem ambos os peritos tinham tanto afeto e respeito.

—Fica calma, Cath! 

Apesar de extremamente preocupado e nervoso, Warrick vinha tentando manter-se aparentemente calmo, pra passar tranquilidade à amiga que se encontrava bastante nervosa, como nunca ele tinha visto antes. Nem mesmo quando houve a tragédia com Susan, ele viu Cath desse modo. Talvez, o fato de ser Grissom a quem a loira tinha uma relação muito mais próxima e afetuosa, com uma amizade verdadeira e de anos, fosse mais do que justificável para ela estar como está.

—Eu sinto como se estivesse revivendo o mesmo filme de três anos atrás, Warrick. E não quero em hipótese alguma que o final seja o mesmo.

—E não será! – Ele segurou a mão de Catherine como forma de passar força a companheira de trabalho a quem ele tinha um enorme afeto. _ Grissom não vai nos deixar na mão assim.

—Acho bom mesmo ele nem se atrever a isso!... E a Sara que não liga. – Já fazia um tempo considerável desde a ligação feita à morena. _Será que aconteceu algo sério e ela não está com coragem de nos ligar pra contar?

—Cath para de pensar no pior!

Ignorando as palavras de Warrick, a loira sacou seu celular do bolso.

—Vou ligar agora mesmo pra ela! Não aguento mais ficar nessa espera.

Nesse mesmo momento, Nick e Greg que passavam em frente à porta da sala onde os amigos estavam e vendo a loira com o celular na mão, eles acharam que ela já tinha notícias.

—Sara já deu notícias? – Nick indagou, parado a porta e tendo Greg ao seu lado.

—Não! Mas vou ligar agora pra ela a fim de saber alguma coisa já que ela não ligou mais. – Ela contou antes começar a discar os números.

Antes mesmo de Catherine digitar o último número, o aparelho começou a tocar em sua mão e no visor aparecia o nome de Sara. Sem perder tempo, ela atendeu a chamada colocando-a no viva-voz para que os demais ouvissem também. E em seguida, foi logo implorando a Sara por boas notícias. Do outro lado da linha, Sara lhe repassou todas as animadoras informações obtidas com o médico momentos atrás.

Saber que Grissom se encontrava em estado estável, porém bem e livre de qualquer perigo, foi à melhor coisa que todos ali poderiam ter ouvido. Os quatro peritos comemoraram aliviados e sentindo aquele medo de perder o chefe evaporar num estalar dedos. Ele estava bem!

—Você pretende ficar aí com ele? – Cath quis saber, encarando os rapazes.

—Sim. O médico até já me deu autorização pra ficar como acompanhante do Grissom.

Catherine esboçou um sorriso aos rapazes ao ver que Sara tinha aparentemente deixado seu ressentimento de lado e estava ali ao lado de Grissom, num momento como aquele. Tinha certeza que seu amigo ficaria contente ao despertar e vê-la ali com ele.

—Assim que eu sair daqui, vou aí ver o Gil.

Warrick imediatamente fez um sinal com a mão para Catherine indicando que ele também iria com ela. Nick repetiu prontamente o gesto do amigo. E pra não ficar de fora e ser o único da equipe a não ter ido, Greg anunciou que ele também iria.

Catherine ficou contente pela atitude dos dois amigos que tinham mudado com o chefe por conta do que houve entre ele e Sara.

—Na verdade, Sara, irei eu e os meninos aí ver o Gil.

—Isso é muito bom. Tenho certeza que ele vai gostar de ver TODOS vocês aqui!

Elas se despediram e a ligação logo foi encerrada.

—Agora poderemos trabalhar mais tranquilos. Eu estava uma pilha de nervos sem saber o estado do Grissom. – Catherine comentou mais aliviada pelas boas notícias que receberam de Sara.

—Alguém precisava avisar ao Ecklie e ao Xerife sobre o estado do Grissom.

—Deixa que eu mesma faço isso. Vou agora contar o que soubemos por Sara. Warrick, você vai dando seguimento no que fazíamos. Logo estou de volta pra te ajudar.

O moreno assentiu e viu Catherine sair. Nick e Greg saíram logo em seguida pra dar continuidade aos seus trabalhos.

Não tardou muito pra logo a notícia do estado de Grissom ter se espalhado pelo laboratório inteiro e todos sem exceção, respiraram aliviados ao saberem que o supervisor tinha sobrevivido ao atentado que sofrera. Diante da boa notícia, o clima mudou e todos voltaram a trabalhar menos tensos e apreensivos do que antes de saberem que Grissom estava bem.

Enquanto isso no hospital...

Sentada na poltrona que havia perto do leito de Grissom, Sara segurava a mão dele enquanto velava seu sono. O pensamento de que por muito pouco seu ex poderia nem estar mais ali, fez seu coração falhar uma batida. É... Aquele tal limão azedo ainda tinha e de toda forma, sempre teria, uma importância enorme em sua vida mesmo que viesse tentando negar a todos e a si mesma isso. A iminência de quase perdê-lo pra sempre como por pouco não aconteceu algumas horas atrás, lhe fizeram enxergar exatamente o que Ernest lhe disse há dias. Seu amor por Grissom é muito maior do que a mágoa que diz sentir por ele!

‘’... Não saberia como... Viver num mundo onde você não estivesse mais Sara!...Eu te amo demais!’’

Ah, já tinha perdido as contas de quantas vezes essas palavras tinham se repetido em sua mente enquanto estava ali com Grissom.

Ela também não saberia como viver num mundo onde ele não estivesse mais. Chegou até a lhe admitir isso, porém por conta de seu estado inconsciente, ele não pode ouvi-la.

Olhando pra ele, ela recordou-se por um momento das inúmeras tentativas do supervisor de se aproximar dela nos últimos dias. Ele parecia visivelmente arrependido de suas atitudes anteriores, porém, ela não conseguia perdoá-lo apesar de seu aparente arrependimento. Mas, agora, depois de tudo o que ocorreu naquela noite, do medo absurdo que sentiu ao imaginar que poderia perdê-lo pra sempre e levando em consideração, o fato de ainda continuar amando-o apesar do que ele lhe fez... Fosse hora dela, talvez, deixar pra trás de uma vez por todas o ressentimento, virar a página do que houve de ruim entre eles e, quem sabe, perdoá-lo?

Eles tinham tido tantos momentos bons e felizes juntos, superaram as diferenças para se entenderem e então viverem aquele amor que descobriram sentir um pelo outro, e ainda tinha o bebê. Então, por que não dar uma segunda chance a eles dois, já que amor existe de ambas as partes pra isso?

Ela não poderia passar o resto da sua vida ignorando o fato de que o amava e sempre amaria, muito menos, se deixando remoer por uma mágoa que só lhe deixava mal e infeliz. Eles mereciam uma nova chance! Por todas as promessas feitas, planos projetados, juras de amor trocadas e mais tantas outras coisas boas que aconteceram naquele relacionamento... Sim, eles mereciam mais uma chance!

Quem sabe, não estivesse escrito em algum lugar que ela não fazia idéia onde, que eles deviam ficar juntos!

***

A cidade começava a amanhecer e pela janela do quarto, Sara observava o movimento tranquilo da rua lá fora, quando escutou um leve gemido vindo de Grissom. Virou-se e encontrou o supervisor começando a despertar.

—Oi! – Ela disse aproximando-se rapidamente do leito dele.

—Sara!! – Ele esboçou um sorriso ao abrir os olhos e vê-la ali ao seu lado.

—Como você está se sentindo?

—Dolorido! – Ele respondeu tornando a fechar os olhos por um instante. _Porém feliz por seu rosto ter sido o primeiro que vejo ao despertar. – Ele admitiu sorrindo, e logo em seguida, abriu seus olhos novamente pra encontrar os dela lhe encarando de uma forma que fazia tempo que não via... Olhos cheios de carinho!

—Acho que você devia ficar mais feliz por estar vivo, isso sim! – Desviando o olhar um instante dele, ela comentou não em tom de censura, mas sim de carinho.

—Mas também fico feliz por isso, pode ter certeza! – Ele remexeu-se um pouco na cama e gemeu ao sentir doer seu ferimento pelo movimento que fez. _Ganhei uma segunda chance da vida. Agora só falta ganhar uma segunda chance de você pra voltar a ser feliz por completo.

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